Reflexão sobre Mim

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O meu coração é nômade, a minha alma é cigana, cada um vai pro seu lado e quando me dou por mim, descubro: estou perdida.
Talvez me ache em seus olhos, ou quem sabe, me ache, no espelho. Mas esse achar físico não me contenta não me satisfaz, nem me encanta.
Quero com todo o gosto do mundo me perder e me encontrar sempre que preciso. Quero descobrir o infinito que habita em mim não quero ser incógnita pra ninguém. Quero a equação simplificada. Se não entendo, deleto, se não gosto, apago, se precisar, multiplico.
Mas de qualquer forma: descubro, me refaço e edito.
Publico o que me faz grande e o que me derruba.
Não tenho medo de descobrir o segredo.

Se for falar mal de mim, primeiramente me supere. Não acho certo ouvir besteiras vindo de alguém que não consegue fazer melhor.

Eu junto minhas mãos para orar, esperando que amanhã eu ria mais, por mim. Vai ser melhor, para mim.

“E o prêmio de melhor mentiroso vai para você, por me fazer acreditar que poderia ser fiel a mim.”

Que Deus afaste de mim toda inveja, todo medo e desânimo. Livra-me de quem só diminui e nada me acrescenta. Amém!

Rio do Mistério

rio do mistério
que seria de mim
se me levassem a sério?

Paulo Leminski
Livro Distraídos Venceremos

Um brinde pra mim, sou exemplo, de vitórias, trajetos e glórias...

Uma vida congelante foi a que eu escolhi, você não vai me encontrar, o passado está atrás de mim, enterrado na neve!

Na casa defronte de mim e dos meus sonhos,
Que felicidade há sempre!

Moram ali pessoas que desconheço, que já vi mas não vi.
São felizes, porque não são eu.

As crianças, que brincam às sacadas altas,
Vivem entre vasos de flores,
Sem dúvida, eternamente.

As vozes, que sobem do interior do doméstico,
Cantam sempre, sem dúvida.
Sim, devem cantar.

Quando há festa cá fora, há festa lá dentro.
Assim tem que ser onde tudo se ajusta —
O homem à Natureza, porque a cidade é Natureza.

Que grande felicidade não ser eu!

Mas os outros não sentirão assim também?
Quais outros? Não há outros.
O que os outros sentem é uma casa com a janela fechada,
Ou, quando se abre,
É para as crianças brincarem na varanda de grades,
Entre os vasos de flores que nunca vi quais eram.

Os outros nunca sentem.
Quem sente somos nós,
Sim, todos nós,
Até eu, que neste momento já não estou sentindo nada.

Nada? Não sei...
Um nada que dói...

Fernando Pessoa
PESSOA, F. Poesias de Álvaro de Campos. Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993).

Meu prezado senhor,

Direi apenas algumas poucas palavras.
A vida fez de mim um homem bem familiarizado com as decepções.
Aos 23 anos, tentei um cargo na política e perdi. Aos 24 anos, abri uma loja e não deu certo. Entre os obstáculos, tive um colapso nervoso, disputei eleições para o Senado, Presidência e finalmente, fui eleito presidente dos Estados Unidos, aos 51 anos de idade.

Por isso, não venha me falar de dificuldades, tropeços ou fracassos. Não me interessa saber se você falhou. O que me interessa é se você soube aceitar os tropeços e aprender com eles.

Aprendi a tolerar os medíocres; afinal, Deus deve amá-los, porque fez vários deles. Aprendi que, quando se descobre que uma opinião está errada, é preciso descartá-la. Aprendi que a melhor parte da vida de uma pessoa está em suas amizades…

Se você está vivendo um momento temporário de fracasso, posso afirmar, com certeza da minha maturidade, ou dolorida experiência, que você jamais falhará se estiver determinado a não fazê-lo.

Por mais que encontre dificuldades pelo caminho, não desista. Saiba que o campo da derrota não está povoado de fracassos, mas de homens que tombaram antes de vencer.

Sinceramente.

Nem me conhece direito e fala mal de mim. Seu sonho de consumo é ser minha amiga, mas como eu sou movida a exigências de caráter, você ficou de fora da minha lista, então vai, continua desdenhando.

Falar mal de mim é fácil, difícil é colocar Mentos na boca e beber Coca-Cola.

Se eu fosse esperar que as pessoas fizessem minhas ferramentas e tudo o mais para mim, eu nunca teria feito nada.

Vem......

Abandona tudo e vem .....

Quero te entregar

o que restou de mim

depois de tantos tropeços,

de tantas lutas,

de tantas buscas,

de tantas lágrimas

derramadas sobre o travesseiro,

na solidão das noites insones.

Quero te entregar

o que a vida me deixou de melhor,

apesar de tudo

o que me fez sofrer.

Vem...
vem comigo e recebe de mim,
além do imenso amor
que te dedico,
a ESPERANÇA
de ser feliz.

O Teatro Mágico - Cuida De Mim
Fernando Anitelli
Pra falar verdade, às vezes minto
Tentando ser metade do inteiro que eu sinto
Pra dizer às vezes que às vezes não digo
Sou capaz de fazer da minha briga meu abrigo
"Tanto faz" não satisfaz o que preciso
Além do mais quem busca nunca é indeciso
Eu busquei quem sou
Você pra mim mostrou
Que eu não sou sozinha nesse mundo.

Cuida de mim enquanto não me esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo que sou quem eu queria
ser.
Cuida de mim enquanto não me esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo... Enquanto fujo...

Basta as penas que eu mesmo sinto de mim
Junto todas, crio asas, viro querubim
Sou da cor do tom, sabor e som que quiser ouvir
Sou calor, clarão e escuridão que te faz dormir
Quero mais, quero a paz que me prometeu
Volto atrás se voltar atrás assim como eu.

Busquei quem sou
Você pra mim mostrou
Que eu não estou sozinha nesse mundo.

Cuida de mim enquanto não me esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo que sou quem eu queria
ser.
Cuida de mim enquanto não me esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo... Enquanto fujo...

Eu paro de me escutar, porque, para dizê-lo curto e grosso, eu canso a mim mesma

Aprendi a retribuir o que me oferecem.
Precisar de quem precisa de mim.
Abraçar quem me abraça e amar quem me ama.
Não tenho tempo para perder com quem não tem tempo para mim.
Não é egoísmo, é prioridade.
Estou priorizando tudo aquilo que me faz bem, as pessoas que alegram meu coração e os sentimentos verdadeiros.
Não busco quantidade, prefiro qualidade

E a razão vai tomando conta de mim de novo. Como vou tropeçar se sempre calculo meus passos? Como vou me entregar se sempre calculo meus braços?

Muito pra mim é tão pouco, e pouco eu não quero mais.

A mim me salvaram as crianças. De tanto escrever para elas, simplifiquei-me.

Monteiro Lobato
Obras completas: Literatura geral