Recuperação de Acidente
20 anos de destruição das #torresgemeas
Os aviões do terrorismo ensaiaram uma coreografia grotesca e cruel, dólares e corpos foram queimados, deixados a mercê de centenas de anjos, que com certeza trabalharam arduamente pelo melhor tipo de salvação.
Eram gêmeas as torres e onde antes existiam só negócios, hoje se depositam flores. O atentado não destruiu apenas estruturas, levou ao chão com amargura vidas e sonhos de famílias inteiras.
Não dá para fazer poesia com essa triste tragédia, não há rima que sustente tamanho absurdo.
É dor que nunca cessa, é lembrança que não se cura.
Curvas perigosas são as principais responsáveis pelos acidentes. Pesquisas comprovam que os homens se envolvem em mais acidentes que as mulheres, e o pior é que muitas vezes esquecem-se de usar o cinto de segurança e acabam perdendo o controle, o que torna o acidente ainda com mais chances de gravidez.
Enquanto a mídia divulgar acidentes aéreos de forma exacerbada, minha confiança nesse transporte permanece inabalável!
Motorista Suicida
Caro suicida.
Peço gentilmente que morra calado
Pois os teus gritos são culpados
Pelas noites em que eu fico acordado.
De vez em quando no meu quarto eu ouço um barulho.
De derrapadas violentas que acontecem na Getúlio
E eu ouço, sim, eu ouço
Um suspiro de alivio seguido de um murmúrio.
“Graças a Deus, essa foi quase”.
Quase meu amigo? Acorda pra vida
Se matasse outro homem
Iria preso como homicida.
Isso se saísse vivo, da estupida batida.
Fume, beba, divirta-se a vontade.
Mas se for dirigir, por favor tenha certeza
Pois a ciência já provou que não se dirige
Depois de tomar muita cerveja.
E todos que tentaram falharam
Você não é diferente
Então não cometa loucuras
Provocando tais acidentes.
Agradecimentos prévios
Do apartamento 205.
Eu te odiei por ter partido e me deixado sem escolhas. E me odiei ainda mais por não ter aprendido a viver sem ti. Sentia raiva da vida, pois ela havia tirado de mim a melhor parte, e sabia que nunca mais teria de volta.
Com o tempo, o ódio foi virando saudade, a saudade se transformando em necessidade, a necessidade tocando a morte e, a mesma, foi me corroendo. Pouco a pouco. Meu coração bate, minha mente explode com um turbilhão de pensamentos, mas eu não me sinto vivendo, quando abro os olhos e não a vejo. Não tenho sentido algo, na verdade. Olhar para o espelho é como ver uma outra pessoa... E você não gostaria de quem me transformei em sua definitiva ausência.
As pessoas passam na rua e me perguntam se eu estou bem... “Droga!, que sensação ridícula.”, é complicado responder. Seus beijos me fazem tanta falta, e suas piadas, que nunca foram das melhores, são a única coisa que eu peço pra Deus toda noite. Aquele mesmo Deus que nunca acreditei e você sempre me perturbou por isso. Não, ainda acho que o homem veio da poeira das estrelas, mas é bom, de vez em quando, acreditar que, quem te tirou de mim, tinha planos melhores pra ti... Mesmo que só enquanto fecho os olhos pra pensar no quanto me fez feliz e nem sempre teve o que merecia. Pois nada dói mais do que pensar que podia ter me entregado mais, te abraçado e escutado mais. Eu devia ter me esforçado pra te entender melhor e nunca ter feito lágrimas correrem pelo seu rosto. No final das contas, estou derramando cada uma, dez vezes mais. Mas é que... Era cômodo estar em seus braços, sem ter dúvidas de que nunca me soltaria. Era confortável saber que, mesmo sendo um tanto arrogante e chato, você não iria á lugar algum.
Hoje percebo que os velhos sempre estão certos e aqueles ditados, irritantes, freqüentemente, fazem sentido. E vivo só porque ainda guardo esperanças de te encontrar por ai, nesse vazio. É o medo de partir e isso acabar de vez com a possibilidade de te sentir novamente.
Sei que não vai ler esta carta, mas eu queria tanto que soubesse o quanto ainda a amo. Estou perdendo o fôlego desde o acidente. É como ter ar o suficiente apenas pra sobreviver e, conseqüentemente, vagar carente de perspectiva, pois as minhas desapareceram quando você fechou os olhos e me deixou aqui, sem aviso ou preparo.
Com amor ( E dor),
Chris Parker
“Mesmo sabendo que um dia a vida acaba, nós nunca estamos preparados para perder alguém.”
- Nicholas Sparks
ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE...
Nove de Outubro de 2015, Sexta-feira, 7:45h da manhã.
