Soneto da Falsidade de Vinicius de Moraes
SONETO
Às vezes é só o tamanho da sua alegria
às vezes é só o tamanho da sua decepção
às vezes não é, nem um e nem outro
às vezes são só coisas do coração
muitas vezes são só palavras
em outros casos oração
algumas vezes são viáveis
outras vezes é a situação
todas as alegrias gritam
todas as tristezas somem
todas as palavras voltam
tudo a sua volta, sente
tudo em você é diferente
tudo na vida mostra a gente.
B.
Soneto ao amigo
Ao descaso da vida te encontrei
Perdido por momentos de alegria
Entre duvidas eu chorei e ri
E tu, apenas ficaste ali, olhando-me...
Poderias virar as costas ao momento
Podias fechar os olhos ao trabalho
Podias passar um melhor momento
Mas não tu ficaste apenas, ali, olhando-me...
No teu silencio, na tua presença, fiquei forte
Nas tuas palavras sábias e severas de conforto
Ganhei a coragem de enfrentar mais um dia...
No teu abraço, no teu enxugar de lagrimas
Eu senti-me importante e curei as feridas
Que só tu, apenas tu o soubeste fazer...
SONETO DA AMADA
Mulher da pele morena,
Dos cabelos enrolados;
Ninfa do corpo belo,
Dos olhos dissimulados;
É tu que tiras meu sono,
É tu que me faz dormir;
Faz-me esperar ansioso,
Quando prometes vir;
De dia penso em ti,
À noite sonho contigo
E acordo tão sozinho,
Até parece castigo.
Teu amor é como o vinho,
Do teu amor eu bebi.
Soneto Da Liberdade
É mais um dia de sofrimento
Estou presa e não posso me libertar
Quero livrar-me de tanto tormento
Por favor, te peço,venha me salvar.
Sou escrava das lembranças do passado
Vivo presa em um tempo que já passou
Não quero viver em um mundo isolado
A alegria se foi e só tristeza ficou.
Se já não existe mais nada
Porque ainda choro pelo o que passou?
Essa vida é mesmo bem engraçada.
Por qual motivo tem que ser assim?
Me liberte desse amor que acabou
Vou em busca da liberdade até o fim.
Soneto do Pantanal
Nosso maravilhoso Pantanal
As paisagens perfeitas que o compõe
E tudo o que a ele pertence é especial
E muita felicidade nos propõe.
Pantanal, um lugar cheio de riquezas
Todos os bichos são diferentes
Porém cada um tem suas belezas
Belezas que igual jamais vistes.
Garças e tuiuius mostram seu encanto
Os pássaros e os outros animais
Em seu louvor espalham seu canto.
Muitas maravilhas para admirar
A natureza e os mais belos animais
Enfeitam esse deslumbrante lugar.
SONETO XVI
Como um doce a provar
Assim era o que sentia ao te abraçar
Uma doçe voz a te escutar
Quando ao meu ouvido vinha falar
E assim passei os dias com voçe
Nao havia melhor coisa a fazer
Se nao simplismente canatr
Que havia nascido pra te amar
E assim sem cometer enganos
Entre todos nossos arranjos
A ver estamos tentando
Chamando todos os anjos
Soneto torto sobre flores e desespero
Nosso quarto sem você é um mar de solidão
Onde me afogo na cama vazia
As flores do jardim, uma a uma na escuridão
Também esperam o raiar do novo dia.
A aurora renova a esperança
Que o sol que nos move e ilumina
Porto feliz onde meu coração descansa
Presenteie-nos com sua silhueta divina.
O crepúsculo vespertino no horizonte que venero
Recolhe mais um dia de espera, de dor lenta que lacera
Ao meu suave modo me desespero.
As ondas da noite fria
Me carregam novamente para o mar de solidão
Onde me afogo na cama vazia na espera do novo dia.
SONETO LASCIVO
Em um poço atroz revestido de luxúria
eu mergulho, em insanidades, todos os dias
profanando o mandamento sagrado e a carne sã...
Tornando-a despedaços, lugubremente fria.
Abro os portais para o dia funéreo
em que a lascívia corromperá os fiéis;
maldições, preces ressoam em gritos dolorosos
iniciando a sombria inversão dos papéis.
E nesta luxúria sou um impávido soberbo;
impetuoso seguidor dos prazeres da carne,
onde qualquer idólatra se torna um homicida.
"Porque tudo o que há no mundo -
a concupiscência da carne, a concupiscência
dos olhos e a soberba da vida [...]".
SONETO EM A
Ah! Paixão volátil que se dissimúla
Ao sabor dos ecos do vento da emoção
Agindo nas veias o sangue coagúla
A furtar-me o tênue fio da razão.
Atônito ante seus olhos reluzentes
Almejo ver seus sonhos seus segredos
Acordo encarcerado em correntes
Atado e impedido então me vejo.
Ao menos no olhar minha te tenho
Assim grilhões não me podem conter
Amando-te no silêncio, me contenho
Aline, que a um olhar aprisiona
Aos mortais que em tua órbita passeiam e
A cada instante por ti se apaixonam.
SONETO DO AMOR PERDIDO
Desejo-te toda a felicidade dos meus dias,
Para que enfeites a tua vida com amores...
Só não te desejo as minhas loucas utopias
Que são quentes, às vezes vãs, e sem cores!
Por onde andar espalhe as minhas alegrias
Porque são divinas, sem regras e sem dores...
Mas não se esqueça, amor, das melancolias,
Que a dor me fere, em fragrância de flores...
