Poemas e textos sobre psicologia que abordam a profissão da mente
Quando a minha dor gritar, não me diga para silenciar... apenas me acolha, me abrace - quem sabe, assim, ela passe...
Mergulhei em mim. Estou encharcadamente feliz. Agora sei para onde ir quando tudo estiver cinzento...
Vivemos fugindo de nós mesmas/os, tentando nos encontrar nas outras pessoas... até que percebemos que, enquanto não nos voltamos a nós, apenas andamos em círculos.
É impossível convencer alguém com a verdade, quando ela já aceitou a mentira como verdade. E entendo que sempre se estará em desvantagem em relação a percepção de outra pessoa e para aceitação de qualquer coisa que se fale a ela, pois uma pessoa só consegue enxergar uma outra como sendo igual ou inferior a si mesma. Então enquanto o sistema disser que um especialista disse uma verdade, mesmo que seja mentira e não se sustente na realidade dos fatos, ela irá preferir essa fonte a você.
A gente põe a culpa no coração, nas estrelas, no signo, no mercúrio retrógrado... tudo para não admitir a única verdade: que a gente deveria ter começado a análise/psicoterapia há tempos.
Quando atendemos atletas, não estamos cuidando somente da saúde dele, mas do sonho dele e de uma nação.
Quanto maior o desconforto, mais forte será o impulso que o levará para o mundo luminoso. O 'mau' precisa ser experienciado para ser compreendido como elemento de transcendência do estado letárgico e da ignorância.
Não existe essa coisa da pessoa ser autossuficiente e se amar e não precisar de uma outra pessoa, quando o Psicólogo/Psiquiatra fala para você se amar e se dar valor é no sentido de você estar bem com você, se valorizar, mas, a pessoa ser feliz sem companhia no Mundo não existe. Adão no Paraíso, sendo perfeito e autossuficiente, se sentiu sozinho e precisou de uma companheira, e por isso, Deus fez a EVA.
Todo o processo terapêutico, seja ele qual for - para que possamos lidar melhor com nossas emoções - é baseado ou na palavra oral ou na escrita.
A gente sabe sobre o outro tão menos quanto o que não queremos saber sobre nós. Somos esse mix de incongruências difíceis de admitir. Somos o "x" da questão a que, nem sempre, "damos conta" de chegar...
Existem marcas que a vida nos impõe, existem outras que nós registramos intencionalmente, as marcas da vida não podemos remover, mas as marcas que registramos tem um preço para sair.
A gente acha que sabe muito sobre o outro, até perceber que, mesmo sobre nós, as notícias são remotas...
A gente quer atalhos. A gente quer fórmulas prontas. A gente sente uma necessidade quase que desenfreada e tentadora de acelerar o controle remoto da vida, só pra ter certeza do que vem depois.
Mas, não dá. Isso não está disponível. Nada disso está.
Se você quiser saber o que vem depois, vai ter que esperar. E, nem sempre, deitado ou sentado. Vai ter que entrar no jogo, dançar a música, se sujar. Vai ter que investir. Vai ter que fazer força. Suar. Chorar. Sofrer. Estar na vida implica sentir. Ninguém vai te "salvar" - não porque não haja quem pense ter esse poder, ou até mesmo quem não se coloque à disposição para tentar, ainda que isso seja "impossível". Ocorre que, como dizia Freud: "Não há regra de ouro que se aplique a todos: todo homem tem de descobrir por si mesmo de que modo específico ele pode ser salvo”.
E a gente se salva tentando, ao menos tentando, querendo tentar, se salvar.
Não há nada pronto. Não há teoria que nos salve. Técnica. Métrica. Talvez, apenas talvez, cientes, ou tendo alguma notícia disso, que parte de nós não busque certos processos ou experiências - como até a da psicoterapia ou da análise -, ou sinta frustração, quando da tentativa mal sucedida nesses casos, em que, originalmente, buscava-se alguma "salvação" - ofertada a nós por um ser outro, mágico, poderoso.
É que não está nas coisas. Nas outras pessoas. Está em algo que, somente em você, pode ser construído. Numa possibilidade, mesmo que do tamanho de um grão de mostarda, que faz morada em algum lugar remoto em você. Ainda assim, em você.
Ninguém salva ninguém.
A gente que tem que descobrir, em nós, uma estrada, um traço, um risco, um rabisco, seja lá o que for, e, quem sabe, fazer disso um caminho para se salvar. É artesanal. E personalíssimo.
Um dos primeiros passos para o autoconhecimento é aceitar-se como é, sem se medir com a regra moral do outro.
Não seja inocente ou prepotente em acreditar que aquilo que consegue ver e entender se trata da realidade, pois geralmente não passa nem perto dela, sendo somente resultado de tua limitada capacidade de enxergar e de teu nível intelectual deveras questionável.
Vivemos na escravidão - daquilo que somos, do que nos disseram que somos, e do que acreditamos que somos. Somos, em um número tão diverso, mas nos consumimos na tentativa de ser um só. Queremos andar em linha reta, mas esquecemos que o terreno onde pisamos, por vezes, é arenoso, movediço. A gente cai, e quando cai, investe mais tempo cobrando a conta da gente, tentando entender como caímos, mas pouco queremos saber do que está por trás do que nos levou ao solo. Há momentos em que encontrar o chão, quando numa queda, é forma de acalentar as dores de quem parece andar demais, sem pausa. Há quedas que são descanso. Não tente entender tudo. Não busque respostas para todas as coisas. Atente-se às perguntas. Tem mais nas entrelinhas do que não se sabe do que naquilo que se supõe saber...