Somos Passaros de uma Asamario Quintana
Lembro de quando era adolescente e tinha uma urgência das coisas acontecerem. Não que eu tenha me livrado completamente dessa ansiedade, mas aprendi que a viagem é tão proveitosa quanto o destino final. Cada experiência é responsável por moldar a pessoa que eu sou hoje, e meu presente será responsável pelo meu futuro. Por muitas vezes me pego fazendo planos, e eles ficam lá, no papel. E quantas vezes vi várias pessoas passarem e fazerem a mesma coisa: sonhar com mudanças das quais não faz absolutamente nada para que seja realizado. Chega de ficar parado vendo a vida passar. Outro dia um amigo me disse que, por mais que você não saiba exatamente o que você quer, a gente sempre sabe o que não quer. Eu tenho feito esse exercício, diário, de pensar em tudo aquilo que eu não quero na minha vida e que, por mero costume, acabo fazendo. Está na hora de agir, sempre é tempo pra você. Sempre é tempo de ser melhor. E é isso que temos que buscar diariamente, ser a melhor versão de nós mesmos.
É estranho você olhar pra uma pessoa que já esteve tão próximo de você e enxergar um desconhecido. Você conhece cada olhar, cada gesto, cada cara boa ou ruim. Eu nunca aceitei fins sem motivos, e talvez seja a coisa que mais me perturbe na vida. Amizades ou amores que terminam sem razão.
Medo, traição, problemas, seja o que for, tudo nessa vida tem um motivo, por mais bobo que seja. Só não sei o que leva uma pessoa que era próxima da gente valorizar mais o que há de ruim do que o que era bom. Pessoas que nunca mais se falam por causa de um erro, que nunca tentaram entender, ou conversar sobre o assunto.
As pessoas preferem fugir dos problemas, quase sempre. Talvez seja mais fácil mesmo. Afinal, estamos na era do descartável. É mais fácil fugir e arrumar uma pessoa nova, aproveitar a parte boa, e tcharãm, ir embora de novo. De que valem aqueles relacionamentos dos nossos avós? E talvez até dos nossos pais? Que apesar das diferenças, estão sempre juntos. Aqueles que se casaram cedo, e não conhecem a palavra separação. Eles sim, pra mim, tem valor.
Aquelas amizades que não cabem nos dedos de tanto tempo que estão nas nossas vidas, que dividem alegrias e tristezas, que amam os defeitos, e que estão sempre do nosso lado. Essas sim tem valor. As pessoas têm esquecido dos valores morais, que mais vale um amigo que está ao seu lado há dez anos, do que outro que acabou de conhecer.
Pessoas que aproveitam só do que as pessoas tem de bom, mas não aguentam os defeitos. A verdade? Eles não aguentam nem os próprios defeitos, e por isso, acham que ninguém vai suportar também. Ninguém quer ser maltratado, ninguém quer ficar sozinho. Se todo mundo praticasse mais o amor, todo mundo seria mais feliz!
Cada um carrega uma bagagem de vivências que é diretamente proporcional a maneira como vê a vida, como vive a vida. Por vezes, é difícil e quase desleal julgar a escolha dos outros sem ter passado pelas mesmas experiências. Por vezes, é ainda mais difícil compreender o ponto de vista alheio pelo mesmo motivo. E mesmo assim, quem está de fora se acha no direito de apontar o dedo e dizer o que acha certo ou errado. O conceito puro de certo ou errado depende dos valores de cada um, e desde que não fira o direito do outro, é relativo. Entenda, tem coisa que não se discute, é errado e pronto. Só que no que compete a vida pessoal de cada um, o certo vai até onde sua cabeça consegue deitar no travesseiro a noite e repousar em paz. Mais uma vez, desde que estas atitudes e valores não desrespeitem outra pessoa.
Vamos parar de querer ditar pros outros o que eles devem ou não fazer. Apenas parem.
Uma experiência política não pode ser objeto de uma dedução transcendental. O que me impressiona é, ao contrário, como há uma legião que tenta nos dizer que toda forma de fortalecimento da força do demos só pode produzir catástrofes. No que se percebe que eles têm uma visão completamente a-histórica de dinâmicas políticas. O que não poderia ser diferente, já que no fundo, seu debate não é político, mas teológico.
Uma paixão chamado céu... apenas tire 2 ou 3 minutos do céu dia para observá-lo, não importa quando tu olhar pra ele, sempre vai estar lá, lindo, pleno, com suas nuvens embelezando o... quem sabe a vida é como o céu, linda, maravilhosa, as vezes cinzenta, fechada, mas nada como um dia após o outro para vê-la brilhando novamente... não importa se é dia ou noite o céu vai estar estar sempre te acompanhando, como a vida, basta você saber aproveitá-la...
Pensamento do 28/09
Tente pelo menos uma vez na vida preocupar-se com alguém assim como se preocupa contigo todos os dias.
