Punhalada
|A árvore que proporciona condição vital
|É a mesma na arma cortante, o punhal
|A mesma que segura a forca desleal
|Mesma compõe a arma-de-fogo do mal
|Estaca no peito, desamor fatal
|Suicídio de si, burro-imbecil animal.
"A mão do homem tudo mata, até si mesmo."
O dedo
com o qual me apontas
como um punhal de discórdia,
poderia ser o mesmo
que me chamasse a atenção
e sabiamente com empatia,
me aconselhasse
o caminho certo
por onde eu devesse seguir!
Évora de Sal -
Évora cheira a solidão,
frágil, doce como um punhal,
que nos enche o Coração
de pó e cinza, cinza e sal ...
Pó e cinza, cinza e nada
à deriva p'las vielas,
Évora triste, amargurada
na sacada das janelas ...
E um suspiro em plena Praça,
das entranhas da cidade,
paira do Geraldo à Igreja da Graça ...
Que de graça nos enlaça
no rescaldo das Idades,
Évora de Sal, qu'eterna nos abraça!
“Quando você descobre que passou o tempo encobrindo um traidor, dói mais do que uma punhalada no coração, e pensar que deixou de acreditar em alguém que um dia te disse a verdade é triste de mais” Furucuto 2021
Punhalada
E então acontece outra fez...
Você sabe o que é. Já aconteceu antes, é apenas uma repetição...
Primeiro a pancada nas costas...
Você não sente o corte nem a espetada, só uma pancada seca e rápida...
Em seguida arde, queima, e você sente a camisa, agora encharcando, colar em sua pele...
Pela garganta, você sente subir para a boca, e então sente o gosto. É terroso, é metálico, o cheiro lembra ferrugem... sangue...
Agora a respiração se torna pesada...
Calma, você ja passou por isso antes, e você sobreviveu... e o fará de novo e de novo e de novo... mas até quando???
Por quê???...
Por que sempre pelas costas? Por que sempre um ato de covardia?
Por quê???...
E por fim, ao olhar para trás, vendo a mão na qual cintila a lâmina que ora respinga, você percebe que a dor maior não foi causada pela ferida, mas por saber quem te feriu...
E de novo há de se perguntar, por que isso? Por que comigo? Por que através destas mãos?
A resposta é obvia, você sabia, voce sempre soube, voce permitiu, só não quis acreditar... afinal, foi você mesmo deu de presente aquele punhal...
Quando nem sequer a música é capaz de salvar-nos, um punhal brilha em nossos olhos; nada mais nos sustenta, a não ser a fascinação do crime.
SONETO "X"
Como o talho do punhal numa emoção
A perfídia escorre do peito num sofrer
Num fio navalhado dentro do coração
Que no sentimento se põe a morrer
Mora em mim o teu "x", tão mutilação
Que o amor não mais pode entender
Vida e morte em uma una conjunção
Que o meu ser se cansou de ceder
Viver a presença e não a solidão, sorte
Pois o suporte não se acha pelo chão
E tão pouco para paixão é um aporte
Então, domine o teu querer, tua ilusão
Viva a vida, tão breve, com total porte
E tenhas equilíbrio no sôfrego coração
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, outubro
Cerrado goiano
Com a agudez de um punhal
Rasgando o quê há de ser...
Ela, [a voz do meu peito grita
Por um grande ideal:
De fazer valer a voz [individual].
Não há nada mais letal
Para a democracia,
Que sob a sua guarda
Feita de hipocrisia:
Muda, surda e cega
Feita de alienação de metal.
Com a mudez dos meus lábios,
Recorrendo aos alfarrábios,
Eles, [os meus olhos buscam
No auge da queda das estrelas
Dos hinos que se desencontram
Nos silêncios dos [profetas].
Dizendo olhos nos olhos:
- Eu estou em busca da revolução
Eu li o poeta da [rebelião;
Nem mil homens de chumbo
A minha voz jamais [calarão].
Com a altivez revolucionária,
Optei comer o pão da poesia.
Para a minha voz não se perder
No meio do barulho do oceano;
Acredite o meu coração nasceu
Tremendamente [republicano].
O punhal do destino
coloquei na cintura,
Porque amar requer
audácia e bravura,
e assim veio a dança.
No indelével paraíso
do coração em sigilo
resguardo o teu beijo
no rosto que tocou
este coração intenso.
O tempo não constrói
para nós dois o limite,
O lótus do teu amor
divino seguro firme
com as duas mãos.
No esperado porvir
desta Lua das Flores
que de nós se aproxima,
os olhos atentos se
voltam para a Caxemira.
O exercício da sinceridade é tal como um punhal estendido em direção aos puxa-sacos, verbosos, lisonjeadores, em um espaço que havendo princípio e conduta, não perdura a maledicência!
Houve um tempo em que a lei da bala, do punhal e da ignorância pesava mais que a própria letra da lei — dissonante, injusta e opressora. Feita não para os pobres, mas para perpetuar, justificar e sustentar, imoral e descaradamente, os privilégios das elites dominantes. Sem mesuras, sem compaixão, sem respeito pelo ser humano — e, por conseguinte, sem qualquer temor pelo Deus dos humildes e dos oprimidos.
A mentira é uma punhalada que não mata de imediato, mas certeira atinge o peito e rasga silenciosamente a confiança da gente, sangra devagarinho até que não reste dela uma só gota.
Lawfare no Judiciário converte a espada da justiça em punhal político, erodindo a confiança pública e os pilares democráticos.
Entre a cruz e o punhal, prefiro a Espada de Dois Gumes, porque ela corta o peso dos meus pecados da minha cruz e o punhal dos maus desejos da minha alma.
O que é o amor senão um punhal escondido no meio das asas, que vai te ferir sem você ver e inesperadamente.