Sertão
A última fé!
Pelo sertão brasileiro
é seca a perder de vista
completa mais um janeiro
e nada aqui se conquista
só Deus do amor verdadeiro
é quem dá força ao vaqueiro
pra que ele nunca desista.
É que eu sou do sertão!
Sou um fruto travoso demais!
Sou lá de longe do morro seco, sim.
As emoções são quentes por lá.
As lágrimas são mais salgadas.
A sede é incessante no verão.
O bigode delas é de Portugal.
Mas o cabelo é latino.
O agreste é holandês no Brasil.
Mas o sertão é um Brasil espanhol.
O gênio é de drama lá.
Mas o amor é apimentado.
Eu vim para o norte.
Aqui faz calor o ano todo.
Mas também sempre chove forte.
Trouxe minha força de sobrevivência.
Mas aqui o ritimo é de crenças.
Dançam a magia da floresta.
Amam como colhem o açaí.
Adoçam frutos ácidos.
Aqui mudei o ponto de vista.
Não há briga de touros na empoeirada avenida.
Mas sim de araras no céu nublado.
Não falta agua limpa nas torneiras.
Mas falta acesso a muitos direitos constitucionais.
Mas eu continuo aqui tentando sorrir mais.
O desafio é meu como mulher de fibra.
A conquista depende da minha coragem.
Eu vim de lá do sertão.
Aprendi cedo a respeitar pai e mãe.
Mas também a defender minha vida na unha.
Essa cara feia feia de sábado com ar de segunda.
Eu não estou sempre sem ela.
Mas ela não diminui meu caráter.
É que sou brava, mas tambémm justa.
Eu sou sertaneja de raiz numa cidade nutella.
Hoje sou do mato indústrial.
Mas já fui poeira vermelha.
Eu sou seca só de expressão.
Mas de coração não.
No sertão nasceu o meu.
Mas foi no pulmão do mundo que se perdeu.
Mesmo assim, ainda bate em mim uma saudade.
A de ver outra vez minha serra da russa.
Antes de chegar nno alto sertão.
SOU DE ITAPETIM - João Nunes Ventura.
Sou do Nordeste nasci no sertão
Trago no coração a virtude de amar,
Da terra amada de minha mãe querida
Que meu sonho de vida foi amar você,
De sorriso aberto não nego minha raiz
E eu vivo feliz do meu jeito assim,
Sou do Pajeú a terra do meu desejo
Eu sou sertanejo sou de Itapetim.
Cordel: a seca...
um Apocalipse no sertão
O agricultor sofre demais
Com a seca no sertão
Essa dura realidade
É de partir o coração
A seca ta acabando tudo
E todo ano é assim
Sai esturricando o verde
Parecendo não ter fim
É grande a minha tristeza
Quando eu olho pro sertão
Vendo a chuva tão distante
E o sol rachando o chão
Aí eu me ajoelho e rezo
Pra Jesus nos ajudar
E lhe peço humildemente
Que mande chuva para cá
Pois o meu gado está morrendo
E eu não sei o que fazer
Minhas cabras e bacourinhos
Eu vendi pra não morrer
Na varanda lá de casa
Ainda me lembro com tristeza
Do roçado e os pés de frutas
Destruídos pela seca
Antigamente a gente tinha
Os nossos porcos no chiqueiro
Na lavoura era fartura
Tinhamos até um galinheiro
Das nossas vacas vinham o leite
Pra fazer queijo e coalhada
Manteiga da terra e escaldado
Além do doce e a nata
No nosso plantio tinha batata
Melancia e melão
Macaxeira e milho verde
Jerimum e o feijão
Lá na horta tinha tomate
Batatinha e cenoura
coentro e berinjela
Pimentão, alho e cebola
Nas noites de lua cheia
A gente sempre ia caçar
Voltávamos com uma fartura
De peba, mocó e préa
A gente criava Guiné
Patos, jumentos e uns touros
Ovelhas, cabritos de raça
Uns 4 cachorros e 1 poldo
E nas noites de São João
Comíamos milho e beju
Tapioca molhada no coco
Canjica, pamonha e angú
Essas lembranças do passado
Eu recordo com emoção
Da felicidade que um dia
Eu vivi no meu sertão
Esse sertão já foi motivo
De muita felicidade
Hoje tudo se acabou-se
Só restou mesmo a saudade
Ainda recordo com alegria
os bons tempos de abundância
A chuva caindo no chão
Nos enchendo de esperança
Só que aqui no meu sertão
Onde tudo era fartura
Não se ver mas mata verde
É só tristeza e amargura
Morreram todos os pés de frutas
