Reencontro na Morte
Micropoemas do infortúnio - 2
Para viver um grande amor
Inês e Neves deram-se o sim.
Quando Inês já era morta,
sem falar que aí já morrera o Neves,
tal o tardamento.
Rosmaninho da saudade.
Quando eu morrer meu amor..
Quero a minha campa cheia de rosmaninho
Para que te lembres do meu corpo perfumado.
Quando eu morrer meu amor...
Planta-me aos meus pés, camélias de todas as cores. 
Para não te esqueceres dos filhos, que eu pari com amor.
Quando eu morrer meu amor...
Planta-me um roseira de rosas vermelhas.
Para recordares o amor e o desejo que senti por ti.
Quando eu morrer meu amor...
Canta muito, chora o que tiveres de chorar.
Mas nunca te esqueças de viver, de sorrir e de amar.
E nunca culpes Deus por me ter levado!
— Severino retirante,
deixe agora que lhe diga:
eu não sei bem a resposta
da pergunta que fazia,
se não vale mais saltar
fora da ponte e da vida;
nem conheço essa resposta,
se quer mesmo que lhe diga;
é difícil defender,
só com palavras, a vida,
ainda mais quando ela é
esta que vê, severina;
mas se responder não pude
à pergunta que fazia,
ela, a vida, a respondeu
com sua presença viva.
E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,
vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida;
mesmo quando é assim pequena
a explosão, como a ocorrida;
mesmo quando é uma explosão
como a de há pouco, franzina;
mesmo quando é a explosão
de uma vida severina.
"Não aprendi dizer adeus."
Preciso confessar que não sei lidar com despedidas. Por mim, toda pessoa querida morava no meu condomínio. Ninguém ia embora e principalmente ninguém morria. Como diria uma amiga minha, "eu juro, juradinho" que não sei lidar com a morte, não sei dar pêsames, detesto ir a cemitérios e só guardo lembranças boas dos que já não estão perto de mim. Minha mente apaga a maioria das minhas vivências ruins. Até me esforço para lembrar de detalhes e simplesmente não consigo, minha mente bloqueia esse tipo de lembrança. Sem contar que muitas vezes, me pego falando da pessoa como se ela ainda estivesse entre nós. Fraqueza, fuga da realidade, infantilidade... só Freud para explicar, afinal ele também continua vivo nos seus textos e teorias.
Falecimento de ente querido é o momento em que a família enfim se reúne. Você é apresentado a parentes que nunca viu e só vai ver de novo no próximo enterro de alguém, que provavelmente está por ali... Contam-se algumas piadas sem graça ou não e meia dúzia sofre de verdade.
Fiquei sabendo que minha professora de sociologia do ensino médio se matou no começo do ano, daí acharam o corpo no apartamento depois de dois dias num estado horrível. Ela vivia dizendo nas aulas que havia uma resposta pra tudo, e que quando parecia não haver uma, apenas não sabíamos como interpretar o que estava bem na nossa frente. Ninguém quis encontrar uma resposta que justificasse esse final trágico, porque no fundo, as pessoas sabem o que causa o cansaço, e sabem também do caminho que leva uma pessoa à dizer que já basta. Você sai de casa pra tentar entender um pouco mais, e volta com outras vinte dúvidas. Algumas certezas apagam as luzes e te fazem bater a cara nos obstáculos, a verdade vicia, uma busca infinita por ideias descartáveis. Uma coleção de novos questionamentos. Por que não devo? por que não posso? por que comigo? A resposta está bem ali e você sabe, mas sua mente ignora as evidencias para manter-se intacta. Precisamos de uma nova dose que seja mais forte do que a anterior, uma verdade que nos obrigue a subir um monte até cairmos em um buraco negro de perguntas estupidas. Bom, ninguém sabe porque ela desistiu, mas ela sabia demais, e se pudesse escolheria não saber tudo, apenas o bastante pra não cair nas armadilhas da vida. Por hoje já chega de novas descobertas, ninguém foi bom o bastante para salvá-la das perguntas.
Um mau dia
Tem dias que não estou muito bem
Hoje, por exemplo, trago um nó aqui por dentro
Saudades dela, a quem não vejo há algum tempo
Hoje veio com tudo, trazida com a força do vento
É, realmente tem dias que não estou muito bem
Mas ainda assim escrevo, vai que ela lê e algum dia vem
Escrevo sempre pensando nela, cada letra e cada ponto também
É um jeito sofrido de lembrar, lembranças do além
Sim, ela já se foi e levou com ela o meu coração
Que hoje de nada me adianta, batendo neste meu corpo são
A não ser claro, para selar a nossa separação
Mas um dia ele há de parar 
E junto dela novamente eu estarei
Mas hoje... é, hoje eu não estou muito bem
Praticando o amor
Parece fácil não é? Mas será que estamos mesmo fazendo a coisa certa, especialista tentam explicar esse sentimento de todas as formas, mas quando realmente somos verdadeiros em nosso sentimento ele se torna quase que inexplicável, podemos citar vários tipos de amor, tais como: AMOR FRATERNAL que se faz presente em famílias que tem um verdadeiro laço entre si. Temos também o AMOR NARCISISTA é o famoso amor próprio, onde tudo gira em torno de si e sempre essa pessoa se acha melhor em tudo, esse amor se confunde com alto nível de vaidade e arrogância. E quem já não ouviu falar do AMOR PLATÔNICO no qual o sujeito vive em um mundo de fantasia com um alguém imaginário, tem casos que se torna até patético, amam alguém, mas não tem coragem de tomar atitudes a respeito. AMOR A VIDA e muitos amam a vida somente, querem viver tão intensamente que de certa forma pensam que nunca irão morrer amam muito as coisas do mundo e esquece-se de sua alma. Outro é o AMOR POR ANIMAIS, algumas amam tanto que os bichos se tornam família até, mas não podemos esquecer que os bichos são criaturas de Deus e que devemos cuidá-los e amá-los de forma até fraternal, mas nunca deixarão de serem animais e não pessoas.AMOR A NATUREZA, é um amor que faz bem, da paz, contemplar as criações divinas, e saber como usá-las, alguns não pensam dessa forma e a destroem. E hoje vivemos muito AMOR AOS OBJETOS, já notou como alguém fica quando perde seu celular, ou acontece algo com o carro, casa, dinheiro ou qualquer bem, talvez isso seja uma carência de amor, e ama coisas inanimadas, não há pecado algum em ser um colecionador, ou saber trabalhar com bens e aumentar seu patrimônio, mas deixar de ter relacionamento valiosos por causa disso, a pessoa peca diante de um ensinamento de Jesus, amai vos uns aos outros. Mas sabemos muito bem que o amor se divide mesmo em três tipos:ÁGAPE, PHILOS e EROS, pois bem vamos tentar passar um pouco de cada um para melhor compreensão.
