Se for Triste Carlos Drummond
Nunca confunda minha bondade com fraqueza
Sou gentil com todos.
Mas se for injusto comigo, jamais verá a minha fraqueza...
Se for paixão, uma hora passa. Se for amor, voltará a dar certo. Só espere, só ore, só creia em Deus. Ele muda tudo, até mesmo os corações
Faço-me disponível se o encontro for com você. Faço-me em flores para sentir suas mãos. Faço-me riso, para encaixar-me em seus lábios. Faço-me abraço, para me perder em seus braços. Faço-me música, para te relaxar. Faço-me sombra, para te acompanhar. Faço-me alma, para ser igual. Faço-me paz para te acalmar. Transformo-me em arrepio, para percorrer seu corpo. Faço-me metade, para que juntos formemos todo. Faço-me amanhã, para ser tua dúvida. Faço-me hoje, para te trazer certeza. Faço-te companhia, para espantar sua tristeza. Faço-me lágrimas, para ser teu mais íntimo segredo. Faço-me luz, para te livrar do medo. Faço-me colo, para te passar confiança. Faço-me passado, para ser tua lembrança. Faço-me fé, para te levar esperança. Faço-me caminho, para guiar teus passos. Faço-me ego, para ser teu aliado. Faço-me inspiração, para surgir do coração. Faço-me amor, para estar sempre em ti. Desfaço-me em motivos, para que não saias daqui.
Onde estiveres, seja onde for, não olvides estender o sorriso, por oferta sublime da própria alma.
Ele é o agente que neutraliza o poder do mal e a oração inarticulada, que inibe a extensão das trevas.
Com ele, apagarás o fogo da cólera, cerrando a porta ao incêndio da crueldade.
Por ele, estenderás a plantação da esperança, soerguendo almas caídas na sombra, para que retornem à luz.
Em casa, é a benção da paz, na lareira da confiança.
No trabalho, é música silenciosa incentivando a cooperação.
No mundo, é chamamento de simpatia.
Sorri para a dificuldade e a dificuldade transformar-se-á em socorro de tua vida.
Sorri para a nuvem, e ainda mesmo que a nuvem se desfaça em chuva de lágrimas nos teus olhos, o pranto será conforto do Céu, a fecundar-te os campos do coração.
Não te roga o desesperado a solução do enigma de sofrimento que lhe persegue o destino. Implora-te um sorriso de amor, que renove as forças, para que prossiga em seu atormentado caminho.
E, em verdade, se os famintos e os nus te pedem pão e agasalho, esperam de ti, acima de tudo, o sorriso de ternura e compreensão que lhes acalme chagas ocultas.
Não te perturbem as criaturas que se arrojam aos precipícios da violência e do crime. Oferece-lhes o sorriso generoso da fraternidade, que ajuda incessantemente, e voltar-se-ão, renovadas, para o roteiro do bem.
Sorri, trabalhando e aprendendo, auxiliando e amando sempre.
Lembra-te de que o sorriso é o orvalho da caridade e que em cada manhã, o dia renascente no Céu é um sorriso de Deus.
Simbólica e inequívoca
Na verdade, encontramos desde as origens da história humana estas duas formas de comportamento, a simbólica e a inequívoca. O ponto de vista do inequívoco é a lei do pensamento e da ação despertos, que domina quer uma conclusão irrefutável da lógica quer o cérebro de um chantagista que pressiona passo a passo a sua vítima, uma lei que resulta das necessidades da vida, às quais sucumbiríamos se não fosse possível dar uma forma inequívoca às coisas. O símbolo, por seu lado, é a articulação de ideias próprias do sonho, é a lógica deslizante da alma, a que corresponde o parentesco das coisas nas intuições da arte e da religião; mas também tudo o que na vida existe de vulgares inclinações e aversões, de concordância e repulsa, de admiração, submissão, liderança, imitação e seus contrários, todas estas relações do homem consigo e com a natureza, que ainda não são puramente objetivas e talvez nunca venham a sê-lo, só podem ser entendidas em termos simbólicos.
