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Introspecção- I
Por ser somente: um em nós viajarmos;
Não há em nosso viver, nada melhor;
Devido ao encontrar, interior;
Que em nós tanto está, para o apreciarmos!
Viajarmos, só pelo de nós bom;
Que um dia, a nós na vida aconteceu;
Trará a nós bom viver, que se deu;
Daí tal viajar, ter tanto dom!
Tem o dom, de nos mostrar, escondido;
Quando em nós tido, em nosso esquecimento;
Nas profundezas das nossas memórias!...
Tal como, o de o tal, tornar renascido;
Para em nós, vir combater: desalento;
Dos cá, momentos nossos, sem victorias.
Com carinho;
Nada é completamente tudo, quando tudo não é completamente nada. Nada é complicado quando tudo é completamente.
"A reflexão é a pausa que fazemos no caminho da vida para olhar para dentro de nós mesmos e encontrar respostas que não encontramos em nenhum outro lugar."
Não expresso tudo o que sinto e nem falo tudo o que sei, refletindo em silêncio, escrevi o que pensei.
Busco o que é conhecido procurando encontrar algo totalmente novo, não porque sou louco, mas por ser diferente de você e do "eu" de ontem.
Muitas vezes pego-me a observar-me, como se fora um outro, um terceiro, até mesmo um fantasma assombrando a si próprio. É um sentimento estranho, outro dia, enquanto conversava com uma amiga sobre nossas experiências sexuais, eu não parava de me perguntar internamente o porquê de estar fazendo aquelas escolhas de palavras, não seria as palavras que eu falaria se eu fosse realmente eu. Não é estranho esses momentos em que percebemos que deixamos de ser.
Ali, de repente, fui tomado por um outro, a quem fui observando de longe, um outro que eu não conhecia, mas que ainda acho ser eu em algum espectro, alguma nuance. Um eu reprimido.
Outras vezes que percebo esse fenômeno é quando me apaixono por alguém, abandono-me fácil de mais. Meu espirito sóbrio foge do meu corpo, como em uma espécie de projeção astral. Mas meu corpo não fica oco, logo trata de si preencher e penso, falo e ajo de um jeito absurdo, clamando pela atenção de estranhos. Por isso não gosto muito de mim quando me apaixono e isso tem acontecido com certa frequência, digo que conheci um menino na segunda e na sexta não paro de pensar na nuca de um outro. É repugnante me assistir agindo dessa maneira, se apaixonando por puro tédio e se convencendo de que esses sentimentos são reais. E chega a ser patético me ver me humilhando assim.
Quem sabe esse não seja um problema a ser resolvido, tenho que aprender a conviver com essas versões espaçosas de mim.
Brigam por liberdade,mas não suportam a convivência com seus pares!
Que ideal é esse, se liberdade implica vida social e o individuo busca solitude?
Viva a introspecção!! Devo ser doutor de mim e em mim!! Ninguém deve saber mais de mim que eu mesmo!!
Estar só
Dar lugar à dor
Esgotar as lágrimas
E finalmente chegar à conclusão de que o que me prendia àquela pessoa era o compromisso que levo a sério de não soltar a mão, mesmo quando as coisas não estavam boas em alguns aspectos. A gente vai levando, porque dissemos “sim” de forma tão intensa e verdadeira que nos perdemos de nós mesmos.
Nos nossos princípios de ser
Na forma de viver
No que queremos para nós enquanto pessoa e família
Nas músicas que gostamos
Nos ambientes onde realmente queremos estar presentes
Nos assuntos de mesa de jantar que toleramos
E quando a pessoa vai embora, percebemos que tinha que acontecer, que já estava passando da hora, só não tínhamos coragem. Se a vida te empurrou para o novo, se entregue. Agradeça e esteja preparada para novas aventuras, com mais cautela, com mais intencionalidade, com mais consciência do que é suportável e do que é insuportável. Porque você também passa a ser estranha em um meio que é muito diferente de você.
E não se trata de ser melhor ou pior do que você, é apenas energia, experiências de vida, propósitos distintos. E tá tudo bem…
Texto de Alexsándra Duárte
Para escrever, preciso mergulhar dentro de mim,
abrir portões fechados,
remover selos e bloqueios.
E, aos poucos, aprendi a fechar os portões
e esqueci a chave, esqueci a senha e a localização.
E, aos poucos, criei defesas para me proteger de tudo, até do que sinto,
como se fosse um livro aberto.
O silêncio pode ser uma forma de presença tão plena quanto as palavras. Não ter algo a dizer não implica vazio ou ausência; pelo contrário, pode ser um sinal de serenidade, de quem encontra na quietude o espaço para estar.
Vivemos numa era onde o ruído constante é quase obrigatório — opiniões, comentários, respostas imediatas. Mas o silêncio, por vezes, é a maior das respostas. Ele não é sinónimo de tristeza ou desconforto; pode ser a companhia de quem se sente confortável consigo mesmo, que não precisa preencher cada momento com palavras para existir.
