Sim nós dois

A idade não nos protege contra o amor. Mas o amor, até certo ponto, protege-nos contra a idade.

Estamos habituados a julgar os outros por nós próprios, e se os absolvemos complacentemente dos nossos defeitos, condenamo-los com severidade por não terem as nossas qualidades.

Do modo como a concebemos, a vida em família não é mais natural para nós do que uma gaiola é para um papagaio.

Se Jesus Cristo chegasse hoje até nós, as pessoas nem pensariam em crucificá-lo. Iriam convidá-lo para jantar, ouvir o que ele tivesse a dizer, e zombariam dele..

É estupidez entristecermo-nos pela perda de uma companhia: podíamos nunca ter encontrado essa pessoa, portanto, podemos dispensá-la.

As nossas necessidades unem-nos, mas as nossas opiniões separam-nos.

Amar é descobrirmos a nossa riqueza fora de nós.

A minha opinião é que nós temos de nos emprestar aos outros, mas apenas nos darmos a nós mesmos.

Perder uma ilusão torna-nos mais sábios do que encontrar uma verdade.

Um argumento a favor do diabo: É preciso recordar que nós ouvimos só uma versão da história. Deus escreveu todos os livros.

Não somos nós que perdemos tempo. É o tempo que nos perde.

Como podemos nós pretender que os outros guardem os nossos segredos se nós próprios os não conseguirmos guardar?

A mulher que se beijou e não se teve, que se adivinhou e não se possuiu, transforma-se para nós numa obsessão, numa preocupação doentia.

Aqueles a quem amamos têm todos os direitos sobre nós, até o de deixarem de nos amar.

Não há nada de tão belo como aproximarmo-nos da Divindade e espalhar os seus raios pela raça humana.

Os nossos maiores inimigos existem dentro de nós mesmos: são os nossos erros, vícios e paixões.

Desperdiçamos o tempo, queixando-nos sempre de que a vida é breve.

É permissível a cada um de nós morrer pela sua fé, mas não matar por ela.

O dever: gostar daquilo que prescrevemos a nós próprios.

Onde não estamos é que estamos bem. Já não estamos no passado, e então ele parece-nos belíssimo.