Sobre Debate
Dentro do vidro, a alma se debate,
Entre nuvens e borboletas, busca escapar.
A vida é um voo, um sonho a alcançar,
Pressa os limites, mas sempre a se libertar.
É assustador ver o Estado brasileiro continue omisso ao debate qualificado e não proponha ações que possam, de fato, produzir efeitos sobre o problema da segurança pública. Com a impunidade dos justiceiros ainda acobertado pelo Estado as execuções tende de aumentar.
Dogma é o subterfúgio pelo qual as religiões tentam impedir o debate e impõem decisões forçadas sobre assuntos para os quais elas não possuem explicação lógica e racional.
"Aprenda a usar as suas armas, meu caro. Recorde-se que, em um debate, quem tem a fala tem o poder"
Quando você debate com um mentiroso, ele leva para o lado pessoal envolvendo sentimentos para se fazer de coitado, de vítima e lhe causar dúvidas sobre o comportamento dele.
Impedir a voz de alguém com base no lugar de fala, na vivência, no fenótipo é restringir o debate, transformar a experiência individual em dogma e estimular a divisão, enfraquecendo a busca por soluções na base da pirâmide social.
Vocês, que riram de Enéas.
Vocês, que chamaram de “louco” o homem mais preparado daquele debate.
Vocês, jornalistas, formadores de opinião, intelectuais — são os mesmos que ajudaram a desacreditar quem ousou pensar o Brasil com profundidade, com coragem, com ciência e com patriotismo.
Cada piada feita, cada corte de fala, cada insinuação irônica... tudo isso ajudou a construir o cenário em que estamos hoje: um país saqueado, desacreditado, dominado por interesses estrangeiros e mergulhado em ignorância política e moral.
Enéas alertou, ensinou, mostrou o caminho. Mas vocês preferiram ridicularizar.
Vocês são responsáveis, sim, pelo que o Brasil se transformou.
Espero que estejam orgulhosos da obra que ajudaram a edificar: uma nação perdida, carente de líderes verdadeiros, afundada em farsas e manipulação.
Enéas não era louco. Loucos foram vocês — por ignorar um gênio em nome do jogo sujo de sempre.
Que este debate se consolide como ato de resistência civilizatória, pois uma sociedade que abdica da infância abdica do futuro. Se a adultização é o risco, a proteção integral é a resposta. E nesta resposta, repousa a grandeza do Estado, da Justiça e da própria humanidade. A infância não pode ser sacrificada no altar da pressa, do consumo e da exploração digital. O processo de adultização precoce corrói os pilares do desenvolvimento humano, rouba o direito de brincar, transforma a inocência em estatística de mercado e compromete a formação biopsicossocial de milhões de crianças e adolescentes.
Quem discute e debate com os estúpidos e ignorantes, perde a chance e a oportunidade de demonstrar que a sabedoria, e o verdadeiro entendimento andam de mãos dadas para resolver conflitos e não cria-los cada vez mais.
A condição de todo debate, com efeito, é alguma intimidade com a mente do adversário, alguma compreensão das percepções que o levaram à sua visão do mundo. Isso pressupõe a disposição e a coragem de deixar-se permear pela sua influência, confiando na própria força de superá-la depois.
Mas quem sobrou vivo entre os 'intelectuais públicos' deste país para absorver e, se possível, superar ou contestar o que ensinei em O Jardim das Aflições, em Aristóteles em Nova Perspectiva, em O Futuro do Pensamento Brasileiro, em A Filosofia e seu Inverso e em nada menos de quarenta mil páginas de aulas e conferências transcritas, sem contar uns quinhentos artigos publicados na mídia desde 1998 e os trezentos e tantos programas de rádio em que traduzi (ou talvez deformei) um pouco do meu pensamento na linguagem do mais acessível esculacho popular?
No Brasil a vida intelectual superior, mesmo na sua expressão mais tosca, que é o debate ideológico, acabou. Se nos testes internacionais os nossos estudantes tiram sempre os últimos lugares, não é sem razão: o exemplo vem de cima.
Portanto, o conteúdo da minha obra, ou de qualquer outra que pareça detestável, não interessa mais. Basta a rotulagem superficial, passada de pata em pata entre bichinhos assustados para mantê-los a uma profilática distância de uma influência ameaçadora.
Ontem, conversando com um antigo professor, quase me vi em um debate. E apesar de amar bons diálogos, eu ODEIO debates.
De falhas sociais, ele passou a falar em Cristo.
O professor Waldo é bem conhecido por sua aversão religiosa, e antes que eu abrisse minha boca, ele pergunta:
"Você acredita em Jesus, e em toda aquela 'maravilha' que dizem que ele fez?".
Respondi que "sim".
Ele continua:"Existe lógica crer nisso?
"Sim. Vejo sentido". - respondi.
"Qual é a lógica?"-Ele questiona.
Prossegui então:"Professor, eu já admirei muita gente na vida. Escritores que venderam best sellers de auto ajuda, e que nem falavam 'bom dia' para o porteiro. Admirei intelectuais que escreviam como 'anjos', mas em suas reuniões particulares criticavam seus semelhantes. Já admirei mestres que, afetuosamente ensinavam o filho do outro em sala, mas não acalentava o seu próprio filho, em casa. Já admirei influenciadores que esbanjavam carisma no palco, mas que não expandia nenhum valor humano. Líderes religiosos que diante do púlpito enaltecia seu 'deus', e nos bastidores ria das crenças alheias. Políticos que prometiam vida digna ao povo, e eram capazes de roubar-lhes a dignidade."
Cansado dos exemplos, ele me interrompe:
"Ok. O que tudo isso tem a ver, e qual é a lógica de acreditar na beleza do seu Jesus?"
Respondi: "Essa é a lógica. Estamos todo tempo em contato com pessoas comuns se passando por extraordinárias, escrevendo bonito, ensinando, filosofando, cativando, palestrando, mas vivendo o contrário. A lógica está em crer e admirar alguém sem hipocrisia, que foi capaz de viver conforme o que pregou. Não se fascinou com a fama, nem almejou o poder dos homens, e do início ao fim, foi fiel a seus valores."
O professor Waldo deu risada e disse: "Menina, você falou, falou... E não falou nada. Você que é boa de lábia, poderia ter se esforçado mais para me fazer crer nesse tal Jesus."
Dei aquele sorrisinho, e sabendo que ele só queria uma mesa redonda, me despedi aliviada:
"Professor, foi bom ter ver, mas meu objetivo não é missionário, e por hora fico feliz, apenas por ter evitado um debate.
(Argumentos/Fernandha Franklin)
Debate não é imposição,Debate da o direito do outro descordar. Audiência pública ainda é o melhor caminho.
Com o uso das novas tecnologias, o debate político não faz parte exclusivamente da vida pública, mas da privada.
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