Aquilo a que se chama a humanidade superior mais não é, com certeza, do que a tentativa de fundir estas duas metades da vida, a do símbolo e a da verdade, cuidadosamente separadas antes. Mas quando separamos num símbolo tudo aquilo que talvez possa ser verdadeiro do que é apenas espuma, o que acontece geralmente é que se ganha um pouco de verdade, mas se destrói todo o valor que o símbolo tinha. Por isso, talvez esta separação tenha sido inevitável na evolução do espírito, mas produziu o efeito que se obtém quando se ferve uma substância para engrossá-la e, ao fazê-lo, provocamos a evaporação do que nela existe de mais intrínseco. Hoje é quase impossível não ter a impressão de que os conceitos e as regras da vida moral são apenas símbolos recozidos, envoltos nos insuportáveis e gordurosos vapores da cozinha da humanidade.
(O Homem sem Qualidades)
AMOR
Carlos A.P.Bueno/Grupo Amigos do Caminho
"É o que grita querendo o meu coração que procura alguém
que lhe dê amor, carinho e atenção.
Procuro por alguém como você, que seja bonita tanto
interiormente como externamente.
Ele tenta encontrar uma amor simples, não precisa ser
composto não tá!
Faça o seguinte se você se interessar mas não quer que os
outros percebam, dê uma risadinha discreta, se quiser que
todos saibam dê uma gargalhada. Seja qual for sua escolha,
você já é a escolha do meu coração. "
Mamãe um dia me Disse; Antônio Carlos toda mulher gosta de um homem irreverente e bem humorado, mais um palhaço nenhuma mulher gosta. Toda forma irreverente de se comportar quando bem controlado e moderado, pode alcançar ótimos resultados!!
NÁUFRAGO
(Poema a 44 mãos)
Itinerante, percorro o mundo.
Mundo mundo vasto mundo. (Carlos Drummond)
Absorvido, dou-me ao trabalho,
contam comigo, não falho. (Millôr Fernandes)
Em breve, vou partir. Mas, neste momento,
de tudo ao meu amor serei atento. (Vinícius de Moraes)
A próxima e longa jornada está para acontecer.
Uma ânsia de estar e de temer. (José Saramago)
O avião decola. No Pacífico, cai de repente.
Inteiro se desata à minha frente. (Carlos Drummond)
Único sobrevivente, chego à praia de claras areias.
Com suas poucas palmeiras, (Castro Alves)
percebo-me só, nesta falsa miragem.
Meu Deus, me dê a coragem. (Clarice Lispector)
Não sei o que faço, se fico,
se desmorono ou se edifico. (Cecília Meireles)
Tudo parece um sonho, em demasia.
Passou-me essa fantasia. (Machado de Assis)
Tenho, ainda, na vida que mareia,
perguntas que insistiam na areia. (Pablo Neruda)
Sem ninguém para aqui amar,
tomarei banhos de mar. (Manuel Bandeira)
Quando tento o fogo, vem o corte, a dor.
Eu sou apenas um pobre amador. (Tom Jobim)
Na ira e na dor, enlouqueço e tudo sai voando.
Almas estão no peito trespassando. (Luís de Camões)
Agora calmo, pego a bola e penso: que assim seja,
a mão que afaga é a mesma que apedreja. (Augusto dos Anjos)
Preciso de um amigo a meu lado.
Não me basta saber que sou amado. (Olavo Bilac)
Penso na minha vida, na minha história,
porque a minha pátria é a minha memória. (Guimarães Rosa)
Escrevo em Wilson o que quero transcrito,
ou aquilo que quer ser escrito? (Sandra Boveto)
Perceba, meu amigo resiliente,
é solitário andar por entre a gente! (Luís de Camões)
Entre tantas dores, traz um sofrido dente
a dor que deveras sente. (Fernando Pessoa)
O tempo passa, e aprendo com muita sobra:
sofrer vai ser a minha última obra. (Paulo Leminski)
O presente é aqui, agora ao meu lado.
