Sonetos Pablo Neruda
A sala vazia
Ecoa a agonia,
Reflexo do silêncio
Que falou alto demais.
Para tantas palavras
Não ditas, não escritas,
Faltaram pedaços de vida
Momentos de ironia.
Faltou preencher
Com suor, lágrimas e alegrias,
O quebra-cabeça chamado vida.
Paladino de cristal
Anjos plantaram a semente da esperança
Longos dias se foram, sombrios e profundos
Gerando uma criatura reluzente, ingênua e mansa
Da utopia do sol nascente concebem-se dois mundos
Formoso tal qual o jardim de Órion
Insigne como a constelação invisível
Imponente como o pedestal de Hipérion
Égide como o Olimpo indivisível
No altar da magnificência, fadas bradam sem cessar
Que o santuário da perfeição está para nascer
Curvando-se todas as criaturas da Terra e do mar
Se regozijam com a chegada do príncipe do amanhecer
Uma gota de sangue escorre pelas estrelas do firmamento
Um grande arco dourado substitui a lua
A luminescência gélida cobre o astro rei
Com os pés descalços sobre a terra, dá ordens ao vento
E mudando as estações, a primavera recua
Gerando e concebendo um novo tempo, que solitariamente erguei
Sobras
São sobras e apenas isto
De tempo, esperança, descrença
De comida, de sonhos, de maldição.
De humanidade, dignidade, bondade,
Oferecida aos porcos, ratos tão desprezados.
Peles em decomposição, olhares tortos
Prédios em ruínas, sociedade corrompida.
Mal dizeres, que trazem as velhas novas!
Uma idolatria arcaica que poda o que é assombro.
E toda sombra sente a dor de uma alma colorida
Mesmo que seja envolto de sacos pretos
Pra se proteger dos azedos dedos do destino.
São restos de histórias, mistura clássica popular
Ignorância, indiferença, distração, corrupção,
Ingredientes de uma fraca socialização.
E a criança sorriu
E a criança sorriu,
Na beleza do seu sim,
Na sua brincadeira de ser inocente,
E na pureza de seu olhar.
No encanto tão aparente,
Talvez no descobrir da vida, latente,
Assim quem sabe ganhe um beijinho de presente.
Um belo abraço e um obrigado,
Por estar sendo ouvido,
Cuidado e amado.
Filhos, sobrinhos e amigos,
Pequenos soldados,
Treinados para vencer a dor,
Espalhar o amor e pintar o mundo
Com uma linda cor.
Pequeno poema sobre você
Quando Deus criou a flor
Deu teu nome e a chamou de amor,
Roubou de teu perfume para compartilhar,
E assim do teu encanto fez a beleza rara da pétala.
E assim toda vez que respiro o jardim da vida,
Lembro de ti, do teu amor, que me conquistou.
Sem teu olhar
Não me importa o quão profundo seja,
Não me importa o quão bonito seja,
Se não tocar seu coração,
Para mim de nada vale.
As rimas puras, jogadas na escuridão,
Sem teu olhar, nunca brilharão.
È só começar
O que é perfeito?
Será que você ama, a ponto de perdoar defeitos?
Talvez nem consiga enxergar em si, os próprios erros!
Consegue multiplicar, ou somente dividir?
Talvez em alguma hipótese consiga somar!
Mas amar vai além mar,
Desde cuecas jogadas, á dormir de pijamas no sofá!
Quatro letras que juntas encantam ou destroem um jantar,
Mas se der certo, pode pensar em casar!
Se não, para que chorar, o negocio é logo separar!
E se mesmo assim quiser tentar,
Um ótimo passatempo logo abaixo vou lhe falar,
È apenas um conselho, não precisa á serio levar,
Você sai comprar e ele um futebol jogar.
Assim felizes todos vão estar.
Será que nasci na família errada?
Aos 8 anos parece que nada se encaixa
Com 10 a minha dúvida se propaga
A minha casa não é o meu lar
Ou será normal as brigas todo dia?
Ninguém nunca quer a verdadeira resposta
Nessas horas a gente só queria ter alguma certeza
14 anos, percebo que é melhor guardar as dúvidas
Porque o mundo é movido por respostas
A única coisa certa é fazer agora
Porque ninguém te espera
E o que se faz quando até a família está separada?
Só não está longe por obrigação
E sua vida se torna sérvia a repressão
Devo escutar meu coração?
Largar tudo e morar perto do Japão?
Ou minto me dizendo que amanhã é diferente?
Parar para pensar nos deixa carente
Então, vou ganhar o mundo quando andar pelas ruas ainda sorridente.
É mais fácil chamar alguém de louco do que compreender o seu raciocínio.
Todos os vivos são loucos.
Todos os loucos são motivados por algo, por mais vivos que possam parecer.
0 a esquerda também deveriam ser reconhecidos.
