Silêncio

⁠Às vezes, é necessário calar para dar voz aos nossos barulhos internos.

⁠Em um mundo tão cheio de barulhos, às vezes, aquele que cala é o que mais tem a dizer.

⁠O silêncio é uma voz que faz barulho do lado de dentro.

⁠Por trás de todo silêncio há um grito. A dor é sonora.

⁠Silêncio é como um pretinho básico, não tem como errar.

⁠Silêncio é o idioma oficial da paz.

⁠O silêncio é um idioma, com signos muito fáceis de serem lidos, mas nem todos conseguem entender.

⁠A raiz da maioria dos nossos problemas está na nossa incapacidade de fechar a boca.

⁠Certa vez, li em algum lugar que "o silêncio é um texto fácil de ser lido errado." Discordo. Palavras sim, podem ser interpretadas de forma errada, mas o silêncio jamais.

⁠Apega-te à tua verdade, não à que o mundo impõe, mas àquela que pulsa no silêncio quando estás só. Essa verdade íntima, que resiste mesmo nas noites mais longas, é a chama que não se apaga. Nela habita tua essência mais pura, e quem se ancora em si mesmo, por mais que o vento sopre ou as marés mudem, nunca se perde.

Somos muitos em um só dia.
Às vezes acordamos esperançosos, outras vezes calados por dentro. Podemos ser gentis pela manhã e, horas depois, impacientes. Somos luz em alguns encontros, sombra em outros. Não somos incoerentes — somos humanos, múltiplos, atravessados por memórias, sentimentos e vibrações que dançam conosco a cada instante.

Essas variações internas não são falhas; são convites. Convites para olhar com mais atenção o que sentimos, para perceber o que nos habita sem julgamento. Quando nos tornamos conscientes dessas mudanças, abrimos espaço para a alquimia interior. Podemos, então, transmutar medo em coragem, raiva em lucidez, tristeza em silêncio fértil.

Estar presente é o primeiro passo.
Reconhecer-se em cada versão é o caminho.
A consciência não nos impede de sentir — ela apenas nos liberta da prisão de reagir inconscientemente.
E é nessa presença que encontramos poder: o de sermos inteiros, mesmo sendo muitos.

⁠O tempo da semeadura deve ser vivido em silêncio, resguardado do olhar e da influência de corações maldosos, para que, no tempo determinado por Deus, você colha abundantemente, conforme a Sua vontade perfeita.

Pais de autistas sabem que os olhos, definitivamente, falam demais. Soltam palavras mesmo quando não querem que ninguém os leiam. Sabemos também que podemos encontrar milhares de respostas ao seu silêncio. Silêncios tímidos, distraídos,tristes, alegres...Às vezes, silenciar é fazer contato.

⁠Não é por falta de palavras, cada ser carrega em silêncio, uma angústia difícil de interpretar. Não se trata da ausência de descrição sobre o que está em jogo, mas da impossibilidade de traduzir, com precisão, o peso exato do que se sente. A dor individual é um idioma íntimo, falado apenas pelo coração que a suporta.

O que adianta termos a habilidade da fala se não nos é dado o direito de falar?

Meu silêncio é mais barulhento que minha voz. No entanto, é raro os que ouvem meu silêncio.

Aquilo que não dizemos fica pairando sobre nossos sentidos como uma nuvem negra radioativa. Transforma-se em angústia, noites sem dormir, nó na garganta, insegurança, ciúmes, nostalgia, dúvida, insatisfação, tristeza, ansiedade, medo, depressão, dor crônica... O que não dizemos cresce assustadoramente dentro da gente como um monstro medonho e mais cedo ou mais tarde explode como o cogumelo escarlate de Hiroshima.

Silenciar com sabedoria é o segredo dos amores longos.

Algumas palavras chegam-me à boca como brasa, e eu as engulo rápido. Às vezes é melhor se queimar por dentro que provocar um incêndio.

O silêncio é discreto e sutil. Só atrai a atenção dos que aprenderam nos ler.