Soneto Amor Impossivel
HÁ TEMPO PARA TODO PORÓSITO (soneto)
Quero poetar-te assim, num pôr do sol
Cantos dos pássaros e um céu azulado
Inspirado num poético e airoso arrebol
Com retórica cheia de tom apaixonado
Igual ao cântico cadenciado do rouxinol
Quero, também, com emotivo significado
Um olhar intenso tal a um lustroso farol
Quero poetar-te com o sentimento alado
Minha poesia pra te quer mandar flores
Ter teu cheiro impregnado com sabores
Em cada toada, e que não a deixe ao leu
Então, com o aformoseamento na trova
No certo que o amor se refaz, se renova
Lanço estes enamorados versos pro céu.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20/07/2025, 19’50” – Araguari, MG
Soneto para Brasília
Brasília, capital do meu coração,
Tão jovem e tão cheia de história,
Com sua arquitetura inovadora,
Símbolo de uma nação em construção.
Nas tuas ruas largas e avenidas,
És palco de tanta diversidade,
Culturas e povos que se unem aqui,
Numa mistura de paz e igualdade.
Teu céu é um espetáculo à parte,
Com cores únicas que encantam,
E o sol nasce majestoso no horizonte.
Brasília, és orgulho desta terra,
E mesmo com o passar dos anos,
Continuas sendo um sonho realizado.
SONETO DIVIDIDO
Meu sonho busca o verso eternizado
De ver o soneto no pódio da inspiração
Traçando prosa de tão doce sensação
De agrado, alegria, de afeto cobiçado
Minha ilusão chama pela mesma razão
De tal glória, assim, sendo, torneado
Onde o amor sempre seja glorificado
E, o ledor aplauda com brava afeição
Mas, nada é tão simples, tão comum
Na busca de ter o sonhado, mais um
Inolvidável, no diverso das emoções
E, então, o propósito amordaçado
Num soneto dividido, despedaçado
O vi disperso na trama das cisões...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Junho 23, 2022, 05’45” – Araguari, MG
Soneto saude emocional
A minha vida nao e colorida
Mas e vivida sem dopamida
Serotonina e uma coisa que
Nunca achava nos meus dias
Amigos verdadeiros
Apenas aminimigos e inimigos
Pais apoiadores
So desapoiadores
Amor e carinho virava
Desgosto e solidao
Era so eu nesse mundo
Me sentia diferente invisivel
Essa dor nunca acabou
Mas com o tempo melhorou
Soneto O caminho do coração
O caminho pra chegar em meu coração
É muito simples...basta começar com olhares
E se os teus olhos, assim como os meus brilhares
Terás em meu pensamento reação
Se por mim tiver muita aspiração
E se meu sorriso espontâneo ganhares
Poderá andar comigo em muitos lugares
E quem sabe, bem de perto sentir minha respiração
Por ti e pelos momentos que passarmos juntos
Os risos provocados por tal felicidade
A espera de mais uma vez, unir em pensamentos
Mais uma vez ter a oportunidade
De mãos dadas em soluços dizer sentimentos
E andarmos...na mais completa naturalidade
Soneto Ao sorriso
Olho o sorriso esplendoroso
Teus olhos lindos de sol infindo
Como uma luz, vão espargindo
Por ser tão poderoso
E em teu regaço amoroso
Nosso amor vai fluindo
E de você eu vou fruindo
Me acalentando, dormindo
Amor meu, doce amor do meu coração
Nunca vi tamanha perfeição em teus traços
Que afeta a minha fala, e até minha respiração
E mesmo que eu esteja morrendo, caido, em pedaços
Por alguém que me dê, tanta inspiração
Se for pra morrer de amor, que seja nos teus braços
SONETO DA CEGA LEALDADE
Votarei naquele que rouba, mas faz
Pensando agir em prol da comunidade;
Em gratidão às obras feitas na cidade
Mesmo que de forma tão ineficaz.
Confirmarei nas urnas que me contento
Com os serviços que me são oferecidos;
Mais vale os poucos benefícios recebidos
Do que as muitas promessas ao vento.