Te olhar, e não dizer nada, é uma facada no peito.
Te amar pelos cantos retrata minha solidão.
Te ver e somente ver, não ouvir sua voz...
Sinto que perdi sua confiança, mas ganhei sua saudade.
Seus olhares tímidos, ao meu rumo, são os piores.
Eu sei que e tudo culpa minha, mas busco o perdão
Quando sonho com você prefiro não acordar.
Mas quando acordo, vejo que você está no meu passado.
Isso parte meu coração. Sei que não vai me perdoar
Mas peço a meu Deus que não me esqueça!
Esmeralda
Minhas lembranças desbotam com o tempo, elas murcham e morrem como meras rosas no jardim. Mas a esperança não, ela ascende e se expande como a reluzente luz do crepúsculo, cegando todos aqueles que ousam contemplá-la. É um sino que não cessa de soprar, mesmo quando todos já estão surdos e mal podem respirar.
E embora as minhas memórias estejam perdidas no inesgotável alfabeto de Hipnos, jamais serei capaz de arrancá-las, pois uma vez sendo morada do coração, a ternura torna-se um hospedeiro eterno, tal qual céu e estrelas, chuvas e trovões, relâmpagos e clarões, desejos e sensações.
E nada hei de fazer para esquecer a beleza do imaculado quadro da aurora , cujas letras escarlates e esverdeadas fizeram os anjos silenciar e os montes e ventos perderem seu etéreo resplendor, como um culto épico e soberano a beleza materializada em forma de uma simples mulher: a fada esmeralda dos sagrados vales do amanhã.
Eu vivo o hoje.
O passado é museu,
e o futuro,
eu planto sementes boas para colher frutos bons amanhã.
Confissão de solitário
Me alimento da fome.
Meu amigo é o tempo.
Respiro as fumaças das noites.
Tusso o vazio das águas, sem nada, dos meus pulmões.
Enxergo, quando enxergo, é apenas para me localizar no pântano frio de almas negras.
Meu interior é vazio, vago para qualquer corajoso passar.
Não tenho coração, se tenho, é de pedra.
Sou como a alma solitária, que quer ajuda, porém assusta...
Quando saio, chove.
Quando sorrio, e se sorrio, é de tanto chorar.
Sou o resto das queimadas de lugares tenebrosos.
A coisa mas intensa e mais importante que já provei foi o amor. Olhar para uma pessoa e vê que aquele sorriso era a única coisa que importava, nem a tristeza de uma perda fez eu deixar de sorrir.
Estava sorrindo com o amor e a tristeza dentro de mim, fazendo eu sentir o real sentimento da palavra AMOR.
A maior riqueza é aquela que não pode ser tomada, pois nasceu em um raio de águas eternas. Não se engane, as melhores coisas desta vida são de graça e acredite: a maioria das pessoas não as quer.
Olhe a sua volta: grande parte dos homens age pelos seus interesses, não pelos seus ideais, mentem para esconder a verdade e nem ao menos sabem quem são e pior ainda do que todas essas coisas expostas: possuem muitos bens, mas nenhum deles é capaz de lhes completar, visto que são absolutamente secos, vazios, ignorantes e desprovidos do maior de todos os atributos: o amor.
Para compreender o inteligente, é necessário pensar.
Para compreender o sábio, é necessário imaginar.
Para compreender o ignorante, é necessário hibernar.
Para os tolos, não basta apenas a apatia, a omissão e a covardia. É impreterível perseguir aqueles que escolheram a estrada inversa.
Com essa volúpia estúpida, regrada de sementes trevosas e de peçonhentos grãos, eles intentam em realizar alusivamente o maior de seus objetivos pessoais: o de ver seus semelhantes serem embriagados com uma preguiça irreversivelmente eterna que terá força para transformar o universo em uma esfera multicelular de mulas ambulantes – tendo tais patetas como “líderes” supremos e absolutos do bando –.
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Camille
Deixa dizer-te os formosos cânticos do meu coração
Que a minha alma tanto repulsa pela emoção e pela dor
Foram moldados com carinho, ternura, brandura, zelo e amor
Petrificados na ânfora de Atena com a força de uma paixão
Camille, tu que viajas nas cataratas eternas, deleitando-se
Nem de longe esquece-te do imponente ser de garras e rugido
Oh minha sonhadora: de mechas loiras, ruivas e traje brunido
Quero viajar para sempre nas quedas celestiais, acariciando-te
Tu matastes a morte com a flamejante espada da esperança
E me destes a vida, criando um paraíso que nunca poderei igualar
Cravando o sagrado opúsculo nas areias do Chronos hodierno
Por ti, sofro nas mãos cruéis e perversas do soldado da vingança
Tudo para cavalgar pela última vez, rumando para o reino basilar
Unindo-me para coabitarmos no paraíso cróceo, flavescente e eviterno
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