Tag fronteira
No ecoar do tempo ergue-se a fronteira, a Princesinha dos ervais, cheia de histórias as memórias de seus ancestrais.
Onde bravos pioneiros depois de lutas e sacrifícios fincaram bandeira.
No pós-guerra, sem medo, sem freio,
Exploraram riquezas neste vasto rincão
Na terra bendita, erva-mate brotava,
E o aroma da madeira a selva perfumava.
Rios e riachos cortavam o chão,
Cercados por campos, por vida, por emoção.
Dois povos, uma história entrelaçada,
Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, cidades irmãs de jornada.
Laguna Porã refletindo no seu espelho d'água seu laço,
Um portal do tempo, um eterno abraço.
Aqui nesta fronteira se misturam culturas e raças,
O chimarrão aquece, o tereré refresca.
Polca, vanera, vanerão a ecoar,
O churrasco na brasa a todos juntar.
Acolhedora, vibrante, sem divisão,
Recebe o mundo com alma e paixão.
Brasileiros e paraguaios, filhos do chão,
Na fronteira, um só coração.
Roda de Tereré.
Sob o sol abrasador da fronteira, onde o Brasil e o Paraguai se encontram como irmãos, o tereré é mais que um simples mate frio. Ele é o fio que tece a identidade de um povo miscigenado, de terras que trocam palavras em português e guarani sem que se perceba a mudança. Em Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, cidades separadas apenas por uma rua, o tereré percorre mãos calejadas, histórias antigas e lendas que se misturam à realidade.
A erva-mate, nativa dessas terras, carrega consigo memórias de tempos que já foram. Conta-se que os antigos povos guaranis a consideravam um presente dos deuses, capaz de restaurar forças e aproximar amigos. E assim permaneceu, atravessando séculos e chegando às rodas de conversa onde os brasiguaios se reúnem para contar causos. Entre goles da bebida refrescante, misturada aos yuyos colhidos no mercado vizinho, passam-se os relatos de tempos difíceis, de conquistas, de saudades e de esperanças.
Aqui, a fronteira é apenas um detalhe geográfico. São países diferentes, mas os mesmos costumes, os mesmos rostos, as mesmas risadas ecoando entre as ruas. A vida pulsa com um ritmo próprio, onde cada encontro é celebrado com um tereré compartilhado. Porque na alma dessas terras, não há divisões que resistam a uma roda de conversa regada a erva-mate e memórias que constroem um povo.
A fronteira, o limiar da vida não tem uma definição única e exclusiva, nem tão pouco o limite empírico ou onírico da paixão humana poderá abordá-la; mas apenas a boa e velha intuição poderá resplandecer tal fenômeno.
Partindo das premissas de Lacan, de que:
"Cada um alcança a verdade que aguenta suportar."
E entende-se também que, as partículas elementares não se limita ao tempo, nem a existência aos fatos.
Concluí-se que qualquer paradoxo não se limita aos parâmetros da razão, muito menos no jugo da alienação. Ou da subjetividade narcisista e patológica do egoísmo.
A vida apenas é a minha consciência de existência, neste tempo, neste espaço.
Fronteira: linha traçada.
Na fronteira onde a história se entrelaça,
Tropeiros marcham, guerreiros Guaranis em caça.
Lendas vivas, memórias sem fim,
Ponta Porã e Pedro Juan, juntas assim.
O povo fronteiriço, forte e aguerrido,
Sua cultura vibrante, jamais esquecido.
A erva mate que a terra gerou,
Tereré refrescante, tradição que ficou.
Chipa dourada, sabor sem igual,
Comidas típicas, herança cultural.
Chimarrão que aquece, mate a brotar,
Dessas folhas que um dia iam pelo ar.
Beleza de vida nessa linha traçada,
Conquistas e dores, estrada moldada.
Divisão imaginária que nunca impediu,
Mistura de povos, união que nos uniu.
Passado, presente e futuro a tecer,
Duas cidades, um só viver.
No sul de Mato Grosso do Sul a brilhar,
Histórias que seguem e vão se contar.
Que essa poesia celebre a fronteira que pulsa e respira, onde culturas se abraçam e o tempo constrói sua própria melodia.
Depois de um dia duro, quando achar que chegou ao seu limite, vá além, essa é a fronteira que separa as pessoas.
Todos nós estamos sobre uma fronteira, a fronteira entre o normal e o anormal. Há fronteiras que separam o sonho da realidade, mas temos a resposta dentro de nós. Daí encontramos um jeito de parar de sofrer. Todos nós vivemos enquanto atravessamos o dia e a noite. A vida segue.
O frio e a paisagem.
Entre névoas e neblinas que dançam no frio, e um vento que conta segredos ao léu, há um pedaço do mundo perdido, um sul europeu sob o céu fronteiriço.
Ponta Porã e Pedro Juan, irmãs, separadas apenas por linha imaginária e discreta, misturam-se línguas, misturam-se danças, e as vozes do tempo ecoam inquietas.
Vieram tropeiros, vieram guerreiros, os guaranis, os espanhóis distantes, os portugueses bandeirantes, gaúchos e correntinos sonharam, nesta terra de vida vibrante.
O mate aquece, o tereré refresca, bebida que cruza as eras e laços, um ritual sem começo ou fim, que une estradas, povos que cresceram entre os ervais da região.
O frio borda a paisagem em prata, mistura emblemática sob o verde dos campos e matas a névoa esconde o que o tempo deixou, lamentos perdidos no vento antigo, memórias que a alma soprou.
Mas há calor nos rostos, nas mãos, na fronteira que nunca se encerra, onde o passado caminha presente, escrito nos traços desta terra.
A maior fronteira da nossa vida e da nossa felicidade somos nós mesmo... aprendendo a lidar com os nossos sentimentos podemos escolher o momento que queremos chorar ou sorrir
A única fronteira real que sempre existiu e continuará existindo é a de nossa pele compartilhada. A atmosfera do outro é a transpiração cambiada da criação de uma eterna transformação.
Um mundo que caminha para a extinção das fronteiras e o respeito à diversidade não comunga com o ultra nacionalismo-conservacionista.
Viver feliz é buscar ser indiferente
com a certeza que nega a sua felicidade.
É fazer do seu caminhar
uma jornada aceitando a falsa ideia
de que seus passos o guiarão
para o eterno que é improvável.
É aceitar os seus limites como fronteira
de suas ações.
Ser educador, é ir além da fronteira do conflito
das ideias preconstruídas ,
conduzindo o seu discípulo à compreenssão
do que ela pode lhe proporcionar.