Sou Apaixonada pelo meu Namorado

Meu bem, alonga a tua [visão:

Estou em tuas mãos.

Sou primavera em qualquer

[estação,

Vamos dançar a valsa nos

Passos marcados pelo [coração.



Porque eu também ser

Samba e ser canção,

Depende como conduz a sua [mão...

Um pedaço de papel para

Escrever um samba [emoção,

Sou um jardim no teu [coração.



Agora vivo toda contente,

Buscaste um jeito de estar presente,

Perfumaste-me com o aroma da [paixão,

Os meus dias já não são mais os mesmos,

Eles têm sido de auroras e poentes intensos,

Você virou o meu sorriso sem motivo,

Um motivo para eu ser ainda mais calma,

E cultivar a minha [devoção].

⁠ Não sou louca

Nunca vou pedir para ficar
nunca vou implorar
Meu amor basta
para você ficar

Não sou mais aquela boba apaixonada
Se para você meu amor não valeu nada
Vai, sai da minha vida-te mostro onde fica a estrada

Nunca vou chorar por você
Não sou louca
Sei muito bem que irá beber
Minhas lágrimas num cálice
Com outra!

Não vou pedir para ficar
Sei que vai rir da minha
Cara tentando outra conquistar

Amo simplesmente
Se não merecer meu amor
Corto pela raiz
Antes que machuque
E vire cicatriz.

⁠Eu sofro quando ela sofre, e eu sou feliz quando ela é feliz. Eu não consigo distinguir onde eu termino e ela começa.

Glória

Vive dentro de mim um mundo raro
Tão vário, tão vibrante, tão profundo
Que o meu amor indómito e avaro
O oculto raivoso ao outro mundo

E nele vivo audaz, ardentemente,
Sentindo consumir-se a sua chama
Que oscila e desce e sobe inquietamente;
Ouvindo a minha voz que por mim chama

Em situações grotescas que me ferem,
Ou conquistando o que meus olhos querem:
Príncipe ou Rei sonhando com domínios.

Sinto bem que são vãs pra me prenderem
As mãos da Vida, muito embora imperem
Sobre a noção real dos meus declínios.

(in "Dispersos e Inéditos")

A porteira bate -
Do meu lado esquerdo,
A lua de verão.

meu cachorro velho
ouvindo com interesse
o canto do verme

Meu Deus, como ficam / sozinhos os mortos!

Maria-fecha-a-porta
ao toque do meu dedo:
ah plantinha tímida...

No embalo do rio
ao sabor da corrente
meu amor vai comigo

E por esta arte de conhecer os homens, digo-vos, meu filho, que se pode aprender, mas que não se pode ensinar.

A ociosa espada
sonha com suas batalhas.
Outro é meu sonho.

Ao lado do homem vou crescendo

Defendo-me da morte quando dou
Meu corpo ao seu desejo violento
E lhe devoro o corpo lentamente

Mesa dos sonhos no meu corpo vivem
Todas as formas e começam
Todas as vidas

Ao lado do homem vou crescendo

E defendo-me da morte povoando
de novos sonhos a vida.

A rã de Bashô
sai num pulo do haicai
dele para o meu.

Pequena, mas suficiente para mim, não depende de ninguém,
decorosa, e comprada com o meu dinheiro.

Porque quando alguém, meu caro, vangloria-se / de ser um homem honrado, depois de dar / a sua palavra, esta deve ser sagrada. // E mesmo que a estrada seja longa, feia ou bela, / custe o que custar, nem que ele tenha de ser morto, / mas a sua palavra deve ser mantida.

Só, tudo parece breu.
Um hálito ébrio vem de fora:
Estranho, mas é meu.

sol quente de outono
a mão do amigo morto
toca meu ombro

Folha de jornal
vem no vento ao meu pescoço;
cachecol de letras.

Manhã de frio.
Se fosse menino escrevia
Meu nome no vidro.

À sombra, num banco,
folha cai suave
sobre meu cabelo branco