Suas Maos em meu Corpo
" Aprendi a contemplar e a contar o meu real valor! Você é o seu imaginário,é que não aprende a me economizar."
Minha vida está perdida
Já nem sei pra onde eu devo caminhar
E o meu tempo, eu sei, é pouco
É preciso, amor, lhe encontrar
PARALELEPÍPEDO
Escrevo um poema num caroço de arroz,
Escrevo teu nome no meu navio de papel,
Onde navega um paralelepípedo apaixonado,
Jack sparrow e seus asseclas em busca de aventuras
E tesouros inimagináveis nalguma ilha misteriosa...
As lembranças mais doces que eu tinha,
Rimavam com jiló
Hoje sou um pirata pirado nesse mar imenso,
Nos pergaminhos das minhas saudades
Escrevo o silencio das minhas agruras,
Bando de surdos e mudos fazendo muito barulho,
Conversando sobre maremotos e temporais,
No triângulo das bermudas
Femeeiro mencionando transas’ memoráveis,
Escravos em fuga para um quilombo,
Na terra do nunca e do nada,
O meu poema no caroço de arroz,
Menciona uma noite clara,
Uma clara manhã, uma tarde clara,
Uma claridade vinda de santa clara,
Vinda de santa Clareana, com seus cabelos de fogo,
Com seus cabelos azul turquesa,
Com seus cabelos de turmalinas,
Com seus cabelos negros como a asa da graúna
E nesse oceano tem esquadras armadas,
Submarinos nucleares, cruzadores e porta-aviões,
E o meu barquinho de jornal,
Veleja incólume nessa incongruência,
Este paralelepípedo...
Esse mar imenso, piratas...
PATO COM LARANJA
Gafanhoto era o nome do meu pato,
Gato era o nome do cachorro,
Cachorro era o nome do papagaio
E o meu gato era canalha
Que um dia sumiu pelos telhados
Atrás da sardinha da vizinha
Cantava uma canção que eu não entendia
Fazia estardalhaço com a sardinha
Quebrava as telhas... ninguém dormia...
Até que gato latia
Como quem dissesse:
Esse vagabundo não tem jeito...
Até que um dia
Canalha apareceu todo duro,
Os dentes trincados
Mas essa história deixa tudo meio escuro...
Sardinha teve filhotes canalhinhas igual ao pai...
Gafanhoto voou pro quintal da vizinha
E virou pato com laranja...
Foi um almoço e tanto,
Mas depois deu até policia...
Gafanhoto ainda voa nas minhas lembranças
E se banha numa lagoa
Que nem existia,
E ali ele conheceu outros patos
Gansos e cisnes tudo fruto da minha fantasia...
Nenhum movimento
Eu não quero o meu nome
Em nenhuma rua,
Eu não quero ir a lua ou a marte,
Eu não quero ir a nenhuma parte,
Não quero fazer nenhuma revolução,
Não quero fazer parte
De nenhum movimento,
Não quero saber de sem terra,
Apartheid, klu, klux, klan...
Eu não quero saber de greve,
Da queda da bolsa, do islã,
Ou do afã de qualquer religião ou mito
Maomé já foi pra montanha,
Jesus Cristo mostrou seu amor
E os filhos de Gandhi não ficarão órfãos
John deu a chance que a paz pedia...
E eu só quero fazer poesia...
Tadeu Memória
CONSUMATUM EST
Autor: Tadeu G. Memória
Chorou no meu ombro, confessou-se arrependido: “foi um ato impensado, mas ele andava cantando Dita...’’ O boato andava solto na boca da vizinhança, e como vovó já dizia; quando o povo fala, ou foi , ou é, ou está para ser. Na verdade, já vira Vidigal conversando com sua mulher, Dita, (Benedita Borges do Amaral Paes Leme), era um nome de fazer inveja a qualquer pé-rapado. Foi numa manhã de domingo, então convidara o sujeito para uns tragos; passaram a tarde, entraram pela noite... foram horas de pesadelo; eram três por uma... Vidi bebia três doses, e, Tuca, uma... e as vezes fingia que ia cuspir, e punha pra fora. Meia –noite Vidi mal se punha de pé. Teve de amparar-lhe no ombro até lugar ermo e aturar comentários indecorosos e indesejáveis, sobre as delícias de sua esposa. Consumara o fato. Dois dias depois o corpo do infeliz fora encontrado: hematomas, perfurações, e, até queimaduras na face, na louca tentativa de desfigurar-lhe, para que não fosse reconhecido.