Há também uma força no silêncio. Ele carrega o que as palavras não conseguem alcançar: a profundidade dos pensamentos, o peso das emoções, a verdade das pausas. Estar em silêncio é estar inteiro, permitir que o mundo se desenrole sem a necessidade de intervenção constante, e aceitar que nem tudo precisa ser dito, porque nem tudo pode ser traduzido.
Assim, o silêncio não é ausência, mas presença num outro tom.
Quem sou eu de verdade? Sem as expectativas que carrego, sem os rótulos que aceitei, sem os planos que construí como um escudo contra o vazio?
A realidade nunca me perturbou. O que me perturba é pensar nela.
Nada do que está fora tem importância — até que eu o deixo entrar.
Não é o ruído do mundo que me desorienta,
é a minha atenção ao ruído.
Ser afectado é uma escolha, embora não pareça.
Aprendi a proteger-me não com defesas, mas com indiferença.
A vida não me entra pela porta: entra-me pelo pensamento.
E é por isso que, às vezes, o pior inimigo do sossego
sou eu a querer compreendê-lo.
Sobre o risco de não ser
Há quem passe a vida
a desejar outro lugar,
outra pele,
outro nome.
Acredita que será mais inteiro
se for como os outros,
se parecer com os que brilham,
se for aceite
nos salões onde se aplaude o vazio
como se fosse grandeza.
Mas o que brilha
nem sempre ilumina.
E o que parece
quase nunca é.
O esforço de parecer
rouba a paz de ser.
E quando se apaga a chama
do que nos tornava únicos,
fica apenas o eco
de quem já não sabe quem é,
nem para onde voltar.
Não há perda maior
do que perder-se de si mesmo.
Não há engano mais cruel
do que acreditar
que a dignidade depende do olhar dos outros.
Ser quem se é
— com verdade, com firmeza, com simplicidade —
é tarefa para os que recusam dobrar-se
à mentira do mundo.
É caminho sem prémios,
mas com sentido.
E só o sentido,
mesmo que nos isole,
nos salva do nada.
Quem rejeita a sua natureza
para caber onde não pertence,
corre o risco de não pertencer a parte nenhuma.
Nem aos outros,
nem a si.
Cuidado com a ilusão dos que se dizem grandes,
mas vivem de fingimento e vaidade.
Ser visto não é o mesmo que ser verdadeiro.
Ser aplaudido não é o mesmo que ser digno.
Acredito que não nascemos para caber em moldes.
Nascemos para ser inteiros.
A dignidade,
se é que tem morada,
não vive nos olhos dos outros.
Vive, talvez,
na coerência secreta
entre o que se sente
e o que se é.
E há uma solidão peculiar
em já não pertencer
nem ao mundo que se tentou imitar,
nem ao que se abandonou.
O que assusta não é falhar —
é perder-se no caminho
por ter querido ser outro,
sem nunca ter sido inteiro.
Enquanto o mundo corre, o melancólico observa — ele vive nas entrelinhas.
— Maycon Oliveira
Essa frase foi escrita por Maycon Oliveira – O Escritor Invisível, autor do perfil ‘O_Escritor_Invisivel’ no site Pensador.
@o_escritor_invisivel
Sereno espírito tenho,
Quando em ti penso
Em que no passado há,
O que hoje não há
Mas se hoje não há,
No que amanhã haverá?
Um espírito remato,
Ou um sequioso ser
Que nunca se farta do hoje,
Em que há em você.
O que em ti há,
De tão longe a conquistar?
Perpétua corrente estás,
Na superstição que há
Não no que em ti há,
Mas no que em mim há...
Nella città IV - Substância
O que em mim permanece silencioso
é também o que, em mim, permanece vivo...
É o que não foi capturado,
nem domesticado pelo hábito,
muito menos reduzido
à conveniência do sentido.
Tem dias em que tudo me cansa. Então, eu deixo de existir e, em silêncio, me enterro dentro de mim.
Universo em Cada Ser
Cada pessoa carrega um universo,
com planetas em desalinho,
luas em fase de esquecimento,
e estrelas que brilham...
mesmo quando ninguém está olhando.
Há constelações inteiras escondidas
atrás de um silêncio...
e estrelas exaustas que se apagam
antes de serem vistas.
Nem todo brilho se vê à primeira vista.
Nem tudo que machuca faz barulho...
E nem todo mundo sabe dizer onde dói.
Por isso, aprendi a olhar com cuidado...
A escutar com o coração o que a boca cala...
A ouvir o que o silêncio tenta dizer...
A não julgar o tempo de ninguém.
Cada pessoa carrega um universo.
E todo universo...
mesmo os que ainda não compreendo...
merece respeito.
Respeito pelo espaço que ocupa,
pela história que guarda,
pela beleza que ainda não sei decifrar.
Porque há mundos que florescem
no silêncio...
e só se abrem diante da gentileza...
há mundos que só se revelam quando
deixamos de apontar o dedo e estendemos
a mão.