Sei que meu eleito é macaco velho
Sabe drilhar a justiça, saindo impune;
E seu estilo me reflete como espelho
Junte-se a mim, siga meu conselho
O tem obras não há quem importune
Mesmo que deixe contas no vermelho.
SONETO DE NANY
Ser linda no natural
Como a flor da primavera
No brilhar de seu sorriso
Na beleza que empodera
A sutileza de uma pluma
Fragilidade de um cristal
A transparência de espuma
Um olhar... reto e fatal
Dentro do peito, simplicidade
Um amor puro, sem vaidade
Nos seus braços e carinho
Extasiado com a verdade
De modo que a felicidade
Viverá nesse caminho
SONETO CINZA
Então, matizei de cinza os meus passos
na secura do cerrado, todo empoeirado
me enroupei de gesto insano e calado
para dar cor aos sonhos tão escassos
No céu cinza, ressecado, me vi sentado
a rua silenciosa era só rotina e cansaços
num claustro cinza, tão cheios de traços
e todos irregulares, opaco e acinzentado
Tentei colorir a saudade, já sem espaços
aí, então em mim, o cinza ficou afogado
como se pudesse, eu haver mais regaços
Sumido neste cinza, estava o meu brado
e vi que nascia em mim, vários pedaços
do tempo, que carecia ser, então, colado
Luciano Spagnol
SONETO PRA OUTUBRO
Outubro, o mês da vida renovada
da casta, pura e bela primavera
tempo que fala poesia, nova era
com a vitalidade toda iluminada
É o mês dos corações na esfera
da nova celebração, nova estrada
do vento aflando cálida madrugada
de mãos dadas com terna quimera
Outubro das flores, natureza florada
em que o dia e a louvação se esmera
festejando a vida com hora marcada
E na dança da superfície da biosfera
o cerrado enroupa de frugal camada
de cor, odor, enodoando a atmosfera
Luciano Spagnol
01, outubro de 2016
Cerrado goiano
LUGAR (soneto)
Se aqui vim, o lugar cativo é além
pois aqui, acolá, tudo é transitório
no definitivo tem-se o provisório
somos todos, e todos ninguém
E nesta morada frugal, o porém
não é fazer e ou ter, em inglório
mas ser mais que o satisfatório
sorte, fado, sem tornar-se refém
Tudo tem tempo marcado, notório
se revela para alma o mal e o bem
livres na escolha, dor é purgatório
Entretanto a ignorância nos retém
no breu das chances do absolutório
pra se ter um lugar, do amor advém!
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
VENDAVAL (soneto)
Entre a saudade, a aridez do cerrado
ressecando as lembranças tão sós
adormecendo luas e sóis para nós
em suspiro e soluço ali amargado
Eis que um vendaval de tão feroz
arrombou-nos os sonhos sonhado
deixando o intervalo assim atado
num amarrilho lamento, num retrós
Aí, neste embaraçado, eu atordoado
Oh! Amor, nem sei se estou acordado
ou tão pouco adormecido na ilusão
Só sei que pouco a pouco aqui calado
na solidão, o coração tão esperançado
em vigília, que aporte de novo na paixão...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
SONETO DE MIM
Na quietude e silêncio do cerrado
dos pensamentos eu me desligo
e o sentimento se põe aí calado
esta é a emoção onde me abrigo
Num vazio do tempo desfolhado
da saudade, sair eu não consigo
sou o ressecado chão empoeirado
e d' alma em evasão sou mendigo
E é neste legado de um passado
que saudosar tornou-se castigo
e o castigo sacrossanto enfado
Assim, tudo o que trago comigo
é amor, apenas sou... um fado!
Que tentou ser primavero e amigo...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Soneto de um poeta adormecido
Dentro da minha alma, escondido,
Dorme um "eu" que não conheço ao certo,
Um poeta que sonha, adormecido,
Que vaga pela noite a céu aberto.
Coração de menino perdido
Que em sonhos atravessou o deserto,
Que, sem rumo, procura um sentido
Buscando tão longe o que está perto.