Nunca o presente é passado. (Machado de Assis)
Sozinho por anos, vivi bem, vivi são.
Tudo é vaidade neste mundo vão. (Florbela Espanca)
Mas chega. Quero voltar à minha vida
numa fuga para o ponto de partida. (José Saramago)
Pego a frágil jangada e sigo sem norte.
Tudo vem, tudo vai, do mundo é a sorte. (Alphonsus de Guimaraens)
Nas águas, Wilson cai e se vai na incerteza.
Uma névoa de sentimentos de tristeza. (Fernando Pessoa)
E penso: essa bola foi amiga inestimável,
foi tua companheira inseparável. (Augusto dos Anjos)
Ainda que não viva, o que não quero, deixei a masmorra.
Não permita Deus que eu morra, (Gonçalves Dias)
sem que volte para casa.
Você quer saber que canção eu cantaria pra você ? sei lá, acho que começaria com Roberto Carlos, passaria por Djavan, e terminaria em exagerado do Cazuza, por que é assim que quero me sentir com você, um completo exagerado, mais também quero cantar as pétalas do amor, e sentir as fortes emoções que você vai me dar.
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RECOMEÇAR...
Pr. Abílio Carlos dos Santos
Devemos deixar de lado as coisas sem valor. Existem determinados acontecimentos em nossa vida que devemos esquecer: fracassos, traições, desilusões...
Devemos parar por um instante. Se for o caso vamos tirar umas férias de alguns dias só para refletir, meditar e analisar a situação. Há oportunidades nos aguardando. Portas abertas que nos esperam. É hora de recomeçar. O que passou já passou.
Esquecer as coisas passadas e se lançar para as futuras como nos recomenda Paulo – Fp 3.14
Temos o exemplo de Isaque, o patriarca.
O momento era de seca. O lugar era deserto. Ele cavou um poço e encontrou uma fonte de águas vivas. Momento de alegria. Mas, durou pouco, pois os inimigos vieram e tomaram-no.
Não desistiu. Foi e cavou outro poço e também porfiaram sobre ele.
A luta era grande. Qualquer pessoa sem fé no Senhor acabaria desistindo. Isaque não desistiu. Cavou o terceiro poço e não porfiaram sobre ele – Gn 26.22
Você que está lendo essa Mensagem e foi traído, prejudicado, acusado, ferido... Tudo parece perdido, mas não está. Você deve tomar uma decisão e recomeçar. E esse recomeço só depende de você e de mais ninguém.
É difícil?
Deus está a teu lado e te garante a vitória. Recomece quantas vezes for necessário. A Bíblia diz que o justo pode cair por sete vezes e se levantará – PV 24.16
Meus queridos vou ficando por aqui... Receba meu abraço e Deus te abençoe abundantemente... Shalon !
Pr. Abilio
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abilicusvidanova@ig.com.br
22 julho de 2009
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UM SEGREDO PARA O SUCESSO
Pr. Abílio Carlos dos Santos
A Bíblia nos apresenta um versículo chave para conquistarmos o sucesso.
Josué, sucessor de Moisés precisava conquistar a Terra Prometida que tinha diante de si.
Veja o que Deus lhe disse:
Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes, medita nele, dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque, então, farás prosperar o teu caminho, e, então, prudentemente te conduzirás – Josué 1.8
Josué é incentivado a meditar na Palavra de Deus a fim de falar o mesmo que Deus fala e fazer conforme o que está escrito na Bíblia.
Deste modo Josué seria bem sucedido, pois a Palavra de Deus é a Sua vontade para todas as áreas da nossa vida.
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A VIDA
Pr. Abílio Carlos dos Santos
A vida é qual um campo florido.
Há diversas plantas. Algumas são venenosas. Algumas são lindas.
Há os espinhos. Cuidado!
Espinhos ferem, machucam, arranham. Sentimos dor.