A minha alma se despede do teu mundo
Alegre, mas com um sentimento profundo
Porque já não sou, amor, a sua realidade...
Eu tremo, estou em prantos, mas sou forte
Para enfrentar o momento triste da morte,
De um amor, que em mim jurou eternidade!
SONETO DO DESEJO
Ao tempo em que me viu amor
Depois de tão sentido passar
Em fremente paixão com tão primor
Esquece ao mundo por encontrar...
Não tem mais sentimento nem ardor
Qual este cumprido a inflamar
Com tão sorriso e com tão fulgor
Em outro corpo por ti provar...
Deste colo quente com tão desejo
Que o viveu momento igual ao meu
Em conforto será por um só beijo
Se ao seu corpo por tão profundo
O sentir igual ao mesmo seu
Tremente aos lábios por um segundo.
Entre as brumas da saudade
De quem faz suspirar um soneto
Onde descansa a rosa do meu coração
Da minha prece feita em oração.!
SONETO DO DESENCANTO
Meu verso hoje é de saudade
É lembrança amarga dorida,
É pétala doce ferida
É dos lábios o gosto acre.
Meu verso é ferida d’alma
É cântico de sofrimento,
É do amor o desalento
Do poeta que inda chora.
E nesses versos de solidão
De dor e desencanto
No peito um coração,
Se rasga em pranto
Recordando a desilusão
Por ter se apaixonado.
SONETO DO DESEJO
Queria ter-lhe em braços afetuosos
despir-te em versos de malicias,
cobrir-te com plumas de anjos
beijar-te com poesias (caricias).
Queria ter-lhe em céus de primavera
em noites calmas silentes,
um amor que inda pudera
ser puro...inocente.
Queria ser-te sorriso
beijo apaixonado,
paixão no inicio
poeta enamorado,
queria estar no paraíso
para sempre ao seu lado.
SE A VIDA TE AFLIGE
Se a vida te aflige...
Faz dela um poema...
Faz dela um soneto,
Sem um pingo de desencanto.
E que de encantos,
Encante-se o verbo ao mundo.
Se a vida te aflige...
Torna-te um poeta...
Faz dela um belo poema...
E do mundo - a tua inspiração.
Soneto Da Solidão
Me sinto só e prisioneira.
Ergui muros de ilusões.
Das minhas dores e decepções.
E recusei levantar a bandeira.
Quem me dera voltar atrás.
E erguer a bandeira da paz.
Ignorei a sua doce compreensão.
Fui jogada às traças na minha desilusão.
Hoje corpo seco de saudade.
Dos tempos da minha mocidade.
Quem me dera, quem me dera.
Sair dessa triste solidão.
Povoar seu doce coração.
E viver nova primavera.
SONETO DO DESLUMBRAMENTO
Como é bom namorar minha princesa
O coração bate mais palpitante
Meu sorriso nasce mais cintilante
E o mundo parece ter mais beleza
Até a libido tem mais pureza
Pois o amor, em nós, é uma constante
Tudo e tanto em apenas um instante
O teu querer é a minha certeza
Não quero acordar deste lindo sonho
Que mudou a minha realidade
E uma vida perfeita lhe proponho
Meu coração é só serenidade
E esse sentimento sem tamanho
Nos unirá por toda eternidade.
SONETO IN SAUDADE
Sou um verso inacabado
Um pouso sem céu
Um poço sem fundo
Um vazio alado .
Meus instantes soam ventania
Meu ar anda vestido de solidão
O pensamento vaga na ilusão
Numa inquieta e infinda agonia .
Vivo escorregando no tempo
Num poema rasgado e ansiando alento
Sob um pano de fundo se perdendo de mim .
O outrora sempre me persegue
Inda que no presente o vento me negue
Mas sem pedir a saudade sempre pousa por aqui.
Soneto aos poetas da madruga
Aqui vossa presença eu consagro
Às ervilhas podres da madrugada
Vaga quem porta um sentimento amargo
E tão frágeis são quanto uma maçaneta enferrujada
Peço perdão, pela métrica usada
Sei que não vos convém a academia
Pois a vós a ideia não foi doutrinada
Encaixamos a alma onde o imaterial se distorcia.
Com sucesso, lhes envio um salve
Se é poesia em imagem, letra ou movimento
Ou vida esculpida no incorrupto mármore
Hoje a noite não é de Vinicius, ou Camões
Da noite a poesia vive meus irmãos!
Sagrado é o caos, dentro de vossos corações!
SONETO DA CREDIBILIDADE PERDIDA
(Para dar um jeito na amizade fingida)
Um traidor chegou todo faceiro numa quitanda/e quis comprar alguns quilos de credibilidade./O vendedor o expulsou. Num terreiro de umbanda,/o Infeliz foi solicitar o apoio de uma "entidade".
-"Por favor, seu 'caboco', eu preciso de sua ajuda,/não entendo como conseguir a capacidade de mudar de vida./Estou sentindo a dor de um sufoco que não muda/e então eu pretendo readquirir a minha credibilidade perdida".
Após escutar a solicitação do cabra da peste,/a "entidade" impedida de dar a ajuda solicitada,/ disse: - "Tu irás penar por cada traição que fizeste."
A credibilidade perdida não pode ser comprada/pela Infernal escória, sem respeito e nem consideração./Eis a bela a moral da história pra quem tem feito traição.
Paulo Marcelo Braga
Belém, 17/03/2015
( 03 horas e 42 minutos)
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