Ágape: É um amor incondicional, libertador, divino, mas que pode muito bem ser praticado por humanos. Esse amor independe de interesses, um exemplo prático é notar o amor de Deus por nós, mesmo a gente praticando coisas que não o agradam e mesmo assim Ele não deixa de nos amar e cuidar. Esse é o mais puro e verdadeiro amor, nada se compara.
Philos: É um amor fraternal que também envolve lealdade, igualdade, amizade, família, não importando raça, cor, etnia, qualquer tipo de preconceito, bem longe do narcisismo e do platônico, que envolve muito o relacionamento e podemos de certa forma dizer que esse é um amor cristão. 
Eros: é um amor que representa a paixão a atração física entre pessoas que se envolvem nesse amor. É a junção da aliança entre Deus e duas pessoas... Isso é o amor.
Claro que podemos definir de muitas outras formas o amor, mas para isso teríamos que ter publicar um livro e mesmo assim não seria o bastante para definir esse sentimento tão forte que Deus nos deu... Falar eu te amo qualquer um fala, mas tocar a alma e entregar-se poucos o fazem...
Quanto vale uma vida? Até quando vamos ignorar o incalculável valor de viver? Já sei, até quando não mais saúde tiver, quando a vida estiver por um fio, e quando de cara com morte nos deparar, imploraremos por tudo para mais um tempo viver, e aí sim mudaremos nossas prioridades.
Se, em meu diálogo com meu Deus interno, ouvisse dele que, por algum mérito, eu teria direito a uma graça, vêm-me à consciência ter recebido muito mais créditos do que débitos em toda a história escrita até aqui, não havendo nada mais a pedir. Assim sendo, a única coisa que ainda me restaria esperar seria um último momento sereno, entendendo isso como livre de sofrimento para mim a para os que deixo ao transpor meu portal. Mas sou capaz de assimilar que pelo entendimento de Deus essa serenidade se apresente de uma forma diferente da que concebi.
Com o passar do tempo percebemos que a nossa prioridade não é mais a mesma. Sentimos que um coração pode se partir a cada pessoa por quem você ousa entregá-lo. Decidimos que sempre lutaríamos até o fim por aquilo que realmente queríamos até perceber que desistimos antes mesmo de tentar . Jurávamos que nunca íamos cometer o mesmo erro até por fim cometê-lo. Engraçado, de tantas idas e vindas , de tanto choro nem vela , de cada esperança é a ultima que morre , de cada matar ou morrer , de cada tentar ou desistir, a vida nós prega peças que até mesmo ela ri pra não chorar.
Como uma pessoa mal educada saiu de sua festa sem se despedir, afinal nessa comemoração todos se divertiam mais que ele.
Então ele resolveu que ia deixar, deixou-se ir , pois nada mais havia ali.
Escreveu seu final em escarlate , como uma questão errada em uma prova que nada sabia responder.
Anjos com sua indiferença não poderiam culpa-lo, demônios sou sua raiva não poderiam tortura-lo, afinal ele fez justiça matando o único que fazia mal a ele!
Foi então que sentiu a paz, nada mais poderia magoa-lo , não tenha responsabilidades nem tinha nenhum desejo,deu seu sangue por esse momento e pode finalmente ouvir sua respiração, a ultima.
Há muito mais gente morta caminhando sobre a terra do que enterrada embaixo da mesma. E o mais trágico está no fato de não o perceberem!
Hoje venho a me desculpar com meus pais, por não ser forte o suficiente. Recebi muito amor, carinho e afeto deles. Eu tenho lutado a alguns anos, hoje estou bem perto de meu limite. Todos nos estamos lutando, para vencer nossos problemas. Deixo com vocês o futuro o qual não vou estar presente. Após minha partida, não guardem os sentimentos do passado, vivam o presente e anseie pelo futuro. Com grande amor: seu filho.
Todos os dias uma peça musical, um conto ou um poema morrem porque sua existência já não se justifica em nosso tempo. E as coisas que antes eram consideradas imortais tornaram-se mortais outra vez, ninguém mais as conhece. Mesmo que elas mereçam sobreviver.
"Nós aqui movendo as águas
e as pedras, desta maneira!
-Pois, não deixaremos nada:
nem o nome da caveira
Que a nossa vida
é a mesma coisa que a morte
-noutra medida"
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