Soneto da Falsidade de Vinicius de Moraes

Cerca de 150443 frases e pensamentos: Soneto da Falsidade de Vinicius de Moraes

ABANDONO (soneto)

Silêncio mudo, rente ao meu lado
Como uma melancolia a sussurrar
Há cem mil sensações a me olhar
E o pensamento vagando isolado

Tanto abraço desesperado, atado
Na imensidão do tempo sem lugar
E inspiração rútila a me abandonar
Todos os dias aqui no árido cerrado

É a solidão, cega, áspera e tão fria
E a nossa vida ficando mais breve
E as nossas mãos sem afável valia

A hora passa, e cobra a quem deve
São as horas que sentencia a poesia
O efêmero, tal a rapidez descreve...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30 de março de 2020 - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

JUVENTUDE (soneto)

Lembras-te, poesia, quando, era só alegria
Ao fim do dia, o pôr do sol mais que luzidio
Era arrepio na alma, e a satisfação persistia
E em teus versos canto de juventude no cio

Tudo era ingênuo, melodioso e de fantasia
Felizes, ambos, íamos trovando o desafio
Fio a fio, nas venturas com a boa teimosia
Ecoando em nós o inato recato de ter brio

Tudo era longo, e o agora mais duradouro
O azul do céu num infinito da imaginação
E o amanhã no amanhã, um novo tesouro

E em nosso olhar, aquela tão mágica visão
De que tudo é possível no sonhar vindouro
E o mundo seguia mundo sem preocupação

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31/03/2020, 14’27” - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

BREU PROFUNDO (soneto)

Em cada estrela no céu a palpitar
Na imensidão do breu profundo
Me sinto agora em outro mundo
Quase sem ruído, tudo a silenciar

Noite. De um negror moribundo
O veto proceloso na greta a uivar
E o sonho sem ter como sonhar
As horas mais lentas no segundo

E a voz da solidão no abandono
Que nas sombras se escondem
Azoado, sinto o hálito do sono

Minha alma tal como um refém
Devaneia na saudade sem abono
Na escureza velando por alguém

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
01/04/2020, 19’29” - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

AMOR & POESIA (soneto)

Cuidei que o afeto voasse
Pelo céu do cerrado afora
E para versar então agora
Inundei o senso de enlace

Perdido no diluvio da hora
E para que tudo não passe
De uma ilusão sem classe
Trovei paixão para aurora

Porém, insoniava, malfada
A vil opressão que só trazia
Incerteza no peito sufocada

E, assim, que alvorou o dia
Afago embalou a madrugada:
E aninei com amor a poesia!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02/04/2020, 04’15” – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

ESTÁ A AMAR (soneto)

O amor não é somente
Uma poesia a se compor
São versos dum sedutor
No coração em semente

Cresce no desejo, é sabor
Mais que o simplesmente
Que o propósito da gente
Mais que ser um rimador

Tem na trova algo maior
Que a rima nunca mente
E o cheiro de prosa no ar

Na inspiração cortês vetor
Uma composição diferente
Ao poeta que está a amar...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03/04/2020, 16’24” – Cerrado mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO OCULTO

Tua poesia veio a mim. Donde viera?
Que canto? Que harmonia? Encanto
Rima doce: - tão sossegada quimera
De leve compasso verso sacrossanto

Inspiração de furiosa paixão sincera
Magnetizando os meus olhos, tanto
Em cada estrofe, que o ledor espera
A todo a leitura, e a todo o recanto

Ai! eu nunca mais consegui esquecer
A fleuma das trovas que ali exalava
E em cada linha o sentimento eleito

E a emoção subiu ao peito sem conter
Os suspiros, que cada verso provocava
Ah! versar: terno, amoroso e perfeito!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03/04/2020, 22’32” – Cerrado mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO INDOMÁVEL

Ó pranto! À dor, quando, entranho
Fico sem rumo certo pelo cerrado
O anoitecer, quando, chega calado
Tudo é solidão, e em nada é ganho

Tristura, fria, que pesa no passado
O vento é poeira de ardor estranho
E a hora lenta e tão sem tamanho
Que o olhar vazio, alheia, fissurado

No meu alvo silêncio, rude insônia
Clamo por todo o arrimo, em vão
Nada escuta, indigente cerimonia

Invento um verso, tento, e tento
E rasgo-o, continuas sem demão
Tudo é indomável no sentimento

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04 de março de 2020 – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

COBRA CEGA (soneto)

Era a saudade, saudade crua que vela
A solidão. Com a impostura do pranto
Que sente falta, partida em um canto
Do coração, que se veste da dor dela

Era a lembrança! Curvada na janela
A esperar que se quebre o encanto
E no horizonte desanuvie do manto
Da noite vazia, e se torne leve e bela

Era a angústia com a sua tristura cada
Era o seu silêncio e o seu tempo lasso
O desespero na negrura da madrugada

Que brincam, com o desanimo crasso
De olhos vendados, e a ventura atada
De cobra cega com o prazer escasso...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05/04/2020, 15’11” – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Meu terceiro soneto
A fome
É um vazio na barriga;
É sentir o cheiro da comida e não poder saciar;
É a dor de ver uma criança chorar por um prato de comida;
É pedir a alguém um "restinho de comida" que sobrou do jantar;

É perceber que o que você ganha não é o suficiente ;
É ouvir o choro dos inocentes por um pedaço de pão;
É um gesto de homens, mulheres e crianças estirando uma das mãos;

É ver os pobres apanhando migalhas do chão;
É o sacrifício de não conseguir trazer para casa o pão nosso de cada dia;
É a geladeira de muitos cheia e a sua vazia;
É a mãe enganar a criança deixando ela mamar no peito vazio;

