Seca
NO CORAÇÃO DO CERRADO
Poeta Brithowisckys
No cerrado, onde a seca impera,
E o cinza domina a paisagem austera,
Surge um milagre dourado, uma quimera
Os ipês amarelos, em sua primavera.
As árvores nuas, de galhos retorcidos,
Guardam segredos de tempos idos,
Mas os ipês, em flores vestidos,
Transformam o árido, em sonhos coloridos.
Cada pétala, que ao chão se entrega,
É um suspiro da terra que se alegra,
No contraste do seco, a vida se apega,
E o cerrado, em ouro, se reintegra.
Oh! Ipês, que desafiam a aridez,
Com sua beleza, trazem a lucidez,
De que até na seca, há solidez,
E no deserto da escassez, floresce a altivez.
No horizonte, o Sol se despede,
E o cerrado, em silêncio, cede,
À noite que chega, mas não impede,
Que os ipês brilhem, como uma prece.
O Sabiá gorjeia no frondoso Cipreste
Fugindo da agressividade do agreste
Ventanias, relâmpagos e trovões...
Ribombam no horizonte campestre.
A chuva tão esperada...imediatamente cai...
Como espadas fincando nos corações!
Um dia de cada vez
A terra seca sob meus pés
não é menos dura que o peso do dia.
O corpo ainda aprende a habitar-se,
a não exigir mais do que pode,
a suportar o silêncio sem o entorpecimento do esquecimento,
a segurar o fruto da liberdade que insiste em escorrer pelos dedos.
Já fui campo sem cerca,
onde a ânsia galopava sem freio.
Uma chuva que não rega,
e apenas fere a raiz.
Hoje sou roça semeada
na paciência do tempo,
esperando que algo brote.
Há uma fome que não se vê,
uma sede que não é de água.
Elas gritam no calor do meio-dia,
na solidão dos olhos que evitam encontros.
Mas eu, com mãos calejadas,
mesmo após uma década,
aperto o arado do instante
e traço linhas que só o amanhã saberá decifrar.
Sei que as marcas do passado
não se dissolvem como o barro das unhas.
Elas permanecem, silenciosas.
Mas, enquanto o sol nasce,
me permito regar o presente.
Um dia de cada vez.
E isso, por agora, basta.
Houve um tempo no qual a indústria da seca era o prato principal no restaurante Brasil. Hoje a indústria da arte domina o cardápio que está nas principais mesas de todas as filiais do Restaurante Brasil.
"O Quinze apresenta as consequências devastadoras da grande seca de 1915 no Nordeste do Brasil, onde a resiliência e resistência do povo nordestino se erguem como um testemunho da luta incansável contra as adversidades impostas pela natureza e a negligência do governo."
(PAULA, Vitor Ferreira de. "O quinze?" Campo Grande: Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, 2024, p.01)
INSURGÊNCIA
A fome e a seca no Nordeste não foram tragédias naturais — foram estratégias. Sintomas de um projeto político que tem donos: da terra, da água, do poder.
Desde o período colonial, o Nordeste foi desenhado para sangrar. As mãos que aravam a terra nunca foram as que a possuíram. E, assim, condenaram um povo inteiro à miséria.
E o que ficou no Nordeste? A terra rachada… e as mulheres.
Elas não migraram. Ficaram.
Ficaram para segurar o mundo nos ombros, com os filhos no colo e a esperança entre as mãos.
Mesmo quando não havia farinha, comiam palma. Enganavam o estômago das crianças com caldos ralos, enquanto rezavam para que a noite não levasse mais uma vida.
E é aqui que começa a insurgência.
A insurgência dessas mulheres foi não morrer. Foi não ceder.
Foi insistir em existir onde tudo ao redor pedia silêncio e desaparecimento.
Suas mãos calejadas, seus pés rachados, seus olhos secos de tanto chorar — tudo isso é marca de uma luta que nunca foi reconhecida como deveria.
A verdadeira insurgência nordestina tem o rosto dessas mulheres.
Elas são a terra que não cede, a raiz que não morre, a memória que não se apaga. Lilian Morais
Há momentos em que a arte não representa.
Ela confronta. Ela insiste. Ela se ergue.
Insurgência, como nos propõe Lilian Morais, não é revolta ruidosa, mas fogo subterrâneo que ascende em silêncio e cor.
Esta exposição não se limita a apresentar obras: ela se recusa a calar afetos.
