Soneto da Espera

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SONETO DE PERDÃO

Meu amor, peço-te: não fiques triste
Se algum mal, porventura, te fizer
Pois nosso sentimento me persiste
E perdurará haja o que houver

Meu amor, vem cá: dê-me tua mão
Pensa: se o mal que foi-te cometido
Foi, por mim, feito a ti despercebido
Não sou, por fim, digno do teu perdão?

Quem ama sabe, sim, que sofre e morre
Sabe também que vive à redenção
Assim que vive, e morre, quem se entrega

Se nada vale a vida que decorre
Sem teu perdão, (oh!, dor que me carrega)
Diz-me, então: de que vale amar em vão?

Soneto do(a) lobo/ovelha

Somos todos brancas ovelhas,
Em um rebanho soturno e misterioso
Quando da verdade ascendem a centelhas
Adentro no rebanho surge um lobo.

O preço faz caro, muitos danos e perdas
Livres ao caos, reluzem as máscaras
Caídas na grama entre tantas ovelhas
Qual for lobo, não será identificada

Sou eu, um lobo ovelha?
Ou uma ovelha lobo?
Um caçador dissimulado, de fábula velha

As máscaras estão aqui e também ali
Criamos nossa própria ovelha
E andamos pela sombra, disfarçados por aí.

SONETO DUM PISCIANO

Sou peixes, das águas da emoção
dum olhar profundo, sou cardume
que bóia na nascente do coração
das irrigas condoídas, e de nume

Ter zelo e dedicação, sua missão
doar-se num dos lados do gume
alma encharcada de expressão
gota a gota, afeto com perfume

Banha o outro nas tuas chagas
içando doçura nas tuas austagas
peixes, místico servidor do amor

Neste mar, e com suas dragas
devora a tirania, e as pragas...
Do zodíaco, eterno sonhador!

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

SONETO EM A

Ah! Paixão volátil que se dissimúla
Ao sabor dos ecos do vento da emoção
Agindo nas veias o sangue coagúla
A furtar-me o tênue fio da razão.

Atônito ante seus olhos reluzentes
Almejo ver seus sonhos seus segredos
Acordo encarcerado em correntes
Atado e impedido então me vejo.

Ao menos no olhar minha te tenho
Assim grilhões não me podem conter
Amando-te no silêncio, me contenho

Aline, que a um olhar aprisiona
Aos mortais que em tua órbita passeiam e
A cada instante por ti se apaixonam.

Entre as brumas da saudade
De quem faz suspirar um soneto
Onde descansa a rosa do meu coração
Da minha prece feita em oração.!

Soneto Da Solidão

Me sinto só e prisioneira.
Ergui muros de ilusões.
Das minhas dores e decepções.
E recusei levantar a bandeira.

Quem me dera voltar atrás.
E erguer a bandeira da paz.
Ignorei a sua doce compreensão.
Fui jogada às traças na minha desilusão.

Hoje corpo seco de saudade.
Dos tempos da minha mocidade.
Quem me dera, quem me dera.

Sair dessa triste solidão.
Povoar seu doce coração.
E viver nova primavera.

SONETO DO DESLUMBRAMENTO

Como é bom namorar minha princesa
O coração bate mais palpitante
Meu sorriso nasce mais cintilante
E o mundo parece ter mais beleza

Até a libido tem mais pureza
Pois o amor, em nós, é uma constante
Tudo e tanto em apenas um instante
O teu querer é a minha certeza

Não quero acordar deste lindo sonho
Que mudou a minha realidade
E uma vida perfeita lhe proponho

Meu coração é só serenidade
E esse sentimento sem tamanho
Nos unirá por toda eternidade.

SONETO DA AMIZADE.

Confesso-te tudo minhas amigas e amigos
Os meus segredos
Conto te tudo meus queridos
Os meus anseios e medos.

Amor incondicional
Não se sabe quando começa
Se esta mal
Ajuda-te depressa

Sentimento tão nobre
Quem não te conhece
É um coração pobre

Todo ser tem necessidade
Um sentimento que enobrece
Tu és bendita Amizade

Soneto para sua Felicidade


O motivo do meu sorrir é o teu riso,
E tuas lágrimas é o motivo do meu pesar.
Mas eu escolheria o meu pesar para que tu tivesses para sempre esse teu sorriso,
Mesmo que eu passasse minha vida triste e a chorar.

Seria o primeiro “triste-feliz” do mundo.
Triste por um motivo qualquer e só isso...
Mas feliz por ver teu sorriso se abrir para o mundo!
E todo mundo veria a ti com outro sorriso,

Alguns chorariam rindo ou sorririam chorando,
Mas a alegria que procede do teu riso,
Cessaria qualquer pranto!

Só o meu que continuaria,
Por que eu escolhi teu sorriso,
E preferi de qualquer vil tristeza o seu manto!

Soneto ao tempo

Por que deixar o tempo cauteloso
Desenrolar assim nosso destino
Nos protelando vagaroso
Brincando feito um menino

Se esse tempo soubesse
O pouco tempo que tenho
Até faria uma prece
Como a fazer sempre venho

Se esse tempo tormento
Entendesse dos meus anseios
Não perderia mais tempo

Enfim, se esse tempo saudade
Tivesse de mim compaixão
Esconderia a verdade,
dentro de uma canção.

Soneto Da Liberdade


É mais um dia de sofrimento
Estou presa e não posso me libertar
Quero livrar-me de tanto tormento
Por favor, te peço,venha me salvar.

Sou escrava das lembranças do passado
Vivo presa em um tempo que já passou
Não quero viver em um mundo isolado
A alegria se foi e só tristeza ficou.