Os de manga, os de caju
De acerola e às bananeiras
As laranjeiras e os de embu
A seca é tão devastadora
Que os peixes morreram tudo
Tucunaré e a tilapia
Não escapou nem o cascudo
Essa seca é muito árdua
Que eu nunca vi ser tão cruel
Às abelhas foram embora
E acabou com nosso mel
Às plantações se acabaram
Com a seca repentina
No sertão não sobrou nada
Nem mesmo o galo de campina
Os pardais foram embora
Em busca de sobrevivência
Arribaçãm pegou o beco
E o urubu pediu clemência
Não existe mas açudes
Nem barreiros e nem cacimbas
A falta de chuva é grande
Que o verde virou caatinga
O plantio de algodão
Ficaram secos e não tem mais
Nenhum pezinho de palmatória
Para dar aos animais
Essa seca tão cruel
Está tirando a alegria
E os sonhos do sertanejo
Que trabalha noite e dia
Toda manhã quando eu acordo
Eu não sei como dizer
a minha esposa e a meus filhos
Que não tem mas o que comer
Viver dessa maneira
Me corta o coração
Essa seca desgraçada
Tá acabando com o sertão
Eu imploro ao meu jesus
Um homem santo e salvador
Que ajude o sertão
Que a seca esturricou
Pois o sertão está sem água
Sem trabalho e sem comer
O sertanejo ta abandonado
E a tendência é morrer
Mas o sertanejo é teimoso
E tem muita fé no coração
Ele morre de fome e sede
Mas não abandona o sertão
Mas logo logo, a chuva chega
E eu sei que ela vai
Acabar com o sofrimento
Do sertanejo e dos animais
E quando a chuva aqui chegar
Eu vou ter que conseguir
Começar tudo de novo
E o meu sertão reconstruir.
“Sentimentos bons
morrem todos os dias
vítimas da sequidão
de corações “Sertão”.
Uma trovoada de amor,
no solo rachado pela dor,
chovendo até jorrar
pode mudar a situação
e o coração curar
as boas sementes
dos sentimentos lançados,
enfim, brotarão e florescerão
para o “Ser tão” feliz. “
Viviane Andrade
Eita vida!
A vida no sertão
é diferente da cidade
não existe discussão
onde há simplicidade
cada amigo é um irmão
e todo aperto de mão
tem respeito e amizade.
Ela veio para salvar meu sertão, mas depois eu aprendo que não existe Maria bonita...existia apenas um lampião!
No sertão!
A lua cheia quando sai
só se põe no outro dia
assim que a noite cai
no sertão o tempo esfria
bença mãe e bença pai
que amanhã é um novo dia.
No sertão.
Isso é vida de sertão
aqui a seca é massacrante
onde a dor de cada irmão
mina os traços no semblante
quando hoje tem um pão
amanhã ninguém garante.
No sertão é assim.
O sol derretendo a areia
a sola do pé esfolada
o cabra quase se arreia
nessa longa caminhada
são cinco horas e meia
pra buscar uma lata cheia
que não dá pra quase nada.
E lá, naquele sertão onde a chuva não visitava, vi nos olhos daquelas crianças uma dor que não passava, mas cantavam para não chorar.
by/erotildes vittoria
Chuva na bica!
A seca aqui é traiçoeira
no sertão tem mais calor
falta água na torneira
ligada só sai vapor
a chuva quando ela queira
caia em cima da biqueira
e abasteça meu tambor.
Sou Nordestino
Sou um cabra da peste
Sou filho do sertão.
Sou homem de fé
Devoto do Padre Cícero Romão,
E também tenho a Coragem
De Virgulino Lampião.
Vem no sertão!
Espero que você venha
tomar sopa de osso buco
tirar leite na ordenha
chupar manga e beber suco
fazer fogueira de lenha
e ouvir muita resenha
no sertão de Pernambuco.
Talvez.
Sertão que te vejo
porque tanta nudez
sem o verde gracejo
que a chuva não fez
meu maior desejo
é ver o sertanejo
sorrindo outra vez.
Retirante.
Ninguém deixa uma região
só porque não lhe quer bem
quando alguém deixa o sertão
já fez de tudo e nada tem
receba bem o nosso irmão
dê respeito ao cidadão
e a terra de onde ele vem.
SERTÃO SECO.
Por aqui só tem verão
a chuva é uma raridade
a água vem de caminhão
nem sempre tem qualidade
e só quem vive no sertão
sabe o que é dificuldade.
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