Quando a Gente Cresce Descobre Mario Quintana
Quando o choro vem
Ninguém tem nada com isso
E quando a gente ri
Faz isso sem compromisso
A tristeza está sempre atada
Ao fato da compreensão
O ato de ser feliz
É porque finalmente
Eu não quis saber de nada
Eu olho ao redor e percebo
Que a vida é uma obra de arte
E eu faço parte deste Universo
Sou um verso à parte
desta poesia perfeita
Escondida na luz
Uma pauta de sete cores
e dá vida ao perfume das flores
Quando olho pros lados
O traçado do voo dos pássaros
Finalmente faz sentido
Porém, está tudo escondido
Aos olhos de quem não sente
Amor e gratidão suficientes
A fatalmente iluminar o coração
e despertar nele a certeza
de que a vida
É a mais perfeita canção
e nela está inserida
em cada oração de letras escondidas
Muita beleza
a passar despercebida.
Quando a gente era criança
E a vida era simplesmente
Um lance um tanto mágico
Praticamente um Circo
Semi-monossilábico
Um circo onde havia até dança
Aquela dança
Que a gente não se cansa
Nunca...jamais; de se recordar
A Pá já se levantava
Com aquele sorriso a mais
E quando ela vinha pra sala
Trazia as duas outras atrás
A Pá corria pra lá
A Sí sentava-se aqui
Eu dava um pãozinho pra cada
Mas a mais malandra
Sempre foi a Sandra
Acordava emburrada
Não falava nada
Tomava o seu café
e depois dava no pé
As outras duas
A Pá e a Sí
Ficavam brincando por ali
Achando que eram princesas
Uma olhava e a outra ria
Minha mãe chegava e mandava
A Sì limpar toda a mesa
Enquanto a Pá lavava
A louça que estava na pia
Lá da sala, a Sandra ria
E assim começava o dia
Num tempo
Hoje tão distante
Que causa saudade cortante
Nesse pobre coração
Daquele, outrora sempre presente
Irmão de sangue, de alma
e de saudade
Edson Ricardo Paiva
Num mundo de conflitos
Chega a parecer esquisito
Quando alguém gosta da gente
Mas a vida é um lugar
Por demais confuso
Que a gente faz de conta que entende
Pra dizer bem a verdade
tanto faz
Aquele que menos sabe
sabe mais
Eu espero a solidão da madrugada
E enquanto ninguém diz nada
e também não ouve
Eu tento explicar
Pra mim mesmo
Que sou um homem simples demais
E que nunca, jamais
Vou poder entender a vida
Como pode
alguém gostar de alguém
Como pode
alguém que não sabe nada
Acordar de madrugada
Pra dizer o que ninguém vai ouvir
e ao final
Achar bonita a vida
dividida
Entre belezas e conflitos
deste mundo
Mágico
Trágico
e sem lógica
Quando a gente ainda é jovem
É preciso que muitas coisas
Sejam pulsantes, brilhantes,
gritantes e extravagantes
Pra que assim a gente as veja
E pouca coisa nos comove
Pois o jovem
Implora pra que haja chuva
Enquanto chove lá fora
E jamais percebe a perda
de cada dia que vai embora
Mas a vida corre
E por mais protegida que seja
e por menos que a gente veja
Fatalmente, um dia
A Inês é morta
E o tempo corrige
A maneira torta, tortuosa
e às vezes pretensiosa
de pensar que as coisas eram
E feras vem bater à porta
Porque fomos nós
Quem as chamamos
Quando a gente é jovem
Tudo precisa ser exuberante
Mas o tempo ensina a gente
A enxergar mais profundamente
e também a pensar com clareza
e com isso enxergar a beleza
Que a gente não via
Com nossos olhos e alma fria
Imaginando milagres e maravilhas
onde nada havia
e passa a descobrir
Os milagres e maravilhas
Que existem e sempre existiram
Mas agora a gente sabe
Onde eles estão.
