Silenciosa
Noite de quarta-feira
A casa está silenciosa,
mas dentro de mim há um universo.
O tempo se espalha devagar
e meus pensamentos correm livres.
Nenhuma voz além da minha,
nenhuma presença além do que sinto.
E não há vazio,
porque eu me basto.
Deixo minha mente viajar sem pressa,
revisito sonhos antigos,
desenho planos no escuro,
sorrio para o que ainda não aconteceu.
Como é bom estar aqui,
inteira em minha própria companhia.
Sem precisar de ninguém para preencher espaços,
porque não há espaços vazios em mim.
Na solidão que escolhi,
descubro que não há ausência, nem falta.
Apenas eu.
E isso é suficiente.
Lua
Silenciosa como a noite,
profunda como o mar.
Carrega medos no peito,
mas nunca deixa de brilhar.
A verdadeira força do tigre não está em suas garras, mas na fúria silenciosa de seu coração—ele não anuncia sua tigritude, apenas ruge e domina.
O Abismo do Paraíso
Você me olhava, olhos feitos de abismos,
Uma pergunta silenciosa queimava no ar:
É amor o que sangra em nós,
Ou será a dor que nos costura à beira do precipício?
Não há resposta que não fira,
Não há verso que não rasgue o peito.
Somos feitos de incêndios silenciosos,
De um fogo que tanto aquece quanto consome.
Amamos como quem pisa em cacos,
Cada passo ressoa um lamento cortante.
A dor é irmã gêmea do êxtase,
E juntos, dançamos na corda tênue da perdição.
Talvez sejam os dois, amor e dor,
Misturados como veneno e cura,
Nos levando pela mão a um destino cego,
Um salto sem redes para o abismo do paraíso.
Caminhamos sem olhar para trás,
Como loucos que amam seus próprios cárceres.
Você me olhava e eu sabia—
Não fugiremos, nem queremos.
Esse amor é nossa ruína,
Mas também o céu pintado por nossas mãos.
Se há um fundo no abismo,
Que seja feito de estrelas,
E que ao cair, toquemos o impossível.
E assim seguimos, entre beijos que cortam
E abraços que selam feridas invisíveis.
Rumo ao desconhecido, de olhos fechados,
Para cair ou voar.
Pouco importa—
O paraíso sempre começa na queda.
Morada da Saudade
Saudade, dor que castiga,
Silenciosa, cruel, imprecisa,
Se agarra à alma, intrusa antiga,
E ninguém ouve minha brisa.
Grito alto, ninguém escuta,
É lamento que o vento carrega,
Coração sangra, a dor é bruta,
Na noite fria, a esperança nega.
Rasga o peito, faz morada,
Deixa em mim ferida aberta,
E a solidão, sempre calada,
Se torna a visita mais certa.
Por que me tomas, sentimento vil?
Levas a paz e me deixas assim...
Traz de volta o amor sutil,
Que era luz no meu jardim.
... Mães são verdadeiras arquitetas do destino, moldando vidas com sua sabedoria silenciosa e seus gestos de carinho. Elas não apenas ensinam a caminhar, mas mostram o caminho com coragem e determinação. Em seu olhar, há um universo de esperança, e em seu abraço, um refúgio seguro.
Eu sinto uma profunda dor silenciosa...
Gosto do som da música, do percurso
da minha casa até o trabalho;
estou sempre ouvindo música.
Em casa e no trabalho, ouço o barulho
dos carros, dos comboios e de toda a gente.
Chego em casa, ligo a televisão e ouço o noticiário:
outra vítima do silêncio se atirou
nos ruidosos trilhos do trem.
No trabalho, ouço o rádio, que toca uma música ridícula, e
minh'alma sofrida dança desolada.
Gosto do som da chuva, lágrimas do céu;
até os homens choram, silenciosamente.
E o choro da terra é abafado
pelos nossos gritos ambiciosos;
ouço o barulho das fábricas, corro para o campo,
e a chuva, tempestuosamente,
em seu suave cair, encharca meu coração ressecado.