A polícia chegou fácil,ao tucá, não deu-lhe tempo nem mesmo de livrar o flagrante. O ciúme é um monstro de olhos verdes, verdes como os de Dita, desejada, cobiçada, amada... sempre notara a forma indecorosa de como Vidigal olhava a sua indivisível Dita; nunca falara nada porque, afinal Vidi era um bom parceiro para os rachas, tanto os da praia como os das cervejas; era um bom papo, contudo, andava conversando com demasiada freqüência com sua fogosa Dita. Até que inflara-lhe o ego, tanto desejo por algo que lhe pertencia, mas o ciúme...
“foi um ato impensado...” não parava de repetir. Agora sua única alegria, resumia-se aos dias de visita, mas a cobiça já aparecia nos olhos dos outros presos; era obrigado a ouvir comentários como: “meu irmão, tudo isso é só teu?” “isso não é mulher para um homem só”, “que busanfa aloprada, meu chapa”. O turco já tinha até presentes para oferecer-lhe... sentia-se ameaçado mais que nunca; contudo o diretor mostrara-se, repentinamente, cordial e atencioso; prometera-lhe cela individual e regalias que apenas o seu nível primário não lhe facultava. Diante de tanta gentileza não furtou-se a falar-lhe do receio que lhe causava, a amada e o Junior sozinhos na favela. Ouvira do diretor, a generosa promessa de visitá-los... na verdade, na última visita, ela chegara no mitshubish do diretor; tinha nas orelhas brincos lindos de pedras verdejantes como os seus olhos, um sorriso promissor e confiante num futuro de melhores dias...
Mas isso foi há três meses, Tuca nem chegou a tomar conhecimento de que, Dita mudara-se para um apartamento na aldeota, antes de “se”enforcar com uma “Teresa” na solitária...
Mas se teu olhar e o meu olhar não se encontrar
na imensidão da vida,
saiba que o destino também se engana
e a paixão mente que ama
com a Ingenuidade de um menino...
mas se o teu olhar e o meu olhar não se encontrar
que vou fazer com o luar,
que entra pelo zinco do meu barracão...
que vou fazer com as flores e poemas,
que escrevi no meu caderno,
que vou fazer com essa imensidão de amor?
mas se o teu olhar e o meu olhar não se encontrar
na imensidão deste desejo,
saiba, tem um beijo e um olhar a te esperar em outra dimensão...
Tem umpé de estrelas
florindo lá no meu quintal
tem estrelas vermelhas,
azuis, amarelas, douradas e tem furta-cor
tem estrela que traz a manhã,
vespertinas prateadas de luz
cambiantes de amor
tem estrelas majentas,
cobre e carmim,
tem estrelas de pétalas agudas
tem sois de todas as grandezas,
tem estrelas guias, anãs,
binárias eclipsantes, quasares e supernovas
e tem as que bebem
se embriagam e se despem...
Acabou o show, todos já saíram; eu fiquei aqui no meu cantinho, melancólico pensando, porque não deu certo o amor? Porque não um final feliz como Janete Clair? Fiquei olhando os olhos rasos da platéia, conjecturando um final onde dissessem: “e foram felizes para sempre.” Um lanterninha se aproxima e pede que eu me retire. O teatro está silencioso; ouço apenas murmuro nos camarins, provavelmente atores e atrizes se descaracterizando. As luzes vão se apagando lentamente; o lanterninha está diante de mim, terno preto de designer anônimo como uma imposição, uma ameaça; o show acabou, a pipoca murchou, o refrigerante esfriou, vou saindo triste e decepcionado de um espaço arquitetônico com perfeita estética e funcionabilidade. Meu celular emite o som inconfundível das mensagens; abro ansioso e percebo; é julieta; leio com alívio e indescritível alegria: ”te amo, Romeu!”