Edson Ricardo Paiva
Quando o coração da gente
Se faz paz por um momento
E aceita porque quer aceitar
Creia que existe um Universo
E tudo que há dentro e fora
Poderá ser posto agora
Em um Poema de três versos
E ainda sobra espaço
Pra passar um traço no final
E levar o coração
Pra onde quiser
Tudo isso apenas depende
Se esse coração
Realmente quer
Edson Ricardo Paiva
Quando Deus
põe a gente no mundo
Tem junto
Uma coisa latente
Semente de coisa boa, muito
Que Deus bota dentro da gente
Se ela seca...ou se brota
Num primeiro momento
Normalmente nem se nota
Mas ninguém nunca vai poder
Dizer que secou a toa
Quando o solo era de areia
Não foi nem pra bem, nem pra mal.
Com o alforge repleto de almas
E algibeira de sementes
Deus semeia uma tarde inteira
Mas, quando a alma endurece
Pelo solo empobrecido
Ainda é bom pra plantar a saudade
de coisa que veio na vida
e por não ser a hora
Passou depercebida
E agora te desconhece
Merecidamente
A vida passa
Depressa como a chuva
Não existe ação prolongada
A culpa nunca é de ninguém
Nem nada
Se foi no passo que veio
E no meio desse espaço
O tempo as germina
Lágrimas secas
Não molham sementes
Caem somente
Assim como secam as folhas
Todos colhem
Conforme as escolhas.
Edson Ricardo Paiva.
"A melhor maneira de evitar desentendimentos com gente que só nos aceita quando a gente concorda em tudo com elas é considerá-las mortas. Mas isso deve durar somente até o dia em que a gente morrer"
Edson Ricardo Paiva.
Quando a gente era criança
Existia uma lenda
Sobre um pote de ouro escondido
E que nem todo mundo o encontra
Havia um segredo
Eram coisas que se queria
Sem saber bem ao certo o que era
E talvez estivessem por perto
Quando o certo
Era antes responder pra si
Que, se a gente conquistasse
Todo o ouro que existe no mundo
Pra que será que ele servia?
A vida, uma estrada bem larga
Felicidade, uma senda
Enquanto isso
A gente ia sentado
Nas janelas do trem da vida
Pesquisando em mapas e fotografias
E perdia as mais belas paisagens
O tempo apressado, pediu pra passar
E eu deixei
O tesouro não era um pote
Nem bau, nem nada assim
O segredo da vida, é a vida
Que se encontra espalhada
No caminho a ser percorrido
Pra poder ser vivida
Um pouquinho a cada dia
E todo dia ela muda
O tesouro da vida é um sorriso
Um resto de melodia
É saudade que gruda
Então, se é possível sorrir, ainda
Faça isso em cada dificuldade
O pote de ouro da vida
Não era uma lenda
A mentira escondida, era sobre o valor
Das coisas que o dinheiro compra
Há tesouros diferentes
De vida pra vida
E se tornam semelhantes
Na medida em que você percebe
Que os tesouros de maior valor na vida
Vem de graça, na graça da vida
E eles não estão à venda.
Edson Ricardo Paiva.
Todo amor do mundo é liberdade
Liberdade de ir, mas ficar
Quando o amor escolhe a gente
Todo o amor do mundo é luz
Mas é luz que não se apressa
Essa, corre vagarosamente
Essa é luz que respeita a velocidade da semente
É presença que alimenta a alma
Amizade que já nasce pronta, lugar ocupado
Que só de em pensá-lo vazio,
A alma de frio, amedronta
E que estando presente essa ausência
O coração silencia, o espinho da flor ainda dói
Mas a gente já nem chora mais
Dor de espinho não dói mais igual doía
Todo amor do mundo é como uma flor
Que não se há de colher simplesmente
O olhar da gente escolhe somente uma flor no quintal
Mas o amor é diferente
Quando é o olho do amor que escolhe a gente.
Edson Ricardo Paiva.
