Retrato de Velho
Se tomarmos o envelhecer apenas como uma etapa de vida a vencer, tenderemos a perder o foco nas ferramentas de melhorar nossa saúde e qualidade de vida.
Há um velho ditado japonês: "Kishi kaisei." Acorde da morte, retorne à vida. Isso significa que deve parar de ser um molenga.
Em certos momentos, sente-se massacrada diante das coisas que aprendeu. Tem o corpo jovem, mas o pensamento, velho.
O amor deve ser como sapato velho
O amor deve ser como o sapato velho e surrado que ajustou ao defeito dos pés. Se não ajustar é porque não é amor!
Élcio José Martins
Vila Bela
Quem nasce aqui,
Pode se considerar um abençoado!
Quem aqui faz morada,
Pode se considerar um privilegiado!
E quem precisa partir,
Jamais se esquece de ti.
Ah, Vila Bela, rodeada de belezas naturais...
O amor que o teus filhos sentem,
Ninguém pode explicar,
Pois só quem nasce aqui,
Traz consigo, enraizado,
Esse sentimento de te amar.
Os teus filhos, sempre retornam!
Pois a saudade, ela é grande demais...
Alguns vêm e vão todos os anos,
Outros, sonham em virem para ficar.
Da igreja da praça, o sino soa,
Avisando a todos, que a missa vai começar!
Enquanto nossa Senhora nos abençoa,
São Sebastião nos reúnem,
É assim, todo mês de janeiro...
Janeiro é tempo de cheia:
De água,
De gente,
E de alegria...
É tempo de casa barulhenta,
Sinal, de família reunida.
De dia, a reunião acontece nas tuas lindas praias... ou sob alguma sombra nos quintais,
Onde se bota a conversa em dia,
Lembrando de tantos outros festivais.
À noite, a festa é na sede São Sabá,
Que ninguém perde por nada!
Pois todo ano, há sempre uma novidade...
Na festa mais aguardada,
Da vila mais bela,
Dentre todas as comunidades!
Que vida tem o aposentado!
Senta na cadeira de balanço olhando pro céu parado,abaixa a cabeça olha para os lados,quase nunca tem alguém para dar um agrado.
Que vida tem o velho nem comprando amor é valorizado.
O velho que pensa
Um velho pensando
Pensando a velhice
O ser velho....
O velho na mente
A mente velha
O velho pensando
A certeza de ser velho
O velho que pensa
O coração cansado
Cansaço de ser velho
De viver pensando
O Velho pensante
Um ser incessante
Pensando a velhice
O prazer do ser ....... velho.
O Velho na vida
A vida no velho
A velhice constante
O direito de estar velho!
Eles sempre vão dizer que você é jovem demais ou velho demais, para que você sempre se julgue de menos. Nesse primeiro dia do ano, seja o autor da sua própria história, desafiando expectativas e redefinindo possibilidades, independentemente da sua idade.
As pessoas chamam umas as outras de velha, como se envelhecer fosse feio, fosse crime. Meu bem, envelhecer é privilégio e estar vivo é uma dádiva que nem todos têm a bênção de ter.
A Árvore Invisível
No meio da floresta, onde o verde se espalha em incontáveis tons de vida, há uma árvore morta. Seu tronco retorcido e seco ergue-se como um esqueleto, desprovido de folhas, de seiva, de movimento. Os pássaros não pousam em seus galhos; os insetos não a rodeiam; até o vento parece desviar-se dela, como se sua presença fosse um incômodo.
Ela já foi grande, já sustentou ninhos, já balançou sob o peso de frutos. Agora, é apenas um vulto silencioso, uma sombra esquecida no meio do esplendor alheio. Os olhos dos passantes deslizam sobre ela, sem fixar-se, sem reconhecer sua existência. Afinal, quem se importa com o que já não floresce?
Assim também é a velhice humana. Há um momento em que as folhas caem — a vitalidade, o vigor, a utilidade aparente — e, de repente, o mundo parece desviar o olhar. O idoso, outrora centro de histórias e sustento, torna-se uma figura quieta nos cantos da casa, nos bancos das praças, nos quartos de asilos. Suas rugas são como as rachaduras no tronco da árvore seca: marcas de tempestades sobrevividas, de anos que não foram gentis, mas que ninguém mais se dá ao trabalho de ler.
A floresta segue verde, impiedosamente bela. A vida dos outros segue, impiedosamente alegre. E a árvore morta permanece, invisível, até o dia em que o vento mais forte a derrubar, e então, talvez, alguém note sua ausência — mas não sua existência.
Assim como tantos velhos, que só são lembrados quando já se foram.
SONETO DO VELHO AMIGO
Então, depois de tanto andar trilhado
Pesar rasgado nas retaliações, malícia
Eis que a amizade súplica por carícia
De amparo, dos tantos erros, passado
Enfim, se calado, deixai de ter sevícia
E sentai tu, amigo, aqui do meu lado
É tão bom novamente em ter-te amado
Nunca abandonado, do afeto imperícia
E no abraço antigo, não fomos garrano
Perceba ao nosso arfante a se comover
Pois deixe na quimera o nosso engano
Amigo que é amigo nada e então explica
Estamos sempre reencontrando no viver
Necessidade e, no coração se multiplica...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
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