Soneto 18
SONETO FEROMÔNIO
Ao som da música, fecho os olhos,
nos teus braços me deixo embalar,
a volta do teu pescoço me prendo,
E meu peito encosto ao teu.
Ao teu toque sutil ao corpo meu,
sinto o feromônio em teu abraço
e o pulsar quente do teu desejo,
a tua saliva com a minha se perdem...
Fecho os olhos e sinto , ai como sinto, nossos corpos envolvendo-se numa dança sem fim... Membros alteram...!
Teu detalhe penetra fecundo
Toma posse do meu corpo sem pausa ou hesitação ....
Selvagem, sutil , pulsante a riste, o membro furioso vai e vem...
afunda-te no meu desejo ao ritmo forte instintivo da paixão
_____________Norma Baker
Um soneto que equaliza o sentimento
Transforma um suspiro num intenso momento,
A mente se desprende
E sutilmente a vejo – aonde vais¿
Curioso de si, vibrante de si
Uma falange que arde
Ultraje confronto da concepção errante
Errar por ser constante.
Intensidade aplicada
Nunca adulterada em teu seio
Faculdade intuitiva, não descabida
O peito ainda arde.
Incomodo gerado, traçado
Quando se aplica o seu teor
Transforma-se, modifica-se o pulsar em:
Amor, forte amor.
Soneto de admiração
Me desnuda, com esse hipnotizante olhar jocoso.
Alegrando minha vida, provocando-me desejos.
Meu coração cria asas, num voo rasante e perigoso.
Iludo-me nos meus sonhos, pois tenho teus beijos.
Trazes um poema nos olhos, bela fantasia.
Minha retina contempla-te, imagino corpo sem defesa.
Encantado eu fico, com sua bela anatomia.
Mantém com seu belo sorriso, a minha chama acesa.
Colhes na sua vida mais uma flor, é dia de festa.
Provoca-me com suas palavras indecisas fantasias.
Empresta-me com sua beleza, aos meus versos, poesias.
Nas volúpias dessa vida de gangorra, tenho desta.
O tom envolvente da tua pele, minha admiração.
Minha prenda, guardarei sempre no meu coração.
SONETO TRISTE
Criei um soneto tão triste
Que meu soneto chorava
Saiu triste porta afora
Entristecendo a aurora
Calou mamíferos e aves
Calou os bichos das águas
Silenciou toda tarde
Choramingando suas mágoas
Nem a noite estrelada
Do meu poema tristonho
Que triste e desconsolado
Sonhava com a namorada
Que um dia saiu sem rumo
Levando todos os sonhos
Soneto de Despedida
Que não sejam só promessas, palavras
Que seja, contudo e antes de tudo, o ato.
Que não seja o que evolui, apenas.
Mas que seja a pureza do princípio, o nato.
Que não seja o imutável, mas que não mude.
Que seja ao menos o mínimo, mas cresça.
Que não seja só mais uma paixão - que ilude
E se não for para subir, que ao menos não desça.
Se não for para sorrir, que eu chore.
Se um dia for florir, que eu regue.
Que se tiveres de partir, que eu não implore.
Se não for nos seus braços, que eu nem me aqueça
Se não for o nu e cru da verdade, que eu apenas negue.
Se não for a tua voz, e o teu beijo, que eu esqueça.
Soneto de Páscoa
O sofrimento pelo caminho
Do peso que carregou,
Da coroa a cada espinho
Quantas lágrimas não chorou.
A dor suportou sozinho
Dos membros que a cruz pregou,
Mas como a água que virou vinho
Jesus Cristo ressuscitou.
A Mãe recolheu o pranto,
Irrompeu de seu peito o manto
Que abriga todo sofredor
E olhou para o céu enquanto
Agradecia ao Espírito Santo
O retorno do Redentor.
Boa noite... um soneto de amor
Tarde demais
Ao te rever depois de um tempo
Em minha mente voltou tantas cenas
Que mexeram com meus sentimentos,
Mas, agora é tarde; que pena.
