Soneto 12
SONETO DO RISO HUMANO
A angústia Sartriana, tristeza do primata
espinho que maltrata a alma com terror
quicá fosse alegria, espasmos de amor
o riso é inumano, ilusão da vida ingrata.
Da vida idealizada, da paz tão almejada
De medos, incertezas, daquilo que queremos
de tudo que sonhamos, até do que vivemos
o riso é um disfarce, uma máscara condenada.
A nos questionar se somos gente ou animal
o riso humano revela o que tentamos esconder
práticas inconfessáveis, ora de bem ora de mal.
Onde mora a dor, o choro espera o riso
tudo o que fazemos, queremos um motivo
o homem sonha a vida, a morte o paraíso.
Evan do Carmo 07/04/2018
SONETO CAATINGUEIRO
Nas trilhas do sertão, fui moldurado
pelo vento, pelo sol da esperança.
Cresci de coração, sempre ancorado
nos remansos de amor e confiança.
Com a seca, vi a fome, sem bonança,
mas nunca me entreguei ao desespero,
pois minha fé nutre a perseverança
no alimento do sonho, o meu tempero.
Tenho a fé que norteia meu destino,
sangue bom sertanejo e caatingueiro,
na luta desde os tempos de menino.
No meu rosto há o brio de um guerreiro,
pela graça de Deus sou nordestino,
Piauiense, valente e brasileiro.
Soneto: determinação
Na jornada da vida, o caminho árduo,
A determinação é fogo que arde,
É a chama que nos mantém seguros,
Mesmo quando tudo parece tão tarde.
É a força que nos faz continuar,
Mesmo diante dos obstáculos e barreiras,
Nos momentos em que queremos parar,
É a determinação que nos entrega inteiras.
Com resiliência e coragem seguimos,
Com a convicção de que é possível,
Derrubando todos os medos que surgimos.
A determinação é nossa cúmplice,
Nos dá asas para voar alto e livre,
É o pilar que torna nossa jornada épica.
Soneto: Sedução e Desejo
Na dança das estrelas, a sedução,
Um jogo ardente de desejo e fogo,
Teu olhar, chama acesa, tentação,
Em cada gesto, um convite, um jogo.
Na pele, o tato suave, feitiço,
Carícias que incendeiam a paixão,
Desejo que se acende, como um vício,
Nos labirintos do meu coração.
Tua voz sussurrando segredos quentes,
Em versos que revelam a luxúria,
O tempo para, e nós, serpentes,
Dançamos na luxúria, sem censura.
Sedução e desejo, nossa sina,
No calor do amor, a noite ilumina.
Soneto Tri da Phor
Amo o teu cheiro como amo a mim.
Amo você como o escasso ama o nada.
Amo-te como os prédios imensos dos Emirados,
Amo-te com a solidão ardente da estrela do sol.
Amo-te, vagamente e infinitamente, de tanto o nada pensar.
Hei de te amar, quanto e quando o tempo passar.
Furei meus pulsos de sangue, cortei as veias que levavam o ódio em mim.
Amo-te tanto, que voltei a ser criança,
E, de novo, resgatei a confiança que não tinha.
Amo-te como a esperança que existe no amanhã —
Mudou tudo. Agora, só quero, com sinceridade,
te ver no amanhã.
Soneto do Bem
E de tanto olhares meu corpo,
E notares feiura, comparaste-me contigo.
Pois, sendo o mais belo entre tudo,
Ainda não cheguei ao teu alcance.
Assiduamente, minha mente nota falhas,
Destrói minha tarde e demonstra tardias.
Meu corpo, teu cabelo são da mesma cor,
Hei de notar uma flor em teu cabelo,
E em mim vi que, de tanto olhar, vi amor.
Quando no chão encontrares-me,
Julga-me, humilha-me e, por fim, ama-me.
Chorei-te lágrimas tantas de tanto amar-te,
E quis tanto você, que desejei, se não desse certo, a morte.
Extermínio talvez se encaixe em meu coração.
Extermínio é talvez minha única opção.
Não vejo as cores reais do mundo
Sem você ou sem minha religião.
"" Depois de um soneto
a poesia e o poema não se contiveram
tiveram um caso
não por acaso
nasceu a trova
como prova
de que os poetas não só imaginam
mas existem sim
histórias e histórias de amor..
