Saudade de quem já morreu
Casa coração
Será que tem espaço na sua casa chamada coração? Ou ele já ocupou todos os lugares que antes era meu? Na minha casa vai ter sempre um espaço para ti, por mais que com o tempo você não volte para ela e esse espaço onde tem nossas memórias se encha de teias de aranha, pó e fique lá. Abandonado como se fosse apenas um espaço.
Será que na sua casa chamada coração eu ainda vou poder procurar abrigo da chuva? Ou o teto agora é feito para proteger apenas ele? Na minha casa em dias tempestuosos você vai sempre poder vir se proteger, seu canto vai estar aqui. Talvez não esteja tão abandonado pois eu estarei cuidando dele, talvez eu não queira que vire apenas um espaço vazio, talvez eu queira manter sempre como você deixou… Talvez eu ainda alimente a esperança de você voltar, mesmo eu não ocupando mais espaço nenhum na sua
Será que na sua casa chamada coração o meu espaço ainda se mantém de pé? Ou você o demoliu para fazer novos cômodos com ele? Na minha casa eu deixariam derrubar todas as paredes, menos o seu cantinho pois em caso de ficar sem teto, terei os bons momentos da gente para me abrigar. Será que na sua casa chamada coração eu posso bater pedindo uma xícara de amor?…
A ausência de minha mãe, que já se estende por quase dois anos, é como uma sombra que se projeta sobre minha realidade. Às vezes, é como se estivesse preso em um sonho, onde sua presença é tão vívida que mal consigo distinguir entre o mundo dos sonhos e o despertar. Mas então a dura realidade se impõe, e percebo que é na efemeridade da vida que residem nossos mais profundos enigmas.
Neste Dia das Mães, enquanto as redes sociais ecoam homenagens e memórias amorosas, encontro-me mergulhado em um oceano de lembranças e saudades. Para mim, este dia é como uma ilha solitária, onde a única companhia é a lembrança do amor materno que um dia aqueceu meu coração.
Mas mesmo na escuridão da perda, encontro consolo na certeza de que a vida é apenas uma etapa passageira, um sonho fugaz que em breve dará lugar à verdadeira realidade. Um despertar final, onde espero reencontrar minha mãe, abraçando-a como se o tempo nunca tivesse passado. Até então, resta-me navegar pelos mares da existência, carregando comigo as memórias preciosas que ela deixou para trás, até o momento em que finalmente alcançarei a margem do eterno despertar.
"As folhas do Outono, já davam aquele tom frio, escuro e lúgubre, ao solo do pequeno cemitério da cidade.
Foram poucos, os que apareceram, é verdade.
Mas de pouco adiantava, a presença dos que o conhecia, naqueles momentos de infelicidade.
Alguns transeuntes, paravam para confirmar, se era mesmo realidade.
Uns suspiravam de alívio, por pensar, que a pequena cidade voltaria à sua normalidade.
Outros, vislumbravam o caixão do velho, ao longe, com um misto de desdém e curiosidade.
Houve, também, alguns sorrisos, como se tivessem se livrado de uma praga, livrado a cidade da insanidade.
Não houveram lágrimas, não houvera luto, o que se percebia, era uma certa felicidade.
Ao fitar o velho, em seu eterno descanso, notei um uma expressão de serenidade.
Como se realmente, pela primeira vez em séculos, após uma vida tão tribulada, em seu leito de morte, finalmente descansasse.
Fiquei sabendo, alguns anos mais tarde, que morrera com os seus trinta e três anos, embora, não aparentasse.
As mazelas da vida, a ausência daquela mulher, fizera com que o algoz e inexorável tempo, o maltratasse.
Ela, pelo contrário, era somente três anos mais nova que ele, tinha uma pele que daria inveja a qualquer anjo, parecia, ainda, permear a puberdade.
Seria pecado, até mesmo vislumbrá-la, resolveria com o próprio Deus, o homem impuro, que a tocasse.
Quando no enterro, ela fora vista na cidade, chorando como uma criança, em uma antiga esquina, embaixo de um ipê rosa, que devido a estação, a muito já perdera a sua folhagem.
