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Chuva no lago
cada gota
um lago novo

Sapatilhas da Alma!

São fabricadas como um calçado normal, um pouco exóticas, porém sem sentindo nenhum, pois é no mínimo estranho alguém calçar algo com um gesso na ponta, com madeira na sola... Só passam a ter sentido quando são colocadas nos pés e tomam vida e são usadas por “princesas”, “fadas”, “cisnes”... Mas ao mesmo tempo em que proporcionam magia, trazem realidade, machucados, dores, bolhas... Coisas que você antes não deixava nenhum calçado fazer com seus pés, mas as sapatilhas são diferentes, porque elas machucam os pés, mas curam a alma.
Há pessoas que irão achar que é fácil, que não dói. Quando você fizer alguém pensar dessa forma, é porque está a usando corretamente, pois não é apenas coloca-la nos pés, você tem que coloca-las com a consciência que elas vão te levar para outro mundo, esquecer o que vive.
O momento certo de começar a usar uma, é quando a pessoa não quer usar para poder se sentir bailarina, mas quando já se sente uma bailarina, e é. Quando olha para ela depois de uma apresentação e percebe que ela vale muito mais do que foi pago, vê que ela não fez ficar nas pontas dos pés, mas sim que a fez voar.
Muitas vão olhar para elas guardadas no armário por não usarem mais, e irão lembrar-se de todos os sentimentos que sentiram ao usá-las, porque elas não “guardaram” seus pés, mas sim suas memórias, mesmo que velhas que rasgadas. Você pode ver fotos, vídeos com ótima qualidade, mas só sentirá como foi, o que sentiu, quando tocar nelas, porque sem elas você nunca teria sido uma princesa, você continuaria achando que liberdade era andar descalça.
As sapatilhas não tem pé direito nem esquerdo porque não foram feitas para os pés, foram feitas para o coração usar.

No fundo do lago do meu "eu" interior,
meu sorriso é de água e disfarça qualquer dor...

Sob o Domínio da Arte

Todo amanhecer para bailarinos é complicado. O chão que você não sente ao pisar, as pernas que doem, as bolhas que perturbam... Seu corpo te dá bom dia estalando.
É uma relação de amor e ódio com a dor. É inevitável não se viciar nessas dores diárias que fazem questão de te lembrar sempre que você é bailarino. É um desgaste com sabor de trabalho.
E nunca vai parar. Tem dia que dói menos, tem dia que dói mais. Lembrando que me refiro ao corpo, pois se for avaliar o coração de um bailarino, perceberá que não existem feridas, porque não se deixa ferir.
Você entrega seu amor ao ballet sem medo, pois tem a certeza de que ele não te abandonará. Seu coração vai estar sob o domínio da arte, em troca você receberá algumas bolhas sim, feridas, lesões; mas prefiro um corpo dolorido à um coração machucado.
Todos chegam à aula reclamando das dores, às vezes até choram, mas no fundo sabem que fazem parte da sua felicidade, sabem que quando um dia não as sentirem mais, sentirão falta.
E acredito que sem as dores os aplausos não seriam tão gratificantes, com sonoridade de superação, e com uma sensação de orgulho, por nunca desistir.
E quando for reclamar da dor, substitua o semblante triste por um sorriso, porque se você não estivesse com ela, o ballet não estaria com você.

Absorvido pelo Mundo do Piano!

No começo eu só achava o mundo do ballet lindo, aquelas garotas com tutus bem bordados, na ponta dos pés, aquele alongamento que achava que eu jamais teria, aquelas piruetas que eu não entendia como eles faziam sem ficar tontos.
E depois eu fui ficando fascinado sem perceber, quando eu vi as sapatilhas não queriam mais sair dos meus pés, e eu não queria sair mais da sala de aula, não queria mais ouvir as buzinas na rua, campainha, pessoas gritando; não queria ouvir nada, além do som do piano.
E quando eu me dei conta, deixei de lado o filme com que gosto no meio da semana, por falta de tempo, o sair de um sábado agitado com os amigos por dores, nas fotos entre eles eu nem aparecia mais, na reunião da família a minha ausência sempre era o maior questionamento, o sorriso fugia até de mim mesmo por não ter ido bem na aula. Mas tudo isso é recompensando quando ouço os aplausos da plateia, e me provam que escolhi o caminho certo.
E mesmo que eu queira sair do ballet, meu coração não deixa mais, meu corpo já virou dependente dos alongamentos diários e dos "pliés" que alimentam minha alma.