Cada traço, matéria e composição é um fragmento de um corpo que pulsa — corpo individual, corpo social, corpo-mulher, corpo-luta.
A insurgência que Lilian nos convoca é ao mesmo tempo íntima e coletiva: nasce de dentro, mas se espalha para fora, como se cada tela estivesse tentando respirar pelo mundo.
Numa época marcada pela normatização dos gestos, dos desejos e das imagens, sua arte desvia.
Desvia do esperado, do domesticado, do permitido.
E ao desviar, revela:
revela o que foi silenciado, o que foi esquecido, o que nunca teve nome.
A escolha do título Insurgência não é aleatória: é afirmação.
É o reconhecimento de que a arte pode — e deve — ser território de fratura e reinvenção.
Aqui, as cores não decoram; elas denunciam, acolhem, provocam.
Os vazios não são ausências; são respiros.
As formas não obedecem; elas insistem em ser o que são.
Lilian Morais entrega sua insurgência com elegância firme, com delicadeza dura, com beleza que não fecha feridas, mas as mostra com dignidade.
É arte que se posiciona sem se explicar.
É arte que não se curva — e por isso toca.
Numa cidade como Salvador, onde os tambores da história ainda ressoam nos corpos das ruas, a exposição Insurgência não poderia encontrar lugar mais vivo.
É nesta Bahia de lutas e encantos, de dores e reinvenções, que a artista instala sua travessia.
E convida:
não apenas a ver, mas a sentir.
A escutar o que vibra dentro de cada imagem.
A insurgir-se, também — ainda que só por um instante.
Por Humberto Silveira
toda resistência cala
quando a seca não tem jeito
o nordestino perde a fala
quando lhe tiram o direito
segue rumo noutra escala
a esperança vai na mala
e a saudade vai no peito.
Da cepa nasce uma rama e desta rama surge uma bela flor que ao cumprir seu tempo ,seca e deixa as sementes para uma nova plantação e um lindo florescer . Semelhante a natureza na beleza da vida ,grandes mestres caminhantes da terra nos deixaram as sementes dos seus exemplos de amor.
Um jardineiro quando deixa suas flores,
e como amor que deixa saudades Seca em ausência
Deixa sua essência de amar todo dia.
Aceita a morte
Seca as lágrimas
Que a vida tem dias
De chuva e de sol
Entre toda a saudade
Que floresce no peito.
A seca quando demora
deixa a planta ressecada
a semente não aflora
falta palma pra manada
o nordestino vai embora
contando minuto e hora
pra voltar a terra amada.
METAMORFOSEIA
Eu vou, metamorfoseia...
Como o tempo velho da seca
renovando como vida da chuva
ou... O luar com lua nova,
semente nascendo em flor
noite para próxima aurora...
ou... O nascer do novo amor.
Eu vou metamorfoseia...
Tal como, céu com suas nuvens
ou... O espaço e suas estrelas,
esperança com Deus me ajude
reinado com a realeza...
Morte e vida e seus costumes.
Antonio Montes
Se Fosse Meu..
Não há terra seca que não deseje chuva...
Não há deserto que não deseje água...
Não há noite que não deseje estrelas e luar...
Não há rosa que não deseje Jardim..
Não ha criança que não deseje colo...
Não há poesia que não deseje inspiração...
Não há morte que não deseje vida...
Não há solidão que não deseje canção ..
Não há frio que não deseje calor..
Não há lenha que não deseje fogo..
Não há olhar que não deseje
contemplação..
Não há sonhos que não deseje realizações...
Não há atleta que não deseje o pódio...
Não há fascinação que não deseje um poeta...
Não enigma que não deseje direção...
Você! Janelas de possibilidades...
Sublimidade da criação...
Raridade e encanto...
Respostas às inquietações...
Se Fosse Meu.. .
Seria encontro...
Face a face, olho a olho, corpo a corpo boca a boca ...
Explosão de mistério , desejos, sonhos poesia, sabores, dança e cores...
Se Fosse Meu...
Se fosse meu...
Todas as vozes se calaria no encontro de almas, e o olhar gritaria o êxtase da premiação...
Mas tu não és meu,
Nada teu me pertence,
Foste coroado a eleita do seu coração.. .
E assim será sempre e eternamente,
A mim cabe à admiração idealizada de um ser além do alcance...
