Soneto 18

Cerca de 3274 frases e pensamentos: Soneto 18

Soneto Adrielense.

Digas quem tu és?
Tu que andas displicente!
Olhos famintos, lábios sedentos...
Com ar de inocente.

Que almejas da vida moça? Diga-me!
De onde tu vens?
Sabes o que este reles mortal resta saber?
É para onde tu vais.

Fotografia em preto – branco
A pele clara, lábios atros apetecíveis.
Cabelos castanhos...

– E que este encanto se encerre!
A Deus peço vendo estes – Olhos ávidos...
Quem és a Dona destes? Adriele.

Inserida por pretobom

SONETO DA SAUDADE
Sinto saudade do beijo
Mas, jamais beijei
Sinto saudade do abraço
Mas, jamais abracei

Sinto saudade do olhar
Ah! Esse sim eu olhei
Muitos abraços e beijos
Naqueles olhos eu encontrei

O beijo é doce, como o mel da cana
O abraço é quente, como o sol de verão
A saudade é fria, como a solidão

O olhar possui a imensidão do oceano
Abraços e beijos são o meu desejo
E a saudade? Continua fria, como a solidão.

Inserida por anaclaracabral

Soneto de cassação

Teje cassado, Cunha
Não és mais deputado
Não é mais tu que acunha
Acabou-se teu reinado

O que outrora propunha
Tudo bem articulado
Te traz uma nova alcunha
De deputado cassado

Sei que não pressupunha
Junto com o bloco aliado
Que a política que impunha

Naquela trama que propunha
Ia acabar esmagado
Como um piolho na unha

Inserida por altairqueiroz

BORBOLETA (soneto)

À flor de lobeira do cerrado, azulada
Voa a borboleta erradia lentamente
De asas tal multicor do sol poente
Num dueto de um balé na estrada

É tão imponente e é tão refulgente
No horizonte rubro, em uma toada
Que hipnotiza o ver e mais nada
Doidejando o encanto da gente

Só a flor, o que importa, a ela atada
Somente! E ao seu redor indiferente
Onde ali, a vida se faz multiplicada

Neste valsar vaporoso e inocente
Do diverso do cerrado camarada
Borboleta em voo, é o belo ingente!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

VOEJAR (soneto)

Como deve ser bom voar, no céu planar
Asas ao vento no cerrado, solto ao léu
Tal periquitos, e sobre corcel no tropel
Fechar os olhos e sentir o paladar do ar

Ir acima dos buritis, ipês, num carrocel
Resvalar nas estrelas, na nuvem pairar
Revoar como as aves, e assim delirar
Em quimeras, qual estórias de cordel

Deve ser uma rara sensação ímpar
Pros sem asas uma falta bem cruel
Que só na ilusão, possível esvoaçar

Só queria voar! Ter asas de papel
Poder ao sonho de Ícaro ocupar
E com ele então: voejar... voejar!...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

FRIO (soneto)

Arrefece o cerrado dentro do frio
E cada bafejo é o frio no caixilho
Da ventana, escorrendo no ladrilho
Mais frio, n'alma causando arrepio

Me encolho neste frio chorrilho
Que ascende o inverno em feitio
Ouvindo em anexo um assobio
Do vento, eriçando até o fundilho

E lá fora é frio que atulha o vazio
Cá dentro o gelado em trocadilho
Em coro com o friasco tão bravio

Sinto chiar na vidraça num gatilho
De frio, sombrio este tal tão vadio
Aquentado com o chá e sequilho

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

EXALTAÇÃO AO CERRADO (soneto)

Retorcido, bem se sabe. Mas encantador
nos seus planaltos, berço extraordinário
desabrocham ipês, pequis no seu cenário
de um chão cascalhado e forrado de flor

E neste imenso entrançado, e tão vário
a vida luta com garra, resistência e ardor
tal como gladiador, ou um guará solitário
o cerrado é aos olhos ato transformador

Nada o impede que seja do belo apogeu
se o belo no encanto o encanto acendeu
e fascina, do dessemelhante embaixador

Deus o pôs, de um nobre a um plebeu
riscando o horizonte com a luz e breu
em uma quimera de paixão e de amor!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

EXORTAÇÃO (soneto)