Quando a gente era criança
E brincava de se esconder
E subia lá no alto, ia só de brincadeira...e ria
Ria, de incauto que era
E pulava de lá, por prazer
Pelo puro prazer de poder ouvir o ar que zunia
Uma vez fui encontrar lá em cima
Um pássaro que tinha desistido de voar
Daqueles, que quando dói, nunca se lastima
Não chora, não pede ajuda
Se recolhe no seu lamento. Finge morto, finge mudo
Se tinge de esquecimento
Enfim, nada escolhe na vida
E mesmo assim
Teve a escolha de sofrer calado
Eu conto essa passagem
Num poema bobo e sem rima
Porque desde pequeno
Eu também não podia chorar, nunca tive coragem
E jamais me ensinaram o jeito certo de falar com Deus
Pra dizer-me arrependido e nem pedir perdão
Nunca aprendi pedir nada pra Deus
Mas o certo era que o pobre pássaro
Pode ser que ele só fosse igual a esse que eu sou agora
Daqueles que quando chora...é só por dentro
Num lamento mudo
O pássaro caiu lá de cima
E nem me deve ter ouvido pedir perdão
Quedou-se no chão
Num tombo quase tão breve quanto uma vida
E ele também deve ter sentido
O ruido leve que zuni no ouvido
Que só ouve quem cai
Mas naquele momento
Como quase que tudo na vida
Não deu tempo pra nada
O pássaro mudo, morreu sem chorar, não deu tempo
Pode ser que eu, depois daquele dia, o tenha tido
Mas eu não chorei, nem naquele dia e nem nunca mais
Ajuntei todas as lágrimas que tinha pra chorar na vida
E quando vi que o pássaro ia subir pra Deus
Eu pedi pra ele levar.
Edson Ricardo Paiva.
Quando a gente esquece
É que a verdade vem
Talvez eu possa até
Não ter opinião formada
Sobre nada
Isso eu julgo uma conquista
Porque há tanta coisa além do que se vê
Quando a gente não se lembra
As velhas sombras se dissipam
Fica mais fácil de verdade
Enxergar a luz do Sol
Quando é fim de tarde...e a noite cai
Aquela hora à toa
Em que o elo entre a vontade e a fantasia
Flutua ao vento e foge até o dia de hoje
Momento entre o querer... e o que queria
Tem dias em que as horas passam lentas
Contudo, nada muda
É tudo uma questão
De ter ou não ponto de vista
Um lugar pra ir
E vários, onde nunca mais voltar
Quando a luz do fim de tarde clareia a visão
Eu posso, então... e enfim
Dizer aqui, só para mim, a direção
Pra onde cada ponto de luz irradia
Os raios de Sol se cruzam, se vão pro fim do mundo
Eu saio pra ver o Céu, abandono as ilusões
Vem invernos e outonos
Deixando atrás de si a certeza
Que o mundo esta aqui ainda
A visão que cada um, pode ou não, perceber
A imensa maioria nem se importa, ela pode até ser linda
Mas nem todo mundo que a olha, a vê
As horas continuam parecendo passar diferentes
Quando a gente nem se lembra
Nem se quer lembrar data nenhuma
A vida, ela precisa ser vivida
Não adianta perguntar porquê
Um dia depois de outro dia é mais provável
Pois a ordem do tempo é imutável
Pra tristeza ou alegria
No mais, tudo são névoas
Visões pela metade
São coisas que obscurecem
E não há como viver pra sempre assim
Porque a verdade vem sentar na flor lá da janela
Vem quando a gente nem se lembra mais
Qual era mesmo a versão que queria ouvir
Qual era mesmo a verdade
De quem não tem ponto de vista
Mas tinha sempre opinião.
Edson Ricardo Paiva
"Quando a gente esquece
É que a verdade vem
Talvez eu possa até
Não ter opinião formada
Sobre nada
Isso eu julgo uma conquista"
Edson Ricardo Paiva
Quando a vida não dói mais.