A intensidade das palavras acompanha a inspiração de cada momento. Ás vezes podemos ser um lago sereno, noutras um mar revolto.

De Goiás a Brasília –
Memórias de Minas Gerais
[J.W.Papa]

E como se eu carpisse três quartos de chão duro de terra vermelha numa empreitada só, e ensimesmado olhando para o sol visse meu futuro por entre as folhas já quase secas de um abacateiro - sem abacates.
E a lua antes da hora de costume, já fosse se aproximando e se antecipasse a mim, feito os beijos quando são roubados.
E as estrelas raivosas não me alumiassem e desconjurando-me negassem seu pisco aos meus olhos, já marejados de tanta tristeza e solidão.
Feito se eu fosse de pedra, dos pés ao fio de cabelo mais encravado do couro cabeludo ou se eu fosse de veludo, feito o fundo mais profundo de uma caixinha dessas de guardar segredos e quinquilharias.
Feito se eu olhasse mudo a transição de mundos e a patifaria que ocorre todos os dias e em silêncio, tivesse de permanecer até que se secasse a última gota de suor de minha testa escaldada pelo calor dos raios deste sol enorme posto no céu de Minas Gerais.
E visse o vento ligeiro soprando ainda tímido por entre as frestas das coisas, trazendo-me a brisa, que me aliviaria por hora deste meu sofrimento.
Se pudesse, veria o vento, se curvando a todo tempo para não se chocar com a montanha avermelhada - do pó da terra que eu carpia logo ali perto!
Mesmo que topasse com onça brava no caminho ou outro bicho grande, destes que habitam as matas selvagens.
Mesmo se topasse de frente com bicho bravo, seguiria a pé pelas trilhas e pelos caminhos de terra por mais distantes que fossem, seguiria ereto e rijo até o ponto mais alto do vale.
E desceria o abismo escuro enrolado em cipó de macaco numa queda só, até a cachoeira d'alça d'água, só para me refrescar desta quentura toda.
E se eu fechasse a janela às três horas da manhã sem um pingo de sono sequer e me deitasse na cama de olhos abertos e ficasse olhando o escuro e tateasse o mundo, o meu mundo...
E pontilhasse no ar constelações inteiras de insetos luminescentes ponderando acerca de conferir ou não o incômodo do Xixixi... Das formigas e cupins desfazendo minha porta, transformando-a em minúsculas esferas de madeira marrom.
E eu acordasse todas as manhãs bem cedo desejando do fundo de minha alma que já fosse de noite, só para recomeçar tudo de novo.
Desejando que fosse esse, o meu mundo; que fossem esses, os meus sonhos; que fosse esse, o meu futuro!
E mesmo que esta terra nunca mais me quisesse, nem eu a quisesse, e mesmo que ambos não se quisessem - (E mesmo que eu não fosse daqui, e nessa terra não tivesse nascido) – só desejaria carpir um quarto desse chão de terra fértil, plantar uma roça inteira de pés descalços pisando o chão quente aquecido pelo sol.
Mesmo que o chão fosse duro e a terra fosse vermelha e a colheita não fosse assim tão farta, mesmo se a terra fosse arrendada do patrão, e os impostos para explorá-la fossem muito caros acima de minhas possibilidades, mesmo assim!
Mesmo que este chão não se tornasse meu um dia, mesmo que não se tornassem meus os sete palmos de terra prometidos a mim. Mesmo assim, seria um sonho!
Se deste sonho um dia me despertasse e nada me adviesse, mudar-me-ia para Goiás, mudar-me-ia para Brasília.
Quem sabe lá não encontrasse as minhas origens, as tais raízes... Que nos fazem querer retornar à nossa terra natal.
Que nos faz enxergar os traços em comum com gente que a gente nunca viu, mas se sente bem ao ver pela primeira vez, e é como se as conhecesse desde sempre.
E neste caso, voltaria para Goiás Velho, iria revisitar as memórias de Cora Coralina e quem sabe não escrevesse algum verso sentado em sua cozinha!
E perto do fogão a lenha, sentindo o calor do tacho quente a me aquecer no inverno sorriria, saboreando as delícias feitas pela poetiza. Com um pedaço generoso de bolo de milho com queijo às mãos e rodeado por vários cães e gatos manhosos, por todos os lados que olhasse me lembraria de Minas!
Dada toda essa alegoria política, talvez eu seja mesmo de Brasília, talvez seja um filho bastardo de Juscelino!
Pensava ser de Minas... Mas agora não tenho tanta certeza se sou. Se fosse de Goiás não me importaria.
Pensando bem... Vou para o Planalto Central tocar viola caipira, comer arroz feito com pequi e falar de política ao largo do Lago Paranoá.

