Se eu Pudesse Pegar todos seus Problemas
Eterno Amor
Eu penso...
Tu existes ou é uma invenção da minha imaginação?
Se existe é algo inatingível
Eu te comparo com o sol atrás das nuvens,
que é tão almejado nos dias de frio!
Com miragem no deserto,
não é uma joia de vitrine; não pode ser vendida é uma relíquia!
Se eu o criei na minha cabeça, isto é complicado,
como conviver com o invisível?
É uma luta todo dia,
porque eu penso sempre no impossível!
Eu poderia ter desviado de tantos caminhos, tantas ruas
Mas andei por elas a tua procura
Errei muitas das vezes pensando ter te encontrado
E a cada passo que eu dei,
fui descobrindo que a tua distancia não se pode alcançar
Estás tão longe, mas porque eu insisto em te procurar?
Já andei por ruas iluminadas, ruas no breu
Nada disto me importa, o importante é encontrar os olhos teus!
Por tua causa eu conheci o céu;
e às vezes sem querer no desespero eu viajei para o inferno!
E não me arrependo de nada, tudo isto me fez poderosa!
Como lutar contra o que é eterno?
A casa dos sonhos?
Eu encontrei a casa dos meus sonhos
e para lá eu fui de mudança
E naquele quintal imenso
eu plantei as flores da esperança
O meu sonho mais sonhado,
finalmente eu havia encontrado
O meu lar com muito amor eu comecei a enfeitar
Os três primeiros anos foram de muita alegria
A minha casa estava finalmente do jeito que eu queria
O jardim enfeitado com flores de todas as cores;
era lindo de se olhar!
Não faltava mais nada para a felicidade me abraçar
Mas o tempo passou e algo mudou
Eu sentia, eu percebia; mas não queria enxergar
Ouvia, mas não queria escutar
Sons e ruídos que vinham do lado de lá
E aquele pequeno transtorno, eu decidi ignorar
Quem sabe esquecendo, aquilo tudo iria passar?
E tudo o que eu mais temia me acompanhava,
e apavorada eu fugia
Só que de ruídos então passaram
a ser estrondos e isto era todo dia
As paredes falavam, porém eu fingia não escutar
Um barulho que me tirava o sono
e não me deixava pensar.
Eram as vozes do ódio com ferros e pregos a se misturar!
E para me acalmar nas claras manhãs,
só os comprimidos eram bem vindos!
E o meu pavor foi crescendo, sem dimensão
O ponteiro do relógio não andava,
aumentando a minha depressão
Quanto eu mais rezava,
aquele fantasma vinha me assombrar
E eu já não mais existia,
eu era o próprio medo a me arrastar
Nas paredes do corredor
haviam mãos que estavam prontas para me puxar
À noite pesadelos estranhos;
uma criatura agarrada no teto a me fitar
Então um dia eu decidi,
ir para rua para esquecer um pouco o tormento
Porém quando eu voltei,
a casa parecia que ia cair a qualquer momento
Tremia, ruía, balançava
e tudo naquele ambiente parecia querer me expulsar
E o susto foi tão grande que eu me ajoelhei e cheguei a vomitar!
Ali eu já não me sentia sozinha,
sombras obscuras me acompanhavam em todo o lugar
E dentro de casa com muito medo, eu andava devagar
No quintal eu ouvia as vozes dos homens
que estavam na fábrica a trabalhar
Barulho de ferros, brocas e metal;
muitas risadas e todas elas eram para me assombrar!
E enlouquecida eu havia me tornado,
em uma mulher sem nenhum horizonte
Suja, triste, sem esperança e sem fome
Pelos móveis da casa
se espalhavam os meus comprimidos
E assim se passaram sete anos,
entre prensa, martelos e ruídos
E as vozes e as risadas se transformaram em gritos!
A casa dos meus sonhos tinha se transformado no inferno
Morreram as flores, e o meu jardim com cores obscuras
só conhecia o inverno!
Como eu sobrevivi?
Hoje eu estou viva e posso lhe contar!
Eu fugi!
E a fábrica se encontra no mesmo lugar!
Nos olhos o medo...
Será que eu vou retornar?
Do que vejo, do que parece me levar?
Caminho desnorteada por uma estrada
em busca de socorro
Estão me seguindo e eu entro em becos,
eu subo em morros!
No soprar do vento eu ouço uma estranha canção
O desconhecido provoca pensamentos absurdos
na minha imaginação
Nada a frente pode se ver, será o fim do mundo?
O medo caminha pelo meu corpo,
não se afasta de mim nem por um segundo
O céu está tenebroso e eu não sei para onde ir
A minha boca quer gritar, o que ninguém pode ouvir
Um pingo de suor escorre no meu rosto
Eu posso sentir percorrendo pelos meus lábios,
o sabor do meu esforço, é de sal, eu sei o gosto!
Vultos e pessoas desconhecidas aparecem do nada
Sem rumo, eu fujo para encontrá-los de novo
em outra encruzilhada
Este lugar se parece com um labirinto,
não consigo encontrar uma solução
Ajoelho-me numa entrega,
não há mais nada a fazer, estou sem ação!
De repente aos poucos os meus olhos
vão se abrindo...
As minhas roupas de suor estão molhadas,
os meus lábios sorrindo...
As mãos frias! Nos olhos o medo!
o corpo ainda tomado pelo arrepio, pelo gelo!
Porém sorrio de mim mesma ...
Eu acordei de um pesadelo!
"Já não lhe olho mais..."
