So Nao Muda de Ideias que Nao as tem

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Carta (não necessariamente urgente) sobre a morte e suas pirraças

Curitiba, essa noite meio sem graça de quinta,
Num tempo que não sei bem se sobra ou se falta.

Prezado amigo (ou quem ler isso, vá lá saber),

Escrevo não porque tenha urgência, que mortais não tem horário marcado, mas porque hoje me deu para pensar nessas coisas que a gente só finge que esquece. Morte, veja só. Tema que dá pano pra manga e silêncios incômodos em conversas de elevador. Mas a verdade é que às vezes não é ela que assusta — é o medo do atraso ou da antecipação.

Sim, tenho medo. Mas mais ainda de morrer na hora errada. Daquele falecimento inconveniente, tipo deixar o feijão no fogo e não voltar mais. Ou então ficar tempo demais, feito parente de festa que não entendeu que acabou. O sujeito vira ruído de fundo, se arrasta pelas tardes, ocupa espaço que já devia estar livre para outra coisa — talvez uma planta ornamental ou um cachorro esperançoso.

Quero ir quando ainda restar alguém que feche os olhos por um segundo ao lembrar de mim. Mas não tantos que respirem aliviados. Aquela linha tênue entre o “já vai tarde” e o “que falta faz” é difícil de mirar, mas tento, com a pontaria do coração — que sempre foi míope, convenhamos.

E torço pra que sobrem uns poucos desafetos. Não por maldade, veja bem. Mas porque quem nunca odiou também nunca amou com força. Os mornos não deixam rastro nem queimam as pontas dos dedos.

No fim — e essa é a esperança que abraço com certo sarcasmo — talvez restem algumas linhas. Frases ditas sem urgência, guardadas num papel, esquecidas numa nuvem digital com nome de bom tempo. Coisas minhas, soltas no mundo, sobrevivendo a mim.

Se alguém ler, que sorria. E se puder, que imagine que eu ainda estou por aí, rindo também, com aquele jeito de quem sabe que o último a rir, às vezes, nem precisa estar vivo.

Roberval Pedro Culpi

Carta ao Tempo

Meu caro Tempo,

Confesso que não sei se te temo ou te desafio. A morte? Ora, a morte é só um ponto final mal colocado, e eu, como bom desleixado, sempre preferi as reticências... O que me assusta mesmo é a tua ironia: morrer cedo demais, deixando a mesa posta e o vinho por abrir, ou tarde demais, quando já não há convivas, só pratos vazios e um relógio a tocar no vácuo.

Quero ir-me na hora certa — nem tão cedo que os meus ainda chorem de verdade, nem tão tarde que disfarcem o suspiro de alívio com flores murchas. E que sobrevivam alguns dos que desprezo, porque um homem sem rancores é como um mar sem maré: plano, previsível, incapaz daquela fúria que também ergue barcos.

E quando enfim me dobrares a página, que fiquem umas poucas linhas minhas, rabiscadas num canto qualquer — num caderno esquecido, num email perdido na nuvem. Coisas que um dia alguém possa ler e pensar: *"Este aqui ainda respirava quando escreveu."*

E aí, meu velho Tempo, terás cumprido teu ofício sem me fazer covarde ou caricatura.

Assinado,
Um que ainda não acabou de chegar

Roberval Pedro Culpi

Entre o medo e o tempo

Se temo a morte? Talvez mais o erro
de não morrer, ou de partir
quando ainda ecoam promessas,
ou então tarde — soterrado em silêncio,
só ocupando o ar de quem respira por inteiro.

Queria partir no compasso certo,
quando ainda se nota minha ausência,
mas não tarde demais a ponto
de ser alívio e não lembrança.

Que sobrem uns poucos que, sem afeto,
ainda me lancem um olhar torto —
porque amar de verdade
exige também saber o peso do desprezo.

E se nada mais restar de mim,
que fiquem estas linhas dispersas,
talvez num papel amarelado,
ou na leveza de uma nuvem digital,
soprando um sopro meu
em quem se dispuser a escutar.

Roberval Pedro Culpi

Silêncio Alheio
Há vozes que se perdem no vazio,
ecoam em segredo,
são gritos que o tempo não apaga.

Os olhos, se pudessem falar,
contariam sombras,
pedaços de um mapa desfeito.

A aspereza nas palavras
é só o espinho de uma flor murcha,
o que resta quando a noite é longa demais.

Vemos o movimento,
mas não os degraus quebrados,
nem o lodo que pesa nos passos alheios.

Não se trata de absolver a dor,
mas de lembrar que cada um traz
um abismo diferente no peito.

Feridas que não se mostram,
batalhas sem troféus,
lágrimas que secaram antes de cair.

