Portas
É com alegria e gratidão que assim que o sol nasce eu abro as portas e janelas do coração e com um sorriso largo as enfeito com flores de ternura, para te receber toda manhã. Com essas mãos toda perfumadinha de poema, estendo-as a você e te recebo na minha paz, no meu carinho, no meu abraço fraterno, na leveza da minha amizade, nessa alegria simples de ter a tua companhia diária e a luz da tua presença.
É na próxima estação, com calor no vagão, abre as portas do inferno, me sinto muito melhor no inverno.
Descendo ou não, no mesmo vagão, a esperança e a dor, continua entrando e saindo, no inverno ou verão
O CARMA
O carma explica muitas coisas; é uma resposta em si mesmo. Abre portas que, com pouco esforço de nossa parte, esclarecem toda uma nova dimensão de aprendizado. Mas o carma é também uma pergunta, porque abre portas. Mas, os indivíduos que não estão buscando respostas prontas ou simples frases que expliquem suas circunstancias, verão o carma não como um fim, mas como um meio, como uma ferramenta a ser usada para encontrar soluções.
Não critico quem trabalha e não critico quem estuda.
Quem estuda abre portas para o trabalho e quem trabalha abre portas para o estudo.
Quem não gosta de estudar tampouco de trabalhar ou não gosta de abrir portas ou não gosta de abrir livros. (Alencar, 2019).
Eu estava prestes a me afundar nessa solidão agoniante. As portas já não se abrem mais pelo tempo que já estou aqui dentro. Eu deixo a janela entreaberta apenas para clarear uma parte da parede branca e o suficiente pra me enxergar no espelho quebrado exposto em minha direção. Eu escuto ruídos o tempo todo. Não sei se eles vêm de fora ou se são apenas criação da minha mente, mas eu sei que tem gente lá fora. As pessoas ainda existem. É perceptível está aqui dentro consigo mesmo e perceber que há passos vindo em todas as direções. Uns mais agitados, com pressa talvez, outros mais lentos, pela idade do sujeito ou pela correria que já foi seu dia. Mas eu permaneço quieto. Permaneço calado. O céu eu já nem vejo mais, não sei se ele ainda é azul. Mas as lembranças que voltam à minha mente me fazem pensar de como ele era antes até o dia que me prendi. Não estou preso semente pelas dores, nem por achar estar perdido em tanto caos. Estou preso por medo de estar lá fora onde um dia já estive e resolvi não ficar. Estou preso porque o mundo que enxergo lá fora é tão agoniante como estar aqui dentro. São as portas que se fecham e não abrem mais. São as janelas que deixam entrar um pouco de luz somente para disfarçar a escuridão. São espelhos que se quebram para refletir verdadeiras faces. E os ruídos? São pedidos de socorro de um mundo que ainda clama por paz.
“Já vi de tudo” não existe, não podemos ver tudo hoje vimos igrejas com portas fechadas, amanhã podemos ver um governo justo com o seu povo tenha fé dias melhores virão.
nossas bactérias,
soberba, avareza,luxúria, inveja, ira e preguiça. são portas de acesso ao coronavírus.
Criar asas e voar
É o sonho que quero alcançar
Mas com as janelas fechadas
E com as portas trancadas
Não posso nem pensar
Em voar
Porque quando sonhamos
Precisamos tomar cuidado
Para não sairmos machucados
Porque viver pode ser
Tão complicado de entender
Só queria pode gritar
Sem me preocupar
Com que os outros vão pensar
Mas preciso saber que viver
Sempre será um prazer
ABRINDO CAMINHOS
Jesus abre portas
Onde existem janelas
Posicionar em meio as tempestades é a ideia
Momento da separação da areia e da terra
Depois sempre vem a calmaria
Cheiro do chão molhado traz euforia
Força para mais uma etapa da sua vida
Não desanime, as lutas acontecem todos os dias
Labirinto de enigmas
Trilha em meio a floresta sombria
Passar por guerras gera empatia
Elo que encontra toda saída
Mudanças são necessárias
Obstáculos continuarão na sua jornada
Toda dor carregada na caminhada
No final do ciclo lembrada como mais uma etapa
Que o teu desprezo não arranque de mim os sonhos, que teu silêncio não seja portas para me abri feridas !
