Porta Janela
Um dia , olhando pela janela ou sentado em qualquer lugar, estarei pensando no tempo que passou e o que passou, tudo será lembrança e saudade .
Até mesmo o que eu reclamava será saudade.
A Lua De Janela
Nesse pequeno quartinho
Tem uma janela
Vidraças quebradas
Deixo as cortinas fechadas ao disfarce
Uma luz transpassa o tecido embolorado
Eu abro minha cortina
Me senti envenenado, enfeitiçado
A Lua estava lá, linda
deslumbrante
Rápidas nuvens apagam seu brilho, que
Não por muito tempo
Voltando maravilhosamente aos céus a todo seu encanto
Hoje completa 3 meses que mudei para este quartinho, lembro-me que na primeira noite que dormi por aqui, ainda recebia suas cartas, descontraídas e contentes, me deixavam bobo a sós com os sutis raios dessa lua, que invadiam a mesma janela, atravessavam a mesma cortina, mas que agora vem ao brinde das noites mal dormidas a melancolia e a saudade. Oh querida, hoje a lua me trouxe você.
Amanhecer e olhar a vida atraves de sua janela. Eis a questão... sentir-se vivo e participar da vida... ou deixar o barco correr a deriva. A decisão é sua de como ela vai ser, de como você vai viver. Pode-se receber cartas marcadas, mas nada melhor que fazer sua vida acontecer.
A JANELA
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(ou: Homenagem aos Historiadores)
.
.
Olha pela janela...
Lá vai o primeiro homo habilis
a caminhar, ainda trôpego, sobre a Terra.
E ali está a mulher
– bem mais inteligente que os machos
de sua espécie –
a jogar no solo a gentil semente
pronta a germinar o milagre da revolução agrícola.
Espia! Aquele artesão acaba de mover a pioneira pedra
para fundar a primeira das cidades,
e não está longe o que inventou a roda
– ela... tão surpreendente na sua genial obviedade.
.
Espicha agora o teu olho longo
pela paisagem infinda...
Percebeste César,
à beira de um riacho,
discursando para os leais soldados?
Ele atravessa agora o seu rubicão,
marcha sobre Roma,
proclama-se Ditador,
e recebe as vinte e três facadas.
E logo ali vem Cleópatra,
tão perto no espaço-tempo
– com seu olhar anacrônico
e seu sorriso à Liz Taylor.
Ela o seduz, mesmo num saco de estopa,
enquanto, no mesmo gesto, já concebe seu filho
– egípcio e romano –,
e morre... ao chacoalhar das serpentes.
.
Quanto a ti, a tudo contemplas,
em um único relance,
bem ali: sob a janela.
.
Não... não chores, Historiador...
Tu vês a peste negra?
Sentes seu odor da morte se elevar aos ares?
Ouves o som surpreendente dos cacos de vidros
a quebrar o silêncio na noite dos cristais?
Sofreste agora aquela profunda fisgada
da bala que encontrou Guevara?
Pranteias pelos primeiros desmatamentos,
e és fustigado por cada açoite lancinante
nos ombros de todo escravo?
.
Mas tu podes ver o florescer de um movimento verde
que salvará as baleias e micos-dourados
ao som de canções medievais
entoadas pelos trovadores árabes e cristãos.
Tu – mais do que todos – podes ver os homens e mulheres de pela preta
em sua luta diária pela liberdade,
a fundar quilombos e universidades,
a vencer o preconceito insano!
És tu que podes ver, em Luís Gama, um tanto de Zumbi
– e, para além do herói, o homem humano!
.
Tu viveste, há dois segundos do nosso próprio tempo,
todos os sonhos de igualdade, de uma só vez!
E, se tu viste as ditaduras de todos os tempos se erguerem
em um único e cruel movimento,
também assististe à derrocada de todas elas.
Tu és privilegiado, Historiador...
Somente tu, junto aos artistas, viajas tão à vontade pelo tempo
antes da invenção das máquinas de viajar no tempo.
És tu aquele que olha atento
e intrigado pela janela
onde tudo se estende à espera de novos olhares.
.
Lá estão as fontes históricas
– estes passados tão presentes –
todas tão ansiosas pelas perguntas que farás
às suas páginas por vezes bolorentas,
aos tratados de guerra e paz,
aos diários anônimos e secretos,
à sua matéria mais despretensiosa...
.
Ali estão as fontes, ao pé da tua janela
– as mesmas que aguardam, com solenidade ou displicência,
as perguntas que farás aos decretos e receitas de bolo,
aos jornais oficiais e clandestinos,
às cidades acima e abaixo da terra,
aos sulcos deixados na terra pelos camponeses;
ou, por fim, à lança de pedra que foi lascada
pelo primeiro homo habilis
a caminhar por sobre a Terra.
.
Vai, Historiador...
Olha pela janela
e age na história
de tua própria época.