Luvas de proteção? Não existem.
Busque ao Senhor. Escolha o melhor caminho.
Afasta-te das ervas daninhas. Afasta-te da terra seca.
Caminhe por pastos verdejantes. Busque as águas cristalinas.
Busque a paz. Busque a Jesus.
abiliocarlos
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Abraços do Pr. Abílio... Shalon!
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SILÊNCIO E SOLIDÃO
Pr. Abílio Carlos dos Santos
É necessário ficar em silêncio, abster-se de falar, para alcançarmos as bênçãos espirituais. Em silêncio falo comigo mesmo e com Deus. E de repente faço também um silêncio interno e ouço a voz de Deus.
No silêncio ouço o coração de Deus.
Sigamos o exemplo do Senhor Jesus e seus discípulos.
Achemos tempos e lugares de silêncio e solidão.
Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus - Salmo 46.10
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abiliocarlos
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O OLHAR DE JESUS – LUCAS 22.61-62
Pr. Abílio Carlos dos Santos
O Senhor Jesus olhou para Pedro.
Através do olhar conseguimos captar palavras não pronunciadas ou até mesmo discernir sentimentos ocultos.
I. O OLHAR
Há vários tipos:
Olhar fulminante, de misericórdia, de interesse, convidativo, malicioso, etc.
Conseguimos nos comunicar com os olhos. Falamos com os olhos.
O Senhor Jesus comunicou-se com Pedro – falou com ele – através do olhar.
Através do olhar de Jesus recebemos ajuda, proteção e salvação.
Ainda como embrião o Senhor Jesus já olhava para nós – Salmo 139.16
II. COM SEU OLHAR JESUS VÊ NOSSAS FRAQUEZAS
Por que Pedro negou a Jesus? Porque enfraqueceu na fé – v. 34
Veja que Satanás pediu para cirandar com Pedro – v. 31-32
Decepcionamos o Senhor Jesus com nossas rebeldias.
Mesmo assim ainda Ele olha para nós com olhar de perdão e amor.
Ele nos dá nova oportunidade e nos ajuda a vencer nossas fraquezas.
III. COM SEU OLHAR JESUS VÊ NOSSAS LÁGRIMAS – v. 62
Jesus viu as lágrimas de Pedro e não esqueceu e preocupou-se.
Ao ressuscitar manda avisar “especialmente” a Pedro – Marcos 16.7
Pedro foi ao sepulcro – Lucas 24.12
Jesus vê as nossas lágrimas – E quando elas caem ao chão Deus as ouve.
Seus amigos, sua família não vê suas lágrimas.
Você chora no deserto. Só você e Deus.
Com seu olhar Jesus vê suas lágrimas.
Oração:
Senhor lance teu olhar sobre nós. Teu olhar é de amor, de perdão, de compaixão. Senhor Jesus olhe para nós. Amém!
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SERÃO OS ANJOS PROTETORES?
Pr. Abílio Carlos dos Santos
Caminhamos para a Canaã Celestial. Nesta caminhada somos peregrinos.
Este Caminho está sob a guarda dos anjos de Deus.
I. Há caminhos que não estão na promessa.
Existem trilhas. Não entre nas trilhas.
Entre as trilhas destacamos:
a. Trilha da presunção.
Grandeza, vaidade, etc. Não desafie a Deus: Mateus 4.5-7.
b. Trilha do pecado
Desonestidade ( I Reis 21.8-10 ) ( Mateus 18.28 ), mentira, vícios, etc.
Há uma proibição: Efésios 5.11-12 / Mateus 16.26.
Nesta trilhas não há proteção dos anjos de Deus.
Seguindo as trilhas o homem chegará ao Lago de fogo e enxofre.
Nestas trilhas há a presença dos anjos malignos – anjos das trevas – anjos maus.
II. Caminho seguro – Protegido por anjos de Deus.
Seguindo este único Caminho o homem chegará ao paraíso de Deus.