Avistei ao longe um casal de velhinhos já octogenários. Ela na frente, os pés inchados por alguma patologia, arrastava com dificuldade um carrinho de feira vazio. Ele, logo atrás, magrinho-de-dar-dó, se equilibrava em uma bengala em passos trôpegos. Verdade que não havia faixa de pedestres ali; rua tranquila, sem outros carros passando. Parei o meu e fiz sinal para que pudessem atravessar calmamente, não me custando nada esperá-los. Um meio sorriso se esboçou na fronte da senhorinha e, passo a passo, foram tomando a rua rumo ao outro lado. O senhorzinho segurou o ombro de sua senhora com uma mão para dar impulso ao passo e ajudar a bengala em seu equilíbrio, vagarosamente.
Avistei pelo retrovisor uma motociclista que vinha logo atrás em uma velocidade baixa, mas suficiente para que eu pudesse colocar o meu braço para fora e balançá-lo, em sinal de “venha devagar… mais devagar”. A motociclista ignorou o meu gesto, ignorou a esquina… possivelmente embalada musicalmente pelos fones de ouvido logo abaixo do capacete. Ultrapassou o meu carro e freou bruscamente em cima do casal de velhinhos. O susto foi tamanho que os dois foram ao chão… corpos, bengala, carrinho de feira, respeito, civilidade. Tudo caído no asfalto.
A motociclista continuou “empinada” em sua moto e não fez nenhuma menção de ajudá-los, não moveu um músculo sequer… e eles estatelados no chão. Abri a porta do meu carro e saí e, antes que eu pudesse fazer algo, o velhinho, com toda a dificuldade e com certa rapidez olímpica para a sua idade, se levantou do chão, levantou a sua senhora com os joelhos ensanguentados e pegou a sua bengala. Em pé na porta do meu carro, pude ver uma cena similar às populares surras que ocorreram nas novelas globais “Senhora do Destino” e “Celebridade”. O velhinho, juntando as forças de seus braços magros, “empunhou” a sua bengala como se fosse uma espada e, como se tivesse tomado um elixir da juventude, desferiu golpes na motociclista posuda. Um, dois, três, quatro, no retrovisor da moto, no ombro dela, no tanque na moto, nas pernas dela. Aí sim, ela reagiu, se movimentou, pois AGORA sim, era com ela, antes não! Ela começou a gritar “velho louco! velho louco!” e ele, com a sua “bengala-sabre-de-luz”, tentava fazer alguma justiça com as próprias mãos, ainda muito trêmulas, pela idade e também pelo susto.
A motociclista arrancou a sua moto dali “gesticulando palavrões” deixando o velhinho ainda agitado e nervoso. Deixei o carro em direção aos dois para prestar alguma ajuda, pois os ferimentos físicos e emocionais eram visíveis. Peguei a minha garrafinha de água e ofereci a senhorinha sentada na calçada. Perguntei se poderiam entrar em meu carro para levá-los até o Pronto Atendimento, mas não aceitaram, alegando que estavam bem e precisavam fazer a “feira do mês”, em um supermercado próximo dali. Se levantaram, sacudiram a poeira; a senhorinha enxugou o suor e as lágrimas com um roto lenço, ajeitou seus cabelos e também o boné na cabeça de seu senhor, e, ambos, continuaram os seus vagarosos passos apoiados um no outro (creio agora que mais tristes e decepcionados do que quando se levantaram pela manhã).
Isso tudo não durou 5 minutos de relógio, e escrevo para que fique uma pequena eternidade em registro. Foi tudo muito rápido, mas não pude deixar de notar que, no veículo da descerebrada motociclista estava adesivado: “Livrai-me de todo mal, amém”.
No mínimo, irônico.
Brotos de cristal
Na serra sinuosa
Planando sobre o impacto
São pedaços do vidro
Ao longo do asfalto
Acidentado
Pedaços de vida
Atirados e removidos
Partes de um todo
Partem daqui
Boa viagem
É como eu de vez em quando digo... Na volta do trabalho ao descer do ônibus pra resolver uma pendência, notei do outro lado da avenida um ajuntamento de pessoas próximo ao meio fio. Um tava segurando uma barricada improvisada de papelão, e por traz, pude perceber, pelos pés, que tinha um corpo estendido. Atravessei a rua e me aproximei pra ver. Havia uma moça deitada de bruços, com o braço direito um pouco arranhado na altura do cotovelo, mas respirando, viva, só que imóvel. Alguém a abanando com a camisa, outro fazendo sombra, protegendo-a do sol inclemente, poucos mais das 2 da tarde, ainda muito forte, outro alisando seus cabelos, dizendo algo para conforta-la, aliviar sua agonia . Perguntei se tinha acontecido um acidente, ela havia sido atropelada, disseram que não, então foi algum mal estar, problema de pressão, talvez, que a fez cair e ficar ali, prostrada. Perguntei também se haviam chamado o SAMU, dissera que sim e também a ambulância dos bombeiros. Notei que trabalhava numa loja, pelo nome atrás da camisa e perguntei se haviam avisado o pessoal do estabelecimento comercial, disseram haver também feito isso. Porque as pessoas estavam lá se solidarizando com essa estranha? Porque paravam, esquecidos de seus compromissos, suas vidas e estavam lá esperando também o SAMU, torcendo por ela, se preocupando, fazendo companhia a ela como se fosse da família? Não era irmã deles, parente... Como diz Rosseau: "O homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe", é isso, por trás da sua máscara de prepotência, frieza, da competitividade, de ver no outro um adversário, uma ameaça, no fundo o homem é bom, a bondade é uma coisa instintiva.