Tive você sempre em meus braços
Por muitas vezes, meu ombro te afagou
Sentindo sua ternura em nossos abraços;
Só percebi que era amor quando acabou.
Em vários momentos fui seu confidente
Sem desconfiar que eram indiretas
Que me dava constantemente.
Agora ao te ver tudo voltou
Bateu em mim uma imensa dor
Só agora enxerguei este amor.
SONETO DA OBSERVAÇÃO AUTÊNTICA
(para dar um jeito na falação egocêntrica)
Para o bom entendimento de certas ocorrências
deve ser preciso ficar à distância necessária
de quem tem um intento de fazer maledicências...
Ter juízo é abdicar da arrogância sectária!
Todo sectarismo atrapalha uma pesquisa imparcial,
recusa um manifesto da ponderação analítica,
tem revanchismo canalha, não prioriza o essencial
e abusa do dialeto de uma acusação inverídica.
O necessário julgamento do fato observado,
além de ser indiscutivelmente mais criterioso,
é solidário e isento de um desacato aloprado.
O bem convincente Poder da Paz é vitorioso
ao combater a falação egocêntrica
e promover a observação autêntica.
SONETO DA COMPAIXÃO
(Para quem tem feito traição)
Existe esperança para alguém readquirir aquela
forte credibilidade que outrora chegou a ter?
Uma triste desconfiança que vem destruir a bela
cumplicidade pode ir embora sem retroceder?
Quem já desconfiou algum dia permanece desconfiando
da ocorrência traiçoeira e da versão falsificada?
Quem aconselhou: "confia e esquece", estaria estimulando
uma reincidência da primeira traição praticada?
Como um ser traído deve atuar diante do impasse
causado por qualquer uma espécie de traição?
É permitido chorar bastante, mantendo a classe.
Quem assim tem chorado, sentirá sentirá compaixão
pelo que fez a criatura causadora de tanto choro.
Eis a postura consoladora para quem tem decoro.
Paulo Marcelo Braga
Belém, 17/03/2015
(01 hora 17 minutos)
SONETO DO CURSO EVOLUTIVO INSUBORNÁVEL
A pessoa incompetente imagina que avacalha
a inspiração correta e o poder que tem
toda boa gente que nem se amofina e trabalha
com a intenção honesta de viver bem.
Quem sabe manter uma necessidade verídica,
faz (com fé) o que estiver ao alcance da cidadania,
mas é incapaz de dar qualquer chance à hipocrisia,
até que se acabe o "prazer" da maldade política.
Se alguém consegue ver além da aparência externa
realmente não se ilude com imagem fugaz
de quem renegue o poder e o bem da essência eterna.
A deficiente visão da rude politicagem é capaz
de se apaixonar pelo abuso permissivo deplorável,
antes de vislumbrar o curso evolutivo insubornável.
Paulo Marcelo Braga
Belém, 16 032015
(22 horas 23 minutos)
Não era um verso
Um soneto
Um contratempo...
Não era uma partida
Uma historia,uma saudade
Quem sabe seria um sorriso
Um beijo,detalhes....
Eram simplesmente nada
Mais que momentos
Eternizados entre eu e você
Soneto a um amor perdido
Sempre tão intocável
Meu amor por ti seria
Algo de sublime existência
Um fogo que ao cego ardia.
Equivoquei-me
E em minhas decisões, falhei.
Contentei-me
Com o simples fato de sangrar.
A dor que senti
Ensinou-me a amar
Mas não o mesmo alguém.
Sempre chegará
Outra pessoa
Até o verdadeiro amor encontrar.
Soneto a quem se foi
Sinto medo
Medo que você não entenda
O porque do meu choro
Tão incessante ser.
Sei que errei
E perdão eu peço
Mas já não estás aqui
Para me perdoar.
Quero encontrar-te
Abraçar-te
E falar tudo que guardei.