É para o mundo um grande desafio;
É tornar um homem,muitas vezes,um bicho;
É catar comida no lixo.
Poeta Adailton

Inserida por adailton_ferreira_1

⁠CHAMAMENTO (soneto II)

Este sentir puro, cuja o afeto derrama
Na poesia, no coração, em toda parte
Que a alegria com o celebrar reparte
E o meu peito apaixonado proclama

este sentir, cujo o olhar me inflama
que tem varia peculiaridade à parte
e no sentimento dourado baluarte
nos meus versos é belo panorama

e essa tal sorte, não é apenas acaso
é querer, sonho, que eu me abraso
nos teus abraços, e tua terna cama

és tudo do meu desejo, do querer
onde estava que não pude te ver?
Pois a muito meu amor por ti chama!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07/09/2020, 05’46” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO DA SAUDADE

Saudade – o olhar do outrora andando
e o pranto, uma lágrima na lembrança
deslizando. Saudade! os dias de criança
cantigas de ninar e de roda: cantando!

Noites, até às 10 horas, na vizinhança
a meninada, na diversão, em bando
na chuvada, muito mais que amando
saudade ingênua de dias de pujança

Saudade – asa da dor no sentimento
Recordações vans do tempo ao vento
Ai! dantes no pensamento em guerra

Saudade – “o que fica do que não ficou”
a velha mocidade, que hoje já passou...
O apito da “Mogiana” da minha terra!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09/09/2020, 10’07” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Um soneto a céu aberto

Da vida passando mal me lembro
Julho orquestra a geada lá fora
Pisco os olhos em dezembro
É o tempo maestrando a hora

Os planos que refaço em desgosto
São leões devorando a sobra
Entre meio janeiro é agosto
Desafiando o relógio e a obra

Livres são os amigos que partiram
Desacorrentados do ponteiro
Da prisão temporal eludiram
Silenciando o tic-tac sorrateiro

Sou náufrago no espaço-tempo
Rimando um teorema incerto
Em outro poema reinvento
Um soneto a céu aberto

Inserida por michel_goulart

⁠Soneto

Será se é fácil pelejar? Mesmo que o guerreiro não veja temor. A coragem e a pureza, são caminhos do arrojor. Assobio o soneto do acalento, para aquele que desistir até cair. Lembre que a esperança é a última que morre, mesmo que a história não tenha um fim.


Allan Cristian

Inserida por AllanCristian12

Após a leitura do soneto
murmurei: atrevido!...
Com se atreve a provocar meu pensamento,
se eu ainda não tenha isso vivido!?

Tua boca mesmo longe atiça
meus desejos que são: te levar a uma plantação,
onde cultivo girassóis e lá te faço pirraça,
sentada em teu prazer, sinto até o pulsar do teu coração.

Nada tenho a alegar, sou simples e antiga,
flor de algodão, que aprendeu com os bichos
tudo que há na terra, do milho a espiga.

Mesmo a distância, já fiz contigo tudo
que o amor deseja, e você sem nada saber
que já me partiu, e talvez diga: Isso foi quando?⁠

Inserida por ostra

Soneto
Sabiá Laranjeira


Vem Sabiá Laranjeira
Cante pra mim uma canção
Seu canto forte, melodioso
Encanta-me, alegra meu coração.


És símbolo do meu Brasil
Onde fez seu ninho permanente
Aqui cantas a paz e o amor
E és dispersor de semente.


Nos pomares busca alimentos,
Livre, saltitando pelo chão
Encontra insetos desatentos.


Faz alvorada com seu gorjear
E serenata ao anoitecer
Pra sua amada conquistar.

Inserida por marta_souza_ramos

⁠Um panorama,
Tantas possibilidades
Um soneto que declama
Inquietação, serenidade.

Inserida por michelfm

⁠Soneto Vida


O grande mistério da vida
Com toda a docilidade
Uma conduta mais atrevida
Nos oferece a crueldade;

A criança alegria e liberdade,
Juventude um encanto e doçura,
Nos brinda com amargura
A sua tão fragilidade,

Ensina - nos a ser forte,
Entendemos que não é sorte,
A felicidade com trabalho merecido;

Dores aprendemos a suportar.
A velhice o amargo esperar,
Num canto talvez esquecido.

Set/01/10
Missias

Inserida por MIssias

⁠SONETO DESBOTADO

De tiranas nostalgias, sobrevivido
o fado, vou suspirando, e vazado
vou passando ao ocaso passado
dos dias onde o jeito é nascido

O agrado em rasgas dividido
corre da satisfação apressado
pro vazio, palpita compassado
na solidão, em pesar convertido

E, murmurando tão cruelmente
o trovar alvorece no desalento
e um aperto no peito então sente

Oh! má sorte, no amor sedento
Que vive a lastimar no poente
desbotando está o sentimento!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
04/10/2020 – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

Soneto da saudade
Quando de saudades eu viver
E a solidão me assombrar
A certeza do incerto acontecer
E essa peleja começar
Essa angusta ao anoitecer
Afligindo o meu pensar
Me levando a perecer
Sem quer reanimar
Oh que dor sufocante
Tire de mim agora!
Remova neste instante
Se Deus me levasse embora
Seria reconfortante
A esse coração que chora

Inserida por DiegoAzevedo

Soneto da distância
⁠Quando dois corpos querendo se tocar
E a distancia o fazem separados
Esperam o ansiosos o tempo passar
E acalmar os corações atribulados
A esperança o fazem acreditar
Que ao fechar os olhos serão confortados
Isso os farão relembrar
Que quando ama não esta isolado
Assim, quando a noite chegar
E a solidão não te fazer bem
E no céu só restar o luar
Sei q vai olhar pro céu
E estarei olhando pra lá também
E estaremos unidos por um mesmo véu

Inserida por DiegoAzevedo