Quarto Privacidade
Presa à Solidão
O quarto é grande, vazio, apenas eu e um relógio em minha frente. Estou presa, acorrentada pelos pés e pelas mãos à solidão.
O vazio rasga meio peito, corrói minha alma, mata meu orgulho e me desfaz em lágrimas.
Lágrimas mistas de pena, ódio e dor. Lágrimas indevidas, sujas pela vergonha e incrédulas de a que ponto cheguei.
Olho ao meu redor e estou só, perdida no vazio dos meus pensamentos passados, lembranças que já não importam mais.
De repente estou na rua, em meio à multidão, mas ainda me sinto só, estou só. Em um instante, o mundo para, as pessoas somem, os pássaros calam, as ondas se acalmam e o silêncio reina.
É possível ouvir minha própria respiração, as batidas do coração, até meus cílios se chocarem ao piscar os olhos.
Parece único, fenomenal, mas imagine isso tudo dentro de você sempre.
Assim é a Solidão, uma sala fechada onde ninguém entre e ninguém sai, não existe nada além de mim, presa as amarras, em pé no meio da sala com o olhar perdido, ouvindo apenas as badaladas.
Um relógio que não marca as horas, mas sim a vida. A minha vida e percebo o quanto tempo ainda me resta para sobreviver amargurada na solidão que me foi concedida ou talvez escolhida.
Não há como escapar, por mais que se livre das amarras, o vazio mora dentro de mim.
Chega logo
Enquanto você não chega
vou enfeitando nossa casa
perfumando nosso quarto
espalhando mil carícias...
E quando você chegar
saberá que o tempo todo
estive esperando paciente
pela porta você entrar...
mel - ((*_*))
Já em fase paliativa há alguns anos, lá estava ele. Entrei com um robofoot gigante em seu quarto, pois tinha rompido ligamento e estava finalizando o sétimo mês de tratamento, usando muleta, gesso etc.
Ele me perguntou:
- Isso aí doi?
Eu como toda filha caçula já fiz cara de manha e reclamei de pronto.
- É cansativo e às vezes incha e dói.
Ele pacientemente me disse:
É... o seu as vezes dói, o meu (câncer), às vezes pára de doer.
Ele me ensinou a não reclamar na prática, durante os 7 anos que viveu em fase terminal entrando e saindo de hospitais.
Viver é uma guerra
É noite! Da janela do meu quarto vejo estrelas
Aqui estou eu, em meu vazio
Vivendo ou sobrevivendo?
Nesses dias que me escorrem a imaginação
Sem mais nem menos.
Manhãs vazias, tardes de noticiários violentos
Noites de sofá e insônias: Vou carregando o cotidiano nos meus ombros.
A tal da felicidade é uma ilusão
É como ouvir as ondas do mar
Baterem ao longe
E não poder vê-las ou toca-las
Mas de vento em vento vou me encontrando
Carrego o fardo do meu ser
A minha própria guerra
Em meu peito, contenho a areia fervente dos desertos
Não morro de sede, morro de tédio
Ah! E a solidão que não desgarra
Mas com ela eu aprendo tanto
A vida é mesmo uma coisa de se pensar
Com o ontem não me preocupo mais
O hoje talvez seja passado
Vivo o agora, perigosamente
E o amanhã, o amanhã talvez...
Eu não esteja aqui, pra contar.
Aos poucos, a turma da vizinhança começou a se dispersar, e Barry se recolheu ao seu quarto, atormentado pelo fracasso.
Melania Ludwig
11 de junho de 2013 próximo a São José do Rio Preto ·
E agora, aqui neste quarto,
um pouco em desordem ainda,
com o cheiro de tinta provocando tosse alérgica eu parei um pouco...
Uma necessidade imensa de agradecer a Deus por mais um sonho que se tornou real.
Com muita humildade peço perdão pelos momentos de desânimo...
Senhor, dai saúde e trabalho a todos os profissionais que estiveram e ainda estarão aqui dentro
ajudando a erguer este meu novo lar.
Aos amigos que torceram e vivenciaram estes meus momentos...
Abençoe-nos Senhor! Amém!