Soneto da Carta ao Araújo
No teu quarto quieto, lotado de sonhos
Que tu vivencias, na mais sóbria graça,
Te digo, meu amigo: o tempo passa
Enquanto vivemos dias enfadonhos.
Depois de nós, tudo seguirá o mesmo,
Assim como já eram as coisas antes,
Hão de haver boêmios e delirantes
Para ocuparem os bares, a esmo.
Mas sonhador como tu, não haverá igual:
Seja nesta, ou em qualquer galáxia,
És para sempre, excêntrico e único.
E me é consolo, saber que ao final
Serás tu a árvore asclepidácea
A enfeitar meu esquecido túmulo.
Soneto do Amor Maior
Ao meu amor maior, que me guia,
Trago-lhe, aos prantos, minhas angústias.
Só tu és quem ouve as minhas súplicas -
Quero viver em tua alegria.
Vem de ti a luz que me irradia,
Que finda as cóleras, tão múltiplas.
Mesmo que venhas às horas últimas,
Preenches o vazio de todo um dia.
E quando as tristezas triunfarem
Sendo a solidão absoluta,
Hei de me tranquilizar, sabendo:
Elas não tardarão a cessarem;
Cada lágrima será enxuta
Quando ao teu lado eu estiver vivendo.
SONETO SOCRÁTICO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Se morri toda morte que se morre,
já vivi cada vida que se tem,
ou de cada bebida o justo porre;
todo mal, se por mal ou se por bem...
Fui além do infinito, após além,
por amor fui mocinho em Love Story,
odiei, fiz a guerra, paz também,
mas ninguém me condene ou condecore...
Sou quem sou desde o dia em que cheguei,
sei de tudo, no entanto nada sei,
quanto mais me procuro e me aprofundo...
Ser poeta me abona pra voar
ou pra ir pelos ares lá no ar,
onde o céu justifica estar no mundo...
SONETO ANTIRROMÂNTICO
Demétrio Sena, Magé – RJ.
Quando quero esquecer nem lembro isto;
sendo assim, não preciso mais fazê-lo;
se me cabe gelar me torno gelo;
caso queiras, partir já tens meu visto...
Dar adeus não requer tamanho apelo;
é um corte que faz sangrar meu cisto;
depois passa, não vou posar de Cristo
nem querer estampar moeda e selo...
Desde agora só és quem aqui jaz;
nada parte minh´alma na partida;
teu aceno me ajusta e deixa em paz...
Tua ida bem-vinda estorna o quanto
esqueci ou deixei ficar pra trás,
e não quebra; rejunta o meu encanto...
SONETO SURTO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
És meu lado perverso, escuridão,
minha parte sinistra e venenosa,
distorcida, manchada e sem perdão;
lado espinho mortal de minha rosa...
Quem azeda o poema, faz a prosa
se perder nos umbrais do coração,
quando sou natureza perigosa
numa fuga da própria perdição...
Mas meu lado melhor tem mais espaço;
não estás na magia do compasso
que me rege no tempo habitual...
Minha vida prossegue, traço planos,
em meu lado melhor morreste há anos;
és apenas um surto pontual...
QUEIXA POÉTICA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Respeitarão meu poema down; meu soneto de pé quebrado; minha trova fora de compasso. Tratarão com respeito meus versos mal vestidos; carentes de medida; com uma sílaba menos ou algumas sílabas mais do que as milícias literárias ordenam. calarão diante da simplicidade sincera do meu poetar sem lei, lenço e documento..
Farão isso, ou me queixarei aos direitos humanos literários, por ser vítima de preconceito poético. Por não respeitarem a natureza humana, divina e social de minhas letras. Não aceitarei, de modo algum, que discriminem minha poesia especial; portadora de necessidades afetivas e de razões menos conservadoras.
SONETO FORÇADO
Demétrio Sena, Magé – RJ.
Hoje sinto a poesia engarrafada
entre as vias ou veias em conflito;
quanto mais a procuro, chamo e grito
mais a perco no abismo do meu nada...
Choro a seco, meu brado soa mudo;
sai dos olhos e some pela estrada;
gasto verbos na folha rabiscada,
mas não digo a que vim depois de tudo...
De repente a poesia vem à marra
feito bicho acuado que se solta;
filho dócil que um dia se desgarra...