Além da vida, imenso céu azul,
já não existe mais saudade
para os dois cisnes, agora juntos,
ao lado até a eternidade.

(Meu pai falecido em 1971 portava constantemente a poesia Lago dos Cisnes.
Ele e Lia

Em meio as lágrimas, fecho os olhos, vejo um campo de flores amarelas, uma árvore e um banco de frente para o lago, outrora congelado e sem vida, posso ver os peixes pulando e se alegrando ao som do velho violão.

Para Sempre Bailarina!

Sophia antes de qualquer descrição, antes de ser um ser humano, é uma bailarina, característica que ela mais valoriza em si.
Não tinha pernas altas, colo de pé, não era alongada, muito menos tinha pernas em "x". Tinha seios grandes, talvez menores só que o próprio sonho, o de vestir um “tutu”.
Por mais que às vezes ela ficasse perdida nas aulas, lá era onde se encontrava, só queria se sentir bailarina, bailava para si.
Mas todos os meninos da sala a olhavam com olhar se desprezo. O mesmo olhar que ela se esforçava tanto para conseguir fazer uma pirueta dupla, era o que facilmente escapavam lágrimas quando se encontrava sozinha. Mas por mais que às vezes ficasse triste pelo ballet, nada a proporcionava alegria igual ao de preparar uma quinta posição e começar a dançar.
Chegado o final do ano, era dia de apresentação, ela chegou ao camarim faltando meia hora para a apresentação, sua mãe já estava na plateia com uma câmera fotográfica pronta para registrar o momento de sua entrada, mas ela não entrou.
A mãe, preocupada, foi até o camarim e lá estava Sophia, de "tutu" em frente ao espelho, e a mesma perguntou indignada o porquê de ela não ter entrado, e Sophia respondeu: "Mamãe, eu já realizei meu sonho, eu não preciso de fotos, não preciso de aplausos, eu só preciso desse momento registrado na minha memória, o dia que me senti bailarina".
Sophia cresceu, é dentista mas sempre faz um "grand jeté" ao pular uma poça d’água, imaginando estar vestindo aquele "tutu", mas na verdade está se calça jeans no corpo e um sonho realizado no coração.

Meu príncipe encantado, afoguei, num lindo lago azul há alguns anos enquanto fazíamos um passeio romântico de barco. O príncipe morreu, mas o lindo lago azul ainda existe. E o barco? Ainda uso de vez em quando para dar um rolê encantado, sozinha ou acompanhada

⁠Gota a gota
Uma poça
Um rio
Um lago
Um mar
Gota a gota 
Foi enchendo
Foi pingando
Foi vazando
Até transbordar

"O maior prazer do pescador, é pescar o peixe e assar na beira do lago".

Chegará um dia em que ninguém poderá falar uma palavra sobre quantos corpos joguei nesse lago. É pra isso que serve o poder.

⁠Deixar o lago para conhecer o oceano é o mesmo que desprezar o percurso das águas. É conhecer o fim das coisas, sem compreender as primícias da vida.

⁠O aprendizado diário é maravilhoso, quando temos pessoas confiáveis nos mostrando o caminho do lago, além de dar o peixe e ensinar a pescar.
Pessoas neurodiversas e neurodivergentes precisam disso.