.
.
[BARROS, José D'Assunção. Revista Cronos, vol.23, nº2, 2023]
Acorda e o dia se apresenta,
mas é apenas mais um.
As luzes entram pela janela,
mas não iluminam os cantos da alma.
Ele se arrasta pelo tempo,
como se cada passo fosse um fardo,
uma repetição sem graça,
um eco que se perdia no vazio.
O que poderia trazer alegria?
Talvez o sucesso que tanto buscava,
mas ao alcançá-lo, encontrou apenas sombras.
Um sorriso sem vida se esboça,
e o olhar, sempre distante,
perde-se em um horizonte que nunca o espera.
O mundo parece vibrante,
mas para ele, tudo é opaco,
cada conquista um lembrete
de que a felicidade é um sonho distante.
E a raiva, ah, a raiva,
consome-o como um fogo lento.
Raiva de si mesmo, de suas fraquezas,
de cada expectativa que se desfaz.
O espelho reflete uma imagem
que não parece ser dele,
uma estranha que vive a vida
com o coração enclausurado.
Os dias se tornam uma dança monótona,
um giro sem música, sem ritmo.
A rotina o aprisiona em seus braços,
e ele se pergunta,
será que há um jeito de escapar?
Mas mesmo quando tenta,
o ar parece pesado,
e a liberdade, uma miragem
no deserto da insatisfação.
Olha pela janela,
as pessoas passam,
cada uma com sua história,
mas ele permanece,
preso em seu próprio labirinto,
onde as paredes são feitas de inseguranças,
e o silêncio grita mais alto que as vozes
que não consegue ouvir.
As promessas feitas ao amanhecer
se desfazem ao entardecer,
como folhas secas levadas pelo vento.
Ele se pergunta se um dia
será capaz de sentir,
de vibrar com a vida que o rodeia,
mas a resposta escapa,
como água entre os dedos.
E assim, o ciclo se repete,
o dia se transforma em noite,
e a solidão se torna familiar,
uma velha companheira
que não sabe como ir embora.
Ele busca um sentido,
mas encontra apenas perguntas
sem respostas que o satisfaçam.
É uma luta silenciosa,
onde as vitórias parecem vazias,
e as derrotas, um fardo insuportável.
O tempo, que deveria curar,
apenas o faz sentir mais pesado,
como se cada segundo
fosse uma pedra a mais
em sua mochila de frustrações.
A vida se torna uma sombra,
e o que deveria ser luz,
é apenas um reflexo distante
de algo que nunca foi real.
Ele olha para as estrelas,
mas não as vê,
apenas o espaço entre elas,
a escuridão que o envolve.
No fundo, ele sabe
que a mudança deve começar em si,
mas a coragem se esconde,
como um pássaro que tem medo de voar.
E assim, continua,
cansado de ser quem é,
cansado de lutar contra o espelho,
cansado de um mundo que não o vê.
Cada dia é um recomeço,
mas a esperança se dissolve
como o sol que se põe no horizonte.
Ele deseja que o amanhã traga algo novo,
mas no fundo, teme que seja apenas
mais do mesmo,
mais do cansaço que nunca acaba.
E ao final do dia,
quando a luz se apaga,
resta a pergunta sem resposta:
será que um dia
ele encontrará a paz
em meio ao tumulto
que é viver,
ou continuará preso
na teia de sua própria insatisfação?
A Janela da Minha Eternidade
Na Janela dos meus olhos
todo o universo me cabe.
Desta janela,
a viagem-vida
faz o voo em mim
de uma eternidade.
A Minha Solidão!
No silêncio do meu quarto, olho a rua
pela vidraça da janela. Ouço o barulho
do vento lá fora, aqui dentro a solidão
me apavora.
Quero te esquecer, mas não tem jeito,
saudade aperta o peito, o pensamento
voa em sua direção.
Eu queria ter o poder de voar agora, e
ir para onde está o meu coração, me
aconchegar em seus braços, e saciar
essa paixão.
Pela janela do meu carro - 2
Era próximo de 13h e o movimento na rua estava intenso. Eu seguia rodeada por carros e à frente também tinham aproximadamente seis motoqueiros.
De repente o que ia no início teve a "brilhante ideia" de realizar um "cavalo de pau".
O que aconteceu depois?
No mesmo instante todos os veículos que vinham atrás desaceleraram e os outros motoqueiros se afastaram.
Imagino o que pensaram: IMBECIL!!!!
Eu pensei: "Se ele cair, qual será o veículo que irá passar por cima do corpo?"
Sinceramente, fiquei irritada. O cara atrapalhou e atrasou o trânsito e, se tivesse acontecido o pior, alguém poderia ser acusado por homicídio sem ter culpa alguma.
Oh gente louca que não respeita o trânsito.
