Quem Planta Flores
O amor é uma planta e assim como as flores, ele também possui uma grande tendência a morrer, se renovar e novamente florescer.
Existem fases na vida que plantamos flores no deserto esperando um sinal de primavera. Há um oásis em meio a tanta devastação, que fica clara a ideia de querer mudança onde não tinha esperança, mas agora a vida começou a fazer sentido, porque tudo que era morto agora respira dentro de nós...
Talvez, ao invés de plantar flores... No meu frágil coração
Eu plante poesia... Nas minhas tristes palavras!
PARA QUE VIM
Eu vim para cuidar de jardins
plantar coloridas flores
regá-las ao sair do sol
fazer lindos buquês
e ofertá-los a Deus
e as mulheres.
Mas há ameaça de guerra
e os jardins não sobreviverão ao fogo
então não cuidarei dos jardins
não levarei flores a Deus
e nem as mulheres
pregarei a paz.
Nada melhor do que plantar,
regar, cultivar e colher.
Assim são as flores, assim é a vida.
Cada um colhe o que planta.
Nada melhor do que plantar,
regar, cultivar e colher.
Assim são as flores, assim é a vida.
Cada um colhe o que planta.
Cultive suas plantas com amor. Elas retribuem com flores, perfume, suavidade e muita paz de espírito.
Desafetos sempre aparecerão em teu caminho abençoa e segue,continua plantando tuas flores que abençoado será teu caminho.
Bem me quer...
Te peço: cuida do jardim,
Não deixe as plantas morrerem,
As flores perecerem,
Sem o toque carinhoso costumeiro;
Corte uma flor de Margarida,
Coloque em seus cabelos,
E com esse jeito trigueiro,
Com um sorriso faceiro,
Em mim comece a pensar;
E quando as pétalas for tirar,
Pra ver se gosto de você,
Eu vou te prometer:
Irei, com fé, rezar,
Pedindo, se Deus quiser,
Pra quando a última pétala arrancar,
Em suas mãos, trêmulas, sobrar:
Bem me quer.
FLORES DE OZÔNIO
Com a chuva da língua sumida
a plantação de palavras, não arriba,
e esse sol ardente em chamas, inflama
... Pelos cumes dos arrebóis,
pelas sementes da vida,
pela enxurradas que carregam as lamas.
O poeta deixa de colher suas flores
de cores vivas, meigas queridas...
e perdeu a hora do alvorecer da criação,
atualmente tem sido, tingido pelas sombras
e sobre o escuro do seu desengano
nem uma pétala sobre as flores caídas
tem voado no jardim do seu triste coração.
Todavia a ampulheta do imaginar quebrou-se
e as areias, do seu tempo, esvoaçou ao ar
e sobre o vento impiedoso do deserto
o poeta perdeu-se nas margens do seu amar.
Assim como um passe de mágica
deixou de encher suas sesta de meiguice
e com ramalhetes que todavia te fez feliz...
Perdeu as flores pelo caminho da fosca visão
as quais deram vida ao tilintar da vida
e hoje, trocadas pela modernidade
estão sobre os jardins dos sonhos, esquecidas.
Com a sequidão dos sentimentos,
o poeta não é capaz de sentir o gosto do riso,
e sob o rosto de um meigo menino,
não sente o piscar feliz da bela mulher
nem tão pouco vê o arco-íres
esbanjando suas cores sobre as nuvens...
Agora o pesadelo flutua em seu sonho
não consegue colher ilusões
nem embarcar na canoa das fantasias.
É meu poeta...
Abra o diafragma para alegria
abrace a simplicidade e siga com suas braçadas
pelos oceanos dos sonhos,
assim quem sabe, a chuva cairá
e você voltará a colher suas flores...
Nas retinas do seu ameaçado ozônio.
Antonio Montes
Já tive um belo jardim.
Nesse jardim plantava as mais diferente flores, tinha as mais coloridas e cheirosas até as mais exóticas e estranhas.
E nos últimos tempos só cuidei das mais bonitas e perfumadas e não dei atenção as outras. Reparando no jardim pela janela, percebi que tudo estava preto e cinza. Somente um ponto colorido no meio.
Vai ser difícil recuperar o jardim, mas com o tempo tudo volta a ter vida.
FLORES
Erguidas entre as finas mãos das plantas,
rescendentes de mística beleza,
as flores são as hostis sacrossantas,
carnes e sangue de Máter-Natureza.
Fabricam-nas com tal delicadeza
forças ocultas, celestiais e santas,
que lembram traduções de etérea reza
que sonho ouvir de angélicas gargantas.
Sacerdotisa envolta em verde manto,
ó planta, expõe, aos povos, altaneira,
as flores (graça pura, excelso encanto):
- São hostis, para os olhos que pecarem
aurirem delas a pureza inteira,
para os meus olhos crentes comungarem.
Santo Tirso, 1914
Se me atirares pedras, eu as usarei para ornar os caminhos, por entre as flores que estarei plantando. Não as devolverei e ofereço-te as mais lindas flores que possam ser produzidas nestes caminhos, embelezados pelas pedras ali depositadas.
Não adianta plantares flores ao seu redor
E assim mesmo cultivar o ódio em seu coração
As flores secaram e caíram por terra
E na próxima primavera elas renascerão
Das suas sementes com mais força.
Já o ódio no seu coração
Perpetuará por varias estações ou por gerações.
"" O poeta chora a dor que não é sua
tem prazer que só na alma inventa
planta flores no meio da rua
ser poeta não é viver
é imaginar e sonhar
verdades no mundo da lua...