Mas meus pés estão fincados no solo da realidade ,
Que me chama de volta,
E eu aqui estou o oásis de alguém que sempre espera que eu seja dele, pois meu é o seu coração.
Eu sou dele e ele é meu...
Mas um sonho atrevidos me visitou no inesperado e perguntou: Se eu fosse Teu?
Então, eu disse: Não há terra seca que não deseje chuva.....(rsrss)
(Ismeni Moura)
Sei o quanto é difícil perdoar alguém que nos ofendem, que deixa seca triz de angústia em nós, mas ás vezes o amor nos obriga a fazer algo que não está em diacordo ao nosso desejo; de joelhos estou no chão pedindo o seu perdão, eu amo você.
"O fogo a deixou assim, seca, sem cor nem folhas, resta apenas casca mas ainda está de pé, está firme só que aparentemente morta."
Estou falando de uma árvore que fica em frente ao meu ponto de vista rotineiro do serviço, ela me acompanha a pouco mais de um ano e já presenciou meus alto e baixos, eu já tinha notado a presença dela ali mas assim dramaticamente não, talvez por hoje eu me identificar com ela estou a olhando mais.
Me sinto como ela, destruído porém firme, sou pura casca, só uso ela como disfarce dos destroços dentro de mim. E quantos anos essa árvore já resistiu a fortes ventos e chuvas, a queimadas e secas e continua ali, marcada, dolorida e firme.
Talvez agora ela quer me dar uma lição, pois a cada novo dia noto uma nova folha pequena e muito verde, a sensação é que ela me olha e diz: "- Olha aqui estou viva e estou me recompondo, jogam lixo aos meus pés e eu os uso como adubo, colocaram fogo em mim e agora estou usando isso para recomeçar."
Então comparando a minha vida com essa árvore, penso, se nessas circunstâncias ela consegue recomeçar, talvez eu não deva ficar esperando minha vida passar por não aceitar o que me trouxe a esses destroços mentais, eu tenho que renascer e aos poucos de folha em folha me reconstruir e mais, não tenho que mudar de ambiente para isso, olha só pra ela, já sabe que vai ser queimada de novo no próximo verão e mesmo assim não desiste de cumprir sua missão para com a vida. - H.Jota
A verdade é a raiz de uma velha árvore que é nutrida diariamente com com tempos de seca e tempos de chuva a verdade tem que permanecer em qualquer tempo quando ela morrer ou for arrancada será arrancada a vida.
ORAÇAO PERDIDO! Meu coração esta perdido ,com esse amor bandido ......... a minha garganta seca ,so há poucas palavras de amor a dizer !........ mais qual a surpresa? ...... Os anjos desceram dos céus e pronunciaram ao meu ouvido....” que coisa mais linda vestida de branco .......seu corpo elevara pelos pássaros envolta de branco levada aos céus para suas bençaos “.....oh bandido do amor .um no na garganta ,o coração perdido , não amarei mais.,............... A historia ficara inacabada ,seguindo caminhos diferentes , oh amor bandido que os anjos cuide de ti !Licia Madeira
Velho Chico….
Mata o calor, mata a sede
Mata a seca, encanta o ator…
deixando para sempre a saudade de quem aqui ficou…
Velho Chico que salva, mas também leva para a morada do Santo Senhor,a morte é dura, mais dela nunca nenhum homem escapou...
Que sua morada na casa do Senhor seja eterna ate o dia de sua volta para que possamos rever nossos queridos e viver com eles para eternidade.
Saudades Eternas
segue na paz...Domingos...
Ariana Aquino.
'SER...'
Sou rima,
lençol,
pecado...
Semente esparramado,
seca,
freático...
Soldado ferido,
insensato,
solitário...
Calabouço,
místico,
para-raios...
Perdido em multidões,
nuvens,
bárbaros...
Embatucado,
solstício,
açoitado...
Sou pedras,
lanças,
armaduras...
Loucuras,
ferraduras,
homem de aço...
AMOR 💘
Ama-me com loucura
Com emoção
Seca as minhas lágrimas
Com o calor do teu corpo
Num beijo dado com amor
Numa felicidade
De tantas lembranças
Nossas meu amor
De versos escritos numa poesia
De mim em ti, numa viagem
Pelo mundo nos teus braços.
Tenho dias de chuva e dias de sol.
Dias de terra úmida e dias de seca.
Dias de fogo e dias de vento.
Nos dias de neve, sou serena.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp