Recordação
Tire fotos lindas, guarde recordações perfeitas, mas não esqueça o momento e principalmente, as companhias.
Hesitas
Quando é, dormindo, será dia?
Quando é, noite, serei recordação?
Eu alma, a minha alma, fria
Alheio o pulsar do coração
Não sei, nada sei desta arrelia
Ou se despertarei da escuridão
Onde terá sol, ou terá só magia
E se assim, acordado, serei são
Planeja o tempo, o fado em parceria
Passará a dúvida, serei oração
E nesta angústia que me agonia
Serei curiosidade sem revelação
E na velocidade vem a vida, ironia
Descendo as ladeiras da vitalidade
Inspirando hesitas na minha poesia
De uma única certeza, um dia. Sem ser brevidade!
Luciano Spagnol
DEMÊNCIA SENIL (soneto)
Nos fios brancos do silêncio, a quietude
Nubladas recordações, escura solidão
Horas lentas no tempo, e vazia emoção
Que tateiam o que outrora foi plenitude
E nesta distância do devaneio e o são
O mesmo mutando numa outra atitude
Tremulando o olhar numa lacuna rude
Sorrindo sem riso e andando sem chão
E no papel sem margem, a negrutude
Que esgaça a ilusão sem dar demão
Onde tudo é vagar e pouca amplitude
Assim, neste empuxo sem ter tração
Se não reconheço, sabes do que pude
Então, assiste este sóbrio senil coração
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano
À meu velho pai
Minha terra, richiamo
Ah! Quem há de gabar, recordação impotente e escrava
O que o presente diz, o que a saudade escreve?
- Cutucas, sangras, pregadas nas lembranças, e, em breve
Olhas, desfeito em espanto, o que te encantava...
Passou, andou, e é num veloz turbilhão, a ilusão forjava;
Ilusões. Um dia na inocência, hoje já não mais serve,
A forma, e a realidade espessa, a lembrança leve,
De pureza, canduras, numa quimera que voava...
Quem a prosa achará pra poetar o conteúdo?
Ai! Quem há de falar as saudades infinitas
Do ontem? e as ruas que omitem e agiganta?
E o suspiro muda! e o olhar surdo! o andar mudo!
E as poesias de outrora que nunca foram ditas?
Se calam nas recordações, e morrem na garganta...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
20 de janeiro, 2019
Araguari, Triângulo Mineiro.
Paráfrase Olavo Bilac
para a mãe que já não está entre nós
hoje é o dia de visitar a recordação,
onde a celebração da vida é saudade.
do vazio o meu, parabéns, em oração,
e neste abraço que se faz pela metade,
minha saudação.
nesta data querida, de descontinuidade...
a gratidão, o amor, em contas dum rosário,
de lembrança, de afeto, onde a dor brade.
onde estiver, mãe, feliz aniversário!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
julho
Cerrado goiano
A velha porteira no cerrado
De madeira e de saudade
Compondo verso calado
E da recordação, suavidade
Suspiros ao coração, alado...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Mistura de tons e cores, de músicas e odores compunham recordações mágicas em alguém.
Á memória refinada de um perito, descarta testemunhas ao lembrar que, é outra a fragrância que o condena á lembranças sem leis.
Recordações são momentos vividos, que quando lembrados, nos aquecem a alma. Mas, também às vezes, a machucam.
RECORDAÇÕES QUIMÉRICAS
Tenho saudade de um lugar que não existe
Paisagens criadas pelos meus pensamentos
Um trem que passa devagar pelas colinas
Trazendo uma garota que eu amo mas que nunca me mostra o rosto
Tenho saudade desses cheiros e gostos que nunca senti
Da paisagem suburbana e rural que nunca vivii
Daquela casa amarela com varanda e muitas janelas que eu conheço bem apesar de nunca ter entrado
Tenho saudade do futuro já passado
Tenho saudade de um tempo que nunca existiu
Histórias tão somente contadas pelos meus pensamentos
Um homem de chapéu vendendo flores
A moça que passa a tardezinha sempre de vestido azul
Tenho saudades desses tempos e ventos que nunca senti
Da paisagem de quadro que nunca vivi
Daquela escola em meio a um bosque com salas de madeira envernizadas que eu conheço bem apesar de nunca ter estudado
Tenho saudade do futuro já passado
Tenho saudade de coisas que nunca existiram
Cores novas criadas pela minha imaginação
Um rio que corre tranquilo em águas mansas
Gritos e risadas de crianças
Tenho saudades desses momentos e dias que nunca senti
Da paisagem complexa que nunca vivi
Daquela festa perdida na noite com rostos felizes e músicas que nunca tocaram no rádio
Tenho saudade do futuro já
tenho recordações
sou uma maquina
que se perdeu quando morreu,
seus sentimentos,
suas trevas correspondem...
laços que demorei a compreender
grite a cada lagrima...
As melhores recordações são aquelas que no inesperado, surge um lindo sorriso no rosto e tiram-lhe por alguns segundos maravilhosos da realidade...
O silêncio é argumento em vários momentos. É imprescindível, é resposta, é oração, é recordação, é calmaria, é sublime, é intervenção, é contemplação, é alento, é aprazível...
"Quem gosta de viver olhando o passado é ter prazer de viver de recordações e não de presente."
Nofrinho motorista
Dos anti-olavistas dos anos 90, a única recordação ainda viva são as piadas que fiz sobre eles. O mesmo destino aguarda os de agora. Que cada um dê logo sua gozadinha diante do espelho, pois o fim da festa está próximo.
Será que são mesmo tão estúpidos ao ponto de achar que suas fofoquinhas do dia suprimirão o lugar permanente que os meus livros já conquistaram na história da cultura nacional?
A coisa mais óbvia em tudo quanto essa gente escreve a meu respeito é a sua total incapacidade de apreender minha obra numa visão de conjunto, que então os bobocas substituem por invencionices pueris camufladas em dialeto uspiano kitsch.
A única esperança desses bostas é o fim do Brasil, pois não há outra maneira de me fazer desaparecer junto com eles.
Os tempos são ligeiros e nós pesados, porque nos sobram recordações. Quem se alimenta delas sofre e descuida as alegrias, mesmo que sejam rápidas e se escondam da nossa razão.
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