Devaneia, poeta! Sonhar sossega a mente
entorpece o sentimento perverso do ser
a poesia mais que ideal do sublime viver
trazendo o profundo da alma vorazmente

Sonha, poeta! Assim terás mais que ter
no infinito, sendo tudo indefinidamente
exortando a vida, num amor semente
onde o prazer é mais que querer valer

Olvida tudo, fugaz é o tempo da gente
tão rápido quanto outrora foi o nascer
que agora o passado se faz presente

Se o fado pouco ou nada pode trazer
leva tu, e não seja na ilusão indigente
pois existir no sonho sonhado é vencer

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SILÊNCIO DAS MADRUGADAS (soneto)

Ainda muita expressão não me avieste
As achatei nas lástimas e tão guardadas
Ações que pelo vento foram dispersadas
E na imensidão do cerrado se fez agreste

Tenho em mim sílabas em vão esperadas
Se devaneio é porque o sonho me veste
E frases trêmulas vão pelo espaço celeste
Enredando o destino com outras paradas

Foi quando o fado me fez centro oeste
Na busca das tão molestadas bofetadas
Das chagas, que a dor ornou com cipreste

Assim, eu, ainda tenho palavras caladas
Nas angústias do coração... tão cafajeste!
Que insistem no silêncio das madrugadas

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

- À Mesa -
soneto

Na Solidão da mesa dos meus sonhos
há um hoje tão diferente que pensei viver,
ausência de ternura, d'olhares risonhos,
só há amargura e desejo de morrer!

Há mesa do que sou não há nada do que fui
e a quietude do nada que acontece é fria,
da dor à melancolia, tudo me possui,
tantas vezes que o disseste e eu não via!

Agora é tarde! Não me tenho nem a ti!
E o que tenho afinal não vale nada
porque afinal do teu amor me perdi.

Estou sentado à mesa com a solidão
e na penumbra dos meus olhos consagrada
vou bebendo do meu próprio coração ...

Inserida por Eliot

O MEU POETAR (soneto)

Eu poeto porque sou prosa
Brindado no redigir o brado
Trilhando os trilhos do fado
De poesia e alma amorosa

Poeto como quem é atado
Aos versos. Sede preciosa
Se suspiros, arte dolorosa
Que imergem do eu calado

Poeto com a voz corajosa
Do amor à vida, indomado
Sem amarras, força curiosa

Canto os devaneios, alado
Tal o perfume de uma rosa
O poeta mineiro do cerrado!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

BIOGRAFIA DOS MEUS VERSOS (soneto)

Estes meus versos simplistas versados
Que aprenderam a poetar pelo cerrado
Choram, riem, entre o trovar suspirado
Suspiram e pelas rimas são moldados

Os meus versos que um dia tão calado
Voam sujeitos feitos apalavrares alados
Desenhando talhos, pouco rebuscados
Mas que do coração quer ser consolado

São versos adolescentes, e apavorados
Que tentam o encanto pra ser encantado
Tão contentes e, leves pra serem levados

Estes meus versos, no vário devaneado
Tantas outras vezes no peito silenciados
Agora vão, encenados no palco do fado!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Soneto a Coroada Destemida

E meu dia se torna melhor ao ver tal lembrança...
Ao ser teu motivo de riso, me regozijo igual criança.
No meu peito, o coração bate até com mais pujança,
e sei que em teu seio, me aguarda a bonança.

Desejar-te tanto assim não é nenhum desatino.
O mel que destilas, deve ser mais doce que imagino,
tamanha doçura é desejada em cada café matutino.
Não te assustes, se um dia eu chegar, assim, repentino.

Aquela paz, que outrora tive, me levastes sem piedade.
Não se preocupe com tal assertiva, digo com propriedade,
Amando assim, o que menos desejo é sobriedade.

Fazer-me caminhar pelas nuvens é a sua especialidade
O teu riso será constante, pois farei dele necessidade,
E por fim, saiba que carrego no peito a tua saudade.

Inserida por rodolfoboechat

Soneto 1

LUA DE JOELHOS PARA 3 ESTRELAS

Olha só agora, o encontro do luar com
3 estrelas. A lua num abraço, às 3 abraçar
E neste mesmo abraço lhes beijar, num
Único, inigualável oscular.