As palavras são chaves, chaves que desbloqueiam portas, pensamentos, oportunidades... então pense bem antes de usar essa "chave".
ABRA A PORTA
Abra a porta o suficiente para deixar entrar o que interessa.
Portas escancaradas são para lugares públicos.
Saiba selecionar os transeuntes da sua vida, crie portaria seletiva, instale alarme anti furto.
A entrada deve ser permitida e conscienciosa, não faça do seu íntimo um lugar de todo mundo, mas sim para todos que você escolher.
De nada adianta reclamar da bagunça que está instalada no seu íntimo se você não consegue selecionar e nem tem a capacidade para limpar o que está sujo.
Seja o senhor da sua existência, o mentor das suas próprias ideias e o vigilante das suas falas.
Entrada somente com autorização prévia, já a saída é de livre escolha e para isso a porta deve ser aberta sem rancores nem arrependimentos.
(Ricardo Davet)
mansidão
as paredes estão caladas
as janelas numa mansidão
as portas foram silenciadas
para não inquietar a solidão
eita casa vazia!
prostração
tagarela só a poesia
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2019, meados de outubro
Cerrado goiano
As Sete Aberrações
I - A Anunciante
Era apenas um sonho.
Ela entrou como se portas não estivessem em seu caminho. Desfilava lentamente, exalando seu perfume de flores mórbidas e crisântemos.
"É apenas um sonho" - me convenci.
Seus olhos não passavam de ausência, cavidades densas e profundas como os mais fundos abismos já vistos por qualquer humano. Vestes de um negro tão profundo quanto tal, cobriam o corpo abaixo do crânio de animal, cujos longos chifres enrolavam-se para trás.
Ela sentou-se aos pés de minha cama, quando percebi que estávamos em meio a uma floresta, banhada de luar.
Em tom de zombaria com meus próprios devaneios, proporcionados por um ápice de criatividade que há muito não testemunhava, abordei a mórbida e ainda elegante criatura:
"Agradeço a visita em tão oportuno momento, peculiar senhoria" - balbuciei.
Ainda voltada a mim, como se seus negros, redondos vazios encarassem o fundo de minha alma, respondeu às minhas palavras, em um tom de voz quase feminino, em uma língua que quase entendia, de forma que quase acreditava ser real:
"Agradecestes a visita dos demônios, criança, quando os anjos finalmente o abandonam"
A fragrância da morte, exalada do hálito do ser inanimado, invadia minhas narinas enquanto possuía e manipulava minha calmaria, transformando em tensão, e desapropriando o devaneio a mim proporcionado.
Senti como se esse fosse o fim. Ao fundo, quatro badalares alastraram seus sons, tomando conta da floresta enquanto a lua começava a transbordar ainda mais seu reflexo.
"Agradeças mais uma vez, ou melhor, seis vezes, até que nos encontremos de novo. Os anjos o abandonam e nós, viemos ao seu auxílio, acalentá-lo. Ou não. De qualquer forma, ainda saberás que existem, pois podes não ver luz, mas sombras são provas de que ela está em algum lugar"
A criatura levantou-se e partiu, desaparecendo na escuridão. Lágrimas de desespero transbordaram meus olhos, quando finalmente sentei-me, acordado, mergulhado em dúvidas e solidão.
"Era só um sonho" - Desejei, enquanto fechava os olhos mais uma vez, com todas as minhas forças. - "Foi só um sonho" - implorei, mas era tarde demais. Todos os sete, já faziam seu caminho até mim.
Tenho portas que só abrem pra algumas pessoas. O difícil é não confiar mais sua amizade em quem você dava a chave pra casa toda. Respeitar o limite do outro faz toda diferença, mas não estranhe quando ela se afastar.
