So Nao Muda de Ideias que Nao as tem
Depois que eu aceitei que eu sou foda pra caralho ninguém nunca mais conseguiu me atingir, me ferir e me fazer chorar. Algumas pessoas chamam isso de ego inflado, de nariz em pé e até coisas piores, mas eu chamo de auto aceitação, de autodefesa, de autocuidado e de amor próprio. As pessoas só podem nos ferir se dermos a elas poder para isso ou se demonstrarmos as nossas fraquezas. Mas quando não conseguem elas se frustram e acabam desistindo, não existe nada melhor do que vencer o inimigo pelo cansaço, pela indiferença e pelo silêncio, essas são as melhores armas.
Já engoli a seco os meus sentimentos várias vezes e a maioria delas foi por eu ter sentidos por pessoas que não mereciam e por haver falta de reciprocidade. Mas preciso confessar que engolir uma melancia inteira teria sido melhor, mais fácil e menos doloroso.
Você sorriu para mim e como consequência eu quis tirar a roupa da minha alma e te mostrar a nudez que ela esconde.
Ela trouxe de volta a minha felicidade quando sorriu para mim e minhas borboletas do estômago nunca mais quiseram pararam de voar.
Importa também que te faças surdo a muitas coisas, cuidando antes do que serve à tua paz.
Mais útil é desviares os olhos do que não te agrada e deixares a cada um seu parecer, do que entrares em discussões.
A Lagarta e a Borboleta
Em um pessegueiro em flor havia um casulo.
Dentro dele uma lagarta muito pessimista.
De sua janela via as borboletas felizes, de flor em flor
e invejava a sua liberdade.
Chorava se sentindo esquecida pela sorte, até que num dia de sol, uma borboletinha pousou à sua janela. Vendo-a chorar lhe pergunta: Por que choras?
Porque eu também queria voar e estou presa aqui dentro...
Ao que a Borboleta responde: Então não sabes de onde, nós borboletas, viemos? Nós viemos de casulos, iguais ao seu.
A Lagarta surpresa e vibrando de alegria sorri feliz...
Compreendeu, finalmente, que para tudo há um tempo. Tempo de ser Lagarta e tempo de ser Borboleta e tratou de esperar que tudo acontecesse no seu tempo.
Cika Parolin
da coleção de pequenos Contos Infantis
Hoje amanheceu chovendo e eu parei para admirar aquelas gotas caindo no chão. E eu lembrei de você, afinal, você sempre amou a chuva assim como eu. Você sempre sorria ao vê-la caindo e o teu sorriso era tão lindo que eu nem conseguia reparar nela, só conseguia reparar em você.
É claro que eu costumo agir como se nada me importasse e como se eu fosse o centro do universo. Eu passei pelas minhas piores fases sozinho, eu mesmo cuidei dos meus machucados, das minhas dores, dos meus traumas e de todas as sequelas que os abandonos me causaram. Então eu não preciso de ninguém para nada, muito menos para ser feliz e eu não preciso mentir e dizer que preciso só para agradar ou para parecer ser o melhor ser humano do mundo. Gosto das pessoas que estão ao meu redor, cuido delas e dou o melhor de mim, mas aprendi a ser só e a não fazer uma tempestade em um copo d'água caso alguma delas decida partir. As pessoas são livres para escolherem não ficar em lugares que não lhe cabem mais e ciclos se encerram, a vida não para por isso... ela continua seguindo em frente.
Por mais que estejamos acostumados com as dores da vida, a que vem depois de ter o coração partido ainda vai ser a pior dor que existe, porque nunca estaremos preparados para ela.
A dor é o tutano da escrita, quando dói por dentro dos ossos a poesia mais bonita sai e mesmo que seja dolorosa de ler, ainda consegue cativar.
Ninguém é responsável por obter traumas, eles são causados na gente e geralmente por pessoas que confiamos muito e costumamos amar. Mas somos responsáveis pelos estragos que eles podem acabar causando nas outras pessoas. Não podemos e nem devemos nos tornar iguais a quem nos traumatizou, é egoísmo fazer os outros passarem pelas mesmas dores que conhecemos e carregamos, porque a bagagem é pesada demais e o outro não merece carregar.
Minhas esperanças eram como um castelinho de areia na beira da praia e você foi a onda que veio e o destruiu.
Meu coração resolveu tirar férias desse lance de amor, ele se cansou de ser playground e resolveu não ser mais nada, agora só cumpre suas funções básicas: bombear sangue e me manter vivo, nada mais que isso.
Quando o sentimento se encontra com a razão e, em coro, gritam:
_"Deu saudaaaaaades"!
Não tem jeito, nos cabe apenas dar-lhes asas e, deixá-los voar.
