Somos Passaros de uma Asamario Quintana
Somos insignificantes. Um dia estamos bem, no outro nem tanto. Não importa a quantidade de dinheiro que você tem, nem seus bens, nem se você é o braço direito do presidente dos Estados Unidos. Um dia ela chega. De quem estou falando? Da sua prova. Todos nós passamos por uma, para alguns, a prova é maior, dura mais, é mais angustiante. E, por mais que você queira, ninguém poderá passar pela sua prova por você. Essa tarefa é sua, já estava predestinado, desde o ventre da sua mãe. E é por isso, que não adianta ser orgulhoso, ter dinheiro… Porque um dia ela vem, e não há dinheiro no mundo que vá fazer com que você não passe por ela.
''Seja luz!Ilumine o seu caminho, e as pessoas que dividem a caminhada com você se iluminarão também.''
Rasgo as cartas que eu, sonhei em escrever
Por castigo ou capricho já vivo tão só
Fecho os olhos, o mundo não quero ver
Tudo tão confuso, o laço virou nó
A lembrança me faz te querer
Bar, bebidas, cartas e dominó
Essa é a minha vida sem você
O castelo que construímos virou pó
Nós temos tudo a vê
Juntos, somos um só
Mas você não consegue ver
Como casal, somos melhor
O mundo é tão cinza sem você
As nuvens encobrem o sol
O cinza do asfalto é o contraste, contraste
Dessa solidão debaixo do lençol
Me ame só mais uma vez
Tira-me essa agonia
Encare comigo essa lucidez
E traga de volta a alegria
Digo-lhe, meu amor, outra vez
Por castigo ou capricho já vivo tão só
Tira-me essa insensatez
Dê me a mão, venha comigo, juntos somos melhor.
As pessoas pessoas acham que o a felicidade chega bate na sua porta. Elas esquecem que somos nós que devemos busca-la. Talvez o maior problema seja encontra-la pois ela esta circulando em um universo de bons pensamentos e boas ações.
Excepcionalmente hoje somos melhores do que ontem e esperamos pelo amanhã para que possamos evoluir.
Todos nós escondemos parte de nossa personalidade, quando deixamos de falar o que queremos pela certeza de não ser aceitos, por mais que todos pensem igual.
Somos todos binários, hexa decimais fracionado a ser sempre ser assim. , assim .Dados aleatórios que ninguém busca na lixeira.. O que encontra-se escondido em sua alma.
Um dia - quem sabe - a gente aprende a sobreviver às outras pessoas. Conviver até conseguimos, seja por obrigações sociais pretéritas ou aquelas que adquirimos com o passar do anos. Complicado mesmo é sobreviver num ambiente que não tem nada a ver com que somos, mesmo que o que somos não seja lá muito adequado para o que se aceita como normal. Ninguém nesse mundo vive realmente o que gostaria de viver. Mesmo os mais revoltados que supõem viver a vida como lhes apetece fora dos parâmetros da sociedade, família, está preso a ela, pelo menos em pensamentos ou até em atitudes. Um ermitão está preso na sua solidão, na sua caverna. Por mais que possamos nos achar livres em algumas coisas e até viver dessa forma, o ser humano não consegue se desprender dos seus pensamentos. Mesmo que consiga, ainda será regido pelo que acontece ou acontecerá com o planeta que habita. Não há escapatória. Não existe um, existem todos. Existe o Todo e é nele que habitamos.
Somos a certeza do que não queremos, a dúvida pelo caminho a seguir, o talvez que pende entre o sim e o não, mudando de acordo com o vento. Somos a conformidade dos dias cinzas, o corpo acolhido na cama, o cansaço tardio do tempo em que a vida cabia numa mochila. Somos uma mala remendada e bagunçada, remexida, precavida. Somos a leveza esquecida, a impulsividade amarrada, a risada contida, a paixão amornada.
Somos nós com a nossa melhor companhia, sem o medo da solidão, confortáveis com a própria presença. Passamos a nos entender mais e nos aceitar melhor. Percebemos que verdadeiros amigos são poucos e que amores verdadeiros são raros. Não entendemos como fomos tão tolos e tão felizes, e porquê a sabedoria tem que vir de mãos dadas com a melancolia.
Somos a nostalgia daquilo que fomos, a saudade do que foi vivido e sentido, a lamentação da entrega cega, a dor latente da queda. O pensamento de que teríamos feito tudo diferente e exatamente do mesmo jeito. O arrependimento pelo que fizemos ou não, os porquês sem resposta, o tempo perdido. A falta de tempo que não deu tempo para nada. O vazio que ficou.
Somos a perspicácia adquirida depois de alguns golpes. A malícia extenuante que prefere mil vezes ceder o seu lugar à singeleza da boa fé. O agradecimento por ainda ter um bocado de lisura no meio de tanta desconfiança. Somos o faro aguçado e as unhas felinas, precavidos ao bote, antecipando o movimento suspeito. E nos convencemos de que somos melhores assim, mais fortes e preparados para as bordoadas, quando, na verdade, queríamos mesmo é voltar à época da credulidade e ingenuidade.
Somos uma constante metamorfose e a permanência da criança de antigamente. A casca se molda enquanto a essência persevera. O que somos é diferente do que nos tornamos, mesmo que o lado de fora influencie o de dentro. Mudamos a nossa forma de enxergar o mundo, o outro e nós mesmos. Modificamos o olhar sobre tantas coisas sem que deixemos de sentir cada uma delas. Os sentimentos perduram, enquanto a necessidade de ter razões para eles perde o sentido.
Somos o passo mais firme, a decisão coerente, a prudência sentimental, a disponibilidade laboral. Somos a necessidade de fazer parte de um grupo e a total falta de vontade de pertencer a um meio. Somos o duelo entre a soltura e a prisão. Não gostamos quando nos prendem, mas não admitimos quando nos soltam. Somos carentes da profundidade e dependentes da superficialidade.
Somos uma mistura do tudo e do nada que nos identifica e nos assemelha. Viver é isso. É um somatório de momentos, uma coleção de emoções, uma constante construção do ser. No fim das contas o importante é permitir-se. Por isso somos o que somos; o resultado daquilo que fomos e o rascunho do que um dia seremos.
