Por Voce eu Pegaria mil vezes

Um milhão vezes zero é zero! Ou seja, não coloque sua intensidade onde não tem nada

Saímos pelo mundo em busca de nossos sonhos e ideais. Muitas vezes colocamos nos lugares inacessíveis o que está ao alcance das mãos.

Frequentemente tenho longas conversas comigo mesmo, e sou tão inteligente que algumas vezes não entendo uma palavra do que estou dizendo.

Às vezes é preciso recolher-se. O coração não quer obedecer, mas alguma vez aquieta; a ansiedade tem pés ligeiros, mas alguma vez resolve sentar-se à beira dessas águas. Ficamos sem falar, sem pensar, sem agir. É um começo de sabedoria, e dói. Dói controlar o pensamento, dói abafar o sentimento, além de ser doloroso parece pobre, triste e sem sentido. Amar era tão infinitamente melhor; curtir quem hoje se ausenta era tão imensamente mais rico. Não queremos escutar essa lição da vida, amadurecer parece algo sombrio, definitivo e assustador. Mas às vezes aquietar-se e esperar que o amor do outro nos descubra nesta praia isolada é só o que nos resta. Entramos no casulo fabricado com tanta dificuldade, e ficamos quase sem sonhar. Quem nos vê nos julga alheados, quem já não nos escuta pensa que emudecemos para sempre, e a gente mesmo às vezes desconfia de que nunca mais será capaz de nada claro, alegre, feliz. Mas quem nos amou, se talvez nos amar ainda há de saber que se nossa essência é ambiguidade e mutação, este silencio é tanto uma máscara quanto foram, quem sabe, um dia os seus acenos.

Muitas vezes perdemos a possibilidade de felicidade de tanto nos prepararmos para recebê-la. Por que então não agarrá-la toda de uma vez?

Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.
Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.

Fico às vezes reduzida ao essencial, quer dizer, só meu coração bate.

Somos jovens, belos, bêbados e caretas...
Sempre em bandos e às vezes em dois...
Curtindo grandes amores, chapados, pirados...
Pelados, olhando as estrelas à espera de carinho e à procura
de um futuro que não chega.

A gente carece de fingir às vezes que raiva tem, mas raiva mesma nunca se deve de tolerar ter. Porque, quando se curte raiva de alguém, é a mesma coisa que se autorizar que essa própria pessoa passe durante o tempo governando a ideia e o sentir da gente; o que isso era falta de soberania, e farta bobice, e fato é.

Monstros são reais e fantasmas são reais também. Vivem dentro de nós e, às vezes, vencem.

Mas enfim, existem coisa que somente o coração é capaz de explicar e as vezes não adianta so virar a página, muitas vezes precisamos rasgá-la!

Escapamos da morte quantas vezes for preciso, mas da vida nunca nos livraremos.

Essa lembrança que nos vem às vezes...
folha súbita
que tomba
abrindo na memória a flor silenciosa
de mil e uma pétalas concêntricas...
Essa lembrança... mas de onde? de quem?
Essa lembrança talvez nem seja nossa,
mas de alguém que, pensando em nós, só possa
mandar um eco do seu pensamento
nessa mensagem pelos céus perdida...
Ai! Tão perdida
que nem se possa saber mais de quem!

Hoje não escondo nada do que sinto e penso, e às vezes também sofro com isso, mas ao menos não compactuo mais com um tipo de silêncio nocivo: o silêncio que tortura o outro, que confunde, o silêncio a fim de manter o poder num relacionamento.

Oh, não se assuste muito! Às vezes a gente mata por amor, mas juro que um dia a gente esquece, juro!

O Auto Retrato

No retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore...
às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança...
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão...
e, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
minha eterna semelhança,
no final, que restará?
Um desenho de criança...
Terminado por um louco!

Sim, curvo-me ante a beleza de ser
às vezes zombo de mim mesmo ao término de uma
inteligente e aguçada constatação.
Ermitão do insólito, poeta da dúvida
Entretanto duvido a dúvida por ser dúvida
fruto de uma premissa lógica
Mas nego, afirmo e não duvido de nada
Prisioneiro sem grade desse silêncio eterno.

Às vezes é preciso afastares-te das pessoas que mais gostas. Mas isso não quer dizer que as amas menos... às vezes amas ainda mais.

O falso é às vezes a verdade de cabeça para baixo.

Oh amor poderoso! Que às vezes faz de uma besta um homem, e outras, de um homem uma besta.