"Às vezes vem sonhos ruins
A gente se assusta e se acorda
Mas, se não se recorda de sonhos assim
Não tem nada que nos faça
Ver a graça da chuva que te surpreende
Recordar-se da pedra, onde um dia tropeçou
Numa queda que te feriu.
Até mesmo na doença lá da infância
E de todas as distâncias que venceu
Nessa fase, onde tudo se ajusta
E você só vai vivendo a própria vida
Se não existe mais risada ou quase riso
Você deixa de ver graça em sonho bom também
Quando a gente se esquece e nem pensa
Em todo aquele medo que sentiu do escuro
Todo dia acorda
Porém, só se sente apressado...atrasado
E nem agradece à bênção da claridade
O pássaro voando é só uma ave que passa
Não enxerga mais a paz do voo, tanto faz.
Não existe mais mistério em nada
Não existe mais vontade de sorvete lá na praça
Nem mentira e nem verdade
Não há flecha que te atinja e nem te fira
Nesse duro coração vazio, fortalecido pela vida
Tanto faz ir ou ficar
Calor ou frio
Esqueceu-se da alegria
Quando, um dia era tão bom poder sair para brincar
À exceção daquilo que se enxerga
Não existe mais magia em nada...ela existia.
Mas o mundo tornou-te igual a mim."
Edson Ricardo Paiva.
Quando a gente era criança
e a mãe deixava sair
Depois da chuva
a gente podia então
dividir a rua
e fazer guerra de barro
Eu puxava o galho baixinho
E chovia de novo em você
Que escrevia meu nome
com folhas
O vento carregou meu nome
o tempo passa e tudo some
Fica a saudade
Que a chuva carrega
pra terra da recordação
Em vez de barro
Hoje a chuva
Faz tristeza
Hoje a Mãe deixou sair
Mas eu queria
ficar no quarto
e tentar ficar contente
ao lembrar
Que um dia
Eu podia puxar a folha
E então via chover
Novamente
Sobre você
Que ria.
Quando a gente era criança
e a mãe deixava sair
Depois da chuva
a gente podia então
dividir a rua
e fazer guerra de barro
Eu puxava o galho baixinho
E chovia de novo em você
Que escrevia meu nome
com folhas
Faz tempo que o vento
carregou meu nome
O tempo passa, tudo some
Vão-se com as escolhas
Fica a saudade
Que a chuva carrega
pra terra da recordação
Em vez de barro
Hoje a chuva
Faz tristeza
Hoje a Mãe deixou sair
Mas eu queria
ficar no quarto
e tentar ficar contente
ao lembrar que um dia
Eu podia puxar a folha
E então via chover
Novamente
Sobre você
Que ria.
Cansei de gente ingrata
Que enxerga somente na gente
O brilho da prata
Quando brilha
Entrega a alma ao demônio
Em troca de algum trocado
Vou deixar de lado
Essa gente que não se preza
Pra quem
A gente vale o quanto pesa
Aquilo que eu quero
É o que pouca gente espera
A mais sincera amizade
Por muito pouco vocifera
Se for pra conviver com feras
Eu prefiro as de verdade
Em vez daquelas
Que não me devoram
Por mera formalidade
"A nossa meta agora é a renúncia ou o impeachment da Presidente Dilma: Quando a gente atingir a meta, nós dobramos a meta."
EdsonRicardoPaiva
Tem saudades que quando chega a gente até da, um suspiro mais forte principalmente se for de alguém que ainda gostamos
Mas mantemos distância só vivemos com as lembraças, pois não é fácil de esquecer o que um dia eu vi vir com você
por isso quando a gente se afastar novamente, lembre o quanto nós sofremos quando estamos separados. e foi assim todas as vezes que nos desencontramos, conseguimos dar um jeito de nos unirmos novamente. e vai continuar sendo assim, até chegar o dia em que nós finalmente vamos nos acertar para sempre.