Pela janela do meu carro - 3
Eu seguia atrás de dois carros e observei que eles desaceleravam muito rápido, então percebi que era por causa de um ciclista que ía cambaleando logo à frente.
Pensei: "Será que ele está bêbado?"
Quando o ultrapassei, confirmei o que havia deduzido. Só que tinha mais um detalhe: Ele não só estava bêbado como continuava segurando uma latinha de cerveja com a mão direita, enquanto conduzia a bicicleta com a mão esquerda.
Então concluí: "O cara é de fato um ótimo ciclista."
Texto de 30/01/2023
Pela janela do meu carro - 4
Certo dia eu voltava para casa no intervalo do almoço e percebi que tinha um rapaz na bicicleta sendo agredido por dois meliantes, um estava de preto e branco e outro de marrom.
Eu fui me aproximando e buzinei na direção dos tratantes, que na mesma hora pararam a agressão.
O moço devia estar voltando para casa cansado e ainda teve que se estressar desse jeito.
Um esclarecimento: Um dos meliantes tinha o pelo preto e branco e outro era caramelo (indícios apontam como um dos terrores dos motoqueiros).
Que ao abrir a janela do dia, eu tenha olhos para enxergar a beleza do amanhecer, a sutileza do sol enchendo o firmamento de cores, a magia da aurora celebrando a vida.
Tudo outra vez
Da janela do meu quarto vejo o sol nascer
E se intristecer com o anoitecer
A lua por sua vez é toda pretensiosa
Com uma forma deslumbrante
Chega sempre a mesma hora
Horas se passam
E logo amanheceria
Dando lugar a um novo dia
O galo vai cantar sua linda melodia
E vai repetir tudo outra vez
Eu continuava,
da janela do meu desejo,
observando as pessoas seguirem suas vidas sem vergonha ou medo;
ainda tinha uma pitada de rancor
que me impedia olhar com outros olhos
O vasto espaço além das pequenas frestas.
"portas, frestas e janelas"
Belas horas.
Água de chuva
Parede, pintura nova
Uma ida à janela
Um olhar à rua
As mágoas da vida
Quão belas
eram aquelas manhãs de outros dias
O mundo existia
Aqui, dentro da gente
A julgar pelo olhar a rua
Nada ficou diferente
Por mais que a beleza iluda
Nada ilude eternamente
O que muda é uma coisa que existe
O badalar mais triste
de um ponteiro que acelera
Belas eram aquelas
Horas que passavam todas inteiras
iguais
A parede, a pintura
Alguma coisa pura que existia
e que era mais
Traduzia aquilo que a visão
da água da chuva que caia
Enquanto passava o avião
Um gosto, um sorriso
O linho da mesa posta
A comida do almoço
A vida
Belas eram aquelas
Risadas que compartilhamos
Das horas que não passam mais
Sem que haja um badalar que insiste
em dizer alguma coisa que eu não compreendo
Sim, isso acontece
A chuva às vezes cai ainda
e continua linda
Mas me traz uma mensagem diferente
Quando ela desce
E as imagens que vão surgindo
Não são mais tão belas
Não quanto foram aquelas
Uma ida à janela, outro olhar à rua
E cerrar as cortinas
Outro dia termina pra mim.
Edson Ricardo Paiva
OLHANDO DA MINHA JANELA
Nesse lindo amanhecer
O que vejo da minha janela
O Sol querendo nascer
É a coisa mais bela ..
Árvores se balançando
O vento soprando fraquinho
O canto alegremente
De um lindo passarinho.
O exuberante bem-te-vi
Que pousa no fio
Abre as asas para esquentar
Parece morrer de frio.
Vejo o tempo passando
É hora de acordar
Logo as ruas despertam
Pessoas começam a se movimentar.
E nesse vai e vem
Nessa louca agitação
Leva junto o meu silêncio
Roubando a minha inspiração.
Autoria Irá Rodrigues.
Antes das redes sociais era um sonho passar por uma janela e ver uma mulher descontraída, contemplando o sol do lado de fora. Agora, as janelas são outras, nelas se podem vê-las, até nos seus trajes mais íntimos, mas exibem-se para si mesmas, sem refletirem a luz ou um sorriso, porque não há ninguém do outro lado da rua.
O Médio Vale do Itajaí
sob o Hemisfério Celestial Sul
é onde a Lua vem perto
da janela fazer gracinha
para o Pico do Montanhão
até de manhã brindando
o meu coração com inspiração
e poesia neste levantar do dia
neste tempo que se esfria
na nossa amada cidade tranquila.
Abra a janela, o dia amanheceu, o sol brilha lá fora! A vida desabrocha em cores! Há cheiro de flores orvalhadas! Há perfume de vida no ar.
A minha Cuia de Vidro
na janela refletindo
o Sol campeiro
deste dia lindo,
Quero você por perto
como o meu mais
belo compromisso.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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