Perdoa-me por minha falta de amor
Por este ardor que conservo em meu peito
Por em teu leito, ignorar-te.
Soneto III
Dor,
Arde em meu peito
E escorre pela boca
Gosto que ao fel mais amargo.
Ardor que não se sente
Nem se vê
Contraditório
Tornei-me você.
Deixei de ser quem era,
De verão à primavera,
De mim ao sofrer.
Paradoxalmente,
Estou tão preso quanto liberto
A este mundo de incertezas.
Soneto IV
Não sei o que sinto
Insisto, desisto?
Persisto.
Todo o ocorrido
Há de se esvair
Com palavras bonitas
Hei de te perdoar.
Insisto, pois em ti
Achei minha salvação
E é meu dever, salvar-te.
Persisto, pois esta fase há de passar,
a ti devo minha vida,
E à tua vida, a minha devo dar.
Soneto V
Devemos desistir dos nosso sonhos?
E se forem tão inalcançáveis?
Tão distantes, que em mil anos
Seriam pouco para conquistá-lo?
Ao contrário do que dizem,
Nem tudo vale a pena
Principalmente se a pena for forte
E a vontade fraca.
Mas, se ambos forem fortes?
Diria "talvez"?
Negaria a ti mesmo a possibilidade?
E se ambos forem fracos?
Neste caso, "talvez" não existiria
Pois fraco, somente tu serias.
Soneto do inverno no cerrado
O cerrado amanhece no inverno
Dias mais frios, frio árido e tardio
A sequidão no seu ápice bravio
E as manhãs num vento galerno
Em enigmática bruma sobre o casario
Com o sol dessemelhante e alterno
E a sensação de frescor sempiterno
O cerrado se faz em mistério e fastio
O verde transfigura em cinza superno
O céu se enroupa tremulante e alvadio
E as temporãs flores finta o quaterno
As folhas hibernam num cerrado vazio
Tão ébrio, gélido e de um poetar interno
Numa canção de chuva qualquer e estio
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
01 de maio de 2016
Soneto idílico
Acordar, aguar o jardim, fingir um dia
e assim inicia a melancolia e o vazio
o sol a pino, cerrado e o sonho macio
das saudades num tempo em primazia
Sim! O tempo não é sentido, é ébrio
os amores ficaram, são sem analogia
trariam o meu peito, viraram euforia
nas lágrimas algozes do olhar esquio
Tudo é efêmero no triste e na alegria
árido o sentimento e cheio de arrepio
que importa se tem saída ou portaria
E neste movimento de soltura e exílio
a magia do por do sol torna cortesia
nas palavras que cantam o meu idílio
Luciano Spagnol
05 de julho, 2016
Cerrado goiano
Soneto garimpado
Na peneira da vida eu joeirei o amor
Entre vários cascalhos que separei
Nesta labuta e suor, aí te encontrei
Pois ele acontece, não é um eleitor
E assim árido, pelo tempo eu viajei
Bem acreditei, tive pouco ao dispor
Num certo dia pude sentir o frescor
E passei do silêncio pro apaixonei
Desde então vivi o perfume da flor
O garimpo do coração abandonei
E neste gigante afeto tenho ardor
Ai em uma nova luz me entreguei
Pude ser palavras, gestos, e odor
E que noutros versos eu não amei
Luciano Spagnol
2016, junho
Cerrado goiano
Soneto da saudade tua
Não consigo ficar sem te escrever
cada cheiro teu que comigo ficou
tornou versos que comigo chorou
aqui nesta ditadura no meu viver
São sonetos que a paixão poetou
São momentos de amor sem ter
perdidos nesta dor, dói pra valer
latejando no coração, ali aportou
Sem o teu sorriso a quem recorrer
o teu olhar a recordação eternizou
os meus retalhos, estou sem coser
Por fim, vagueio, não sei onde vou
é trilha sem som, sem como finalizar
é tal saudade, que ainda não passou
Luciano Spagnol
2016, 07 de junho
Cerrado goiano
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