Quanto mais me Conheco Fernando Pessoa
CORAGEM
Se meu coração não se emociona mais com a presença dele, fiquei me perguntando o que eu estava fazendo ali.
Se não sonho mais, não planejo mais, não desejo mais, não espero mais nada, o que eu estava fazendo ali?
Não te amo mais, queria dizer a ele, pela primeira vez, sem esperar que ele sofresse com isso. Sempre quis que ele sofresse com esse dia. Mas justamente porque eu não o amo mais, nem quero mais que ele sofra. Aliás, não quero mais nada. Só ir embora.
Claro que sobrou um carinho, uma amizade, uma graça. Mas tudo aquilo que era gigantesco, tudo aquilo que parecia ser maior do que eu mesma, que me soterrava, que me transportava pra outra realidade...tinha acabado. Então, por quê?
Quero namorar esse homem? Não. Quero casar, ter filhos, envelhecer ao lado dele? Não mais. Nunca mais. Quero dormir com ele, ainda que daquele jeito errado em que minha solidão procura um abraço e a solidão dele procura sei lá eu o quê? Não. Quero reviver uma memória pra me sentir viva, emprestar uma alegria pura do passado? Não, tô fora de continuar sempre no mesmo lugar, me roubando minhas próprias histórias.
Quero lamentar a falta de um beijo inteiro, um abraço de verdade, um carinho sem medo e uma atenção entregue sem nenhum egoísmo? Não. Não quero mais mudar ou fantasiar ninguém. Deixa o mundo ser como é. Deixa ele ser como ele é.
O que eu queria, que era jogar uma conversa fora com uma pessoa que me conhece tão bem e há tantos anos, eu já tinha conseguido. Matar o tempo, rir da alma. E só. Coisa de no máximo uma hora. Mas eu já estava lá há duas.
Quando ele finalmente parou de falar e a minha cabeça parou de gritar, o silêncio me contou um segredo que há muito tempo eu já desconfiava: é preciso coragem pra sair do automático.
Quando minha mãe briga comigo, mesmo ela sendo uma senhorinha fofa e eu tendo o dobro do tamanho dela, sinto uma espécie de medo descabido e antigo, como se eu ainda fosse aquele menininha de maria-chiquinha. É o sininho do Pavlov, que fazia o cachorro babar por comida mesmo que não estivesse mais com fome. A mente é automática, viciada, comandada, acostumada.
Quando entro em um avião, mesmo eu tendo mais de trinta anos nas costas e milhas acumuladas de muitas viagens, minha mente insiste em me mandar lembranças da mesma menina de maria-chiquinha, que tinha medo de ficar longe da mãe, que passava mal longe de casa, que odiava lugares fechados e altos.
E é por isso que quando ele, a pessoa que eu mais amei no mundo (amei sem os bloqueios e sem a amargura que veio depois de tanto amor) me pede pra ficar, eu fico. Se alguma química do meu cérebro obedeceu aquela voz por anos, por que haveria de parar de obedecer agora?
Mas ontem, quando finalmente peguei minha bolsa e fui embora, senti um alivio imenso e novo. E combinei que meus pensamentos condicionados não mandam mais nada. Nadinha. Chega de ser comandada pela parte mais sem alma da minha existência.
Ainda que encarar um coração vazio seja mais assustador do que obedecer à velhos padrões, o prazer da coragem é sempre muito maior que qualquer susto.
Que daqui por diante os sentimentos vivos estejam cada vez mais vivos. O passado cada vez mais enterrado. As tristezas cada vez mais proporcionais ao tamanho dos fatos e das pessoas, pois temos esse triste costume de enxergar com lentes de aumento problemas tão passageiros. Que o certo dê cada vez mais certo. Que o errado esteja cada vez mais distante, para que não nos faça perder mais tempo ainda da nossa tão preciosa vida. Que nossas decepções funcionem como uma espécie de peneira, que possa separar o joio do trigo. E que possamos sempre, sempre mesmo, e em todos os momentos nos lembrar dos nossos melhores minutos, para entender o porquê de algumas coisas ficarem eternizadas; mas principalmente dos momentos mais doloridos, para que não precisemos encarar de novo as mesmas lições, já superadas.
…) aquilo que é próprio de cada criatura lhe é naturalmente melhor e mais agradável; para o homem, a vida conforme o intelecto (a razão) é melhor e mais agradável, já que o intelecto, mais que qualquer outra parte do homem, é o homem. Esta vida, portanto, é também a mais feliz.
Eu só tenho uma grande ambição em minha vida,
que é entre as ambições a mais impossível e desmedida:
eu quero ser como o vento, livre, etéreo,
e nunca parar de soprar...
Juízes 4
Débora
1 Depois da morte de Eúde, mais uma vez os israelitas fizeram o que o Senhor reprova.
2 Assim o Senhor os entregou nas mãos de Jabim, rei de Canaã, que reinava em Hazor. O comandante do seu exército era Sísera, que habitava em Harosete-Hagoim.
3 Os israelitas clamaram ao Senhor, porque Jabim, que tinha novecentos carros de ferro, os havia oprimido cruelmente durante vinte anos.
4 Débora, uma profetisa, mulher de Lapidote, liderava Israel naquela época.
5 Ela se sentava debaixo da tamareira de Débora, entre Ramá e Betel, nos montes de Efraim, e os israelitas a procuravam, para que ela decidisse as suas questões.
6 Débora mandou chamar Baraque, filho de Abinoão, de Quedes, em Naftali, e lhe disse: "O Senhor, o Deus de Israel, ordena a você que reúna dez mil homens de Naftali e Zebulom e vá ao monte Tabor.
