Solidão
Fútil
Eu já não sei.
O que eu fiz?
Poderia existir uma lei,
que fosse obrigatório ser feliz.
Queria sorrir,
mas não consigo.
Vou sair,
mas preciso de abrigo.
Então vou chorar,
vou sofrer.
Me calar,
e então morrer.
Linda solidão,
grande companheira.
Tomada pela emoção,
escrevo cada letra.
Adeus dor,
adeus medo.
Esse tal Senhor,
guarda tanto segredo.
Sentimentos
Preocupados comigo
ou com o que eu posso oferecer?
Eu só não consigo,
só queria alguém pra conviver.
Não era segredo?
É traição.
Sinto medo,
e talvez solidão.
Sentimento ruim,
me sentindo a pior.
Chegará meu fim,
ou ficarei melhor.
Para todos que sentem,
sinto muito.
Mas se sentem,
peguem um escudo.
O vazio é tão grande que até mesmo ao redor de tanta gente me sinto só
Mas quando estou só me sinto bem.
A Estrada
Eu caminhava em uma estrada
Aonde muitos se perderam a procura do caminho
Nela não conhecia nada
Meus amigos me alertavam mas sempre estou sozinho
A estrada era vazia e o vento ecoava
Aonde passei ninguém que conheço lá estava
Me lembro que sempre minha mãe me alertava
Mas no fim nada disso mudava
Alguns não gostam de mudanças
Já outros sempre criam esperanças
Sonhadores desde quando éramos crianças
As estações passaram
As pessoas mudaram
Amores vieram e acabaram
Amores não se concretizaram
Ideias não planejadas
Expectativas que foram criadas
Amizades terminadas
Algumas pessoas ficaram caladas
Outras simplesmente distanciadas
A bebida não fazia mais efeito
Eu não dormia e não pensava mais direito
Não é todos que chegaram no paraíso
E tão poucos fizeram o que era preciso
(reversos p.17)
hoje minha pele é só silêncio e deserto
nenhuma poesia dela
escapa ou brota
transpira ou chora
nenhuma poesia em mim é espontânea
nem as alegrias
nem as tristezas
Flávia Menegaz
O destino daqueles que buscam sua melhor versão, porém não se deixa corromper pela maldade do mundo. É a solidão.
Num dia, éramos lindos amigos, sonhando alto . Pena que você sumiu de repente e me deixou sonhando sozinho.
quando não estiver nem de um lado nem de outro de uma polaridade massiva, não se preocupe pois a "solidão" poderá lhe ser reveladora.
Neve
Nada existe
Nada se cria
Tudo se perde
Tornando branco
Onde outrora havia esperança
Agora só há de existir você
A gélida brancura
Ao redor árvores aos montes perdidas; cegas no seu branco
Buscando a luz que nunca vem
O Sol que Deus destruiu há tempos não mais aquece
Entocado estou
Ó abrigo de madeira
Agasalha mim do frio
Agasalha mim da própria perversão
Afasta mim de lembranças de outrora vida
Tão jovem era antes do branco eu pintar de carmesim
Num acesso de incoerência as ações brotaram
Fiz uso da cor proibida
A essencial cor da vida
A sua vida feita
Perante meus moldes
Dando a ti novo significado
Escondida e imaculada
Abaixo das copas das árvores
Almejando partir em voo
Porém não consegues
E permanece aqui comigo
Nesse mundo coberto por neve
Quando avisto em busca de alimento
Um cervo que se via preso
Pela própria Natureza
Cruel Natureza
Apronto meu instrumento de pintura
E num repentino soslaio
Personificada a belíssima Liese
Bem a minha frente
Sorrindo
Me esvaziando no olhar
Me matando no olhar
Me acusando no ato
Tento me aproximar
E ela começa a fugir de mim
Em tentativas horrendas em neve espessa
Eu chego enfim
No abismo
No limite do meu mundo
Para encontrar
Apenas restantes pedaços de vestido
Vestido esse cor sangue
Cor desvairada
Cor quebrante
Cor que clamava meu nome
Para usufruir dela
E assim o fiz
E nesse abismo feito de gelo e sangue
Eu hei de perecer
Igualmente como fiz a ela
Em culpa
Cheio da lúrida
Cheio da adoração
Mas ainda assim
Redenção não existe
Para meu glacial coração em danação
Se perdeu em teu vermelho.
Até mesmo se outras rosas me, prometerem amor.
As magoaria só pra nunca vê seu, amor por mim, murchar.
O medo de admitir que não são uma boa companhia para si mesmo é a desculpa que as pessoas usam para andar mal acompanhadas.
As flores nunca são solitárias, pois mesmo quando não estão acompanhadas, têm a presença de nossa admiração.
Há tantas feridas no castelo das almas perdidas. Pessoas que vão e que vem. Há Pessoas que perderam tudo. Há quem já não tem mais ninguém. Há quem passa dias e dias mudo. Noites Mal dormidas no castelo das almas perdidas. Pessoas que um dia foram amadas mas hoje estão esquecidas. Muito desespero no castelo das almas perdidas. Saudades. Sonhos de uma nova vida. Aqui o dia é sempre mais escuro. E às vezes ressurge uma pequena e singela esperança na distante lembrança de quem sonha com o que há lá do outro lado do muro. Aqui fica arquivado o passado, acorrentado o presente e ameaçado o futuro. Há tanta solidão. Há tantas pessoas arrependidas. Há tantas coisas mal resolvidas. Almas doentes, quase adormecidas... No Castelo das almas perdidas!
Uma pequena taça de vinho quase vazia, marcada de batom barato e gosto amargo, dá tom, ao fundo uma velha vitrola empoeirada ainda repete o refrão, no meu peito ferido ainda vive saudade e solidão.
A TRILHA EXTINTA
.
Certa vez um passarinho
Ficou reparando o caminho
Que via de cima da encosta
Mas ele não entendia
Por que o mato sumia
Deixando a terra exposta.
.
Indagou um pássaro adulto
Que conhecia o mundo oculto
Dos humanos e de outras feras:
Sr. pássaro sábio e nobre
Por que o mato não cobre
Aquele caminho de terra?
.
Lá embaixo os seres sem asas
Constroem as suas casas
Distantes umas das outras
E quando sentem saudade
E querem rever suas amizades
Caminham pela planície toda.
.
Durante as caminhadas
A terra vai sendo amassada
Impedindo que o mato cresça
E as flores que crescem
Nas margens agradecem
Pois querem que o amor prevaleça.
.
Então o pássaro pequenino
Entendeu por que via um menino
Chorando sentado numa trilha
Que agora estava todinha
Cheia de capim e ervas daninhas
Que cobriam suas panturrilhas.
.
Provavelmente aquela criança
Tinha alguém na vizinhança
Que costumava fazer-lhe visitas
Mas aquele mato comprido
Indicava que o seu amigo
Deixou de pisar na trilha extinta.