Narraram-me, posteriori, que foram a seu socorro, tentando afastá-la do pranto, tentaram descobrir qual o mal, acometera à tal beldade.
Ela não quis dizer, enxugou as lágrimas e nunca mais fora vista arrabalde.
Encontrei-a, cantando uma canção melancólica, em um velho teatro, anos mais tarde.
Perguntei-a: '- Não tentarás ser feliz novamente? Ele não iria querer assim, acabarás como ele, mergulhada nas amarguras, nas lembranças, nessa cacimba de insanidade.'.
Ela fitou-me, com aquele negror de olhos, mergulhados em lágrimas, que ela lutava para que nenhuma, se derramasse.
Era inenarrável, o belo e atemorizador rubor, em sua face.
Embalada em tristeza, ela me disse: '- Já fui feliz, hoje, minha felicidade, está enterrada naquele cemitério, com um véu de folhagens; fui feliz naquele casebre, naquela cidade.
- Não valorizei a minha felicidade, abandonei-a, das mulheres, fui a mais covarde.
- Então Deus a levara de mim. Céus! Que maldade!
-Restara-me, apenas, a viuvidade.
- Infelizmente, agora é tarde.'.
Ela saiu aos tropeços e esbarrões; não a segui, não existem palavras de conforto, para a alma presa à uma vã realidade.
Mas ela estava certa, para o desalento de todo aquele que ama, tudo o que dissera, era a verdade.
Hoje, rogo aos céus, para que Deus, dê à alma do velho, descanso e serenidade.
Prostro-me de joelhos, para que Cristo, daquela bela moça, tenha piedade.
E ao cair da noite, me indago sempre: Os amantes jazem nos cemitérios; e os amores, aonde jazem?- EDSON, Wikney - Memórias de Um Pescador, O Cemitério da Cidade
Já pensou tanto em alguém, que os encontros se tornam apenas uma continuação da conversa?
As lembranças preenchem os contornos, tomam vida, marcam presença, prosas mentais diversas.
Usam as expectativas e receios como cordas vocais e simulam todo tipo de interação.
Parece um sonho lúcido, uma alucinação leve e continua ou um love platô, remédio diário conhecido para a boa imaginação, daqueles que se toma com café preto.
Quando se encontram de fato, como um adolescente na primeira vez, queimam várias etapas e o diálogo, afinal, você já estava o dia todo em mim, como não sabe sobre isso ou aquilo, ou 'aquiloutro'?
Sente preguiça por repetir, até porque, não importa o assunto que trás e sim contemplar o que vê, desfrutar o que vem.
Para se encher novamente, e dar novos contornos...
Por favor, sente-se. Café?
Já Não existe mais cor debaixo da tempestade
E diante da chuva que cai, esconde a dor que escorre salgada pelo rosto, e a esperança que não nos faz desistir, eh a esperança de um arco íris pela manhã...
Quantas paixões eu já vivi
Não dá nem pra me lembrar
Cada uma me fez sentir
O quanto é bom a gente amar.
"Quando estou com você o tempo insiste em correr e quando me assusto já não estamos mais ali só eu e você. O tempo não para."
Sonatina
É mau que eu viva areado, e sem prumo
Posto numa solidão daquele que não crê
Que já está acostumado, ao léu, à mercê
Prosando lembranças, poesia sem rumo
Mas, lá no fundo, a esperança, presumo
Tenha a compaixão deste pobre crupiê
Do amor, sem sorte, e cheio de porque
Pois, a boa sonatina a paixão é insumo
E, se insistir com a poética nesta saga
Deixando a poesia com a emoção vaga
Não serão somente versos de soledade
Será também a alma cheia de lamento
Porque no vazio há sempre sofrimento
E a dor o verso imerso numa saudade!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29 agosto, 2023, 15’56” – Araguari, MG
Esta palavra saudade que nasceu já adulta por não ter idade. Esta palavra saudade que não tendo nascido, não pode falecer de verdade. Esta palavra saudade é como a Pteta, é como a eternidade.
