Professor Carlos Drumond de Andrade

O amor é um poema essencialmente pessoal.

O tempo, que fortalece as amizades, enfraquece o amor.

Um marido, como um governo, nunca deve confessar os seus erros.

Na mocidade buscamos as companhias, na velhice evitamo-las: nesta idade conhecemos melhor os homens e as coisas.

O amor-próprio do tolo, quando se exalta, é sempre o mais escandaloso.

A razão, sem a memória, não teria materiais com que exercer a sua atividade.

A razão também tiraniza algumas vezes, como as paixões.

A autoridade de poucos é e será sempre a razão e argumento de muitos.

Desejamos fazer toda a felicidade, ou, não sendo isso possível, toda a infelicidade daqueles a quem amamos.

Das mulheres, como das outras coisas, usa; não te fies, porém, nelas.

Os que têm tentado reformar os costumes do mundo, no meu tempo, com opiniões novas, reformam os vícios da aparência; quanto aos da essência, deixam-nos intactos, quando não os aumentam.

Há males na vida humana que são preservados de outros maiores, e muitas vezes ocasionam bens incalculáveis.

O deleite imaginado é muito maior que o gozado, embora nos verdadeiros gostos deva ser o contrário.

O que ganhamos em autoridade, perdemos em liberdade.

A atividade sem juízo é mais ruinosa que a preguiça.

O pensamento da morte engana-nos, pois faz-nos esquecer de viver.

Quem é capaz de suportar tudo pode atrever-se a tudo.

Todos reclamam reformas, mas ninguém se quer reformar.

Não é dado ao saber humano conhecer toda a extensão da sua ignorância.

Os homens investidos no poder crêem na duração do presente.