Se já não existe mais nada
Porque ainda choro pelo o que passou?
Essa vida é mesmo bem engraçada.

Por qual motivo tem que ser assim?
Me liberte desse amor que acabou
Vou em busca da liberdade até o fim.

Soneto do Pantanal

Nosso maravilhoso Pantanal
As paisagens perfeitas que o compõe
E tudo o que a ele pertence é especial
E muita felicidade nos propõe.

Pantanal, um lugar cheio de riquezas
Todos os bichos são diferentes
Porém cada um tem suas belezas
Belezas que igual jamais vistes.

Garças e tuiuius mostram seu encanto
Os pássaros e os outros animais
Em seu louvor espalham seu canto.

Muitas maravilhas para admirar
A natureza e os mais belos animais
Enfeitam esse deslumbrante lugar.

SONETO XVI

Como um doce a provar
Assim era o que sentia ao te abraçar
Uma doçe voz a te escutar
Quando ao meu ouvido vinha falar
E assim passei os dias com voçe
Nao havia melhor coisa a fazer
Se nao simplismente canatr
Que havia nascido pra te amar
E assim sem cometer enganos
Entre todos nossos arranjos
A ver estamos tentando
Chamando todos os anjos

Soneto ao amigo


Ao descaso da vida te encontrei
Perdido por momentos de alegria
Entre duvidas eu chorei e ri
E tu, apenas ficaste ali, olhando-me...

Poderias virar as costas ao momento
Podias fechar os olhos ao trabalho
Podias passar um melhor momento
Mas não tu ficaste apenas, ali, olhando-me...

No teu silencio, na tua presença, fiquei forte
Nas tuas palavras sábias e severas de conforto
Ganhei a coragem de enfrentar mais um dia...

No teu abraço, no teu enxugar de lagrimas
Eu senti-me importante e curei as feridas
Que só tu, apenas tu o soubeste fazer...

SONETO VELOZ

Da varanda vi a meninada jogando bola
No vizinho a moda de viola ia distante
Tornando o meu pensamento pensante
Que a vida é levada numa veloz padiola

Ao sentir que o tempo na hora é dante
E um ilusionista estradeiro e sem sola
E que não nos espera em sua charola
Me vi diante duma saudade palpitante

Lembrei o primeiro amor, a juventude
As fotos amareladas, agora no ataúde
Dum passado, tão forasteiro de heróis

Fiquei com a recordação ali amiúde
Com os argumentos tão sem atitude
E que tanta coisa ficou para depois...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
Mineiro do cerrado

NA PELE DO CERRADO (soneto)

Pulsa mais do que se pode ouvir
Vário mais do que deve imaginar
Mas, não se pode nele se banhar
Sem nele o teu chão os pés sentir

Aqui, pois, o céu é do azul do mar
Teu horizonte na vastidão a reluzir
Num encarnado que nós faz ouvir
Tons no vento no buriti a ressonar

O contraste é somente pra iludir
Hibernando e, encantado o olhar
No árido inverno dos ipês a florir

Num espetáculo que vai embalar
Do marrom ao virente a se colorir
Pele do cerrado, agridoce poetar

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano

DRAMA (soneto)

Quando é que o afeto meu terá encontrado
a sorte duma companhia pra se apresentar?
Quando é que na narração poderei conjugar
Assim, despertarei de então estar deslocado

Se sei ou não sei, só sei que eu sei atuar
E se eu estarei ou terei ou se está iletrado
É impossível de inspirar, o ato está calado
Pois, o silêncio discursa sem representar

O aplauso alheio pulsa, mas de que lado?
Na cena a ilusão é expulsa e, põe a chorar
Impossível imaginar atuar sem ser amado

E este drama sem teatro, e ator sem teu lar
De comédia trágica, no peito, então atuado
É amor e fado, no palco, querendo ser par!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano

DEMÊNCIA SENIL (soneto)

Nos fios brancos do silêncio, a quietude
Nubladas recordações, escura solidão
Horas lentas no tempo, e vazia emoção
Que tateiam o que outrora foi plenitude

E nesta distância do devaneio e o são
O mesmo mutando numa outra atitude
Tremulando o olhar numa lacuna rude
Sorrindo sem riso e andando sem chão

E no papel sem margem, a negrutude
Que esgaça a ilusão sem dar demão
Onde tudo é vagar e pouca amplitude

Assim, neste empuxo sem ter tração
Se não reconheço, sabes do que pude
Então, assiste este sóbrio senil coração

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano
À meu velho pai

VIVO VIVENDO (soneto)

Vivo por viver vivendo a vida somente
Agradecido, sempre, sou eu por ela
Que me dá mais que posso ter dela
Agraciado com dádiva tão presente

E nesta deste amor tão diversamente
Faz dos dias sorrisos, e a alma bela
Em cada passo o bem em sentinela
Onde no peito este ato não é ausente

E a vida vivida na vida, vida me traz
Mutuando o pranto pela felicidade
Quem dela prova, ventura é capaz

De, com alegria, ter a fraternidade
Viver vivamente tudo conseguirás
Levando no ser paz pra eternidade...

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
Sexta feira da paixão

SONETO ANTIFASCISTA

A barbárie caminha a passos largos
E as hienas aplaudem sem pudor,
Sem pensar nos embargos. E os embargos,
No seu bojo, trarão tristeza e dor.

Se os canalhas ocupam altos cargos,
E se o tempo se mostra aterrador,
Colheremos os frutos mais amargos
Vendo o sangue que jorra e mancha a flor.

Depois disso, não mais as primaveras,
Só a luta que brota das esperas,
Ante a fome que mora nas calçadas.

Depois disso, a revolta dos descalços
Sufocada na paz dos cadafalsos
E abafada nas frias madrugadas.

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