Sábios
Aniversário. A cada ano não ficamos apenas mais velhos. Nos tornamos sábios, sem sermos os donos da razão, nem os melhores em todas as coisas e os vencedores de todas as batalhas. Seremos apenas mais vividos, sofridos e calejados pelas agruras do caminho que sempre estarão presentes na caminhada de cada um na constante busca pela felicidade.
Nunca pense que você pode tudo sem ajuda, o tolo acha que pode fazer isso, mas os humildes e sábios sempre estão em busca de compartilhamento.
Existe uma montanha entre o homem e a sabedoria, e os sábios são aqueles que não tem medo de escalar.
Os escritores da Confissão e dos catecismos foram bastante sábios ao não estabelecerem todas as possíveis questões teológicas a respeito das quais a Bíblia não é explícita. Por exemplo, os Padrões não estabelecem as questões em torno do supra ou infralapsarianismo, ou da natureza da imputação do pecado de Adão, ou do milenialismo. Felizmente, os teólogos de Westminster deixaram essas questões para a consciência individual, e não estamos vinculados a uma visão em particular sobre essas por ocasião da nossa subscrição aos Padrões.
Os tolos são felizes o tempo todo, os sábios são triste boa parte de suas vidas, pois saber as verdades do universo leva a questionamentos sobre a existência.
A verdade já foi dita
Os profetas, os sábios, os santos já diziam
A grotesca insatez humananos faz esquecer do óbivo
Passamos metade de uma vida querendo o futuro
E passamos a outra metade nos queixando do passado
O despertar da consciência
Acontece para quem está preparado
Até lá ficamos moldando nossas estátuas da ignorância
Defendendo nossas faces malignas
Estimando o conhecimento a tão pouco
Alegando que este é o máximo da evolução
Evolução
Ah!
Que palavra bela
Por que o presente é esquecido?
Mal me lembro do ano passado
A ansia de viver nos corrompe
E o comodismo assassina nossas oportunidades
Não há porque querer tempo
É querer peneirar areia
O aproveitamento dos momentos é reduzido
De tal modo que não herdamos nada
E este é o artifício genuíno
A única ''graça'' que nos vem sem pedir
Chega ser cômico
Não há porque querer tempo
Não há
A fácil manipulação da realidade
Para se tornar algo agradável
É vicioso
E esta é a tortuosa presença
Do falso anunciador da benção
O bem-aventurado futuro
Sempre com uma proposta diferente
Pega pela mão e leva consigo
E acabamos ali
Tentando segurar a porta para não entrar no necrotério
Agora fartos da esperança
Era tão ruim assim o presente?
Não era óbvio que uma armadilha no seu caminho de sempre
Poderia por ventura lhe prender?
Incerteza
Falência do pensar
O modo futuro-próspero estava ligado
E não pude notar que me rasgava entre as rosas
As mesmas que colheriam para o meu leito.
Quase sempre estou em silêncio. Aos sábios e inteligentes, dedico os meus ouvidos e toda a minha atenção; aos imbecis e idiotas, o meu descaso absoluto.
A vida é feita de momentos e de oportunidades, os sábios vivem os momentos e agarram as oportunidades.
Mas Deus escolheu o que para o mundo é loucura para envergonhar os sábios e escolheu o que para o mundo é fraqueza para envergonhar o que é forte. Ele escolheu o que para o mundo é insignificante, desprezado e o que nada é, para reduzir a nada o que é, a fim de que ninguém se vanglorie diante dele.
Princípio
Há muito tempo atrás, antes dos sábios, dos magos e dos deuses, quando nem o nada ainda imaginava existir, uma ideia permeou pela primeira vez a realidade.
Não era luz ou muito menos forma, a ideia era apenas um sopro de sentido, uma ideia de consciência que acabara de tornar-se consciente.
Não abriu os olhos, pois não existia visão, nada foi ouvido, pois não existia som, nada foi dito, pois não existiam palavras, nada foi sentido, pois não existia existir, ainda.
Uma abstração tão pura de um único princípio primordial: existir.
Quando? No exato momento do primeiro questionamento que se incandesce!
Onde? Na presença de si, no interior de uma vasta necessidade de movimento que se expande na primeira oscilação de um refletir.
"Desejo criar!" - Bradou a silenciosa criação do desejo, inundando de intenção a existência que buscava existir.
Senciente informe e vazio, com um voraz desejo de preenchimento do não-eu.
Permear por si uma pele de possibilidades infinitas, criação e destruição, existência e não existência, eu e não-eu. E a cada imaginação uma imagem, seguida de uma ação, evolução e involução até a perfeita união de opostos que vibram ao se perceber. Ínfimo instante de percepção mútua.
Tudo e consequentemente: nada.
Nada individualmente existia, até que o ser ciente, senciente de si, de tudo e de nada, percebendo-se só, isolou-se de si como o primeiro ato de agir.
Expressar uma ação de desejo infinito, carregado de intenção e sentir-se como mergulhado em sensação, num puro êxtase de percepção da própria expansão infinita.
E como num ato reflexo, contrair-se de volta em si ao ponto de princípio do saber, pra então: ser.
Presente no tempo eterno de lugar nenhum.
Liberto em si mesmo e sem a possibilidade de prender-se a nada, buscou materializar-se até que sua intenção cristalizasse num sentimento, quase uma intuição, certeza, há luz.
Memória.
Fractais de experimentação da existência, um reflexo de si antes do agora.
Olhar para trás, também significa olhar pra frente e como numa infinita miríade de reflexos e reflexões, sem imagens, apenas o vazio imensurável sendo consumido pelo ardente desejo de se pôr em movimento e, munido da crença herdada para realização do que foi, imagina-se o que já era, uma densa abstração da luz imaginativa!
Vontade, pura e intensa vontade de realizar, de ir além do princípio.