Qualquer medida de prevenção, a princípio, pode parecer insignificante até que uma tragédia, que poderia ser evitada, ocorra.
Eu não queria morrer. Então, decidi não morrer. De alguma forma, eu ia conseguir desviar da morte. Não deixaria aquele mundo de gente esquisita, acidentes, sol e chuva.
A cidade do era.
Era uma vez, uma barragem,
Era uma vez, uma cidade,
Era uma vez, um povo feliz,
Era uma vez, aquele criança,
Era uma vez, aquele senhor,
Era uma vez, aquele amor,
Era uma vez, o início da dor.
Era uma vez, o jantar em família,
Era uma vez, a bela igreja,
Era uma vez, aquele escola,
Era uma vez, a quadra de bola.
Era uma vez, o churrasco e a festa,
Era uma vez, a tradição e a reza,
Era uma vez, o casamento,
Era uma vez, a lua de mel,
Era uma vez, o turista,
Era uma vez, a água pura,
Era uma vez, a manga madura.
Era uma vez, a vizinha e o vizinho,
Era uma vez, a mão e seu filhio,
Era uma vez, o amor e o drama,
Era uma vez, Mariana.
Foi pelos ares
O time de Chapecó encantava
Estava numa final continental
Tinha o apoio de toda a pátria
Parecia além do bem e do mal
Até seu avião cair na Colômbia
Chocando ao redor do mundo
Com dezenas de vítimas fatais
Trazendo um sofrimento mudo
Ninguém espera uma tragédia
É muito difícil de lidar com ela
Mesmo que existam explicações
Nossa vida não é mais tão bela
Que tristeza, ó Chapecoense
Tu és querida aqui na nação
Se fizeste chorar de felicidade
Foi nada perto dessa comoção
O fim de novembro foi o final
Para aqueles índios guerreiros
Que serão recordados sempre
Entre os torcedores brasileiros.
Axioma cotidiano
O tiro disparado por um carro arma
a dor latente sentida por um corpo alvo-
mirado medido acertado.
Deitado na solidão do manto negro - asfáltico-
tomado de súbito assalto pelo cotidiano
chão âncora que o resgata da dor e o conforta.
Da chuva encarnada
que despenca do céu azul ensolarado
e se mistura à curva turva do trauma sofrido.
Em apenas um segundo
toda a vida como em um filme preto e branco
passando lentamente bem diante dos olhos.
Uma multidão incrédula
e em estado de choque
se aglomera ao redor.
Olhares perdidos confundem-se
com sentimentos sentidos (na hora).
Tudo parece nada, o mundo some!
De repente, para:
Um... Dois... Três... Afasta!
Afasta...
Afasta.
A vida se renova,
a multidão desaparece como fumaça
e tudo volta ao normal:
Corpos voltam a ser alvo perfeito
e carros armas letais.
Nessa longa estrada da vida não existem placas e sinalizações, cabe a você ficar atendo para saber quando as curvas se aproximam e os momentos certos de frear ou acelerar, fazendo assim evitará acidentes desnecessários.
Não se esqueça que é você quem pilota suas atitudes.
Observação: Nunca se esqueça de abastecer seus ânimos com o combustível certo.
A lama
Mar de lama que trouxe a destruição e nos arrebatou a todos fortemente
A barragem que implodiu a paz e inaugurou um novo tempo
Reapresentando a dor e todos os antigos lamentos “já esquecidos”
Insidiosa indústria de extração mineral
Algures estrada caminho onde se equilibra o bem e o mal
N’algum sítio de minério onde operam maquinário bruto antes nunca visto
Assolando o solo fazendo-o tremer em explosões múltiplas e desgaste desmedido.
Brumadinho... Paraíso encravando logo ali, ladeado a Mario Campos.
Minas Gerais... Das inúmeras minas que lhe facultaram o nome e que agora lhe envergonham e causam a todos largo espanto.
Paraopeba, Rio Doce, São Francisco, Córrego do Feijão... Ambos agonizam.
Romperam com a nossa paciência, reinaugurando a nossa indignação
Óbitos múltiplos
Xisto pedra em verdes folhas, dólares
Indústria torpe em vil revide
Minas matam e matam por dinheiro
As vítimas nem se dão conta que a conta mais cara será paga por eles.
Assoreamento dos córregos, canais e cursos d’água
Depósito de sedimentos e esterilização da vida local
Memórias de uma vida inteira enterradas na lama
Morte no leito do rio transmitida ao vivo pela televisão
Perplexidade estampada no rosto incrédulo dos sujeitos perdidos
Dispersos em seus sentidos
e assolados pelo banzo coletivo que aflige a multidão.
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