E as 3 estrelas lhe retribuir com muita,
Muita força os golpes de um machado
Onde o machado e os seus golpes são
Beijos ambíguos de muitos golpes

Naquele luar e um poeta viu tudo
Toda aquela força do amor de 3 estrelas
E aquele luar cheio de sons na madrugada

Oh e lá vem chegando lindo orvalho oh
Levemente serenando nas pétalas de rosa
Rosa molhada guardará um néctar em ti

EDINHO FELIZ

Inserida por edinhofeliz

SONETO DO BEIJA-FLOR E DA ROSA

O beija-flor e a rosa
Juntos foram passear
O beija-flor prometeu
A Rosa beijar

A Rosa não aceitou
Mas, com o tempo desabrochou
O beija-flor rondou, rondou...
E a rosa com o beijo concordou

O beija-flor marcou o voo
E neste não compareceu
A rosa esperou, esperou...

A rosa inconformada, convidou o beija-flor
Para um voo inesquecível
E neste, vários beijos lhe ofertou.

Inserida por anaclaracabral

MATUTINA (soneto)

Na manhã matutina do planalto
Vagueia o horizonte tão rubente
Numa dança de cor em contralto
Cintilando o azul do céu nascente

Ultrapassa os jardins do asfalto
Sem esquinas, nuvem ausente
No espetáculo como ponto alto
Riscando o cerrado num repente

E o vento chia, é julho, tão frio
Brasília de curvas retas, feitio
Sereno, num panorama pleno

Rompi o dia em arauto gentil
Ipês floridos, de sertão bravio
E amanhecer nunca pequeno

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Planalto central - Brasília

Inserida por LucianoSpagnol

TOCAIA (soneto)

Dói-me esta constante tal espera
do que já não mais tem donde vir
que o desejo insiste em querer ir
aguardando na ravina da quimera

Doí-me uma dor insana, há existir
a cada alvorecer duma primavera
da ausência, da saudade, sem era
e do que não se tem, e quer pedir

Dói! O tempo a passar, eu quisera
poder nele estar e ali então devir
chorar, alegrar... ah! se eu pudera!

Como eu não sei como conseguir
a tocaia no peito se torna megera
e a alma romântica se põe a fingir

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, 15 de julho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

FOLHAS SECAS (soneto)

As saudades das lembranças não feitas
Acorrentadas no passado e não dadas
Perdidas, sonhadas e até tão desejadas
Assim, para a indagação, são estreitas

E no como seria, são apenas fachadas
Tal como viscosas felicidades suspeitas
De possível outro rumo, e boas receitas
Na ilusão do tempo, por suas chegadas

O ser humano e suas incríveis emoções
No ter e querer um prumo de intenções
Quando o amor é espera em movimento

Encanta-me a ação da vida, as razões
As utópicas e inúteis e frágeis aflições
Todas, folhas secas, levadas ao vento...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

HOJE EU CHOREI (soneto)

Hoje eu chorei porque tive vontade
Se foi saudade, aflição, eu não sei
Apenas chorei, e o peito desabafei
Chorei quem sabe duma felicidade

Se separou, se a vida amargou, ei
Apenas chorei. Choro de verdade
Não o sufoquei n'alma, liberdade
Num grito com lágrima, então dei

E neste pranto sem ter valeidade
Choro... Chorei... e sempre darei
Pois eu não sou no todo, metade

E se chorei, não é porque afazei
Um choro de qualquer fatuidade
Onde eu chorando, hoje chorei!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano p

Inserida por LucianoSpagnol

ALADOS (soneto)

O largo cerrado é um efeito alado
De asa tingida e horizonte intenso
Duma flora varia e chão rebelado
Encarnado em um céu tão imenso

O teu cheiro num diverso intenso
Acoplam o raro em sinal denodado
Feiticeiro, espantoso e tão denso
Em um plural do árido cascalhado

Onde vemos empoar os passos
Entrelaçados entre tortos traços
E prados de dourados alumiados

Aos poucos sucumbimos por ele
Num pouso instável, caindo nele
Suavemente, de encantos alados

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.

Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.

Entrar no canal do Whatsapp