Gosto do canto dos pássaros;
da minha cama me levanto,
e nela me deito, ouvindo os tordos ao amanhecer
e os urutaus ao anoitecer que, calmamente,
levam distante meu espírito atormentado.
Gosto de deitar-me e dormir
com o barulho do ventilador;
porque gosto de barulho,
assim silencio os gritos sussurrados
em minha cabeça. E eu, que tenho sido tão quieto,
se os ouço e me falam, descanso resignado.
Como uma chuva em uma madrugada silenciosa é no silêncio da nossa mente que ouvimos os pequenos ruídos.
"O segredo da evolução está na disciplina silenciosa. Quem conhece o templo interior, conhece o caminho da verdadeira prosperidade."
Noite de gala
Na noite silenciosa e enluarada, o Céu se fez meu ouvinte,
A sinfonia oferecida pelo soprar dos ventos, deu o ritmo da dança as árvores presentes,
Poucas nuvens, das estrelas a reprodução de um belo lustre,
Olhar firme, cabeça levantada, uma mão no coração e a outra mão segurando o véu da imaginação.
Que Deus nos defenda da maldade silenciosa, do ódio mudo e da falsidade sem alarde que ronda a nossa vida.
Na alcova, uma atmosfera silenciosa de desejo, interrompida apenas por suspiros longos, como se fossem notas musicais à procura de uma outra para compor o acorde perfeito.
Não espere para aprender com a dor da ausência o que você deveria aprender com o que, silenciosa a presença, te ensina todo dia.
Mais uma vez termina o dia, mas silenciosa a vida segue deslizando pelo fio encantado da magia, bordando com fios de ouro o amanhecer de um dia novo.
A natureza é tão sutil que a gente nem percebe quando a noite chega silenciosa, apaga a luz do sol e acende a luz das estrelas. Quando nos damos conta os sons que orquestram o dia cessaram e tudo se torna breu.
O ato de procrastinar tem se tornado, para muitos, um hábito — e pior: uma rotina silenciosa. Mas será que você está realmente atento ao que direciona a sua vida?
Já parou para refletir sobre os seus planos? Quais deles você realmente colocou em prática? Chegou a tentar ou simplesmente desistiu antes mesmo de começar?
É curioso perceber como, quando se trata de nós mesmos, quase sempre surge algo que nos tira o foco. Vem aquele pensamento: "Ah, depois eu faço..." — e esse "depois" se estende tanto que, sem perceber, vira um "nunca".
E então, ao olhar para trás, a gente percebe que o resultado poderia ter sido outro... se ao menos tivéssemos tentado.
Um ponto que quero destacar é que muitas pessoas desistem sem nem ao menos tentar. Outras vivem na promessa — é ali que habita a procrastinação.
Hoje, quero propor algo simples:
Reflita sobre você, sobre suas conquistas.
Depois, anote o que poderia ter feito diferente para alcançar um resultado melhor.
Dê um passo para trás, com consciência, para dar dois passos à frente, com propósito.
Analise os comportamentos que te levaram a procrastinar.
Faça uma lista do que você precisa deixar para trás para seguir em frente.
Quer um exemplo?
Digamos que, em algum momento, você tenha estabelecido o objetivo de comprar uma moto. Até hoje, essa meta não foi alcançada. Mas por quê? Quais foram os fatores que te impediram? O que você deixou de fazer?
Agora, num novo momento, é hora de refazer suas estratégias para alcançar esse objetivo. Isso vale para qualquer meta. O importante é colocar em prática.
Cada detalhe importa. Cada hora, cada decisão, cada atitude reflete diretamente nos seus resultados.
A procrastinação pode parecer inofensiva, mas é uma decisão — muitas vezes inconsciente — que tomamos dia após dia. E, assim, deixamos de lado o mais importante: nós mesmos e os nossos sonhos.
Então, que tal começar agora?