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Poema: Círculos
Autor: Diego Fernandes @devoidvessel
tudo está perdido,
tão perdido,
e eu finjo não ver todos os espinhos no caminho,
ignoro as feridas não cicatrizadas acumuladas.
segui caminhando, tão ferido, até chegar aqui.
mas hoje tudo me leva a crer que, se nada vai mudar,
por que não devo, então, me entregar?
tão perdido, continuo caminhando
até o incerto futuro que nem sei se existe mais.
tão perdido, eu não saio do lugar,
tão perdido, em círculos a vagar.
Poema: "Teto"
Autor: Diego Fernandes @devoidvessel
cruzei todas as linhas vermelhas,
não há mais como voltar atrás,
todos os planos foram exaustos,
toda a esperança,
que esperança?
apenas ilusão.
e me restou dizer que já basta,
dizer não ao sofrimento,
do meu jeito,
o único jeito,
e nos lembrar que em Lugar Nenhum há algum lar para descansar,
sem doer.
Poema: "Chamas"
Autor: Diego Fernandes @devoidvessel
o solitário tripulante de uma embarcação em chamas no oceano tempestuoso já não sabe mais o que fazer,
como conter as chamas, ou consertar as fraturas expostas no casco.
aos poucos, a água inunda e já alcança a altura do peito,
os alimentos estragam, e a fome não saciada me faz mastigar pele e carne de meu próprio corpo.
os gritos de socorro são abafados pelo som da tempestade; cansam a garganta que asfixia com a fumaça, e a fraqueza consome o corpo já exausto.
entre o mar e as chamas, permita-me queimar,
permita-me arder, sofrer,
dissipa-me,
extingua o sofrimento.
Poema: "Murmúrios solitários de um marinheiro perdido em alto mar"
Autor: Diego Fernandes @devoidvessel
e como eu me sinto quando chorar se torna tempo de qualidade comigo mesmo?
tão dissociado, tão distante,
afastado de mim mesmo, nem eu sei como responder.
suas perguntas não me fazem encontrar respostas ou soluções,
me tornei incapaz de quaisquer decisões, e imprevistos que me façam mover
um palmo para fora de minha bolha,.
tão confortável,
onde tudo sei,
onde tudo tenho,
onde nada temo,
onde tudo que eu tenho é saber que eu já perdi tudo,
e que se não há nada a se fazer, então por que sofrer?
sei que o amanhã ainda está à espreita,
mas já estou pronto para atracar minha embarcação no meio do escuro e impaciente oceano,
e me afogar no eterno desconhecimento de tudo que um dia fui ou poderia me tornar.
Poema: "Contagem Regressiva"
Autor: Diego Fernandes @devoidvessel
O barco está afundando,
e não existe mais no que se ancorar.
Aquilo que se espera há tanto, tanto tempo...
se tornou mera questão de tempo.
Então o que restou,
senão incendiar tudo
antes de inevitavelmente se afogar
no infindável mar?
Os cacos que cortam as minhas mãos um dia foram belos mosaicos,,
e na aterrorizante escuridão que há aqui dentro
já houve cores, luz e esperança
Poema: "Saudade, Pepe Linarez"
Autor: Diego Fernandes @devoidvessel
tão longe quanto podia enxergar,
tu foste para não mais voltar,
no indivisível, no interno invisível,
no subconsciente adormeceu.
de Pepe Linarez nunca mais se ouviu,
por tanto, mas em vão esperei,
aos poucos que não lhe esqueceram,
restaram somente lembranças com lacunas,
memórias perdidas sem gatilhos,
formou-se mais um abismo para quem já vive deles.
se pudesse voltar no tempo e lhe dizer que o fim seria seu destino, sei que você gargalharia.
se pudesse te contar todas as desgraças,
que nem mesmo sua honra e dignidade sobreviveriam,
e te mostrar que sou o reflexo nos espelhos,
a soma de teus descuidos, produto de sua inconsistência,
de certo te faria se salvar do futuro marasmo,
ou quem sabe desistir de maneira digna.
