Renato Russo Poemas sobre a Vida

⁠A sociedade contemporânea trás consigo inseguranças, diversas psicopatias, distúrbios de humor, de afetividade e de objetivo a longo prazo. São na verdade um grupo que se arrasta em uma sobre vida de sombras entre sessões de apoio psicológico semanalmente e remorsos de não ser o que gostariam de ser. Um conflito interminável que só se basta com a alienação.

⁠A vida não é sobre quantas bocas você beijou, mas sim sobre quem você foi na vida de cada pessoa. Uma noite não vinga o tempo de um compromisso sincero e verdadeiro.

⁠Um dia você vai perceber que tempo não remedia nada, não cura. Que ele é uma espécie de droga, que dela nos tornamos eternamente dependentes e escravos.

⁠Cada um segue sua derrota ou vitória. Para mim, tudo é uma ridícula forma de estar ausente no espírito. Quem entende, entende. Quem não entende faz o favor critica. É um favor a sua inteligência.

⁠Há de se ter muito cuidado com as primeiras impressões. O tempo é o senhor das razões.

Decepção amorosa não é só quando alguém te abandona. É também​ quando alguém faz você abandonar a pessoa que você é.

Na transformação que levamos, protótipos de nós mesmos.
A eterna interrogação formulada, milénios de caneta na mão.

Não vou deixar de ser quem sou, só porque os outros deixaram de ser o que eram.

A meia verdade é a lapidação da total mentira, mais subtil, suave talvez, mas, mesmo assim, demolidora.

A vida é uma aprendizagem constante, uma história de realizações e de práticas de determinações pessoais, de infindáveis perdões e de suculentas colheitas, cuja semeadura é sentir-se bem e ser feliz.

Agarra o tempo, agarra-o bem, não o percas, ele passa a correr e não volta com nenhuma velocidade e o mesmo percurso.

De batalha em batalha, as feridas sangram e curam, simplesmente porque deixas de as sentir.

Ninguém é nunca o que parece ser num mundo onde baixar a guarda significa morrer. Não literalmente… mas morrer por dentro.

A minha desculpa não é nenhuma.
Primordial é devolver alguma coisa ao mundo, por isso ando devagar.

Quem se intitula poderoso e brinca aos dados com o sentimento alheio é um escravo de si mesmo e eternamente escravo.

Aprendi a gostar de estar sozinha, embora ainda haja muita coisa que não compreendo. A partir do momento em que se aprecia a própria individualidade, a paz passa a ser um marco histórico nas nossas almas e um incentivo para a vida.

Há sempre alguém que vem, que vai, que fica, que fica sem estar e que está sem ficar.

Ah, vida, como é deslumbrante o teu existir e como são maravilhosas as formas com que me presenteias e me delicias!...

A ousadia desagradável é sobre a verdade e sobre a mentira.
Chega uma hora em que é preciso fazer algo propositado que escandalize todos, mesmo que isso te custe, mesmo que isso te arranque lágrimas enquanto o fazes, mesmo que isso - à partida - te destrua, não ao que conservas dentro, mas ao que exteriormente não é habitual e não esperam de ti. Serás silenciosamente censurada e verbalmente condenada. Poderás ler nas linhas das tuas mãos a desilusão e a deceção que causaste. Esquecerão tudo o que és e passarás a ser o que não és. É o momento de todos aproveitarem para partir, porque é assim que o esperas. É o momento, porque o originaste, ainda que propositadamente, e facilitaste a partida de quem apenas quer o perfume da tua vida. E então saberás. Se só queres o que for verdadeiro, saberás. Nem que a única verdade seja a tua.

Viver é duelar com a morte. No entanto temos que duelar também com a própria vida; não para derrotá-la, mas para que não tombemos nocauteados ao primeiro golpe duro que ela certamente dará.