⁠As lembranças são um lago de águas transparentes, que só é possível admirar de longe, pelas vidraças saudade. 

O meu lago lembra o amor, porque o seu lago lembra o vazio e o desamor?!

Inserida por sharlysjardim

O lago em sua dimensão, nos remete o reflexo dos diversos lagos de esperança que temos dentro de nós.

Inserida por sharlysjardim

Haikai!

A cada pingo.
Um mar novo, um rio cheio.
Um novo lago.

Inserida por daysesene

Pescaria!

Os seus olhos...
Um lago azul e calmo...
Onde pesco um doce amor!

Inserida por daysesene

"Se a vida é um barco parado no lado, sua esperança deve ser o remo"

Inserida por Robson_R_Silva

Obra Prima

Olhar Distante, coração apertado, saudades dos voos descontrolados, vivo no olho de um furacão perdida em um mundo cheio de ilusão, Alegria está em algum lugar não sei como encontrar.

Sonhos constantes acorrentados no levantar, bem longe deles eu consegui chegar sendo induzida pelo medo de acordar

Uma obra prima no caminhar, mais as forças começam a faltar, crescer é complicado para uma menina que se encontra no meio de um lago, grande é a imensidão das águas quando estou despreparado

Inserida por dihcaralampi

Talvez pense em me levar...Mas se na metade do caminho ...Desviar seu olhar apenas me repouse ...As margens de um lago manso... Para que possa em outro olhar encontrar meu lugar.....

Inserida por zeni_muniz

O CABOCLO É RICO POR NATUREZA
Autor: José Gomes Paes

A natureza é fonte de sobrevivência de todos.
Principalmente dos caboclos como nós.
Se os rios estão limpos e protegidos
Haverá muito mais peixes
Para saciar a nossa fome e de muitos outros.
Do pobre, do rico e do caboclo.
Porque o caboclo é rico por natureza.

Se proteger a mata os animais sobrevivem.
Posso matar uma caça para saciar minha fome.
Eu vivo na natureza e sobrevivo dela.
A floresta é meu lar
Ela me dá o ar que respiro
A fonte de água prá beber

Deito na rede me embalo e viajo.
Vou além dos meus pensamentos.
Sonho estar aqui pescando.
Remando, canoa adentro do lago.
Que rio! Parece um tapete brilhante.
De águas correntes vivas e rebujantes.
A receber seu ilustre filho da natureza.

De canoa entre os igapós
As arvores me rodeiam e me cobrem.
Vejo a minha sombra a refletir na água.
Como se fosse um espelho, dádiva da natureza

Nasci aqui neste pedaço do Amazonas
Cresci comendo manga no pé
Peixe assado na beira dos igarapés
Tomando banho no rio.
Desde menino eu aprendi.
A pescar, a caçar, a nadar.

Dos conselhos que minha mãe dizia
O pé de abacate no quintal.
O jaraqui frito que ela fazia
São coisas que me fazem lembrar.
Dos amigos que aqui deixei
E dos mais velhos que sempre respeitei



Das brincadeiras de pira
Jogos de turiste
O papagaio de papel.
O campinho detrás da Igreja.
A historia de Papai Noel
Do sapato embaixo da rede
A espera do presente de natal.

Das peladas do fim de tarde.
Do banho no cedro do porto.
Lembro bem do salto das ribanceiras.
O nadar no rio de águas brancas e frias

Dos ventos de verão.
Em baixo dos bejaminzeiros.
Que encobrem o frontal da cidade.

Oh! Cidade querida que tanto amo.
Que um dia me viu nascer.
Nunca vou esquecer-me de ti.
Porque quem ama sente saudade.
E a saudade dói muito no fundo do peito

Porque não proteger a natureza?
Se ela me dá o que eu preciso para sobreviver
Porque não preservá-la?
Porque não defendê-la?
Se ela me dá tudo.
Tudo o que eu posso ter.
A alimentação,
a mata,
a água,
o ar,
a chuva,
o vento,
o sol,
a lua,
o frio,
o peixe,
a caça.
Eu sou filho da mata, sou caboclo.
Caboclo rico por natureza.
E preciso sobreviver.

FIM

Inserida por josegomespaes