Meu verso um dia se entristeceu
e se jogou no rio,
mas a alegria das águas
o fez gostar de viver
a festa das cachoeiras...
Deixa eu te mostrar meu verso
Porque sou poeta
e toda lágrima ou sorriso eu escrevo
Deixa eu mostrar meu universo
Feitos de manhãs e madrugadas
As namoradas que eu pensei que tinha
Só me trouxeram desertos
As namoradas que eu jamais terei
De longe eu as amo
As namoradas sem amores são todas minhas
Quando perco uma destas namoradas
Pra alguém eu me alegro
Porque elas perderam um amor ausente
Mas terão paixão por perto
AS MINHAS ASAS
Antes de olhares minhas cãs
Veja meu olhar de esmeraldas
Que rolavam nas correntezas de rios profundos
Com águas cristalinas onde garimpavam
O tesouro de uma vida
Ou a ilusão pelo prazer de uma paixão
Onde muitos se jogaram por pura desilusão
Ou se amaram clandestinamente em suas margens
Dando margem as mais belas
Histórias de paixões proibidas...
Os meus cabelos clarearam pelo êxtase
De nossos corpos que se fundiam
Com o pacto de uma única alma...
Olhes meus membros que vasculharão
Teu corpo como um mineiro
Em busca de diamantes...
A minha boca declamar-te-á
Os mais belos sonetos eróticos...
A minha língua sorverá a tua alma
Que correrá feito uma corsa
enlouquecida no cio pelas savanas
E voará sob minhas asas
Do céu ao inferno
E falas de algo eterno
Só pelo prazer que se esvai em alguns instantes
Então olhas com desdém as minhas cãs
E nem percebes as minhas asas...
Mal o meu olhar perdera a pureza
Tereza já se despia
a noite mal anoitecera
ainda ingênua,
uma lua tímida no céu de chumbo
parecia o fim do mundo
o que cairia,
a chuva alagaria a rua,
a tribo dos vagabundos
de todos os mendigos
de pontes e de marquises
o que seria da chusma,
minha madre Teresa de Calcutá,
calcula a minha agonia,
Tereza presa nos meus braços
o paço guardado por vigias
o chumbo alagando o Ganges
a rua parecia o rio...
Meu cavalo de prata,
Minhas esporas de ouro
Fustigando o seu dorso
Nessa lua opala...
A gravidade engravida a vida,
A diva dessa insanidade:
Minha paixão...
O meu cavalo de ouro,
Minha espora de prata,
Mulata galopa no meu coração...
Eu quero entender o cavalgar
Na ilusão lunar da minha solidão...
Meu cavalo de bronze
Cavalga longe
E o amor se esconde ...
Meu cavalo de ouro
Domina o touro da minha ilusão...
O ASTRO, A OSTRA E AS OUTRAS
Uma gota é uma mentira a mais num mar de ilusão,
meu coração é conta-gotas de qualquer paixão
O que me ilude alude ao astro, à ostra, ás outras...
a luz que vem de cima reluz no astro
O que se ergue de baixo pra cima é o mastro,
veleja minh’alma feito embarcação
O mar é tão imenso penso, penso, o mar cabe no meu coração
A ostra é alimento,o astro é sentimento, as outras eu não sei não...
Caymmi caymmiria bela filosofia:
“quão belo é o mar...”
Versos singelos, apologia a imensidão,
E a ostra tão pequenina lá no fundo do meu ser
A ostra é uma estrela de quinta grandeza que vive a me aquecer
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