Caminho da separação – Salmo 1.1 / I Corintios 5.11 / Daniel 1.8
Abraão separou-se de seu sobrinho Ló e recebeu a benção completa do Senhor.
Caminho do andar com Deus – II Corintios 6.14
Caminho da obediência a Deus – I Samuel 15.22
Caminho da fé em Deus – Hebreus 11.6
O Senhor é o guarda de Israel. É o guarda do seu povo.
Ele não dorme e nem tosqueneja. Nele podemos confiar.
Observe que existem muitas trilhas conduzindo o homem para o Lago de fogo e enxofre.
Este Lago de fogo e enxofre atualmente é o Hades – Lugar de tormento – E futuramente
Será o Inferno. O Inferno está preparado para o Diabo e seus anjos ( E também para os seus seguidores ) – Mateus 25.41,46 / Apocalipse 19.20 ; 20.15.
Para o Paraíso de Deus ( Atualmente ) e a Nova Jerusalém ( Futuramente ) só existe um caminho.
O Caminho é seguir o Senhor Jesus Cristo. Não há outro Caminho.
Só há um Caminho para a vida eterna com Deus: Jesus Cristo – João 14.6
Contato com o Pr. Abílio: abilicusvidanova@ig.com.br
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abiliocarlos
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Já me apaixonei mais do que o roberto carlos,
Já sonhei mais que o bob Marley ,
Jáa voei mais alto do que o santos domunt ,
Minha mente já penso em fumar mais que o bob
Minha vida tah mais rapida que o valentino rossi ...
e eu toh fazendo menas coisa do que um bixo preguiça
Já pensei em ter mas grana do q o silvio santos
Mas to mais falido doque o filme " as loucuras de dickye e jenny"
ée Já pensei Já sonhei , Mais hoje sei exatamente oque eu quero , Um amor verdadeiro , uma pessoa que me comprienda , Um amor pra vida toda
Carlos Magno...
Nosso amor é delicioso...
Percorro as curvas do teu corpo
meus dedos passeiam devagar
sentindo no tão as delícias do teu ser
Percorro...
escorregando entre os dedos teus sentidos
sinto vibrar tua pele
meus dedos ora difíceis grudam em teu suor
Percorrendo...
meus sentidos se aguçam
sinto meu olfato delirar com teu cheiro
minha língua degusta teu sabor
minha pele se arrepia
necessita se juntar ao calor do teu corpo
te puxo pra mim
Meus dedos agora são mãos
a dançar pelas nuanças que você tem
Teu corpo se torna o meu
ocupando o mesmo espaço avanço o sinal...
Seu corpo entrelaçado no meu
seu cheiro impregnado em mim
seu gosto podendo sentir com loucos beijos
seu suor se misturando ao meu
seu olhar de quero mais...
Em êxtase,nós dois nos deixamos amar
no sentido vulgar
na palavra exata do ser
na intensidade maior que há
na volúpia de mais e mais querer...
Repetimos tantas e tantas vezes
que num só ser nos buscamos
e...adormecemos sentindo que o prazer
virá nos acordar quando descançar...
18/06/2011
Poema - Carta de Carlos Barbosa.
Querido irmão José,
Escrevo-te aqui do solo sagrado da nossa fronteira, onde tiveste o privilégio de nascer — graça que não me foi dada, embora me sinta jaguarense de alma e coração. Hoje recebi, com grande preocupação, a medida tomada por Vargas de dissolver todos os parlamentos; sei da tua atuação como deputado na nossa Capital do Brasil, cidade maravilhosa do Rio de Janeiro, e imagino o que estás a sentir neste momento.
Somos republicanos, meu caríssimo irmão, e a liberdade nos norteia. Nestes dias lembro tanto da nossa infância nos campos de Jaguarão, quando nossa mãe Maria e nosso pai Antônio contavam as histórias da revolução à beira do fogo de chão, falando do nosso avô Manoel e do nosso tio-avô Bento. Lembro que todas essas histórias mais tarde vim a dividir com meu mestre José Francisco Diana.