7 Ele fará que Sísera, o comandante do exército de Jabim, vá atacá-lo, com seus carros de guerra e tropas, junto ao rio Quisom, e os entregará em suas mãos".
8 Baraque disse a ela: "Se você for comigo, irei; mas, se não for, não irei".
9 Respondeu Débora: "Está bem, irei com você. Mas saiba que, por causa do seu modo de agir, a honra não será sua; porque o Senhor entregará Sísera nas mãos de uma mulher". Então Débora foi a Quedes com Baraque,
10 onde ele convocou Zebulom e Naftali. Dez mil homens o seguiram, e Débora também foi com ele.
11 Ora, o queneu Héber se havia separado dos outros queneus, descendentes de Hobabe, sogro de Moisés, e tinha armado sua tenda junto ao carvalho de Zaanim, perto de Quedes.
12 Quando disseram a Sísera que Baraque, filho de Abinoão, tinha subido o monte Tabor,
13 Sísera reuniu seus novecentos carros de ferro e todos os seus soldados, de Harosete-Hagoim ao rio Quisom.
14 E Débora disse também a Baraque: "Vá! Este é o dia em que o Senhor entregou Sísera em suas mãos. O Senhor está indo à sua frente!" Então Baraque desceu o monte Tabor, seguido por dez mil homens.
15 Diante do avanço de Baraque, o Senhor derrotou Sísera e todos os seus carros de guerra e o seu exército ao fio da espada, e Sísera desceu do seu carro e fugiu a pé.
16 Baraque perseguiu os carros de guerra e o exército até Harosete-Hagoim. Todo o exército de Sísera caiu ao fio da espada; não sobrou um só homem.
17 Sísera, porém, fugiu a pé para a tenda de Jael, mulher do queneu Héber, pois havia paz entre Jabim, rei de Hazor, e o clã do queneu Héber.
18 Jael saiu ao encontro de Sísera e o convidou: "Venha, entre na minha tenda, meu senhor. Não tenha medo!" Ele entrou, e ela o cobriu com um pano.
19 "Estou com sede", disse ele. "Por favor, dê-me um pouco de água." Ela abriu uma vasilha de leite feita de couro, deu-lhe de beber, e tornou a cobri-lo.
20 E Sísera disse à mulher: "Fique à entrada da tenda. Se alguém passar e perguntar se há alguém aqui, responda que não".
21 Entretanto, Jael, mulher de Héber, apanhou uma estaca da tenda e um martelo e aproximou-se silenciosamente enquanto ele, exausto, dormia um sono profundo. E cravou-lhe a estaca na têmpora até penetrar o chão, e ele morreu.
22 Baraque passou à procura de Sísera, e Jael saiu ao seu encontro. "Venha", disse ela, "eu mostrarei a você o homem que você está procurando." E entrando ele na tenda, viu ali caído Sísera, morto, com a estaca atravessada nas têmporas.
23 Naquele dia, Deus subjugou Jabim, o rei cananeu, perante os israelitas.
24 E os israelitas atacaram cada vez mais a Jabim, o rei cananeu, até que eles o destruíram.
Demorou um tempo, mas passei a me enxergar. Primeiro, comecei a me valorizar mais. Segundo, fiz as pazes com meu espelho. Terceiro, descobri que quem me ama tem que gostar de cada pedaço podre meu.
É sempre mais fácil achar que a culpa é do outro
Evita o aperto de mão de um possível aliado
Convence as paredes do quarto, e dorme tranqüilo
Sabendo no fundo do peito que não era nada daquilo...
Coragem, coragem, se o que você quer é aquilo que pensa e faz
Coragem, coragem, eu sei que você pode mais.
Nem a mulher mais linda do mundo sai bem em todas as fotos. Alguns ângulos realmente não favorecem. Não existe perfeição absoluta. Seu cabelo pode ser um escândalo de bonito, mas a sua unha pode ser fraca. Sua bunda pode ser dura e empinada, mas seu pé pode ser feio. Seu par de seios podem ser maravilhosos, mas seu nariz pode ser torto. Por isso, não fique apontando o dedo e dizendo nossa-quanta-celulite-na-perna-da-Camila só porque você não tem nenhuma. As pessoas são muito mais do que um punhado de celulites. Além disso, se você se olhar bem no espelho verá um monte de defeitos. Fora os de dentro: esses espelho nenhum mostra.
A história não é mais do que a narração dos esforços empregados pelo homem para edificar um ideal e destrui-lo em seguida, quando, tendo-o atingido, descobre a sua fragilidade.
Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade. Veja o mundo com outras perspectivas. Não faça do hábito um estilo de vida! Ame, mude cada vez mais de modos diferentes.
Nota: Trecho adaptado do poema pertencente a Edson Marques. A autoria do texto tem vindo a ser erroneamente atribuída a Clarice Lispector.
...MaisQuando comecei a cantar eu pesava 70 quilos. Hoje peso 84. Não fiquei mais alto, mas estou ganhando um pouco de peso. A única malhação que faço é no palco. Se não fosse por isso eu ficaria meio barrigudo, De tanto que como.
Ser poeta
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
Criar raízes quiçá seja a necessidade mais importante da alma humana. É uma das mais difíceis de se definir (...)
E tenho, vos asseguro, tudo o mais que faz de mim uma mulher às vezes viva, às vezes objeto.
Eu sempre preferi o menos ao mais por medo também do ridículo: é que há também o dilaceramento do pudor.
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