Realmente Nao sou Perfeita nem Dona da Verdade
Era uma daquelas crianças que adorava fazer arte,
mas odiava levar bronca.
Toda arte que eu fazia e alguém via eu levava uma baita bronca,
me arrependia e ficava revoltada.
Então comecei a fazer arte escondida,
e quando alguém descobria ficava mais revoltada ainda,
não por ter feito a arte,
mas sim por terem descoberto...
Então de tanto quebrar a cara, aprendi a lição,
a de não deixar nenhum chato mais descobrir minhas artes,
pois me arrepender eu iria
se eu mais nada fizesse!
Desse abismo que te petrifica de onde há tempos já acostumou-se a estar,
o vento empurra, o vento segura, joga-se, entregue-se ao mar de amar,
que amar não é mais que a maré.
Aquele que consegue convencer, aquele que melhor que qualquer outra pessoa que eu conheça sabe com ninguém acreditar na própria mentira que conta, consegue transformar mentiras em verdades, fazer de suas palavras as minhas, que sabe muito bem não demonstrar, ignorar, fingir que não é atingido, tão cínico quando o quer, assim como eu, que me tira do sério por não fazer nada, o único que não consigo enganar, que me conhece melhor do que deveria, que eu conheço melhor do que muitos gostariam e ainda não sei quem é, ou o que quis dizer com tudo isso... no fundo eu tenho medo de saber.
Só se contenta com farelos quem nunca comeu o bolo. Se contenta com um quase amor, quem nunca provou do amar ao ser amado.
DIZ UMA LENDA…
Diz a lenda que havia uma princesa, ou melhor uma jovem, que havia sido enfeitiçada por uma bruxa muito malvada, ou era uma amiga invejosa, bom, não vou me apegar aos detalhes, mas enfim, ela teve seu coração arrancado, aprisionado num baú que foi guardado na masmorra mais alta, do castelo mais alto, da montanha mais alta, ou seja, era alto pra caraleo véi… Então a bruxa deu a chave de volta a moça, e disse que seu coração só poderia ser salvo pelo seu amor verdadeiro, e quando ela tivesse certeza de ter encontra-o entregaria a chave a ele com a missão de resgatar seu coração.
Assim foi por muito tempo a jovem procurando seu verdadeiro amor, mas sem coração os critérios ficaram bem rigorosos para se encantar por alguém. Flores, jantares, elogios, músicas do Bon Jovi, um corpo sarado, nem um príncipe encantado, que ficou doce e andava de cavalo amarelo, foi capaz de ganhar a confiança da jovem e receber a chave. Até que um belo dia, porque esses dias sempre são belos, apareceu um rapaz diferente, educado, que sabia conversas, gentil, que lhe ofereceu atenção, e todo seu tempo a escutar sobre a pobre vida da jovem até então. Encantado pela história e pelo belo par de… olhos azuis da moça, que muitas vezes pareciam estar abaixo do pescoço dela, o jovem se empenhou em ganhar a confiança e assim conquistar a chave para tentar resgatar o coração e ser seu verdadeiro amor.
Passado mais alguns dias de convivência a jovem estava já a se decidir em entregar a chave a esse rapaz tão misterioso, e tão diferente de todos que ela já havia conhecido. Ao tomar a decisão mais difícil de sua vida, a jovem resolve entregar a chave ao rapaz, que muito feliz e surpreso disse que voltaria muito em breve com seu coração para viverem o tão sonhado amor e felizes para sempre.
Durante o caminho o jovem foi surpreendido pelo guardião da torre, um ser meio vaca, meio perereca. Ao tentar confrontar o animal ele foi hipnotizado pelo som que saia de seu celular, parecia ser uma música mas não era, era funk. Então esse monstro metade vaca, metade perereca, dançava loucamente até o chão, chão, chão, chão. Hipnotizado e duro, o jovem foi uma presa fácil para o animal que comeu seu cérebro e chupou sua cabeça, várias e várias vezes como se fosse uma profissional.
Assim, a chave se perdeu. A pobre jovem perdeu sua esperança de ter seu coração de volta, perdeu a confiança em acreditar de novo em alguém, e não suporta nem ouvir falar do animal metade vaca, metade perereca. Depois de tanto sofrer, e de tanta decepção ela sumiu pra longe, para um lugar onde não precisasse mais de um coração para viver…
Dizem que ela hoje vive na internet, e algumas vezes é possível reconhecê-la postando frases de Caio Fernando de Abreu em redes sociais com a esperança de que alguém vá encontrar sua chave e conseguir enfrentar o monstro metade vaca, metade perereca . Pobre jovem.
Então decidi me afastar, com a certeza de que assim conseguiria me manter longe de sua presença, sem me dar conta de que estaria aprisionando-o a permanecer dentro de mim. Nem imaginava, que nesse caso, ao tentar afastar alguém dos meus olhos aproximaria ainda mais das minhas vontades. Como sair correndo em desespero para buscar segurança nos braços do medo.
Cobertores, aquecedores, meias, roupas de frio, podem até ajudar, mas nada substitui o calor de um outro corpo.