Quer escrever no livro da vida
Páginas da dura ilusão sentida
Na sua pobre alma sonhadora.
Mas enquanto sonha, não escreve.
Passa o momento, afinal, tão breve...
Terei de acordá-lo, sem demora!
SONETO III
Pergunto-me;
Se no mundo,
Existe alguém,
Com carisma
Que tu tens...
Os teus lábios,
Lindos, encarnados,
Queria um dia
Ter beijado...
A vida, disto tem me privado...
Tens sutileza no olhar,
Delicadeza ao falar,
Elegância no andar...
Um abraço teu,
Bem forte
Quero ainda ganhar...
SONETO FEROMÔNIO
Ao som da música, fecho os olhos,
nos teus braços me deixo embalar,
a volta do teu pescoço me prendo,
E meu peito encosto ao teu.
Ao teu toque sutil ao corpo meu,
sinto o feromônio em teu abraço
e o pulsar quente do teu desejo,
a tua saliva com a minha se perdem...
Fecho os olhos e sinto , ai como sinto, nossos corpos envolvendo-se numa dança sem fim... Membros alteram...!
Teu detalhe penetra fecundo
Toma posse do meu corpo sem pausa ou hesitação ....
Selvagem, sutil , pulsante a riste, o membro furioso vai e vem...
afunda-te no meu desejo ao ritmo forte instintivo da paixão
_____________Norma Baker
MEUS VERSOS (soneto)
Meus versos, o vento no cerrado ganindo
A angústia da alma vozeando melancolia
O silêncio fraguando rimas na monotonia
Duma solidão, da saudade indo e vindo
São a trilha do fado escrevendo romaria
Desatinadas, o meu próprio eu saindo
Das palavras de ansiedade, intervindo
Com minha voz sufocada, do dia a dia
Meus versos são a migalha cá luzindo
Na sequidão do vazio que me angustia
Que há entre a quimera e o real infindo
Meus versos são colisão com a ironia
Do choro e da alegria no peito latindo
Meus versos, minha voz, minha valia
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
SONETO TRISTE II
Eu estou assim: da tristura cativo
Intrusivo num túnel dum calvário
Rodeado de sentimento solitário
Mesmo entre olhares como vivo!
Do peito rezam vozes num rosário
Da casa um silêncio tão opressivo
Frio, sem graça e, sem incentivo
Que lá fora fracasso no itinerário
Olho-me num soluço pensativo
E vejo sonhos perdidos no diário
Desfolhado num jardim subjetivo
E me pergunto: por que o cenário?
Quando é meu tempo? Respectivo!
Pois, se o tempo no tempo é vário!
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
05/02/2017
Cerrado goiano
DESATINO (soneto)
Ó melancolia do cerrado, a paz me tragas
Solidão em convulsão, aflição em rebeldia
Dum silêncio em desespero, e irosa agonia
Ressecando o coração de incautas pragas
Incrédula convicção, escareadas chagas
De ocasos destinos, e emoção tão fria
Do horizonte de colossal tristura sombria
Que rasga o choro em lacrimosas sagas
Ó amargor do peito engasgado na tirania
Duma má sorte, e fatiadas pelas adagas
D'alma ao léu, tal seca folha na ventania
Pra onde vou, nestas brutas azinhagas
Onde caminha a saudade na periferia
Do fatal desatino em pícaras pressagas?
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano
Soneto do meu eu
Em busca do meu eu, muito errei
Noite a dentro, adentrava em prece
Tolo fui eu, pois a vida acontece
E por muito querer, muito eu andei
Neste dilema o silêncio foi solitário
Achei areia e cascalho sob os pés
E nas procuras tive prazer e revés
Mas sempre nostálgico no itinerário
Fechei os olhos, e ao amor poetei
Pois a poesia tornou-me alicerce
E nos vários temores me encontrei
Tive fala de saudade no meu diário
A cada por do sol tentei ir através
Mas fui operário no meu eu arbitrário
Luciano Spagnol
01/06/2016, 03'16"
Cerrado goiano
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