Foi um feto inspirado, porém torto,
que rompeu as amarras da revolta
e nasceu apesar de quase morto...
SONETO SOBRE SER
Demétrio Sena, Magé – RJ.
É perfeito que haja imperfeição,
quando nada interfere lá no fundo;
no caráter, no próprio coração
que parece faltar dentro do mundo...
Será pleno quem saiba ser metade,
pra que venha caber outra versão,
se tiver de aceitar uma verdade
onde o pé sentirá faltar o chão...
Ilusão é ser cheio de certezas;
é tanger e dar nó nas correntezas
por sobrar egoísmo tempo afora...
Solidão é ter todos em poder
da soberba; do medo de perder;
de querer ser eterno aqui/agora...
SONETO 01 - QUEDA LIVRE
Além de Si
Quando dei por mim
Já não era mais eu...
Tudo onde via ser meu
Faziam partes do fim.
O amor que outrora fora tudo,
Agora não mais restava um pouco.
Momentos marcados como loucos
E eufóricos foram apenas absurdos.
Um todo por metades desiguais,
Ou fragmentos de uma parte.
Pois o meu desejo foi a arte
Que preencheu esse vazio demais.
Agora estou eu cá sem ver o que há aqui...
Por doar-se demais além de si.
/SONETO 02 - QUEDA LIVRE
Acima do Véu
Prometi a ti a vida que falei.
Rasguei os músculos dormentes,
Queimei a pele no sol quente
E até as lágrimas, enxuguei.
Mergulhei fundo na vida para ter o mundo.
Segundos duraram anos longe de você.
Profundos tormentos senti para vencer
E no fim vejo somente sorrisos imundos.
Quisera eu poder alcançar o céu
Sem precisar ver acima do véu.
Estaria você a me iludir com vagas esperanças.
Agora frágil e jogado ao léu,
Vivendo amargo feito fel,
Como poderia eu ainda ter confiança?
Soneto das Lágrimas e Feridas
Quando busquei afeto, em dia tão cruel,
Recebi palavras duras, frias, sem alento,
Críticas cortantes, frias como o vento,
Ferindo a alma, amargando o papel.
Coração magoado, lágrimas quentes, mãos frias,
Boa noite num visor, gelado e distante,
Em prantos queimei velas, num clamor constante,
Soluçando à lua, em noites vazias.
Calei-me para dar-te voz, cedi aos teus caprichos,
Quis fazer parte, mas só encontrei distância,
Fechei os olhos aos teus deslizes, em relutância.
Perdi-me, murchei-me, dividi-me em fragmentos,
Deixei de lado meus desejos, apaguei-me no escuro,
Enquanto eu era um vulcão, eras apenas um fósforo
Soneto do Coração Ferido
Em meio às sombras, meu coração se parte,
Ecoam os gritos de um amor desfeito,
Cada lembrança crava, em mim, seu jeito,
E a dor se espalha, como fria arte.
Cicatrizes profundas, marcas que não somem,
Vozes do passado sussurram meu tormento,
Em lágrimas que vertem, meu desalento,
Revelam o silêncio que os sonhos consomem.
O peito dilacerado clama por paz,
Enquanto a saudade aperta, sem compaixão,
Sinto-me perdido, sem rumo, sem cais.
No abismo da dor, sigo a rastejar,
Sem saber se um dia haverá salvação,
Neste mar de tristeza, aprendo a lidar.
Soneto da Dor e Superação
Cansado de chorar, vago por migalhas de afeto,
Ajoelhado ao destino, em prantos e rezas, eu clamei,
Queimei velas aos deuses, por teu amor implorei,
Desfiei a lua em lágrimas, num gesto incerto.
Nas estrelas lancei a dor, por teu amor,
Desfiz-me em vários eus, para teu bem-estar,
Machucado em mil, pra te engrandecer, te elevar,
Feri-me, para poupar-te, ocultando meu temor.
Sorrisos camuflando tristezas, dei-te aos montes,
Desfiz-me para ganhar teus elogios e carinho,
Deixei de ser eu, tentando ser nós, montes.
Tantas vezes oprimindo a dor, busquei ser amado,
Encontrei desprezo onde esperava abrigo,
Das cinzas renasço, em mim mesmo, reencontrado.
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