Seja mais Claro

Se, por vezes, o juiz deixar vergar a vara da justiça, que não seja sob o peso das ofertas, mas sob o da misericórdia.

Não sendo possível fazer-se com que aquilo que é justo seja forte, faz-se com que o que é forte seja justo.

O que quer que seja que estejamos esperando - paz de espírito, alegria, graça, consciência interior ou simples abundância - isso certamente virá para nós, mas somente quando estivermos prontos para receber com um coração aberto e agradecido.

Uma mulher, que não seja estúpida, cedo ou tarde encontra um farrapo humano e tenta salvá-lo. Às vezes consegue. Porém, uma mulher, que não seja estúpida, cedo ou tarde encontra um homem são e reduze-o a um farrapo. Sempre consegue.

À medida que nos elevamos na escala dos seres, a capacidade nervosa aumenta, ou seja, a capacidade de sofrer. Sofrer e pensar seriam então a mesma coisa?

Talvez o amor seja apenas o reconhecimento do prazer.

Todo o fantasma, toda a criatura de arte, para existir, deve ter o seu drama, ou seja, um drama do qual seja personagem e pelo qual é personagem. O drama é a razão de ser do personagem; é a sua função vital: necessária para a sua existência.

Ninguém presta à sua geração maior serviço do que aquele que, seja pela sua arte, seja pela sua existência, lhe proporciona a dádiva de uma certeza.

De qualquer tipo que seja a pobreza, ela não é a causa da imoralidade, mas o efeito.

Talvez um dia seja bom relembrar este dia.

Tão logo a falsidade seja desmascarada, a violência nua terá que aparecer em toda sua hediondez - e a violência, derrotada, desaparecerá.

Não há, nunca houve, nem nunca haverá um homem que seja sempre censurado, ou um homem que seja sempre louvado.

Duas coisas instruem o homem, qualquer que seja a sua natureza: o instinto e a experiência.

Nem que seja para fazer alfinetes, o entusiasmo é indispensável para sermos bons no nosso ofício.

É preciso que alguma coisa seja feita para que confessemos ter pensado em fazê-la.

O que é a virtude? É, seja qual o aspecto pela qual a encaremos, um sacrifício de nós próprios.

Há que trabalhar, ainda que não seja por gosto, ao menos por desespero, uma vez que, bem vistas as coisas, trabalhar é menos aborrecido do que divertirmo-nos.

Quem não sabe nada, seja ele senhor ou príncipe, deve ser incluído no número das pessoas vulgares.

O talento desenvolve-se no amor que pomos no que fazemos. Talvez até a essência da arte seja o amor pelo que se faz, o amor pelo próprio trabalho.

A ignorância que se conhece, se julga e se condena não é uma ignorância completa: para que o seja, é preciso que se ignore a si mesma.