É simples apontar o dedo,
difícil é segurar a mão que treme
e ouvir o que nunca foi dito.

Porque toda alma carrega
um livro fechado,
e algumas histórias
queimam sem deixar cinzas.

Roberval Pedro Culpi

O tempo e a dor

Dizem que o tempo cura,
Mas não é bem assim que acontece
A dor verdadeira perdura,
E como um jardim ela floresce.

É um desafio constante,
Mas não traz alívio pleno,
Se o tempo fosse um calmante,
Não haveria dor nem veneno.

A passagem do tempo nos prova,
Mas não apaga o sofrimento,
Se fosse o tempo uma droga nova,
Não existiria lamento.

Roberval Pedro Culpi

Envelhecer
Me chamarem de velho não me ofende; pelo contrário, me dá um certo orgulho. Afinal, sobrevivi a tantas tempestades, atravessei desertos e venci batalhas. Cheguei até aqui, vivo e lúcido, para discernir que envelhecer é uma verdadeira conquista.

Cada ruga, uma história; cada fio de cabelo branco, uma lição.
O tempo é um escultor invisível, que molda nossa essência com esmero e paciência.
Envelhecer é como carregar um baú de preciosidades: memórias, aprendizados e afetos que formam a riqueza de uma vida bem vivida.

Ser chamado de velho é, na verdade, ser reconhecido como um sobrevivente, um guerreiro que navegou pelos mares tempestuosos da existência e chegou ao porto com um sorriso no rosto e um coração cheio de sabedoria.
Que venham os anos, trazendo mais aventuras e experiências, pois envelhecer é, acima de tudo, viver intensamente.

Roberval Pedro Culpi

Amigos,

Em jardins de risos e silêncios,
Florescem laços invisíveis,
Não contados,
não possuídos, Apenas sentidos, como brisas leves.
Não tenho ideia quantos são,
Pois contar é limitar,
E amizade é vastidão, Um campo sem fronteiras.
Amigos quero aqueles que dançam No ritmo do agora,
Que se alegram na presença,
Sem razão, sem demora.
Gostar de estar, mais que gostar,
É um querer sem nome,
Um encontro de almas,
Que se reconhecem no olhar.
E assim, seguimos, Sem posse, sem pressa,
Apenas sendo,
E nada mais.

RPC - 20/07/24

Roberval Pedro Culpi

Daqui em diante, escuto tuas perguntas, mas as respostas que esperas não vivem em mim.

Não temos certeza, nem sabemos a direção para onde iremos.Vivemos sem certezas e sem saber a direção que nos leva.

Pague a visão: quando tudo parecer ao contrário, lembre-se de que o mundo não gira para capotar, mas para reiniciar e alinhar; o universo está ao nosso favor.

Fingir que está tudo bem, sabendo que não está, é trair os próprios sentimentos.

Quem não me quer no verão, não é justo me ter no inverno!

Não é nada fácil viver em uma montanha russa.

O impossível é apenas o ponto de partida para quem não desiste.

As nossas atitudes não podem marchar na direção contrária das bençãos pedidas a Deus.

Quem busca a felicidade não pode ter o abandono por perto, nem carregá-lo à distância.

⁠Meu amor se foi
Na verdade ele não morreu, apenas desistiu de mim
Não sei se por amar demais,
Ou se esperto, logo percebeu onde estava se metendo.

Meu amor se foi
Não meu sentimento por ele,
Mas não ser dele, inutiliza meu amor.

Meu amor se foi
E com ele a ideia de amor romântico,
Devo estar do trigésimo amor, mas não importa, esse era o verdadeiro, eu sei.

Meu amor
Não vá
Meu amor, fique.

Se adiantasse pedir eu pediria, mas meu amor é orgulhoso, oh orgulhoso amor...
Meu amor, em fim, partiu.

Não conte, o meu segredo para ninguém⁠, uma das coisas mais dolorosas é caminhar naquela estrada da vida, e ao olhar para trás tu vejas como foi o tempo passado, foram dias árduos e marcantes, você marcou a minha essência (CLÁUDIO SANTOS, 2025).

Ontem aprendi sem apressar os detalhes, para que hoje eu não repita os erros de antes. Hoje não vou afrontar nem ultrapassar, apenas interpretar a naturalidade e viver mais um dia. Amanhã poderá ser tudo diferente, um novo desconhecido. Ontem te estendi a mão, hoje te abracei. Amanhã, será que estaremos juntos? Essa resposta ainda não tenho vou esperar amanhã.

Escuta a tua própria voz antes de falar com alguém; não é necessário elevar o tom, basta ouvir a si mesmo para não ferir o outro.

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