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O RETRATO
O cenário...a personagem...o retrato...
Expostos ao julgo impiedoso do olhar
Passíveis de rótulo, julgamento e escárnio
de quem nada tem a acrescentar...
Ah que bom seria, e não uma pena,
se quem "olha" conhecesse a alma retratada na cena.
Talvez o espanto do momento, se transformasse em doce encantamento...
Lene Torres
Belém-Pará-Brasil
2016
Olho para meus pés brancos como névoa, suaves como plumas, perfumados como campos de lavanda e a lembrança finca-me sua lança.
O sabor se dissolve em meu paladar.
O gosto, o cheiro o calor revoluteiam na lembrança indissolúvel como um só gole de Blanc de Noirs, como se fosse a exatidão do momento pendura um beijo impetetuoso sem trégua para o fôlego, sua língua sedosa laçada com sabor de Pinor Noir impelindo um corredio não desatável.
A água que escorreu entre os dedos ao ralo se foi, desejo o resgate imediato para a sede matar.
Ainda que seja um prazer imaginário, os sonhos podem se tornar realidade desde que assim o desejemos.
Faça uma análise e responda: Quanto de você realmente está sobre o altar e quanto de encenação você tem apresentando no palco da vida?
Que esse momento seja uma linda cena.
Quem sabe mesmo um filme de cinema.
Registrado em cada formoso e simples olhar.
De tanto observar acho que vou me embreagar.
Podem falar que de tão rápido é um exagero.
Todavia, quem pode medir algum sentimento.
Pois esse surge de um determinado momento.
Mesmo sendo incipiente vou sem desespero.
Porque a fotografia da retina fica guardado.
Ficando em uma mente de um insano sonhador.
Detalhando cada olhar, cada sorriso até o odor.
Nas minhas narinas sobem com belo cheiro.
Sensível demais diria Vercillo o cantor.
Posto quem sabe uma bela cena de amor.
Eu devia ter previsto. O personagem mais desagradável sempre sai de cena. É um "quem matou". Se viu um, já viu todos.
Não sei se você sabe, mas a gente sabe, nossa vibe combina
E tu querendo ou não, virei uma cena desse filme da sua vida
Somos TODOS elenco no palco da vida teatro de Deus.
Seguimos atuando em seu script.
...e quando ousamos nos igualar em atos ao mesmo, vem o expurgo.
Finda-nos nosso ato!
Termina a encenação, estaremos em vida plena.
A Arte sempre reverbera em quem a consome. Pode não ser imediatamente, mas em algum momento ela reverberá!
A qualidade do que somos está no caráter e no coração. A imagem é efêmera e pura falsidade. Tantas pessoas sorriem de modo vazio. Mais vale o lábio colado pela sinceridade do que o beijo do Judas. Aquilo que parece lealdade e dedicação em algumas pessoas é cena.
Falam do boi olhando para a vaca, assim como falam da peça tendo visto apenas a cena. Essa é a mídia sensacionalista, alimentada por preposições de quem entende o outro, mal conhecendo a si próprio. O que nos faz perder tempo, pois, para não saber, já não sabemos.
A beleza da dança habita na maestria em conjugar gestos e sensações com tamanha sensibilidade e qualidade que encanta e inspira quem vê.
O público invade o privado, e o privado transborda no público — a fronteira se apaga, a vaidade se propaga.
Perde-se o abrigo, dilui-se o limite: a autonomia cede à patrulha social, a família se dobra ao discurso oficial.
A mercantilização do eu faz da autenticidade uma raridade, transforma a intimidade em produto e reduz a privacidade a luxo esquecido.
A confusão entre público e privado dissolve limites, mercantiliza o eu e transforma autenticidade e privacidade em raridades esquecidas.
Quando público e privado se confundem no traço, o eu vira produto, a alma perde o espaço — e o que era raro vira descaso.
Numa área de natureza verdejante com lindas árvores frondosas, vi o seu sorriso charmoso florescendo, demonstrando um contentamento admirável, contagiante de tão sincero, deixando todo aquele lugar iluminado e o dia ainda mais belo.
Nesta ocasião, senti como se o tempo tivesse parado, enquanto o meu coração estava alegre, os meus olhos bem atentos e eu refletindo no meu imaginário, satisfazendo o meu lado poético, imerso em um sonho acordado, mesmo sendo bastante passageiro.
Naturalmente, fiquei despreocupado com o restante a minha volta, a realidade daquele cenário era muito mais interessante, principalmente, por estar diante dela, sendo inspirado, dando vida a um simples poema, cujos versos foram formados com toda a presteza.
Ninguém e nada desagradável apareceu para atrapalhar esta tamanha bênção num misto de intensidade, romantismo e simplicidade de uma cena apaixonante entre este poeta e esta inspiração abençoada, pertos e distantes, uma conversa respeitosa e sem palavras.
Vivemos num país de eterna assombração; todo o dia assistimos a uma breve cena de um próximo capítulo.
Há alguns anos, certa vez, estava assistindo a um filme, no qual, em uma das cenas, foi dita a seguinte frase "A coisa mais importante que se pode aprender na vida é amar. E em troca, amado ser." , vi tanta verdade que ficou marcada na minha mente, uma indispensável aprendizagem.
Refletindo nas palavras em destaque, sem ultrapassar o âmbito humano, pensei no amor próprio, pois aquele que aprende a amar-se verdadeiramente, por conseguinte, é amado de volta e está apto para demostrar a outrem o seu amor com um valor bastante notável.
E de acordo com esta forma de pensar, a "troca" citada anteriormente trata-se de uma recompensa e não de uma condição, levando em conta que é contraditório alguém que aprendeu amar a si, ainda assim, ficar na dependência de ser correspondido por outro para só então agir.
Continuando a refletir sobre o que foi dito na cena em questão, penso que, talvez, o protagonista estivesse dizendo em outras palavras que tinha a aptidão necessária para prestar o seu amor, que estava disposto a amar e que seria muito recompensado se fosse amado de volta num vínculo salutar.
Hoje não fiz nenhum
Poema,
Nem sequer
Uma Cena,
Foi escrito,
Esse grito
Silenciado
Me mantenho
Calado, Frustrado,
Na mente um amaranhados
De versos perdidos.
Eu tentando fazer um
Verso perdido.
Dentro de um devaneio poético, vejo os meus versos se transformarem em lindos pássaros por causa do poder do teu apreço e sem perder tempo, agradecidos por terem sido avivados, voam na tua direção, então, ficam voando ao teu redor como se estivessem dançando sincronizados uma linda dança aérea, um vôo no tom de gratidão e amor, pois suas existências ganharam um novo significado, preservando a mesma essência, cujo valor é imensurável.
E durante este momento, de certo modo, mágico, estás mavilhada com os teu olhos exultantes e surpresos por este acontecimento tão inusitado e belo de se ver, trazendo de imediato um sorriso sincero no teu rosto, o que me faz sentir um grande entusiasmo pelo impacto profundamente satisfatório causado em ti, tendo em vista que isso comprova que a minha poesia não é feita somente de palavras, mas também possuem uma natureza vívida, ou seja, tem corpo e alma.
Eu tenho a dádiva de ter esta cena muito empolgante na minha mente, na qual, partilhas o protagonismo com os meus versos, um cenário encantador, detalhamento expressivo, criado por meus pensamentos inspirados, um forte realismo, que me permite observar cada fragmento, parece até que estou neste lugar de verdade, porém, mesmo que não esteja, não deixa de ser significativo e o teu apoio não passa a ser menos importante, muito pelo contrário, sendo um incentivo certamente necessário.