Eu não lhe procuro mais, eu admito é verdade
Você destruiu em mim toda a vontade
Já não lhe olho mais como outrora
Eu tinha tanta necessidade de lhe ver
Sentia saudades a toda hora
Em versos uma vez o meu amor por você,
eu tentei descrever
E ao lhe mostrar os meus singelos rabiscos,
você foi tão insensível, me deu as costas e não quis ler
Matou o meu desejo e não deixou florescer
Você não destruiu só o meu amor...
o meu céu também escureceu e perdeu a cor
Muitas das vezes que os meus olhos desejavam os seus, você de mim se desviava
Agora você vive a procurar o meu olhar,
até parece que se esqueceu que não me amava!
Eu não sei para onde foi aquele amor absurdo
que eu sentia, porque hoje eu me sinto tão vazia
Eu tinha uma paixão ardente
e para você inteira eu me abria
Um amor tão carente,
que lhe desejava noite e de dia
Um amor tão quente que se esfriou,
pois estupidamente você jogou nele
um balde de água fria!
E agora os meus passos estão tão incertos
a saudade já não habita o meu coração
A minha vida ficou sem um por que!
Diga-me então, para aonde foi a minha emoção?
O que houve com aquele amor
que tanto clamava dentro mim ?
Morreu a míngua suplicando por um pouco atenção!
Eu sinto muito, mas a nossa estrada chegou ao fim!
Um nada, um resto
Eu sou a beleza externa mais completa!
Eu nada falo e nada penso, eu não preciso...
A ninguém dou um agrado
Com a minha imagem a todos eu presenteio
Não preciso aprender, oferecer e amar...
O que eu aparento já me basta!
Aonde eu vou a minha presença
conquista e ganha qualquer um!
Eu não penso em envelhecer;
e em morrer eu nem quero pensar
o meu fim será por completo
Eu sempre fui tão vazia por dentro,
eu nunca amei!
Quem se lembrará de mim?
Depois da minha morte eu nada serei
E dentro de um caixão modesto,
só vai sobrar
a minha matéria morta...
Um nada, um resto!
Obs: Ofereço este pensamento a todos aqueles que só pensam na beleza exterior!
"Coração na mão"
Eu vou dormir na solidão
Sonhar com uma paixão
E acordar com o coração na mão!
Eu vou seguir por árduos caminhos
Fingir uma alegria, sorrindo
Vou rir e caçoar do meu destino!
Eu vou subir a mais alta montanha
Lá em cima, eu vou comemorar a minha façanha
Ah...se depois eu não conseguir descer,
eu vou morrer de vergonha!
Eu não vou deixar uma lágrima sequer sair do meu olhar
Vou fazer de tudo para esquecer o meu pesar
Difícil será carregar no meu intimo todo este mar!
"Eu quis"
Eu quis me aquietar na primavera
Florescer no inverno
Esfriar os desejos no verão
No outono segurar as folhas que eu escrevi,
na minha mão
Tão diferente eu fui e sou
Que me apaixonei na primavera
Morri no inverno
No verão fiquei incandescente, me abrasei!
E as folhas escritas por mim;
eu queimei, queimei!
"Eu gostaria de ser um pássaro"
Eu gostaria de ser um pássaro,
e voar para bem longe,
me distanciar dos meus problemas,
conhecer novos horizontes,
ver a vida com outros olhos
e por um dia deixar de ser eu mesma...
Viver a vida de alguém que está a sorrir,
a chorar, a amar, a perder...
E então perceber que as vidas neste mundo
são tão parecidas...
E quem sabe se depois desta viagem,
eu voltaria com saudades do que eu sou!
Quero ir tão longe para que eu não possa esquecer de você em um ciume tolo que põe tudo a perder;
Meu querer é o teu para com o prazer de estar bem desejando o que não consegue enxergar;
Portanto as escolha derradeira fazem toda diferença, não estando a se importar com a distância ou a qual quer incerteza que me faça não entender;
A felicidade pode estar mais próxima do que imaginamos desatando toda ilusão de um amor sem sentido, pois a beleza são verdades que não deixam que nós enxergamos a verdade;
Eu tento aprender o que os sentimentos insistem em me ensinar, pois quero guardar todo o meu amor;
Meu Deus o por quê? Sempre há um por quê para com a vida e vejo que meu coração quer o limite desse sentimento entendido por ele;
Meu amor não se esconde por motivos casuais vive a levar a felicidade para entregar quem recebe-o com sorriso no rosto;
Tudo que eu diga ou faça, nada surti efeito que te faça apetecer e aceitar minhas investidas para te conquistar;
Deixa meu coração mudo e insano te fazer feliz ou apenas tentar;
Que depois você experimentar não mais esquecerá o meu sabor de quero mais que desatina todo um viver;
Hoje eu quis uma dose imoderada de mim mesmo e injetei nas veias de minha fuga uma overdose do amor que as faz pulsar!
Quarto. Um quarto. 1/4.
Cama de gata. C(ama).
Restos de mim em vestígios.
Eu já não sou tão inteira assim.
Feito peixe me descamo.
Feito flor me despetalo.
E feito pacto
Vou me prometendo
Vou me con(sagrando).
Em lençois de cama usados
Em bitucas de cigarro.
Entre buzinas de carros
Entre a poluição sonora
Entre as luzes de uma cidade morna
E eu fico aqui, assim, no escuro.
De um quarto. Um quarto. 1/4.
Eu não vou desistir.
Pode as estrelas cairem sobre mim, mas eu irei me levantar, mais forte do que o próprio sol.