Quando as Coisas Estao Ruins
Ser escritor é ser observador, explorador e ter um censo analítico e acrítico das coisas, pessoas e do mundo como são, sem filtros.
Foi uma das piores coisas pelas quais já passei. Você questiona tudo o que conhece sobre sua própria vida. Sua identidade é completamente apagada. Você não sabe mais quem é.
Por mais que se diga o que se vê, o que se vê não se aloja jamais no que se diz, e por mais que se faça ver o que se está dizendo por imagens, metáforas, comparações, o lugar onde estas resplandecem não é aquele que os olhos descortinam, mas aquele que as sucessões da sintaxe definem.
Coisas que não entendo.
As coisas que não entendo,
Em vãs empresas, são boas;
e, assim as compreendo.
O ato de não entender,
às vezes traz, ou não,
calma a esta alma solitária.
Como se preso fosse
retido no meu ser profundo,
que insiste em querer,
abrir portas e se ver.
Talvez nas marcas do rosto.
Talvez no amargo desgosto.
A porta aberta, escancarada,
nesta longa jornada,
em detrimento do entendimento,
nenhum discernimento.
Desejos e paixões.
Desalento.
Porque nós nos apegamos tanto as pessoas e as coisas? No final tudo acaba, Então porque? Porque nós nos apegamos as pessoas e as coisas?
Misture-se à multidão, mas não fique alheio. Deite fora tudo o que possa te distrair em teu senso de observação e vai sentir o quanto é feliz; o quanto seu fardo é leve...
Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno.
Tentei atear em minha vida somente a luz, cuja chama me inflamava.
Algumas coisas eu fiz porque acreditei que fosse possível; outras ficaram para trás... Em meus altos e baixos me arrastei, mas, em boa parte do caminho, empreendi altos voos. Ganhei asas fortes, pude ver pelos precipícios à minha frente! Muitas vezes saí da estrada e segui por atalhos hostis, até encontrar novamente a trilha. Vi com a alma as coisas à minha frente; é com ela que sempre faço a leitura dos caminhos...