Acho que todo mundo já tentou interpretar sinais, da vida, de alguém, do destino, do acaso. Acho que é um tipo de condição humana tentar colocar uma razão para tudo, explicando e correlacionando os fatos que podem ser aleatórios ou desconexos, e achar que tudo tem uma razão e um motivo de ser traz um pouco de conforto. Eu adoro a frase “nada é por acaso”, e acredito mesmo que não seja, mas interpretar sinais é algo muito complexo, que algumas vezes podem enlouquecer a mente, nos trair com a realidade. Quando queremos acreditar muito em algo, parece que nossa mente funciona, em muito, para que tudo faça sentido ao que queremos acreditar. Eu não duvido que sinais existam, mas eu gosto de duvidar das interpretações tendenciosa. Evita muitos problemas. Eu não duvido que os sinais que a Joana tenha recebido podem mesmo terem existidos como ela descreve, mas se tratando de realidade, convencer apenas a si próprio é só uma parte do processo, mas dar real sentido, comprovar o que se diz e convencer outros já é outra história. “Uma espada no campo pode ser apenas uma espada no campo”. Mas há controvérsias.
Como pode durante a madrugada de céu nublado, uma única estrela ficar diante de meus olhos, apenas uma que nuvens não conseguem esconder, ou o céu insiste em me mostrar? Parece brincadeira de mal gosto do universo, a esta hora, com o vento que vem de fora da janela, ela insiste em ser o centro da atenção. Se torna impossível não intensificar no pensamento que já estava a pensar antes mesmo de me deparar com ela, antecedendo o momento em que tomei a decisão de fechar a janelar, esquecer do mundo e me forçar a dormir, ou dormir para me forçar a esquecer do mundo.
Apenas ela. A mais brilhante de todas as estrelas deste infinito céu, tomado por nuvens de tom laranja, quase avermelhado refletindo as silenciosas luzes da madrugada. As nuvens fazem questão de passarem sem a ocultar, quem dera fosse só mais um sonho, mas é real. Tão real quanto as sensações e lembranças que essa estrela traz.
Já não é a mesma luz que viaja a milhões de anos, já não é o mesmo brilho da mesma noite, assim como já não somos mais os mesmo, como não permanecemos iguais, nem tão pouco com os mesmos olhares que a viram. Mas esta sempre será a estrela que não era estrela, ela continua sendo Vênus, que agora você já sabe que não possuir luz própria, que brilha apenas por causa da luz do Sol. Como agora eu já sei, que o brilho que via em meus olhos não era meu, era só por ver os teus, e o que deixamos de descobrir por depois, é apenas o que eu posso imaginar ao me ver olhando a mesma estrela que não é estrela, pensando na escuridão que um dia foi a luz que dava sentido a minha vida.
Vejo mais pessoas que buscam ser amadas do que aquelas que buscam ser alguém para se amar, buscando mais pessoas que as façam felizes ao serem pessoas dispostas a fazerem outros felizes, esperando aparecer alguém que vá realizar todos os seu sonhos ao se tornarem capazes de serem o sonho de alguém. Esperam respeito, mas não se dão ao mesmo.
Pessoas querem provas de amor antes de entregar seus sentimentos, mas estão fechadas ao provarem seu amor pelo mesmo medo que sentem. Aqueles que esperam são muitos, aqueles que agem são poucos.
Todos tem medos de errar, de se magoar, todos, por mais diferentes que sejam, conhecem os mesmos sentimentos. Poucos são os que se permitem sofrerem, e estes, são os melhores. E é a verdade. Se tem uma ocasião onde ser forte é ser fraco é quando se trata de amor. Para quem acha ser forte é não se envolver, é não se permitir a expor o que se sente, a esconder e muitas vezes negar suas vontades, a fugir de suas vontades, este se faz fraco.
O que de mais belo e puro uma pessoa pode fazer para demonstrar um amor é o fazer sem esperar receber. Fazer por se sentir bem, se sentir bem por sentir amor.
Enquanto vejo muita gente amando para poder se sentir no direito de cobrar amor. Cobrar amor. Tem algo mais irônico do que chegar ao ponto de cobrar por isto? Tem sim, se achar em dívida por receber tanto amor, se sentindo preso como quem deve algo.
Admiro quem tem a força de admitir todo amor que sente para quem o sente, sem grandes certezas, sem esperar escutar o mesmo, e se sentir feliz por se sentir forte diante do que mais o faz tremer, independente da reação. Admiro quem tem a coragem de arriscar ver seu amor se perder, mas admiro mais ainda quem arrisca em oferecer seu amor ao outro, permitindo a possibilidade de enfim acontecer.
Acho que nenhum de meus medos será maior do que o de amar. Esse medo já vem relacionado a outro dos grandes medos: o perder. Parece um pacote completo: o perder, o sentir falta, o fracasso do fim, o de não se bom o bastante. O amor tem disso, de nos colocar à frente de alguém, dentro de alguém, da responsabilidade assustadora de querer ser alguém extraordinário ao outro, de ser necessário e reconhecido. Quando o amor não dá certo é incerto o que fica, e o que vai. É triste a princípio, um triste que não se vê o final
Tem assunto que eu só consigo conversar se for na internet, como também tem assuntos que eu só consigo conversar, ou ser sincera, se for pessoalmente. Nem tudo que se escreve se fala, e nem tudo que se fala com os olhos, se escreve.
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