Antes que me esqueça: sinto saudades da cunhada Arlinda e da bela Maria. Não pude ir ao casamento dela com o Luiz, e sempre me cobro por esse impedimento — coisas de política e compromissos que, ao colocarmos à frente de tudo, muitas vezes nos causam remorso. Mas, como estava a escrever, são muitas recordações. Ainda me lembro de ti pequenote, guri tentando montar nas ovelhas, e eu naquela época com as malas prontas para cumprir a vontade dos nossos pais e ir estudar no Rio de Janeiro. Não foi fácil, meu querido irmão: o Colégio Dom Pedro II era enorme, mas não maior que a faculdade de Medicina. Lembra-te que foram quase dez anos na capital da nossa República Federativa para finalmente realizar meu sonho de conhecer Paris — e lá passei longos quatro anos.
Como bem sabes, também era um sonho voltar para nossa Jaguarão e aqui exercer tudo o que aprendera. A sorte me sorriu quando tive o privilégio de conhecer meu grande amor, Carolina. Tivemos uma vida repleta de aventuras e, naturalmente, momentos de sofrimento com a perda de alguns de nossos amados filhos — dor amenizada pelo amor de Euribíades, Eudóxia e Branca.
Querido irmão, ao leres esta carta deves perguntar-te por que hoje me mostro tão narrativo e saudosista: a vida passou tão rápido. A política, depois de 1882, quando fundei o partido republicano em Jaguarão, nunca mais se apartou de mim. Veio o mandato na Câmara — onde jamais se pensara em um republicano — depois fui deputado da província e, para completar, participei como constituinte naquele ano de 1891. Depois veio o Júlio, como primeiro presidente constitucional do Rio Grande; quase me obrigou a aceitar sua imposição para eu ser seu vice-presidente. Tu conheceste o Júlio: não aceitava recusas e era deveras convincente. E assim tive de me desdobrar entre a Vice-Presidência e a presidência da Assembleia dos Representantes do Estado. Lembra-te que, em virtude disso, recusei disputar uma vaga ao Senado — por nossos ideais republicanos, meu querido irmão.
O que parecia inimaginável aconteceu: tu muitas vezes me disseste que era um caminho natural — e lá estava eu, presidente do Estado do Rio Grande do Sul, com larga margem de vantagem, três vezes mais votos que o meu oponente. E olha que sequer andei pelas outras querências de São Pedro; fiz-me vitorioso sem sair da nossa fronteira.
Por fim, acho que tudo valeu a pena, e consegui fazer muitas coisas. Tu, que por muitas vezes estiveste à frente de governos, sabes que os desafios eram grandes. Dei início à obra do Palácio Piratini; pude homenagear meu amigo Júlio erguendo-lhe um monumento; realizei a obra do cais do porto em Porto Alegre; ajudei a nossa Faculdade de Medicina; criei a colônia de Erechim e finalmente elevei a vila de Caxias à categoria de cidade; ratifiquei as questões da fronteira com o Uruguai; fui incansável nas questões agrícolas e pecuárias e tratei da saúde com todo o meu conhecimento.
Mas, depois de tantos feitos, meu irmão, precisava voltar para a minha terra de coração, e entreguei o governo ao Borges e vim para a fronteira. Lembras quando te disse que iria descansar e voltar ao meu ofício de medicina? Tu duvidaste — e hoje sabemos que tinhas razão: não deram nem seis anos de descanso e a política me reencontrou, para cumprir aquilo de que havia declinado anteriormente por motivos republicanos. Lá fui eu para o Senado Federal. Foram dez anos na Câmara Alta, mas minha saúde convenceu-me, mais uma vez, a voltar para nossa terra.
Depois de todas estas linhas, saberás a razão da minha carta repleta de saudades e lembranças: tua querida cunhada, que tanto te admirava, fez sua passagem, deixando meu coração com um vazio enorme — foi-se minha Carolina. E eu estou aqui, na terra onde tu nasceste, à espera da minha vez para ir ao encontro dela.