Consegui ter você um pouco mais perto de mim
A cada ligação
É mais uma batida forte no coração
Um sentimento que arde no peito
Quando falo com você, fico sem jeito
Eu espero o dia terminar
E mais tarde te ligar
Quando esse ato acontece meu corpo extreme-se
Você me deixa bobo
E por isso que hoje por ti sou louco
Um governo, com os impostos da sociedade, faz uma obra pública. Depois entram outras pessoas no governo e vendem essa obra, quase de graça, para seus apadrinhados e a sociedade aceita calada. – Pode isso... ?!
"Quantas vezes temos que tomar uma decisão, e é
ela que vai mostrar o nosso caminho...
Mas nem sempre ele levara onde pensamos chegar.
Então precisamos de coragem para largar tudo e
retornar, voltar ao ponto de partida e recomeçar tudo
outra vez.
Não pense que isso é ruim...é uma experiência
necessária, vamos ficando cada dia mais fortes,
mais conhecedores de nossas possibilidades."
Marcia Gonçales
Saibamos ver a beleza que há em viver...
Observemos a natureza a nossa volta...
Há uma diversidade tão grande...
Na terra , na água, no ar...
Incontáveis seres...
...
Por mais que vivamos, todos os dias
conhecemos alguma nova especie.
...
Não deveríamos estranhar,
a diversidade racial, cultural e social
entre nós, seres humanos...
...
A vida é infinita...
A caminhada longa...
Aproveitemos cada momento,
todas as experiências nos trazem
elevação espiritual...
.
Marcia Gonçales
"Seja forte e frondoso como uma árvore e as dificuldades da vida serão como a brisa serena que apenas balança suavemente suas folhas, enquanto permaneces firme e crescente"
O ter em ter é o que vale para uma sociedade capitalista, mas o ser em ser é o que move a vida feliz dos nobres
As contradições da humanidade fornecem profundo dumping delight e uma evasão de análise de todos os fins. Como um sorriso e um paradoxo complexo recheado de citações poéticas orientais, ser humano sempre foi sobre, inevitavelmente, tropeçar em si mesmo.
A Oração e o Horácio
Caminhava errante havia dias, meses e anos, quando veio sobre mim uma vontade frenética e aniquiladora por uma xícara de café.
Olhei em volta e, como nada se parecia a um barista decente, optei pelo Balaios, na confluência da Rua XV de novembro com a VII de Setembro. É um bar café pequeno, mas limpo e o barista é de primeira, além dos conhecimentos e experiência necessária, é um ótimo papo.
Cheguei lá por volta das dez e entrei, empurrando a porta de vidro mantida por uma mola que não lhe permite ficar aberta. Segundo me informou o homem do café, manter a temperatura no interior da casa faz parte do ritual necessário ao sabor e degustação de um café verdadeiro. Entre outras inúmeras razões para gostar de frequentar o Balaios, está o conhecimento e a história do café brasileiro.
Para inicio de conversa, ali só se saboreia essa bebida, que dentre todas, é o melhor antioxidante, segundo aqueles que comungam das mesmas crenças ou, pelo menos, fingem que sim. A maior e melhor delas diz respeito a uma verdade incontestável: nosso café abastece o mundo todo com o melhor grão, dentre todos. Não existe melhor café que não seja brasileiro.
Eu não havia depositado minha mochila sobre a cadeira junto a mesa que escolhi, a mesma de sempre, junto à janela que dá para a Rua XV, quando adentrou no Balaios um senhor. Não consegui deixar de notar sua presença. Homens não gostam de admitir quando outros homens lhes chamam a atenção por sua presença física e eu não sou exceção. Tudo nele era atraente. Sua barba branquinha, sua sobrancelha grisalha e seu cabelo penteado, mas longo. Suas roupas lembravam as europeias, mas com um toque bem tupiniquim representado pela camisa amarelo ouro. Calculei sua idade entre sessenta e setenta anos.
Para minha surpresa ele caminhou direto em minha direção, quando chegou a um metro de onde eu estava, estendeu-me a mão e disse:
– “Eu sou o Horácio, muito prazer em conhecê-lo pessoalmente.”
Agora completamente embasbacado, respondi gaguejando:
– “Muito prazer Horácio, eu sou o Lou Mello, desculpe, mas o senhor me conhece?”
– “ Sim claro.”
Respondeu sem titubear. Carlos, o barista, aproximou-se de nossa mesa, Horácio já sentara na outra cadeira fazendo sinal para que eu sentasse também. Sem que eu nada dissesse, ele fez o pedido:
– “Dois capuccinos médios e duas torradas na graxa, por favor.”
Que raios estava acontecendo ali? Quem era esse senhor encantador e presunçoso que sabia exatamente o que eu pediria no Balaios, mas eu nunca o vira antes?
