Sozinho
Se isolar de todos não significa querer ser sozinho, e sim querer ser de todos de uma maneira diferente.
Não tenho medo de enfrentar a vida,
Tenho medo de enfrentá-la sozinho.
Não espero tanto das pessoas.
Assim, não me decepciono,
E às vezes tenho boas surpresas.
Porque vemos tantas formas de amor?
Amor é amor! E sua única forma é amar.
Porque vemos tantas formas de Deus?
Deus é Deus! E Sua única forma é amar!
São tantos os caminhos
E tantas as formas de caminhar
Mas todos os caminhos levam a um só lugar!
Quando passo muito tempo aqui sozinho me vêm pensamentos que não sei exprimir, sinto uma agonia, sinto tua presença como se tivesse o pensamento em mim. Me da à vontade de pela manhã lhe perguntar - estavas inquieta? O que pensava ontem à noite a tal hora?
Estranho, como as pessoas passam tanto tempo dentro de nós e nos envolvem e nem percebemos ao certo por que. Esse... Isso... É nosso ou delas? É ilusão ou reflexo de um olhar um toque? É um sutil seduzir que não percebemos?
Questões que nos consome e, que nos faz ficar tão atônitos e enlouquecidos.
Surge forte um dia e urge decisão e, no outro, preciso lembrar de lembrar-me de você.
Estranho e inquietante sigo nesse paradoxo de amar o querer te amar, e não sei se quero, agora, amar. Quero sossego, solidão.
Porque você?
Ajuda-me diz algo, me faz entender o que apenas me confunde.
Ou apenas sorri e diz: É não sei o que é isso, também sinto esse encruzilhar dúbio de sentimentos ações e reações.
Porque você? Intensamente tomando conta de mim?
É o querer e não saber por que, e se tê-lo, agora o que fazer?
Viver???
PRIMEIRAS LEMBRANÇAS
Uma vez, eu devia ter uns três anos, estava brincando sozinho, com uma mão na orelha, falando sozinho, quando me perguntaram "Está falando com seu amigo imaginário?" "não" - eu respondi - "estou conversando no telefone, sou empresário. Amigo imaginário não existe." Não me lembro do rosto de quem foi que fez a pergunta, mas sei que ele riu com vontade.
Tem dias que parece que o mundo não faz sentindo pra ti,
Então você se encontra ali sozinho, e não há ninguem, ninguém que possa ti ouvir falar.
Todos as pessoas parecem não te entender,não te enxergar ou ao menos te fazerem sorrir.
Então tudo que tu queres é gritar, colocar pra fora tudo aquilo que em ti vem se acumulando.
O tempo parece parar, olho pro relógio e nada das horas passarem. Então, me encontro presa, presa numa solidão.
Os meus sentimentos são confusos e estranhos, vão machucando meu coração me matando por dentro.
Mesmo sabendo do óbvio, eu não consigo parar pra pensar que isso vai acabar, e então eu vou ficar bem.
Mas eu sei que isso vem a acontecer, Afinal a vida sempre dá voltas.
"Sozinho: mais rápido; Acompanhado: mais longe...?"
Não se afaste...
Mantenha teus amores
Bem pertinho...
AMAR SOZINHO
Tem dias em que me pergunto,
Se o amor realmente existe
Ou se são projeções
Da nossa pseudo necessidade
De idealizar algo ou alguém,
Em um relacionamento eterno,
Com amor profundo,
Atração física intensa
Safando-nos dos problemas do mundo
Mostrando-nos que viver compensa
Perfeito em todos os níveis
Do relacionamento humano...
Mas, quem foi que disse
Que para amar
É necessário sofrer?
Pois bem, chego à conclusão de que,
Sonhar, amar sozinho, é para os corajosos.
Infelizmente, covarde sou!
Não costumo alimentar ego,
Ou ser mera figurante, em algum show.
A Solidão
O que significa solidão?
Será simplismente
o fato de estar
sozinho e abandonado?
Será o simples fato
de não ter ninguém
para escutar suas
confições e desejos?
Você pode estar
repleto de amigos
ao seu redor.
Porém se estes não
lhe compreendem
Isso é solidão...
PERFORMANCE
Eduardo B. Penteado
Bebia o velho poeta num canto de bar
Sozinho, esperando um metafórico apagar de luzes
Melancólico
Equilibrista
De lados opostos de seu bastão de cristal
Um cigarro seca o copo
Um gole apaga a chama
"Estou livre do verso, estou livre da trama!"
Jovens sóbrios caçoam do velho
O garçom ébrio reclama
Então, à meia-noite,
Voa longe a tampa do tempo
No canto escuro do barzinho sisudo
Nasce um personagem absurdo
"Sou o bêbado, sou o vagabundo,
sou o maior equilibrista do mundo!"
"Silêncio," bradou uma voz lá do fundo
E o poeta, moleque, fez-se de surdo,
"Sou seu beatnik, sou seu punk, sou o que há de mais imundo!"
Calou-se a platéia de incrédulos debutantes
Um garçom sóbrio, inexplicável
No qual ninguém havia reparado
Trouxe um candelabro de ossos
Uma a uma, as lâmpadas se apagaram
E se pôs a funcionar o gramofone quebrado
O futuro passou com escândalo
Silenciosamente, fez-se presente
E fugiu pelo espelho da contradição,
Deixando o poeta no meio do salão:
"Sim, vivi a vida, talvez
Como poucos coçaram a ferida
Como poucos comeram-na viva
Não sei, é claro
O que virá em seguida
Um sol hepático
Uma lua enfisemática
Uma aurora boreal sifilítica
Mais um dia
Homem, sorria!
Nunca olhei horizontes
Pois cada curva me dispersa
Eu olhava o que eu seria
E via o que eu não queria
O tempo passa, e a vida, devassa,
Escancara aos abutres a minha carcaça
A fonte da vida!
A chama da vida!
A fonte apaga a chama
Que a água vaporiza...
Venham, abutres!"
E todos nós fomos.
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