Sofro Calado
Aqueles planos do meu coração?
doeu em mim adiá-los!
preferi amar assim calado!, e contemplar a beleza deste querer... saber que ele seria lindo se fosse vivido; a dois!, na mesma sintonia!
Se não houver uma doação mútua!?
Ah... não!, foi-se o tempo que eu amei pelos dois...
Não soube esperar, me conter, me deter
Não fiz por mal, incomodava meu ser
Queria ter me calado, nem falar, nem escrever
Mas chegou a tal ponto que não pude esconder
E me esvaziei sem saber o que dizer
Disse tudo, contrariei a razão
Não chorei, mas machucou meu coração
Nem esperava que seria uma decepção
Quero chorar, mas é preciso segurar essa emoção
Ando só
Ando só
Exausto e cansado
Sempre calado
Não ligue
A musica me acompanha
Pessoas estranhas
Vazias e iguais
Sonhos surreais
Ando só
Sem roteiro, sem tema
Sem um telefonema
Ninguém pra se importar
Em qualquer lugar
Está tudo cinzento
Lá fora e aqui dentro
Ando só
Com minhas rimas e prosas
Noites dolorosas
Não dá para sonhar
O frio faz congelar
Desejos e planos
Só tenho vinte anos
Quase todos mentem
Falam português mas não me entendem
Ando só
No meu abismo
Não tem turismo
Nem visitante
Nem amante
Nem amores
Jardins sem flores
No palco só eu
Ninguém apareceu
No espetáculo trágico
sem palhaço e sem magico
Ando só
E por aí vou andando
devagar quase parando
vagando e vagando
Eu ando só...
Tempo nublado.
Coração fechado.
Pensamento calado.
Destino confinado.
Já se sentiu assim?
Meio infeliz,
Ao mesmo tempo feliz,
Pensando que é o fim?
Passando a maior parte do tempo calado e com a mente pensante.
Angustia tão profunda quanto um poço se fim.
O que será de mim?
As vezes meu corpo transborda como uma represa preste a se romper,
Chega tão perto da destruição ao ponto de me enlouquecer,
Não consigo parar de chover.
Muita das vezes não transborda, muita das vezes faz doer.
Vivo em uma eterna constante de "porque"
Porque pensar assim?
Porque sofrer por algo que não acrescenta nada a mim?
Porque me vejo de tal forma?
Porque sou?
Quem estou tentando enganar?
Quem eu insisto em proteger e não desmascarar?
Porque?
Ontem a noite eu quis chorar, lagrimas chegaram ao topo,
Mas só 3 conseguiram escapar.
Nó na garganta,
Respiração ruim,
Corpo pedindo socorro.
Estou acompanhado e me sinto só.
Vivo pensando que poderia ser melhor.
Eu poderia ser melhor?
Não sei!
Tentei e não consegui.
Talvez eu seja assim
Duvidas e duvidas sem fim.
Sou dono do meu corpo
Dono dos danos que causo,
Dono da dor que sinto,
Dono da culpa que carrego.
Responsável por tudo.
Talvez esse seja meu fardo
Ou talvez ou meu fim.
Ando surdo para leituras e calado para declamações, mas desenho ao vento e no seu invisível crio um poema a vácuo.
O som da noite, ainda que calado ou inaudível seja aos meus ouvidos, grita alto em meus pensamentos.
Fico me questionando quanta injustiça consigo aceitar calado, até quando vou abaixar a cabeça quando ouvir uma voz mais imponente que a minha? Até quando deixarei que me coloquem vendas e mordaças? Eu me pergunto, todo os dias, se posso fazer a diferença. Eu posso?
REFLEXÕES DE UM ADEUS (soneto)
Calado, ouvindo o silêncio ranger
Imerso no pensamento solitário
Gritante no peito o medo a bater
Do adeus, e que no fado é vário
Agora, cá no quarto, a me deter
Angústias do cismar involuntário
Que o temor no vazio quer dizer
E a aflição querendo o contrário
São duas pontas do nosso viver
No paralelo do mesmo itinerário
De ir ou ficar moendo o querer
E neste tonto e rápido breviário
Que é o tempo, me resta varrer
Os espantos, pois imutar é diário
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Mês de maio, 2017
Cerrado goiano
flerte
olhava o céu
nuvem inerte
alvas como papel
cá do cerrado
calado, meu coração
dispensava qualquer termo
numa espera sem ação
um olhar perdido, ermo
pensando só em você
e neste glacê de emoção
o meu sentimento voa
até ti, buscando razão
desta distância atoa
que ao amor maltrata
é dor chata, que dá solidão
aquelas que não cabem
no peito, de tanta aflição
e só os que sentem sabem
como é contramão sentir...
então, venha logo! Não fique por vir!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2019, 14 de outubro
Cerrado goiano
“Na prática do método Reiki, às vezes, a melhor forma de ajudar é ficando calado, mantendo a atitude de ouvinte. Escute, escute e escute.”
E eu passo, tão calado como a Morte,
Nesta velha cidade tão sombria
Chorando aflitamente a minha sorte