O homem do café distanciou-se. Com dificuldade encarei aquela figura absolutamente cativante. Ele tinha seus olhos azuis penetrantes completamente direcionados aos meus parcos olhos negros. Ficamos assim por alguns segundos, até que ele rompeu o silêncio sepucral que se dera:
-“Lou, vamos encurtar a conversa, pois minha agenda está muito cheia, como sempre. Meu nome é Horácio, de Oráculo, mas você costuma me chamar: Deus!”
Putz! Meu coração passou em segundos para umas cento e oitenta batidas por minuto, podia senti-lo na garganta, fora a maldita sudorese que acompanha essas palpitações inesperadas, fiquei com o peito e as costas molhadas em um instante, e continuou:
-“Aqui estou para ouvir a sua oração. Sabe, você tem me deixado em uma situação muito desconfortável, mas não lhe nego uma certa razão. De fato, deixei você caminhar por aí segundo seu próprio discernimento. Afinal sempre confiei no que havia em você. Gosto muito do seu blog, especialmente quando você deixa seu humor vazar e me critica aberta e corajosamente. A parte que gosto mais é quando você diz que não escuto suas orações por estar ocupado com os magnatas e ai você cita gente insignificante que sobre o que não entende faz ousadas asseverações. Entretanto, suas gracinhas provocaram reações entre os que me cercam. A pressão cresceu tanto que me obrigou a vir ouvi-lo assim, pessoalmente, olho-no-olho.
Nessa altura, passei os olhos pelo pequeno salão do Balaios, a procura do Carlos ou alguém que pudesse me socorrer, pelo menos, chamar o Resgate, pois já esperava um infarto inevitável.
-“Sossegue filho, você não terá nenhum ataque. Eu estou aqui, lembra? E eu sou Deus, como você costuma dizer.”
Então sorriu largamente. Senti-me inexplicavelmente melhor e arrisquei perguntar:
-“O senhor quer ouvir minha oração? Estou entendendo isso direito?
-“Sim, exatamente! Viu, poucas vezes os homens reagem como você diante de mim. Na maioria das vezes que me apresento em forma humana, preciso gastar muito tempo convencendo as pessoas que sou Deus, mas você está convencido depois de poucos minutos e poucas palavras. Então, qual é a sua oração?”
Claro que eu estava me perguntando qual seria a minha oração. Provavelmente essa era uma oportunidade única e eu precisaria acertar em cheio, como se fosse bater um pênalti aos quarenta e sete minutos do segundo tempo, com o jogo empatado.
-“Agradeço a oportunidade”. Falei com pigarro na garganta. “Desejo paz na terra e saúde às pessoas. Gostaria que a miséria diminuísse e, se possível, fosse extinguida. As diferenças so…” Ele fez sinal com a mão direita para eu parar.
-“Lou, não atenderei nada disso e você sabe por quê. Assisti várias de suas aulas sobre mim e sempre me fascinava o quanto você me entendia. O mundo seguirá seu curso inevitável. Criei os céus, a terra e, sobretudo, o livre arbítrio. Serei fiel, sempre, ao meu compromisso, haja o que houver. Quero ouvir a sua oração e nada mais. Sei que você, em sua nobreza, gastaria todo o nosso tempo sem falar de suas preocupações, aquelas pessoais.” Falou assim, enquanto escrevia uma frase no guardanapo, que dobrou cuidadosamente, deixando-o à mostra, sobre a mesa.
Carlos chegou com as xícaras e os pratos, para meu alívio. A pausa me ajudou a recobrar algum equilíbrio, então me enchi de coragem e disse:
-“ Senhor, nunca acreditei que orar era fazer pedidos, como se o senhor fosse o gênio da lâmpada. Minha oração é a mesma, aquela que o senhor disse não ouvir, coisa em que acredito, ou seja, o que eu pediria para quem tudo me deu? Claro que tenho um coceira danada para pedir a cura de meu filho, mas suponho que isso faz parte, também. Assim, aproveito para agradecer-lhe por tudo e peço perdão por tantos furos que dei por essa vida.”
Um sorriso largo e maravilhoso estampou-se naquele rosto luminoso. E arrisquei uma pergunta:
– “E aquela luz que cega quem lhe vê, quando é que vai queimar meus olhos?”
Seu sorriso virou uma grande gargalhada, então. Colocando sua mão sobre as costas da minha mão que estava sobre a mesa, disse:
-“ Lou adoro seu jeitão de falar, de ser e esse seu olhar de criança carente. Sua riqueza é infinita, pois você me conhece como poucos. Siga em frente, meu caro. Esse sempre foi o caminho certo. A minha paz seja convosco.” Falou isso, levantou, beijou minha face e saiu.
Fiquei olhando-o caminhar na calçada da Rua XV em direção ao Largo do Canhão, através da janela, até ele sumir. Olhei para o guardanapo dobrado e arrisquei ler o que ele havia escrito:
-“Pague a conta, por favor.”
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