mel - ((*_*))
Já altas horas da noite, após o ultimo programa que estava interessante na TV, fui até o quarto de Felipe...meu filho. Ele não estava lá. No meu quarto a beira do desespero estava Rosana...minha esposa, meu casamento estava enfrentando uma terrível crise devido aos últimos acontecimentos. Olho no relógio, já são quase 02:00hs da manha...meu coração parece querer sair pela boca. Nessa hora passa um filme na minha mente... Sempre procurei fazer o melhor ao meu filho, as melhores roupas, os melhores brinquedos, as melhores escolas...e então como agradecimento ele sai sem rumo, sem nem ao menos lembrar que tem um pai, uma mãe... Nessa hora Rosana levanta, vem até mim e novamente me culpa. A essa altura, eu mesmo já estava me culpando, se eu não tivesse dado tantas mordomias a ele...mas eu não dei as drogas...foram os próprios amigos dele...nem isso já me consola mais. O relógio parece mesmo não ser meu amigo, o ponteiro aponta pra 05:00hs... Meu Deus cadê meu filho ? Onde foi que eu errei ? Eu achava ser um pai moderno, dei a ele o primeiro carro, banquei todos os seus estudos,viagens, uma generosa mesada...o que pode estar faltando ? Rosana mais uma vez me agride, então eu saio de casa, já não suporto mais aquela situação. Meu casamento estava destruído por causa dos problemas do meu filho... Desço pela escada, são apenas 12 lances...já na garagem pego meu carro e saio a procurar Felipe. Eu só sabia pensar no meu filho, ando por várias ruas da cidade, em vários bairros, meu celular toca...é Rosana me pedindo desculpas no fundo eu consigo entende-la...ela é mãe... O sol desponta e derrepente pego transito, já se passam das 07:00hs, é um acidente...muita gente em volta, passo, consigo sair do congestionamento quando escuto: __SEU LUIS... __SEU LUIS...olho e vejo Mirella, uma amiga de Felipe. Encosto o carro e Mirella vem em prantos até mim dizendo que meu filho estava ali naquele acidente...meu coração dispara, saio correndo ao seu encontro e vejo ele todo ensangüentado, nesse momento já não respondo por mim, fico dividido em meio a choro e desespero...ACORDA FELIPE! LEVANTA, VAMOS PRA CASA...mas os homens do resgate me tiram de cima de Felipe e o carregam para a ambulância, em meio a teimosia eu subo com ele. A ambulância parte em alta velocidade. Mirella pega meu carro e busca Rosana que chega gritando no hospital me acusando, dizendo que a culpa de tudo aquilo era minha...Mirella a contém e ela desmaia. Os enfermeiros por já passarem por esse tipo de situação, socorrem-a e pede pra que tenhamos calma e que logo o médico iria falar com a gente. Olho novamente ao relógio...09:23, os enfermeiros passam correndo no corredor, e logo vem a noticia...Felipe acabara de entrar em óbito. Mais uma vez Rosana desmaia... Eu acabava de perder meu filho, meu único filho para as drogas...eu ali era o único que parecia ter mais serenidade naquele momento, Mirella também estava aos prantos... 7 dias depois... Rosana foi pra casa dos pais e continuava a me culpar pelo ocorrido, eu estava num processo de depressão, já não sabia se teria mais algum sentido continuar vivendo, mas o que mais me incomodava era saber que Felipe tinha tudo...o porque ele entrou nas drogas...eu não me perdoava...
Essa estória não aconteceu, qualquer semelhança com algum fato, é mera coincidência. Eu criei esses personagens, mas eles existem. Quantos filhos não há vivendo situações parecidas...quantas mães, quantos pais... Esse pai, essa mãe, deu tudo a esse filho, mas seria isso o suficiente...e o amor, a compreensão... Nos tornamos escravos de um mundo moderno demais, qual foi a ultima vez que você disse amar seu filho, qual foi a ultima vez que você elogiou pelo seu desenpenho na escola, no trabalho, na igreja... Qual foi a ultima vez que você sentou com seu filho e disse a ele sobre a importância de Deus, do sacrifício de Jesus... Vamos vivenciar o amor em nossa família, mas se ele errar, compreenda-o e tente ajuda-lo, mostre a ele o seu amor e assim não iremos mais ter pais e mãe desesperados... Que Deus nos abençoe!!!
No meu canto, no meu quarto, penso: "Será que vale a pena sofrer tanto? Será que todo esse pensamento negativo não tem fim? E eu, com meu velho pessimismo, respondo-me: não!"
Falta de vontade? Falta de vergonha? Ah! É o que, aqueles que estão ao meu redor pensam, mal sabendo eles dá minha mente perturbada. Mistura de uma luz no fim do túnel almejando sempre à escuridão.
O FILME DA MINHA VIDA
No silêncio do meu quarto imagino cenas lindas
Nós como protagonistas
E o amor como diretor
Ontem não dormir direito com tanto calor, teve um hora que não aguentei e sai correndo do quarto ofegante, com uma louca vontade de tacar a roupa fora e sair correndo no meio da madrugada nas ruas vazias e geladas.
A chuva cai agora e vem aquele vento la fora trazendo sua saudade aqui dentro do quarto, A janela aberta traz uma brisa de paz e me vem na cabeça uma lembrança sua qualquer ,sinto muito por não ter ligado hoje a noite estive muito ocupado peço desculpas. Mas meu amor eu quero que saiba que te amo como nunca te amei, isso é algo inacreditável. Eu nunca imaginei que pudesse te amar tanto assim. To curtindo nosso momento e espero que esteja na mesma sintonia de emoções. Sinto sua falta todo hora e se eu pudesse pedir alguma coisa pra Deus eu pediria para ficar com você o resto de nossas vidas até que a morte nos separe
Não é loucura,e nem é ilusionar com seu próprio medo,no escondido quarto no invisível cega dos olhos !
Esse quarto e muito pouco para os meus sonhos.Nesse momento me transporto para a rota 66; você e meu desejo, meu sonho, e te imagino ali linda ao vento, enquanto o motor em combustão imprime a velocidade do meu amor por você linda..
SOM
NO SILÊNCIO DO QUARTO
SEU SUSSURRO
DE BAIXA FREQUÊNCIA
É UM TRANSPORTE
PARA UM MUNDO SEM CARÊNCIA.
Daqui do meu quarto andar, eu consigo ver o norte, eu consigo ver a linha do horizonte que por mais que a gente queira nunca vai terminar, assim é o amor que sinto por ti.