Poema: "Nenhum Lugar"
Autor: Diego Fernandes @devoidvessel
me afogando entre copos e garrafas,
não enxergo mais nada,
pois o mundo gira mais rápido,
tão mais rápido do que eu imaginava.
ouço sussurros de demônios
com a minha própria voz,
implorando por mais um brinde,
só mais um brinde, nada atroz.
e balbuciam frases inaudíveis,
talvez não haja nada demais
nestes tons agressivos,
ríspidos e de teor fugaz,
que invadem minha mente,
arrancam-me a razão,
sobrando apenas a vontade...
a vontade de que talvez algum dia eu chegue lá,
em Lugar Nenhum, para lá poder me esvair,
talvez me dissipar, partindo para Nenhum Lugar,
pois lá é melhor que aqui.
Livres são as pedrinhas que se desprenderam da rocha de uma cachoeira e seguem pela correnteza, livres são as pedrinhas.
Asa
Eu vivo como um cuco no relógio.
Não invejo os pássaros livres.
Se me dão corda, canto.
Só aos inimigos
Se deseja
Tanto.
Os homens práticos que se julgam livres de qualquer influência intelectual são habitualmente escravos de algum economista morto.
O dia 14 de maio
Acordei, no dia 14 de maio, esperançoso de auroras resplandecentes. Liberto, sim, mas ainda preso. Meu nome, outrora oculto nas sombras da escravidão, ansiava por um reconhecimento que jamais parecia chegar. Caminhei pelas ruas, indiferentes à minha nova condição de homem livre. A liberdade, dizem, é a mais preciosa das conquistas; todavia, ela se apresentava como uma dama esquiva, vestida de promessas que não se cumpriam.
Eu, que trazia a senzala na alma, vi-me entre o cortiço e a favela. Estes novos lares eram apenas novas formas de cativeiro, onde as correntes invisíveis da miséria continuavam a me atar à dura realidade. Subi as encostas na esperança de um dia descer, mas a promessa de descida era tão ilusória quanto a liberdade conquistada na véspera. Sem nome, sem identidade, sem retrato, eu era um espectro vivo; do lema da bandeira, conheci apenas as vielas do progresso.
No dia 14 de maio, ninguém me deu bola. Tornei-me mestre na arte da sobrevivência, fazendo do trabalho árduo meu sustento em um campo onde o futuro se mostrava tão incerto quanto o destino dos muitos que, como eu, foram libertos na letra, mas não na vida. A escola, um sonho distante, fechava suas portas, negando-me a instrução necessária para ascender aos degraus da dignidade.
Minha alma, contudo, resistia. Meu corpo, acostumado à luta, sabia que o bom, o justo, também deveriam ser meus. A certeza de minha própria existência, de minha identidade, tornou-se a âncora que me impedia de sucumbir às tempestades da indiferença. Mudanças só nos anos; sinto que ainda vivo no dia seguinte à abolição.
Alguns veem na dança das borboletas
A liberdade que em cores se revela.
Outros, na ânsia de tê-las tão quietas,
As prendem em quadros, mas perdem sua bela.
No jardim da vida, as asas em festa,
Batem ao vento, sem temer o amanhã.
Mas na prisão de vidro, a beleza resta,
Morta a essência, só resta a façanha.
Que seja o voo, não o prego, a escolha,
Para que na memória, a borboleta voe.
E na natureza, onde tudo se entrelaça,
A beleza verdadeira, livremente, ecoe.
há momentos em que devemos deixar nossos corações fechados para mantermos nossas mentes livres para voar
A inversão de valores ocorre quando os defensores da liberdade se sentem incomodados com a liberdade de expressão on-line.
Aceita que você não é só carne, mas nós também somos carne, então é natural sentirmos as necessidades da carne...
Satisfazer os desejos da carne nós torna livres para foca no que é necessário com a devida tranquilidade.