Abraços do teu querido irmão,
Carlos.
Autor Renato Jaguarão.
A MUTILAÇÃO DO TEMPO
No poema “O Tempo” Carlos Drumond de Andrade tinha razão, especialmente no que diz:
“Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança,
fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar
e entregar os pontos”.
Os povos antigos de todos os territórios do planeta tinham muito claramente a inteireza do todo. Quando o mundo não era retalhado em fatias, a humanidade vivia dentro de um todo, ou seja, o passado, o presente e o futuro eram partes de um corpo inteiro, consistente e com respostas para se observar as coisas e senti-las profundamente.
Com a retaliação, perdeu-se essa inteireza e todos os recursos necessários para se observar as coisas ficou incapaz de responder ou de vibrar conforme a necessidade de se observar essas coisas como elas realmente são.
O tempo áion era o tempo único, onde as coisas se revelavam também na sua inteireza.
As quatro ervas sagradas, as quatro direções, os quatro elementos e por aí vai...
Perdemos a capacidade de mergulharmos no passado porque fomos decepados de um membro importante desse corpo do qual também fazemos parte – o passado.
Se o que vivemos – o presente, não é capaz de sentir o que diz o passado, então, neste caso, não somos capazes de sentir o que este passado é capaz de ainda nos ensinar no presente para que o futuro seja uma resposta melhorada de todos esses órgãos do corpo sensorial.
Penso que talvez o rompimento com o fio ancestral – o cordão umbilical que nos liga às nossas origens é o que nos possibilita o desatino nessa grande caminhada.
Não somos capazes de sentirmos reverberação desses componentes que deveriam ser a nossas sustentações, e por isso não nos sustentamos psicologicamente o suficiente para que sejamos capazes de honrarmos qualquer sabedoria, por mais que elas nos sejam tão óbvias no tempo em que estamos aqui.
Os maias os astecas, incas, os highlanders, os bantus, os fenícios e tantos outros, todos eles viveram momentos de extremas dificuldades e fizeram grandes descobertas ou invenções, exatamente por terem essa inteireza que lhes permitia sentirem as vibrações do que era natural, do que era possível de ser descoberto e de fazer sentido lógico com os rumos da caminhada da humanidade.
Eles conheciam as quatro ervas sagradas, nós também as conhecemos (talvez), mas não sabemos quais são os poderes ou as capacidades que essas ervas têm para o alinhamento da nossa própria espiritualidade.
Não conhecemos nem mesmo a cruz que interliga essas quatro ervas, que interliga as quatro direções e os quatro elementos. Se não conseguimos compreender o alinhamento na horizontalidade, não seremos capazes de verticalmente nos afirmarmos como seres evolutivos e muito menos seremos capazes de honrarmos esses ancestrais no nosso modo de construirmos um mundo melhor.
Quando perdemos o fio de conexão com alguma vibração, não teremos condições de nos comunicarmos com o que foi amputado em nós.
a industrialização do tempo serviu apenas para que nos tornássemos corpos mutilados de partes tão importantes que serviriam como estruturas que nos levariam a uma liberdade capaz de também libertar essa inteireza dos tempos.
É a esse corpo mutilado que nós pertencemos, como células que constituem essas partes mutiladas.
A industrialização nos obriga a romper, mutilar diariamente alguma parte de nós mesmos que está lá, e que por ser mutilada, não há mais como contarmos com essas partes de nós mesmos. Sem falar que muitos de nós acabamos sendo mutilados também, porque estamos muito atrelados exatamente à essas partes mutiladas.
Morremos assim...
Vivemos assim...
Esvaímo-nos e assistimos essa mutilação de nós mesmos.
O tempo áion é uma condição onde o tempo não passa, não se fragmenta e as coisas são eternas, pelo menos no instante em que elas ocorrem, como um abraço de duas pessoas que se completam, por exemplo.
Um grande abraço!
Pedro Alexandre.