Entreguei meus dias numa cama macia num sono intenso em meio a pesadelos. Entreguei meus sonhos pra uma dor imensa em que acordar era desespero. Entreguei meus discos, deixei na gaveta da minha casa antiga. A vitrola quebrou e não posso mais ouvi-los, mas todas as minhas musicas carrego na memória e por mais que não as escute, elas sempre farão parte de mim!!!
CRISE DOS 13 ANOS
Tudo eu!
Tudo eu!
Tudo eu!...
... e assim,
engolindo o pranto
engasgando de cólera,
entre espasmos e soluços.
...
Um dia eu vou me embora...
Tomo chá de sumiço.
fujo dessa casa,
e não volto jamais.
Eu vou,
Um dia eu vou...
Na calada da noite,
por aquela portão, e em ponta de pés.
Me vou aos diabos e nem olho pra trás.
Que adoeçam de angustia e saudades de mim.
Sem deixar nem bilhete.
eu juro que vou.
...
... e assim,
mitigando choro,
abrandando os soluços
e cessando a cólera...
...
-Mãe, tem café??
Saudade
“Saudade! espiã das lembranças, sentimento soletrado pelo coração, que descompassa a respiração, incita tímidas lágrimas, sussurra rostos, lugares, aromas e épocas;
Oh! Carrasco eventual, não hesita em cumprir seu oficio, encomenda lembranças de um pequeno universo apartado entre mundos;
Faz da melancolia um avulso de sinônimos verbalizando imperativos, o querer tornar-se imediatista em seus mais diversos nuances;
Sentimento audacioso, cínico, dissimulado em ingênuas lembranças, revela-se com propósito intrínseco de subjugar todos;
Nunca morre, nunca some, permuta-se, permeia-se entre as meias e vagas memórias;
Saudade hospedeiro vil que faz de minha alma casamata, que tocaia meu peito, Vamos fazer uma trégua?
Marque o dia, a hora, e o lugar para encontrarmo-nos, prometo que me entrego por completo, te alimentarei com lembranças, não sonegarei uma gota salgada, nem suspiro;
Até esse dia chegar, arrebata-te de mim, e eu me sequestrarei com tua ausência.”
Mulher mestra…
(Nilo Ribeiro)
Você me ensinou a vida,
foi uma grande lição,
agora com a tua partida
tento aprender com a solidão
você me deu alegria,
uma divina companheira,
me ensinou poesia,
uma grande guerreira
me ensinou ciência,
me deu cultura,
hoje com tua ausência
me ensina a amargura
me ensinou o bom senso,
me deu toda felicidade,
hoje paro e penso:
“foi amor de verdade”
hoje a saudade me ensina,
mas nada consigo aprender,
só sei que você é obra-prima
a mais linda que Deus soube fazer
você foi grande mestra,
que tudo, tudo me ensinou,
meu espírito feliz se manifesta,
pois um dia você me aceitou
talvez lamento,
talvez arrependimento,
importa apenas este momento,
em que derramo meu sentimento…
“Todos os dias eu visto minha alma com a minha melhor roupa e vou te encontrar em um sentimento chamado saudade.
Eu amo sentir tua falta, quase como uma necessidade.
Para viver, para respirar.
O caminhar pra frente, mas não olhando para lá.
Porque meus olhos estão voltados para onde você está.
Saudade é o que fica no passado.
É o que teve o futuro roubado;
Pela maldade de quem não soube amar.”
Carta de saudade
Quando eu enlouquecer
Quero estar na beira do mar
Admirando as estrelas do céu
Admirando as ondas do mar
Quando esse dia chegar
Quero estar com você
Olhando seu corpo lindo
Que me faz enlouquecer
Sei que vou enlouquecer
Pois não paro de chorar
Sinto a falta de você
E não sei como te falar
Te vejo em meus sonhos
E não sei o que fazer
Por que te amo e te adoro
E não posso mais te ter.
A saudade só se torna presente, quando no presente,
o nosso maior presente, se torna apenas uma saudade.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp- Relacionados
- Mensagens de luto para marido falecido cheias de amor e saudade
- Frases de Saudade de quem Morreu
- Frases de decepção amorosa para expressar a dor de um coração partido
- Poemas sobre saudade
- Frases de Saudade
- Textos de Saudade
- Frases de saudades de quem morreu para manter viva a sua memória