As pessoas anseiam, querem ser livres.
Mas, jamais o seremos!
Haverá sempre pessoas ou finanças nos esmagando e nos barrando,
Muitas vezes você se frustra porque não é quem gostaria de ser. Usa máscaras, finje pudor e condena os outros pelas mesmas coisas que você faz. Então comece a parar com seus julgamentos hipócritas sobre tudo e todos. Porque seus erros não são diferente dos de outros.
Sempre seremos presos as imperfeições, mas a sua liberdade só vai começar quando você aprender a deixar os outros também serem livres para ser o que quiserem
Coisa mais bem-aventurada é dar do que receber.” (Atos 20:35).
Bem-aventurado, feliz, isento de desgosto, felicidade completa... todo mundo almeja isso para si. E muitos têm... não o tempo todo, mas têm.
Mas também, todo mundo tem problemas... financeiros, emocionais, psicológicos, físicos... nada nem ninguém é completamente isento de desgosto, há contrariedades, aborrecimentos mil por aí. Concorda comigo?
Às vezes estamos em um redemoinho de aflições... de qualquer tipo. Olhamos as pessoas ao nosso redor e todas parecem tão felizes. Por que só comigo? Por que só eu sou sofredor? Ah! um momento de paz, acordar de manhã e o coração não apertar com a lembrança de coisas ruins...
Ninguém gosta disso. Nós queremos ser bem-aventurados...
E às vezes somos. E quando somos nos esquecemos dos não tão bem-aventurados... seguimos, leves, livres e soltos pelo nosso dia, pela nossa vida maravilhosa. Não é bom isso? Claro que é!! Sei que você vai concordar comigo.
E o brother aí do lado... ou a sister... com seu quinhão de aborrecimentos.
Vamos lá!!! Vamos fazer uma forcinha pra dar o que o camarada precisa... dinheiro? conselho? um ombro amigo? um sorriso? uma palavra de esperança? sei lá...
Entendeu agora por que é muito melhor dar do que receber? No mínimo, no mínimo.... se você está em condições de dar é porque não está precisando receber.... e isso é bom demais da conta... ah! se é :)
Você se julga livre.... melhor seria se você não conhecesse a liberdade. Ser escravo é ser propriedade de alguém. Isso não faz bem?
O seu dono pode fazer o que bem quiser com você... ah! mas, nem vem, não quero isso não. Sou dono da minha vida, dos meus atos, de absolutamente tudo o que a mim compete. Ninguém compete comigo quando o assunto diz respeito a mim. Eu sou meu. E de mais ninguém... entendeu?
Claro, claro... não quero tirar de você o gostinho de ser dono do próprio nariz... e quem sou eu pra contrariar você? Não sou ninguém... sou apenas escravo de alguém.
Eu lavo os pés... eu carrego o peso... eu corro ao grito de guerra... eu paro ao som do apito... eu danço quando a música começa... eu paro quando ela chega ao fim...
Se eu escolhi isso pra mim? Não sei bem se foi uma escolha própria, ou se alguém escolheu por mim... só sei que conheço a escravidão... e que ela não faz mal ao meu coração... Já fui julgad@ ou alguém foi julgado por mim... então, não precisarei esperar o julgamento no fim...
Você sabe o que Nietzsche falou? “Os homens foram considerados ‘livres’ para poderem ser julgados, ser punidos – ser culpados”.
Culpad@! É isso que eu não ouvirei no fim... sou escravo.. não sou don@ de mim.
Deus não prometeu que estaríamos livres de abalos, mas nos garantiu de não deixar sucumbirmos diante deles.
A liberdade mora dentro de nós. A liberdade é um bem precioso que conquistamos e tem como objetivo principal o valor a vida. Não podemos ser livres com o coração cheio de magoas e rancores. Não podemos viver livres sem arrancar de dentro de nós toda e quaisquer impurezas para que consigamos chegar a felicidade tão sonhada.